Capítulo 10

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Victor andou pelo shopping, parou diante de uma joalheria. Respirou fundo enquanto entrava. Seus olhos cruzaram com os de uma das vendedoras, ela tinha olhos claros, um corpo perfeito, era ótimo para algumas horas de prazer. Só parou de paquerar porque a mesma puxou assunto:

_O que o senhor deseja?

"Você" Fez um sorriso malicioso enquanto pensou nessa resposta. Estava de boné, com óculos escuros e a moça ainda não havia percebido que era ele. Lembrou-se do porque estava ali e logo ficou sério, sabia que a moça iria desistir de trocar olhares ousados quando ele abrisse a boca: 

_Gostaria de ver algumas alianças. 

A vendedora assumiu uma postura profissional e com um sorriso que encantava qualquer um que se aproximasse foi para um dos balcões de vidro, mostrando os tipos de aliança que tinha. 

"Otávio e Priscila, olha aonde eu vim parar por causa de vocês." Continuou com seus pensamentos. 

Victor não estava gostando de nenhuma. Não que fosse sério, mas não queria chegar diante dela e simplesmente aparecer com um anel qualquer. Após analisar alguns modelos observou uma perfeita, com um diamante pequeno, quase não se via a olho nu, logo imaginou a mão de Priscila, sorriu. 

_Também achei essa bonita. Ela vai gostar senhor.
_Eu vou levar.
_Pode me dizer a numeração do dedo?
_Você me pegou porque eu nunca perguntei para ela – olhou para as mãos da vendedora. – É parecida com a sua mão.
_Então eu já sei qual a numeração.

Após colocar na caixinha e fazer o pagamento, Victor saiu. Agradeceu quando notou que a mulher não percebera que era ele. Chegou em casa e abriu novamente a caixinha, sorriu debilmente. Priscila iria gostar, ele já estava empolgado. 

_E quem diria, Victor Chaves, você indo a uma joalheria para comprar uma aliança de noivado. Como as coisas mudam – sibilou. 

Respirou fundo e deitou-se, no dia seguinte procuraria Priscila. 


***


Priscila estava preocupada, Victor não havia lhe ligado nem dado notícias. Em uma madrugada qualquer se pegou sem sono e chorando. Não sabia o motivo, só queria chorar cada vez que se lembrava dele. Estava ficando difícil, só iria piorar quando viessem a casar. Talvez ele desistisse daquela loucura, não iria dar mais satisfação e ela quem tinha se dado mal na jogada.

Estava deitada em sua cama – coisa que estava fazendo praticamente todos os dias desde que chegara – quando sentiu a presença de alguém ali na porta, fechou os olhos quando sentiu o perfume, chegou a achar que estava delirando quando percebeu que ele estava ali, encostado na porta e lhe observando. 

_Victor? – Sussurrou.
_Ainda não virei uma alma penada – se aproximou da cama. – Como você deixa a porta do quarto aberta?

Priscila ficou alguns segundos inerte, não estava entendendo aquilo. Ele desaparecia por dias e de repente, da água para o vinho, mudava de expressão. 

_O que veio fazer aqui e como veio parar no meu quarto?
_Um namorado tem que visitar a namorada. Existe uma coisa chamada campainha, apertei, sua mãe atendeu e como uma boa sogra me mandou para cá.
_Engraçado como esse seu humor muda igual a painel da bolsa de valores, né? Uma hora me destrata e me manda de volta pra casa, aí do nada surge sorrindo como se a vida fosse bela.
_Calma princesa, só estou colocando nosso plano em prática – sentou-se na beira da cama, tocando os pés dela. – Estava com saudade de você, marrentinha.
_Vai se ferrar! – Levantou-se, colocando o livro que estava lendo em cima da cama.

Enquanto procurava uma roupa adequada para se vestir Victor deitou-se onde segundos atrás ela estava. Folheou o livro e sorriu. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora