Capítulo 25

176 11 0
                                    



Dentro do carro, Priscila e Victor parecia dois desconhecidos, o som no carro quem atrapalhava (ou ajudava) a quebrar aquele silêncio. Ela olhava para a janela, perdida em seus pensamentos e também um pouco curiosa. Já conhecia bastante o mundo dele, mesmo sendo um enigma. Ele sorria enquanto observava com atenção ao trânsito e sentia lapsos em seu corpo ao lembrar que ela estava ali, do seu lado.

Seguiram para um bairro nobre da cidade, casas luxuosas e uma rua pavimentada, poucas pessoas circulando por ela. Victor colocou a seta do seu veículo para direita e reduziu a velocidade, parando de frente para uma daquelas residências. O porteiro já conhecia seu carro e logo abriu os portões. Só naquele momento ele percebeu que ela estava desatenta porque tocava seu ombro e a mesma não respondia e nem prestava atenção em nada. Chamou-a e essa logo virou o rosto assustada. 

_Chegamos – sorriu para ela. 

Priscila olhou para aquela casa luxuosa, assustou-se. Aquilo seria o mundo dele? Onde queria chegar? Pensou em várias hipóteses, uma delas, que ele tinha comprado para morarem juntos. Descartou dessa possibilidade assim que o carro seguiu para um estacionamento e lá continham vários veículos, todos de luxo. Desceu um pouco assustada, sentindo uma das mãos de Victor entrelaçar a sua e guiá-la para uma área. Um homem muito charmoso e com um sorriso perfeito, bem no estilo Ator Global, recepcionou-os. Abraçou Victor, com leves tapinhas nas costas, em seguida apertou a mão dela em forma de cumprimento. 

_Então agora sim estou conhecendo a Senhora Chaves. Prazer sou Jorge. Fui ao seu casamento, mas sei como é. Festa assim nem temos tempo para recepcionar direito os convidados – sorriu mais uma vez, olhando para Victor. – Bem que me disse que ela era linda, tão bonita quanto as composições recentes que você fez. Sua musa inspiradora combina. 

Ela sentiu o rosto corar enquanto Victor permanecia calado. Devia ter confessado em uma das suas noitadas na fazenda onde Jorge lhe fez companhia e juntos secaram garrafas de uísque. 

_Vamos entrar. 

Acompanharam o dono da casa, naquele local estavam muitas pessoas alegres enquanto no som tocava algum jazz. As mulheres, em uma mesa simples, bebendo vinho e conversando, enquanto que os homens em outra, um pouco mais personalizada e carteada, bebiam e fumavam charuto. "O mundo dele" Pensou. Victor sorriu e logo se aproximou da mesa masculina, batendo no ombro de um deles. 

_Cheguei. Agora aceitem que hoje irão perder até seus carros e suas casas na praia.
_Seu safado! – Um deles gritou e levantou-se para cumprimentá-lo
_Mais respeito diante da minha esposa.

Priscila sentiu sua boca se abrir involuntariamente enquanto formulava aquela frase em sua mente. "Minha esposa", nunca tinha presenciado ele dar tanta ênfase na fala como ali. Victor tocou suas costas enquanto se aproximava mais da mesa. 

_Essa é Priscila, minha esposa – apresentou-a.
_Linda demais pra ficar com um cafajeste como você – um dos rapazes falou, arrancando altas gargalhadas de todos.
_Obrigada – baixou o rosto um pouco tímida.

Não sabia bem o porquê ele a levou ali, todos eram simples, porém, bastava sentir o cheiro do perfume para saber que custava uma fortuna. Olhou para trás, aquelas mulheres olhavam, curiosas e observando cada detalhe dela. "Lembre-se que elas são amigas da Carla, Priscila." Pensou. Victor segurou sua mão e levou para a mesa feminina, desejando boa noite e sendo correspondido da mesma forma. 

_Bom, essa é a Priscila, minha esposa.
_Prazer – tentou ser educada com as mulheres.

Conversaram rapidamente algo porque Jorge já gritava para Victor juntar-se a eles e iniciar uma rodada de poker. 

_Vem – puxou-a para ir até a outra mesa.
_Pode ir, eu fico aqui com elas.
_Depois te libero, mas agora quero que venha comigo.

Seguiram para a mesa carteada, os homens riam enquanto terminavam de fumar seus charutos e aguardavam ansiosamente as cartas para serem lançadas. Priscila percebeu que havia uma cadeira desocupada, logo se encaminhou a ela. Foi parada na metade com as mãos de Victor em sua cintura, puxando-a para sentar em seu colo. Olhou assustada para ele. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora