Prólogo

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Atenção!

"Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais terá sido mera coincidência."


Nobody said it was easy
(Ninguém disse que seria fácil)
It's such a shame for us to part
(É uma pena nos separarmos)
Nobody said it was easy
(Ninguém disse que seria fácil)
No one ever said it would be this hard
(Mas também não disseram que seria tão difícil)
Oh, take me back to the start
(Oh, me leve de volta ao começo)

                             (The Scientist - Coldplay)


Victor...


_Então é isso. – Ela falou enquanto fazia sua mala.

Ainda não estava acreditando que estávamos nos separando, um casamento longe de ser normal como qualquer outro, eu apenas a estimava, agora sim, nesses últimos quatros meses e justamente nesse ponto alto de nossas vidas que estávamos nos entendendo, o prazo acabou. No fundo eu me sentia um fracassado, para mim, ela seria apenas mais uma com quem eu me deitei e fiz amor, mas isso era o pensamento do meu eu do passado, agora eu era mais maduro para dizer que ela estava longe de ser mais uma em minha vida... Ela era apenas uma, a única que me fez enxergar reais valores nos pequenos gestos, nas pequenas ações do dia a dia.

Dizem que fama não mexe no seu ego quando você esta bem e tem humildade no coração, estão enganados! A fama mexia comigo no passado, por algumas vezes me peguei felicitando por ter dinheiro, luxo, e claro, boas mulheres, lindas mulheres que me deixavam atônito apenas com seu cheiro de perfume caro, com suas roupas de grifes internacionais. Andar com uma linda mulher em restaurantes era de fato uma coisa boa, um sentimento de posse e de deixar outros caras de queixo caído, mas o que elas viam em mim era mais um cara para satisfazê-las levando-as ao restaurante mais caro, a viagens internacionais, a algumas horas de sexo bem feito de deixá-las sem ar... Apenas isso. Elas não observavam meu jeito de ser, de pensar ou de agir em coisas pequenas.



Com Priscila foi diferente. Em apenas um ano e alguns meses de convivência, pude voltar a ser o Victor, aquele da cidade de interior que alguns não gostavam, aquele que curtia uma boa folga na fazenda, entre familiares, aquele que através das suas musicas demonstravam sua real origem, do campo, de tudo o que não se via em cidade grande.

Agora ela passava pela porta sem ao menos despedir-se de mim. Ao sentar no sofá olhei ao redor, aquele apartamento tinha o cheiro dela, o toque dela. Nas paredes de cada cômodo tinham suas risadas, sua voz, seus gemidos em noites de prazer. Eu a perdi, perdi minha família que agora não olhava mais na minha cara... Estava sem norte, sem direção na vida, somente ela poderia me reerguer, me ajudar a buscar o Victor que eu era antes da fama, antes do luxo, da avareza, da ira... Eu estava em quase todos os pecados capitais.

Andei em passos largos, desci pelas escadas, achando-a saindo do elevador:

_Priscila.
_Ai que susto! – Colocou a mão no peito.
_Desculpe, eu te assustei meu amor?
_Pode sair de cena Victor. Acabamos, não temos mais nada um com o outro.

Aquilo me doeu, o sentimento era sincero, eu a amava mesmo.

_Volta, precisamos conversar.
_Não temos mais nada. Está no contrato. Acho que você não leu.
_Esquece essa droga de contrato, agora eu quero você por inteira. Ajude-me a fazer as pazes com minha família?
_Como posso te ajudar se sua família me odeia? – rolou o os olhos – Credo.

Ela estava indo embora, mais uma vez segurei seu braço.

_Eu te amo. Juntos erramos, mas também acertamos. Você me fez enxergar o valor das coisas reais. Agora te peço que me ajude.

Priscila como sempre fora, permaneceu calada, apenas me fitando, analisava a resposta que estaria a seguir... Os piores segundos da minha vida.

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