11.

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(Ian)

       Quando a encontrei, Kath sangrava.

       Depois de ter seguido com o carro a sua procura em razão dos documentos que notei trocados, — lutando contra todos meus instintos racionais e avisos de segurança — fui atraído pelos faróis acesos e gritos de mulher que viam do quarteirão seguinte.

        Antes que pudesse repensar prudentemente minha atitude, dei ré e cortei em direção a situação. A raiva e a negação foram aplacadas momentaneamente pela tensão e pensamentos, enquanto um aperto quase doloroso pressionava-me o peito em angústia.

       Por favor, — Quase censurei-me por pensar — que não seja com ela.

        Meus olhos buscaram por qualquer vestígio dela na rua e calçadas, um momento perturbador que seguia no ar, enquanto os gritos se intensificavam. Acelerei até o carro mais próximo, enquanto que quase como se o mundo parasse por completo eu a vi correr na direção contrária, passando por mim.

         Seu rosto, contorcido no mais profundo pânico, pintava a cena que cegou-me por completo, desencadeado uma parte de mim que eu mantinha cuidadosamente selada.

          Deslizei o carro pela pista, saltando só banco impulsionado pelos sentimento feroz que corria-me todas vísceras. O homem me fitou, lançando-me um olhar desdenhoso e repleto de má educação.

        Antes que eu pudesse raciocinar, meus punhos afundaram em seu rosto, me fazendo ouvir quando o nariz dele quebrou, enchendo-me de um prazer obscuro. Lancei-me irracionalmente em uma sequência de socos e chutes nos estômago, por fim arrastando-o até o carro.

        Seus rosto fodido e seus olhos amedrontado fitavam-me em desfoque. Gemeu de dor, quando seu corpo fora pressionado contra o carro, derramando-o em súplicas.

         — É fácil correr atrás de mulher, não é? — Argumentei, desferindo-lhe mais um soco. — Por que você não tenta comigo? Hã?

         Uma joelhada explodiu em seu estômago e ele contorceu-se, enquanto eu lançava-lhe ao chão e o homem se encolhia em dor.

— Fique ai, seu merda. — Anunciei em uma ameaça bruta implícita, apontando-lhe o dedo. — Eu não acabei com você.

Katharine cambaleou até meu Mercedes, apoiado-se nas laterais, desnorteada. Prontamente me dediquei a dar-lhe suporte, sustentando seu peso. Senti, por um momento e vislumbre, a sensação do pânico alastrar-se ao separar-me com o corte feio em sua cabeça.

Havia muito sangue. Seu rosto pequeno estava inundado por uma linda escura e carmesim que cortava sua testa até o queixo, enquanto seus olhos buscavam sentindo na dispersão e confusão. Ela não parecia lúcida.

— Katherine? — Evoquei, segurando sua face entre as mãos, ansioso, perturbado. — Kath, está me ouvindo? Ei!

Ela estava fora do ar. Quando toquei seu ombros, a garota se encolheu hesitante. Tinha o corpo trêmulo a ponto de mal conseguir se sustentar de pé, respirava se tornou um suplício.

Aquela cena conduzia-me a um estado alterado, a um pico de desgaste emocional, a uma irracionalidade. Em um ato natural, mas impensado, envolvi-na em um abraço urgente e forte, sustentando por completo o peso de seu corpo, deixando que o calor de suas bochechas sumisse aos pouco, enterrando meus dedos em seu cabelo desgrenhando como se aquele fosse o fio único que amarrasse sua vida.

Mr. Bratv Where stories live. Discover now