Capítulo 19- Novas descobertas e um vazio maior

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       Andando pelas ruas desorientada deixo minhas lágrimas se misturarem com as as gotas frias da chuva que caí sobre mim. Um vazio me assombra. Já faz meia hora que consegui sair do cemitério, depois disso não vi mais o Jason, melhor para mim,não quero vê-lo nem tão cedo.
        Estou detonada. Fisicamente e emocionalmente,ando mancando por causa do meu pé, sem contar os meus ossos que estão doloridos. Ainda não consigo acreditar que ele pode matar meus pais,por que justo ele? Poderia ter sido qualquer um,menos ele.
        
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       Sento em um banco de um ponto de ônibus e fico olhando para o horizonte triste. Nunca imaginei que um dia  ficaria assim mas já basta, cansei de tentar ser forte. Essa é a realidade, não passo de um verme insignificante assim como Jason afirma.

        —Holly?!—Ouço uma doce voz me chamar, olho na direção e vejo minha professora de biologia Gwen. Sempre fui sua preferida. —O que está fazendo aqui meu anjo?
       —É que eu só queria poder refrescar meus pensamentos, apenas isto! —Minto segurando o choro. —E a senhora?
      —Eu fui em uma farmácia comprar um remédio para minha filha! Ela está com uma gripe terrível! —Ela sorri ajeitando o seu guarda-chuva acinzentado. —Por que não vem comigo? Está frio aqui, pode ficar doente se continuar nessa chuva!
       Tento dar alguma desculpa mas ela puxa minha mão me trazendo para debaixo do guarda-chuva,passa os braços por cima dos meus ombros e me guia até a sua casa.
   
        Durante o percurso conversamos bastante, nunca imaginei que ela tinha uma filha, ao contrário de outros professores Gwen é maravilhosa, tanto como profissional como pessoa,e imagino que como mãe também.

       Demorou um pouco mas finalmente chegamos. Ela mora em um belo apartamento. Entramos e fomos para elevador, sua  residência fica no quinto andar. Quando chegamos ela pega na minha mão e me leva até a porta, depois de destranca-lá entramos.
         É um belo lugar. Perfeitamente arrumado, cheio de brinquedos pela sala, com certeza sua filha deve ser jovem.
      —Aurora cheguei meu amor!—Grita deixando sua sacola com os remédios sobre a mesa de centro.
      Ao final do corredor vejo uma pequena garotinha, cabelos curtos e pretos,os olhos cor de mel são iguais à de sua mãe. Ela parece uma princesa de tão bonita que é. Assim que me vê abre um belo sorriso e abraça sua mãe  se  agarrando em seu pescoço.
        Gwen vai para cozinha pegar água para sua filha beber os remédio nos deixados a sós na sala.

       —Qual o seu nome? —Me pergunta sentando na minha frente.
       —Holly! E você é Aurora certo? — Ela sorri e balança a cabeça concordando com a minha pergunta.—Então Aurora quantos você tem?
        — Sete!
       Dou um sorriso fraco para ela. Gwen volta com alguns copos, ela me deu um chá ótimo de erva doce e os remédios para sua pequena princesa.
         —Aqui Holly, trouxe para você! —Ela estendeu à mim uma coberta, a peguei e me enrolei nela aquecendo meu corpo frio.

        A chuva havia diminuído um pouco, as pequenas gotas molhavam a janela de uma forma leve, entro em um tipo de órbita, minha mente se  agarra à outra realidade, uma realidade aonde eu não  sofria. Aonde o Jason não existia.

          —Holly? —Acabo despertando de minha distração, olho para Gwen que está me olhando preocupada

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      —Holly? —Acabo despertando de minha distração, olho para Gwen que está me olhando preocupada. —Está tudo bem querida?
     —Sim! Eu estou bem!
   —Não precisa fingir, eu conheço você, diga o que está havendo!
      Respiro fundo tomando coragem para lhe dizer.
      —É que eu não aguento mais... Minha vida está uma completa droga!
      —E por quê?
      —Sinto um vazio no meu peito, uma certa agonia! Eu só queria poder ser notada mas por mais que faça de tudo eu continuo sendo uma fracassada!
      —Hey não diga isso! Você é uma ótima pessoa, não diga bobagens!
      —Bobagens?! Essa é a realidade, eu só queria poder acabar com tudo isso logo! Quando finalmente eu acho que está tudo bem e as coisas irão melhorar alguma merda é  feita. Meu coração vai se quebrando cada vez mais! Não sei mais se é certo confiar em qualquer um, não posso mais acreditar em um sorriso pois sei que isso será o que irá me destruir mais ainda por dentro!—Lágrimas descem dos meus olhos denunciando minha tristeza.
        —Estranho, eu não sei o que te dizer! Uma garota tão jovem e já conhece a dor! Até pensei que você consequências de…
       —Do quê?—Indago olhando fixamente em seus olhos enquanto bebo um pouco de chá.
      —Bom,talvez isso seja normal, principalmente na adolescência! São apenas os sintomas precoces da paixão!
     
          No momento que ela me diz isto o chá que engolia para no meio da minha garganta provocando tosses agudas. Ao ver minha reação Aurora ri de mim.

       —Holly você está bem? Disse algo errado?
       —Sim,muito errado! Eu nunca poderia gostar daquele idiota cérebro de rato! —Digo sem nem perceber direito o que estou falando.
       —Ahá, eu sabia! Então você tem um amigo em especial certo?
       —N-não… mas é claro que não!
       —Pare de tentar me enganar Holly! Por acaso é o Gary? —Gwen cruza os braços sorrindo de lado, sua filha a imita provocando um riso em mim. —Ande vai me diga!
       —É Holly! Nos diga!—Aurora se intromete sem nem ao menos entender o que estamos falando.
        
        Tento achar uma resposta mas não consigo, eu não sei o que irei dizer. Não se trata do Gary, piorou o Jason, nunca estaria apaixonada por ele… ou estaria? Ai droga não, não estou gostando do cérebro de rato. Nem se ele fosse o último homem do mundo.

        —Olha Gwen, Aurora, eu não estou... Quer dizer eu não gosto de ninguém! —Dou um leve sorriso para amenizar a situação tensa que me meti.
        —Okay, pode continuar mentindo para mim, irei fingir que acredito está bem mocinha?!
        —Ótimo, melhor assim!

        Rimos juntas. Fiquei um bom tempo por lá. Gwen viu o meu pé torcido e arrumou colocando de volta no lugar, apesar de ter doido bastante.
          Como de se esperar disse à ela que havia caído no cemitério, tirei o demônio assassino da história.

           Por mais que tentasse me distrair aquelas palavras da minha professora haviam se instalado em minha mente.
        
        "São apenas os sintomas precoces da paixão!"

         Será mesmo isso que ela disse? Nunca soube, afinal de contas nunca me apaixonei por ninguém, sempre fui uma garota mais reservada quando os assuntos se tratavam de amores. Sendo ou não eu só sei que nunca, em hipótese alguma amaria o assassino dos meus pais.
        Nunca aconteceria isso.

Amor psicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora