4.

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Não, eu não tinha como plano apagar o cara com um soco num bar no meio do nada, por causa de uma garota. Visto que eu nunca brigava, o episódio inédito ainda se suspendia no ar como uma incógnita.

       Deixei o cartão para contato, a fim de sanar todos os prejuízos, fosse uma mesa destruída ou uma mandíbula rachada. E aquilo me tirava do sério: Ian Bratv não perdia o controle nunca, muito menos por uma mulher.

       Olhos duros amendoados fitavam-me em completa expectativa e rapidamente descobri o que me movera a sair da zona de conforto dos insultos para a violência física brutal: o pedido de ajuda incontido que apenas eu via, que eu sentia ao passo que seus dedos apertaram-se em minha camisa, assustados.

         Algo em mim não desejava que ela fosse tocada. Muito menos por quem não a merecia.

         O ar escapou-me os pulmões.

         É só uma pirralha do interior, mantenha a compostura!Isso não pode ter envolvido tanto você em tamanho curiosidade, interesse por uma mulher cujo rosto, em uma semana, seria esquecido.

        Mas meus olhos estavam apreensivos nos lábios que tragavam minha racionalidade, a fonte que minha boca ansiava, em saliva e libido, entreabertos, úmidos.

        E naquele momento, absorto, imaginei todas as coisas que transmutariam sua pele mascava em rubra, de mordias a tapas estridentes. Realizei seu gemido em meus pensamentos mais eróticos, apreciando o desejo nascente que culminava em uma atração incompreensiva e uma necessidade maciça de garanti-lhe o conforto da minha segurança.

         Kath parecia capaz de ser derretida a calor e eu me precipitava, movido por um desejo infantil e desmedido de prova-la, de assistir seu corpo profundo no meu, saber o quanto suportaria até desmaiar, exausta.

         Aquele, movido por instintos, não era eu. Tampouco, me enxergava em minhas mãos espalmadas, meus dedos ansiosos em sua direção.

         Assim que a tivesse experienciado, desmentido, naturalmente a esqueceria. O ciclo de meus atos seguiam aquele curso.

        Era violentamente propenso a conseguir as coisas a minha vontade. Egoísta, elegantemente egoísta. E fora assim, com talento e teimosia, que o império dos Bratv se tornara uma potência exponencial.

       E era assim que Kath se descobriria interessada.

       — Katharine! — Uma voz aguda se sobressaiu angustiada ao evocar o nome elegante dela.

        A garota alta, parda, de cabelos cor de mel surgiu como uma tempestade, arrastando meu objeto de desejo para longe de meus olhos, para dentro da confusão e saída. Os olhos de Kath estavam em mim, atônitos e ansiosos, e antes que eu pudesse perde-las acelerei meus passos até a saída, mergulhando numa chuva profunda que desabava impiedosa.

         — Kath! — Minha voz rosnou rouca. Odiava a dramaticidade da cena, ela ela arrastada até o carro pela mulher mais alta. — Katharine!

        Seus olhos correram para mim, enquanto a garota mais velha empurrava-a para dentro do carro, para dentro do fumê do vidro que me impediam de analisar seu cabelo úmido e seus olhos assustados.

        Eu não desejava que me temesse. Precisava desmascarar a atitude violenta. Eu sabia que nãos queria perder todas as chances que sutilmente criaria com ela.

Mr. Bratv Where stories live. Discover now