Capítulo 56

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Priscila estava se sentindo entediada naquela festa. Longe de Victor, com saudade da sua cama e como queria estar dormindo naquele momento. Pegou o celular mais uma vez tentando ligar para ele. Chamou até cair na caixa postal.

_Querida? 

Virou o rosto e notou Sandra ali. Estavam na casa da avó dela. Dentro, estavam todos animados, diferente de Priscila que estava na varanda e com o celular em mãos. 

_Oi mãe.
_Nada? – Olhou para o celular.

Priscila suspirou enquanto fazia um gesto negativo. 

_Ele deve estar com a família, assim como você. – Envolveu o braço ao dela – Agora vamos entrar. Sua avó disse que quer todos os netos para a foto. 

Contra sua vontade, entrou. Suzy não parava de falar da última viagem que Rebeca fizera, mesmo com a filha ali, continuava em falar da faculdade e da festa de formatura. 

Rebeca estava elegante, com um sorriso perfeito. Não era tão arrogante quanto à mãe, ainda possuía de uma humildade herdada do pai. Alguns momentos rolava os olhos ao ver que a mãe iria pedir para falar sobre suas conquistas. 

_E você, Priscila, não pensa em fazer faculdade e ser alguém assim com minha Rebeca?
_Não tia. Estou bem.
_Também pudera, com um marido rico daquele. – Os demais da família riram.
_O dinheiro é dele, tia, não meu.

Naquela noite, todos perguntaram por Victor. Priscila apenas dizia que preferiu deixá-lo comemorando com a família como sempre fizera. Após o jantar tentou ligar mais uma vez, sem chances. Decidiu curtir um pouco com a família, sabia que ele estava bem. 

Voltaram para casa e Ícaro logo se recolheu, beijando a filha e seguindo para o quarto. Sandra ainda sentou no sofá ao lado dela. 

_A festa estava bem organizada.
_Também achei mãe.
_Suas tias perguntaram se o Victor viria para o réveillon.
_Ele não vem – suspirou triste enquanto olhava para o celular.
_Ele não retornou?
_Não – Ergueu o rosto um pouco triste. Ouviu a mãe fazer um riso fraco.
_Ah recém-casados, basta ficar um dia longe para a saudade bater. Logo isso tudo passa e estarão juntinhos – Levantou-se. – Vou me deitar que amanhã ainda teremos que voltar pra casa da sua avó por conta do almoço.

Se aquele aperto no peito que estava sentindo fosse apenas saudade, Priscila iria agradecer internamente. Algo lhe dizia que tinha algum erro ali naquela história dele não atender o celular. Decidiu voltar pro quarto, tentar esquecer e dormir. 

***

Victor ainda estava estático olhando para Renata. 

_Que pergunta Renata. Sim, eu a amo.
_Não parece. Não depois do que fez ontem. – Tirou os olhos do jardim para encará-lo – Como você pode se deixar levar e ficado bêbado? Victor, ontem você fez coisas que eu achei um absurdo. Encher a cara e se comportar como um solteiro qualquer? Isso não é a sua cara, nunca foi. Notei que bastou ver essa sua ex-namorada para perder todo o sentido.
_Eu não amo mais a Carlinha.
_Tem certeza? Porque ontem me mostrou totalmente o contrário. Sei que conselho nunca é bem-vindo, mas siga o meu. Se ama a Priscila, demonstre, não na frente dela que tenho certeza que faz isso sempre, mas quando estiver longe, com ações. Não é uma aliança no seu dedo que demonstra o respeito, mas sim suas atitudes.

Victor entendeu mais ou menos o que se passou na noite anterior. A sua ultima lembrança foi beber algo no copo de Carla e sentado na mesa com os amigos. A amiga estava certa, o jeito era se afastar de eventos onde a ex-namorada estivesse. Aproveitou o momento de silêncio para refletir. Sim. Amava Priscila, amor igual nunca havia vivido, mas em alguns momentos sentia uma impaciência pela situação pela qual estavam enfrentando. Trabalho, família, amigos, ex-namoradas. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now