Capítulo 14

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Chamando todos os palavrões que vinham em sua mente, Priscila acabou pegando uma daquelas camisolas. Vestiu-se rápido e se deitou, enrolando-se no lençol. Ainda ouvia a música tocando, as pessoas conversando. 

Sabia que se ficasse mais um pouco naquele evento iria ter mais raiva de Victor. Agora com o corpo relaxado e um pouco mais calma lembrou-se de Carla, aquela mulher seria uma peça no jogo bem difícil de derrubar, não estava ali para brincar, iria tentar de todas as maneiras tirar Victor. Se não o amava, porque ainda gostava de brincar com os sentimentos dele? Assim ela pensou. 

Ouviu a porta do banheiro ser destrancada e imediatamente se virou para o lado oposto. Victor soltava o ar pesadamente, podia sentir que estava estressado. 

Victor colocou a cueca e a parte de baixo do pijama praguejando mentalmente Priscila por ter mexido consigo e sendo assim ele ter que tomar um banho gelado para acalmar os ânimos. Trocou-se e logo apagou a luz, puxou o lençol com força e deitou-se. Não teve sucesso no seu plano, Priscila era forte e soube inverter o jogo quando entraram naquele quarto. Diferente daquela mulher que todos agora a chamavam de "sua esposa" em seu pensamento veio Carla, o olhava tão intensamente, talvez não acreditando que ele estava ali, casado e ao lado da noiva. Confessou para si mesmo que fingiu estar bêbado para esconder sua reação de vê-la ali, ainda continuava linda e radiante. Em meio a pensamentos sentiu o sono invadir seu corpo e dormir, mas logo acordando pela madrugada ao sentir a mão de Priscila em seu abdômen. Ligou o abajur e ficou observando-a dormir. Só assim, desacordada, para esquecer que era uma mulher difícil, que não baixava a cabeça diante das coisas que ele falava. Nesse momento, Victor sentiu saudade do tempo em que ela era a garota bobinha e inocente que lhe dava inúmeros conselhos. 

_Eu quem causei tudo isso. Culpa minha, somente minha – sussurrou. 

Antes de desligar o abajur percebeu que o lençol estava coberto até a cintura dela, deixando o colo à mostra. Sentiu sua própria respiração ficar ofegante quando percebeu que aquela camisola só cobria os seios dela, revelando na transparência que tinha a pele macia. Desligou o abajur rapidamente e virou-se lhe dando as costas para poder se controlar, o que fora pior. Priscila mexeu-se ainda em um sono profundo e se aproximou mais. 

_Meu Deus, até quando vou suportar isso? – Olhou para o teto enquanto sentia o corpo dela próximo das suas costas. 

Priscila acordou e ficou por algum tempo na cama, estava por fora e nem sabia sequer que horas eram. Olhou para Victor dormindo, logo se lembrando de Carla, sua boca veio o amargo só de lembrar-se daquela mulher. Levantou-se e foi logo para o banheiro, tomando um banho demorado e logo se trocando, não sabia que horas iriam viajar para a lua de mel, preferiu colocar um vestido simples e saiu para a cozinha. Estava andando devagar, Marisa estava tomando café, sorriu ao vê-la ali. 

_Levantou cedo.
_Nem sei a hora certa.
_Bom – olhou para o relógio na parede –, ainda são nove e quinze da manhã.
_Então vou tomar café bem devagar, quero aproveitar o momento – sentou-se.

Enquanto colocava o café na xícara Marisa observava cada traço daquela menina. Estava estranho, achou que os noivos iriam acordar tarde, já que a viagem seria pela tarde. Paula apareceu na cozinha e assim como a mãe, fez uma expressão assustada ao ver Priscila ali. 

_Pensei que fosse querer dormir até tarde.
_Não consegui. Acho que ainda tenho o meu relógio biológico de quando trabalhava – sorriu timidamente.
_E aí, como foi ontem? Aproveitou e usou uma das camisolas que compramos? – Paula sorriu maléfica.

_Paula! Olha os modos. – Marisa olhou diretamente para a filha enquanto repreendia-a. 

_Ué, mas não é isso o que acontece entre os casais na noite de núpcias?

Priscila sorriu mais uma vez e após tomar um gole do seu café respondeu: 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now