Capítulo 61

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Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar

A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
Os erros vão sempre estar aqui

(Lucas Lucco – Destino)

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Victor estava em sua sala, aguardando Tatiane chegar para fazer as fotos e em seguida a reunião que teria com o pessoal da banda. Lembrou-se da noite anterior, de Priscila lhe negando. Aquilo estava vivo em sua mente, doía cada vez que se lembrava. Reconhecia o mal que fizera àquela pobre garota desde quando a conheceu até os últimos tempos que estavam juntos. Tinha que admitir que era um vilão.

O telefone tocou, rapidamente ele atendeu. 

_O que foi Emma? – Naquele dia seu mau humor estava visível para todos.
_Victor, o porteiro ligou e pediu para que fosse lá ao estacionamento.
_Você sabe o por quê?
_Acho que é sobre sua esposa.

Lembrou-se de Priscila, havia pedido para o porteiro barrar a entrada dela, mas aquilo foi quando descobriu que sua esposa e o ex-empresário estavam se encontrando. Levantou-se e foi até o estacionamento, durante o caminho tentava prender o riso por notar que tinha se esquecido de tirar aquela ordem que havia colocado. De longe já pode vê-la batendo um dos pés. No rosto, uma expressão de raiva e quando notou que ele vinha se aproximando o fuzilou com um olhar. 

_O que está acontecendo aqui? – Indagou tentando fazer uma expressão séria no rosto.
_Victor, o senhor havia pedido, em janeiro, que eu impedisse da entrada da sua esposa.

Victor olhou para Priscila, a conhecia e já sabia quais eram seus pensamentos para aquele momento. 

_Sim, eu fiz esse pedido, mas eu esqueci de retirá-lo – aproximou-se delas. – A partir de hoje Priscila já pode voltar a frequentar o escritório. – Olhou para elas – Vamos? 

Seguiram para a área interna. Durante o caminho Priscila sussurrou: 

_Você me paga, Victor. 

Ele fingiu não ouvir, mas olhou de esguelha e viu Tatiane tentando segurar o riso. Subiram até a sala dele, ao entrar ouviu a porta sendo fechada com força, Priscila estava descarregando a raiva para não estapeá-lo. Foi na direção dele em passos largos: 

_PORQUE FEZ ISSO? – Alterou a voz.
_Desculpa Priscila. – Já esboçava um sorriso enviesado
_TIRA ESSE SORRISO CÍNICO DA CARA, VICTOR! – Ela já estava nervosa – VOCÊ ADORA ME ESTRESSAR, NÃO É?
_Calma e baixa o tom. Emma não precisa ver seu lado barraqueiro – ouviu Tatiane dar uma risada baixinha.
_Como quer que eu fique tranquila se o porteiro queria me barrar na entrada? Claro, não foi você quem passou vergonha. – Olhou para o teto pedindo toda a paciência.

Victor queria explicar, mas sentia vontade de colocá-la no colo, enchê-la de beijos e abraços para acalmá-la. Olhou ao redor da sala, tantas lembranças vieram em sua cabeça e queria reviver cada uma delas. 

_Bom, eu não vou ficar aqui ouvindo e vendo a DR de vocês. – Tatiane seguiu até a porta, virando-se rapidamente – Victor, onde fica a sala do Leo?
_Pede informações pra Emma, a minha secretária.
_Ok. Vou pra lá, quando terminarem tudo, me procurem. – Saiu da sala.

Agora estavam apenas eles ali. Priscila evitou manter contato direto com os olhos, ficou andando devagar por aquela sala. Victor se encostou à mesa e ficou admirando-a. Cruzou os braços enquanto decorava, mais uma vez em sua mente, o jeito de como ela se vestia, usando uma camisa um pouco larga, a calça jeans que mostrava bem a curva no seu quadril. Seu cabelo preso em um rabo de cavalo o fez lembrar-se de quando transaram naquela sala, a força que sua mão o envolveu enquanto os corpos se colidiam e os gemidos eram altos. Tornou a realidade com um gosto amargo na boca, agora estavam assim, cada um em seu canto, com medo do toque, das palavras e das agressões verbais. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now