Nosso Destino Traçado [Completo]

Capítulo 05

Victor preferiu deixar Priscila à vontade, não queria machucar os seus sentimentos ao dizer que a garota não fazia seu tipo. Observou o jeito que ela olhou quando entraram no quarto, queria ter algo a mais, mas pelo bem de todos, ele recusou.

Assim que fechou a porta e sentou-se no sofá ficou pensativo. Ela era uma boa pessoa, gostava da sua companhia, mas como sentir atração? Estava ficando difícil, sabia que iria chegar uma hora onde teriam que conversar, falar brandamente sobre o que sentiam. Para ele, não se imaginava tendo alguns momentos de prazer com ela. Queria mesmo era deixar a situação assim, seria por pouco tempo, logo passariam aqueles meses e ele daria fim naquilo tudo e quem sabe ao final da história ganharia a sua amizade.

Após deitar naquele sofá, o sono logo surgiu e Victor só veio acordar pela manhã. Ligou para a recepção do hotel e pediu que o café fosse entregue no quarto. Aguardou e enquanto isso foi ao banheiro, mas para passar por ele teria que entrar no quarto e isso seria invadir a privacidade de Priscila. Não teve outro jeito e assim ele arrastou aquelas duas portas bem devagar, não queria acordá-la caso ela ainda estivesse dormindo. Sim, Priscila estava deitada, não usara o lençol, porém estava encolhida, abraçando a si mesma, deixando assim Victor sentir arrependido por ter deixado-a sozinha. Poderiam passar a madrugada conversando, assistir algum filme que passava na TV. Medo! Era isso o que ele tinha assim que na sua mente veio a imagem dela ao lado das fãs, na saída daquela casa de show. Era justamente isso o que ele queria ter, distância das fãs, não queria abrir seu mundo para elas e verem o seu lado não-famoso.

Foi ao banheiro, fez sua higiene matinal, em seguida aproximou-se mais e sorriu, Priscila era bonita, o que lhe faltava era apenas um bom banho de loja. Agachou-se para tocar o braço dela e tentar acordá-la. 

_Priscila – sussurrou. 

Aos poucos ela foi acordando e abriu devagar os olhos, deixando-os semicerrados. Ficou sem jeito diante da presença dele, logo imaginou que estava descabelada e com a cara amassada por ter dormido com a mão sob seu próprio rosto. Sentou-se na cama olhando para os lados, ele apenas observava todos os movimentos dela. 

_Que horas?

_Onze e quinze

_Meu Deus! – Colocou a mão na boca – dormi isso tudo?

_Acho que sim. Mas já soube que seu voo só sai às três da tarde, ainda dá tempo de tomarmos o café pelo menos – ouviu alguém bater na porta.

Enquanto Victor foi atender a porta, Priscila correu para o banheiro. Olhou-se no espelho e deu um jeito no cabelo. Não queria aparecer feia diante dele, se bem que depois do que não houve naquela madrugada foi o suficiente para entender que entre eles nada iria acontecer. 

Assim que saiu passou pelo quarto, indo para a sala. Victor já estava tomando seu café, às vezes ele fazia uma expressão séria – como a que estava agora – e a deixava com certo receio até de se aproximar. 

_Sente-se e tome seu café. 

Timidamente Priscila sentou-se. Podia ter vindo de família humilde, mas sabia como se comportar em situações como essa. Enquanto se servia com uma xícara de café, Victor iniciou a conversa, acabando com aquele silêncio estranho:

_Sei que suas amigas irão te encher de perguntas sobre como foi a nossa noite. Pode dizer que não te deixei em paz e que você teve o melhor sexo da sua vida. 

Priscila se engasgou com o café, recebendo tapinhas nas costas. 

_Está bem?

_Sim. – baixou a cabeça.

No mesmo momento, Victor olhou assustado para ela. Priscila podia ter lhe escondido coisas que a hora certa tinha que ser ali para serem confessadas.