Capítulo 63

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"Tudo era mentira
E você quis pagar pra ver
Sei que é a hora
Hora de dizer adeus

Vai me perdoando
Esquece aqueles planos
Tudo o que eu te prometi
Sei que é difícil encarar que seja o fim
Mas vai me perdoando enfim"

(Victor e Leo – Vai Me Perdoando)

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Março

Priscila...

Meu celular ou talvez o do Victor estava apitando. Vez outra ele alertava algo que tínhamos que visualizar. Aquele barulho já estava ficando insistente quando decidi pegar meu aparelho perto do abajur. Com os olhos semicerrados – e praguejando quem quer que estivesse me incomodando – observei o que tanto alguém queria.

Hoje está fazendo um ano que nos casamos! 

Algumas fotos que nos marcaram no Instagram, todas minhas ao lado de Victor. Mensagens lindas que me deixaram bastante emocionada. Sim, eu li todos aqueles textos, olhei cada foto, algumas eram montagens com várias, em cada momento que passei ao lado dele em um ano. Só ali percebi que havia se passado tão rápido. Vivi em um ano tudo o que em toda minha vida eu não havia vivido. 

Fiz uma retrospectiva na minha cabeça. Fui do inferno ao céu, chorei, me exaltei, descobri o amor, sofri, mas tudo havia valido a pena. Senti-me vitoriosa! Eu, uma mera fã, que antes se passasse na sua frente receberia apenas um "Olá, prazer em revê-la" agora ouvia da boca do meu ídolo um "eu te amo". Eu era a prova viva de que tudo pode acontecer, sua vida pode mudar em menos de um minuto. Foi assim que a minha mudou, no primeiro minuto em que nossos olhares se cruzaram e eu o abracei.

Devo lembrar também que amadureci. Antes eu era uma boba, ingênua, que aceitava qualquer coisa que me aparecesse na vida, que não corria em busca dos meus sonhos. Hoje, sou uma mulher decidida, sei como e quando é o momento certo e entrar e sair, de iniciar e parar uma discussão. Eu mudei, mas para melhor. Foi preciso as pancadas da vida, conviver com Victor, para aprender a me posicionar e me amar antes de qualquer coisa. 

Ele se mexeu na cama, resmungando algo inaudível enquanto seu braço que estava me envolvendo apertava mais, estreitando nosso espaço. Sentir sua respiração na minha nuca era a melhor sensação, saber que ele estava ali era a paz que eu tanto almejei. Olhei por cima do meu ombro, Victor dormia, sua expressão serena, seu cabelo emaranhado, aquela barba por fazer, fiquei o admirando por longos minutos. 

Voltei a olhar meu celular, algumas mensagens no meu Facebook, de algumas fãs dele, felicitando e desejando tantas coisas boas, estava extasiada com aquilo tudo. Guardei o aparelho e me acomodei no travesseiro, ainda era 6h da manhã, na noite anterior viramos a madrugada com risos e algumas horas de prazer. Fechei os olhos e logo senti um sono fora do comum me levando para aquele sonho que há meses não tinha. 

Eu caminhava pelo jardim, o sol não queimava, só aquecia mais a minha pele. Fechei os olhos e me deitei naquela grama. Ao abri-los já não estava mais ali, estava deitada em um divã. Meus olhos percorreram aquela sala, era de uma tonalidade marrom. Em uma estante tinham vários livros que faziam uma carreira do teto ao chão. As cortinas fechadas impediam de ver aquele céu ou o que tinha fora daquela sala. Tinha uma pessoa sentada na cadeira que estava bem perto de mim, sentei-me rapidamente quando reconheci aquela mulher. 

_Marisa? – Estreitei mais meus olhos. 

A mãe de Victor estava ali, olhando bem séria para mim. Traguei minha própria saliva quando senti que a nossa conversa seria bastante turbulenta. A minha sogra tinha tristeza nos olhos quando sussurrou: 

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