Capítulo 9- Faz parte do jogo

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Jason

Puxo minha faca da carne ferida de minha presa, um jovem rapaz dono de olhos castanhos e cabelos encaracolados, qualquer garota idiota diria que esse imbecil é um anjo caído do céu. Pra mim tanto faz, termino minha diversão arrancando sua cabeça para longe de seu corpo à jogando em um rio ali perto.
Depois de terminar com a bagunça vou embora feliz. Matar se tornou algo essencial em minha vida, é o que me faz sentir bem, o que me alivia da angustia e vazio que preenche o meu peito. Hoje já é o segundo dia que não fui ver a ruivinha, ela deve estar arrancando os seus cabelos de tanta ansiedade, tenho certeza que aquele beijo à deixou confusa. Justo ela, uma garota fácil e carente. E assim eu passo para a segunda tortura: a
emocional.

Não é algo que uso muito, mas tenho certeza que será ótimo fazer isso com a Holly, brincar com seus sentimentos, descobrir seus medos e me aproveitar disto. Algo fácil, até demais.

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Abro a porta e entro em casa. Estava tudo em ordem. Vou pra cozinha, abro a geladeira, apoiando sob amba procuro algo para saciar minha fome. Encontro um bolo que pela aparência parece estar ótimo.
Pego e fecho a geladeira dando um chute fraco na porta pelo fato de estar com minhas mãos ocupadas com o bolo e um suco.

Sento na mesa e começo a me alimentar.
      —Que milagre ver você em casa hein Charlie! —Ergo a cabeça e vejo meu irmão, Christian do outro lado encostado na parede me olhando, seus olhos estavam um pouco cansados, com certeza ele esqueceu a hora de voltar para casa ontem.
      —Olá, você está bem?— Pergunto.
     —Sim, pelo visto você está bem feliz, essa semana foi boa? — Indagou puxando uma cadeira e se sentando na minha frente, ele estende sua mão e pega o pedaço de bolo do meu prato.
      — Abusado...e respondendo sua pergunta, sim, essa semana foi boa!
     —Hmm, que bom fico feliz! Sinto muito mas vou ter que ir, estou um pouco atrasado para o trabalho, até mais pequeno Charlie!
Assim que terminou de falar ele veio e fez o que sempre fazia após me chamar de "pequeno Charlie", acariciava meus cabelos os bagunçando por completo, observei ele sair da cozinha, momentos como esse que me levam de volta para o passado.
Sei muito bem o quê Christian quer dizer com esse gesto e palavras. Desde quando éramos crianças ele fazia isso, mostrando claramente o que era, um ser pequeno em ações, por mais que eu tenha mudado, mesmo me transformando em  um assassino, eu continuo sendo para ele aquele pequeno e "meigo"garoto. Mesmo sabendo de tudo que fiz e que faço ele continua ao meu lado.Nunca irei esquecer o que ele fazia por mim. Aquelas palavras ditas a mim à alguns anos atrás naquele dia nunca saíram da minha mente...

     
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— Olha só pra esse otário, só sabe chorar! Nem parece ser irmão do Christian Peterson! —diz uns dos garotos que sempre infernizava a vida de Charlie.—Além de ser o nerd esquisito é um bebê chorão também, coitada da sua mãezinha, deve sentir tanta vergonha de saber que tem você como filho!
Os garotos tem um ataque de riso, inventavam mais e mais piadas para ridicularizar Charlie que encostado na parede do refeitório abaixa a cabeça e chora de tristeza, vergonha de sí mesmo a dor de ter nascido.
        —Por favor parem!—Pediu praticamente sussurrando entre prantos. Aquilo só o destruía mais por dentro, corroíam mais e mais a sua alma vazia.
Seu pedido de trégua só fez com que os risos aumentassem agora já acompanhados por vários estudantes que estavam no refeitório. Aquele inferno só piorava, fazendo Charlie perceber o que ele realmente era( na sua mente) um ser desprezível e fraco. Aquilo só piorava.
         —Posso saber do que estão rindo?—Todos param de rir e olham para aonde vinha aquela voz. No centro dos jovens lá estava ele, Christian Peterson, de braços cruzados olhando furioso para os garotos que zombavam de Charlie. —Andem me digam, eu também quero rir junto com vocês! —Afirmou com sarcasmo.
          —Ah, oi Chris...
          —É Christian para você idiota,não é ninguém próximo à mim para me tratar por apelidos! —Cortou de forma seca o garoto que havia começado com as piadinhas sem graça.
Christian se aproxima mais, vê seu seu irmão mais novo encostado na parede cabisbaixo com os cabelos jogados nos rosto. Ele pega na ponta do queixo dele levantando seu rosto, revelando os olhos vermelhos do pobre garoto que chorava. Soltando o rosto dele, volta a encarar o garoto autor de tudo.
         —Eu posso saber o por que você estava debochando do meu irmão Henry? —Seus olhos estavam cheios de raiva. Antes que Henry respondesse levou um murro quebrando o seu nariz. Os outros jovens ficaram assustados e se afastaram. Sangue saia igual uma cachoeira do nariz do rapaz.—Isso é o que acontece por se meter com ele ta ouvindo seu idiota? Então alguém mais aqui vai rir do meu irmão? —Grita serrando os punhos. O restante se afastam e voltam a andar pelo pátio como se nada divesse acontecido.
Chris voltam sua atenção para o seu irmão que ainda permanece de cabeça baixa triste e envergonhado.

          —Hey maninho! —Charlie fita seu irmão imediatamente —Você está bem?
         —Sim... tirando a parte de eu ser um lixo eu estou bem!—Ele dá um sorriso falso para seu irmão.
          —Hey a próxima vez que falar isso eu vou te espancar tá me ouvindo? Você não é um lixo, ao contrário, é um garoto super inteligente e meigo!
          —Sei... A decepção dos Peterson, apenas isso!
Chris se aproxima mais de seu irmão o segurando pelos ombros cruzando seus par de olhos claros herdados de sua doce mãe.
          —Não pense isso, eu sei que não sou bom nisso, mas eu te amo, você é mais que um irmão, você é o meu companheiro, amigo, filho e até inimigo. Foda-se o que dizem, o que conta é o que eu e a nossa mãe sentimos por você que é puro amor certo meu pequeno Charlie? —Termina bagunçando o cabelo do seu amado irmão caçula arrancando um belo sorriso dele. Charlie lhe dá um abraço forte agradecido pelo o que havia ouvido.
        —Eu também te amo mano!

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De volta ao presente

Nunca poderia esquecer daquele dia, como sempre Chris sempre foi meu protetor. Quando era um idiota fraco era sempre ele que me ajudava, me defendendo do idiota do meu pai. Essas são alguma das lembranças que ainda guardo do meu passado e que ouso me lembrar, ao contrário de outras que preferi deixarem no esquecimento. Bom,quem dera fosse possível, aquela vadia ainda assombra meus sonhos e pensamentos, mesmo tendo à enterrado ela ainda me asombra. Faz questão de me mostrar o meu erro de permitir que aquele maldito sentimento nascesse.
Eu só quero paz. Apenas isso,não tenho culpa de achar paz em mortes, é algo inevitável para minha mente atormentada.
Fico sozinho em casa. Sem nada para fazer. Olho para o meu relógio de pulso, confirmando as horas percebi que faltava alguns minutos para a ruivinha sair da escola.
Sorrio de lado, acho que irei vê-la hoje.

Amor psicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora