Capítulo 16

160 12 0
                                    



_Tem certeza que não será incômodo algum para a senhora?
_Claro que não Priscila. Não vou te deixar sozinha.
_Obrigada – olhou para Victor. – Vamos?

Despediram-se de Marisa e entraram no veículo. Durante o caminho ficaram calados, Priscila estava imaginando como seria quando Marisa viesse a morar no apartamento. Uma raiva foi consumindo seu corpo, respirou rápido, momento para Victor olhar rapidamente enquanto prestava atenção no trânsito.

_O que foi?
_Foi você?
_Eu? O quê?
_Você quem pediu pra sua mãe ir passar uns dias lá no apartamento enquanto estivesse viajando?
_Porque eu pediria isso a ela?
_Porque eu acho que quer que eu divida a cama com você. Não vai pensando que iremos transar a hora que você quiser. Não sou tão fácil assim.
_Não foi o que fizemos lá em Paris? Dormimos abraçados, transamos...
_Aquilo foi uma exceção, não vai se repetir.

Victor soltou um riso alto enquanto voltava a dirigir. 

_Só pode estar brincando.
_Olha pra mim e veja se estou sorrindo?

Ele olhou rapidamente para Priscila, a expressão no seu rosto estava séria, sua pele em um tom avermelhado, talvez por raiva ou vergonha. 

_Priscila...
_Não vai achando que serei sua boneca, Victor – alterou a voz
_Estava demorando... – sussurrou enquanto baixava a cabeça
_E me diz por que diabos não comprou um apartamento maior?
_Baixe o tom – parou em um semáforo.
_Não tem como enquanto você estiver com essa cara de cínico!

Victor jogou o carro para o acostamento, desligando o motor para encará-la. 

_Primeiro, eu jamais pediria a minha mãe para perder o precioso tempo que ela tem com você. Segundo, não preciso de você para aliviar minha tensão, a hora que eu quiser posso transar com qualquer mulher lá fora já que você me liberou daquela cláusula no contrato. 

Enquanto ele falava em um tom alto Priscila se encolhia mais no banco. Estava assustada, já esperando uma boa tapa que iria levar por ter iniciado aquela confusão toda. Não iria baixar a cabeça, não iria deixar Victor lhe domar: 

_É isso o que você quer? Que todos saibam que eu estou sendo chifrada pelo meu marido?
_Não é isso o que quero, mas é o que vai acontecer se você continuar me irritando Priscila! – Respirou fundo enquanto olhava para a rua. Seu tom de voz ficou fraco e rouco. – agora para de chiliques e aceite os fatos. Se não quisesse ter a presença da minha mãe que inventasse uma desculpa qualquer. Ela entenderia.

Permaneceram dez segundos em silêncio apenas um encarando o outro. Victor virou o rosto e ligou o carro e assim permaneceram até chegarem ao edifício. 

_Ainda não respondeu minha pergunta – Priscila puxou assunto ainda no elevador.
_Qual? – Encarou-a
_Porque não comprou um apartamento maior onde tivesse mais de dois quartos de hospedes?

Victor soltou um riso fraco de indignação, não acreditando que tivesse que responder aquilo. A porta do elevador abriu e logo saíram. Assim que pegou as chaves e entraram no apartamento olharam para as malas na sala. Sem pensar em mais nada, Priscila pegou a sua e foi seguindo para o corredor, entrando no quarto de hospedes. Ele a seguiu, pisando firme e lá estava ela abrindo a mala. 

_Não me diga que vai colocar todas as suas roupas aqui.
_Só por hoje – não conseguia encarar ele, continuou pegando alguma camisa larga e uma calcinha.

Ele ficou calado enquanto observava o que ela estava fazendo, contando mentalmente até onde sua paciência segurasse seus impulsos. Impossível. 

_Sabe Priscila, você às vezes me tira do sério. Me trata como se eu fosse te atacar. Seu sexo não é um dos melhores, já peguei inúmeras mulheres muito mais gostosas na cama do que você! Por isso, não se acha muito. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now