Capítulo 22- Posso ser sua amiga?!

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      Ainda me pergunto se devo acatar o conselho de Gary.
       Essa coisa de ser amiga do Jason não está me agradando, só de pensar nisso sinto um maldito frio na barriga.
        Por mais que tente não consigo me concentrar na aula. A minha conversa com Gary ontem está me torturando. Apenas ouço os sussurros dos alunos, olho para o relógio branco pendurado em cima do quadro, faltava apenas dois minutos para acabar a aula. Eu só quero ir embora desse inferno antes que arranque meus dedos,já que as unhas já detonei de tanto nervosismo.
       
       —Holly você está bem?

        Desperto de minha viagem pelos meus pensamentos e vejo que Gary estava do meu lado.
      
       —Imagina, estou ótima! —Um pouco de ironia.
        —Hum,sei. Está tão ótima que acabou com as suas unhas, não venha me dizer que você tem mania de roer unhas pois sei que é mentira!
       —Não precisa se preocupar! Estou bem,apenas...—O som do sino toca anunciando o fim da aula. Respiro aliviada,guardo meus livros e cadernos. —Bom eu já vou, até mais! —Beijo sua bochecha já indo para a porta.
         —Holly você não quer que eu te leve?

          —Não precisa! Eu quero sentir uma brisa fresca mesmo, o clima lá está ótimo!
           —Ok então, tchau até mais!
           Retribuo seu cumprimento. Ando pelos corredores feito uma tartaruga.
           O clima está agradável. Fresco e com ventos leves. Nem tirei meu casaco.
         Andando pelas ruas,só eu e meus pensamentos vagos ando para minha casa. Já havia me acalmado um pouco , afinal é apenas amizade,tenho certeza que ele não irá querer minha proposta,certeza absoluta,pena que minha calmaria não durou muito. Olhando para frente vi quem menos queria. Aquele maldito loiro demente.

        Eu queria desviar, ou até mudar o rumo mas novamente tudo que o jovem Arnolds me disse voltou para me atormentar

        " Ignorá-lo só pioraria tudo. Por que não tenta  se aproximar dele? Fazer uma amizade sólida e bem sucessida  igual à nossa?!"

         Eu tinha que tentar. Eu disse que tentaria. Engulo à seco o meu nervosismo e ando em sua direção. Ele está sério, calmo. Melhor para mim, talvez assim ele me escute melhor e não reaja mal a minha proposta de amizade.
        Jason estava encostado em uma árvore. Não demonstrou nenhuma reação ao me ver, continuou sério, não sei se seria loucura mas tive até a impressão de te-lo visto sorrindo discretamente (Que bosta em Holly, nunca que isso aconteceria).
  

     

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       —Você me ama não é ruivinha!
       —Pois é, te amo mais do que minha propia vida!—Respondo irônica para o seu deboche.—O que faz aqui?
       —Apenas esclarecendo meus pensamentos! Preciso de um descanso mental não concorda?!
        —Descanso mental? O que você faz de tão cansativo hein?!
        —Trabalho!
 
        Quando ele falou isso fiquei espantada. Eu nunca imaginei que ele trabalhasse. Bom até que isso explica as ausências dele as vezes.
      
        —Sério? Você trabalha?—Ele balança a cabeça em sinal positivo respondendo minha dúvida. —Deixa eu adivinhar, você trabalha em uma máfia? Ou faz parte de uma organização de assassinos anônimos? Ou trabalha em um necrotério?
       —Você tem uma imaginação muito fértil sabia? Respondendo suas perguntas detetive Campbell, digo não à todas as suas deduções! Apenas sou sócio, diria que um arquiteto,uso meu hobby como trabalho!
       — O quê? Um arquiteto? Só pode ser brincadeira não é?! Desde quando um demônio trabalha?
        — Uai, o fato de ser um assassino não quer dizer que eu não tenha uma vida normal, afinal eu sou um ser humano igual à você certo?
        —Sei,por acaso você faz plantas de assassinatos?
        —Nada a ver!—Ele retruca revirando os olhos. —O que você está fazendo aqui hein?
      —Ah,nada... eu só estou indo para casa!—sua pergunta faz eu me lembrar do que iria tentar fazer,talvez essa fosse uma boa oportunidade, Jason parece estar de bom humor. Legal,mas cadê a minha coragem nessas horas?
       Ele demonstra uma expressão calma porem meio vaga, o que me deixa intrigada é o seu olhar vazio e meio tristonho. Ele não está bem, parece abatido, seu sorriso fraco e forçado só confirma. Talvez Gary estivesse certo, ignora-lo pioraria tudo,não posso ser egoísta sabendo que posso ajuda-lo. Por mais que seja difícil posso tentar. Talvez, não sei.

        —Jason, você está bem?
        —E por que não estaria? Eu não pareço bem?
        —Para falar a verdade não!
       —E o que você tem a ver com isso? Não faz diferença se eu estiver bem ou não!
      —Importa sim! Para falar a verdade eu estou preocupada com você!
       —É sério isso? Você preocupada comigo? Desde quando hein?
        —Desde que...—Abaixo a cabeça envergonhada, respiro fundo para o que direi, é tudo ou nada. —Eu percebi o quanto você precisa de atenção!
       —O quê, verminha o que está querendo ...
       —Jason... eu posso ser sua amiga?!
        Ergo a cabeça fitando seus olhos confusos com o meu pedido. Sei que foi meio,ou muito idiota o que disse mas foi o que consegui falar à ele.

        —Você está bem? Acho que aquela pancada na cabeça te fez mal não foi? Isso só pode ser uma brincadeira, desista pois não irei cair!— Ele cruza os braços rindo.
          —Acha mesmo que estou brincando? Eu falo sério, posso te oferecer minha amizade se querer!
         —Ah é, sinto muito,agradeço mas não! Não quero sua amizade princesa!
        Jason bagunça meu cabelo e sai indo em direção oposta à qual eu vinha. Como de se esperar levei um não dele. Deveria me contentar pois já fiz minha parte do combinado, mas não sei, esse "não" só me deixou com um desejo maior de prosseguir com minha tentativa idiota de amizade. Ele anda lentamente , o alcanço tentando faze-lo aceitar minha proposta.
    
        —Hey,então é isso,você me fala um não e saí me deixando aqui sozinha?
        —O que foi? Eu já respondi sua pergunta, ainda fui educado, poderia muito bem mandar você se ferrar!
         —Mas é por isso mesmo, você está meio triste, isso me preocupa, por isso quero tentar te animar!
          —Sei,essa nova, uma garota tentado animar o assassino depressivo dos pais dela! Parabéns, você é demais Holly, merece um prêmio bela sua bondade sem limites!
         —Idiota! Tem como pelo menos você olhar para mim?
         Apresso meus passos. Não percebi que tinha um buraco no chão e tropecei,o pior foi que no exato momento que aconteceu isso Jason virou para mim, caí em cima dele o derrubando no chão. Foi um tombo e tanto, fico em cima dele apoiada pelos meus braços, sinto minhas bochechas arderem enquanto fito seus olhos.
        —M-me desculpa ...
        —Então era para isso que queria que eu me virasse? Por que não disse antes hein?
        —Nada ver seu trouxa! Eu apenas, queria... ah a culpa é sua!
         Ele ri depois do que disse. Suas mãos cercaram minha cintura me tirando de cima de seu corpo,ele me ajuda a levantar.
         —Você é uma comédia ruivinha!
          —Ata, não me diga! Poderia ser mais legal se fôssemos amigos!
           —Por que insisti tanto nisso?
            — Por que sei que um amigo sempre é um bom remédio para a  tristeza!
             —Eu não sirvo para ter amigos querida, não levo jeito para isso!
             —Por que você não tenta? Vamos fazer um acordo, podemos ser amigos durante um mês, se você não gostar acaba tudo entendeu?!
             —Eu não sei...
             —Vai,é só um mês! Tenta!
              —Ok,só não prometo ser legal tá ouvindo? 
              —Sim!—Sorrio feliz por ter conseguido. Estendo minha mão à ele insinuando um cumprimento, Jason recua, mas depois desiste e acaba cedendo.
    
          Ele me acompanhou até minha casa, parecia um pouco confuso. Não o julgo,estamos apenas começando. Sei que ele irá melhorar,quem sabe poderá confiar e se abrir comigo? Pensando bem te-lo como amigo não será tão ruim assim, eu acho... O que importa é que consegui acatar o conselho do Gary, não vejo a hora de ve-lo e mostrar que consegui.

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