Capítulo 57

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Janeiro...

Victor abriu a porta da sua sala. Priscila estava dentro dela. Fez um sorriso bobo ao vê-la girando na sua cadeira como uma criança. Assim que notou a presença dele parou, devolvendo o sorriso na mesma intensidade. 

_E aí, como foi a reunião?
_Cansativa. Sai do meu lugar. – Aproximou-se da mesa.

Colocou um papel que trazia consigo sobre a mesa, esperando Priscila levantar-se da sua poltrona e em seguida sentar nela. Enquanto ligava para alguém e conversava sobre trabalho ela pegou o papel e ficou lendo. 

Janeiro estava começando bem. Ficaram alguns dias na casa dos pais de Priscila. Ainda foram a um churrasco da família dela. Victor foi benquisto por todos. Sua simpatia e humildade era o assunto entre as rodas de conversa. Voltaram para Uberlândia por causa daquela reunião que Leo havia marcado. 

Victor não queria admitir, mas voltar à cidade era lembrar-se da sua família que estava se divertindo na fazenda do irmão. Ele não tinha vez ali, não era seu lugar, onde sua esposa não era bem aceita ele também não. Assim pensou. Precisava organizar alguma viagem para fazer com Priscila, seria no país mesmo, algum hotel fazenda ou uma casa de praia. Pesquisou algumas no nordeste, mas depois conversaria com ela para juntos tentarem algum acordo que favorecesse ambas as partes. 

Priscila notava a tristeza no marido. Inúmeras vezes o pegou com olhar distante, pensativo, cabisbaixo. A culpa era sua? Ele abdicara de viver ao lado da família para viver com a que ela tinha. Achou errado, no mesmo instante sentiu arrependimento, Victor não merecia ter uma mulher tão leviana como ela. 

Ele desligou o telefone com um sorriso, olhando para ela. 

_Pronto, agora sou todo seu.
_Essas cidades são os próximos shows que irá fazer?
_Sim.
_Mas já tem data definida?
_Ainda esse mês. Como são poucas cidades, aceitamos. Depois disso, férias.

Priscila levantou-se, acercando-o e sentando no colo dele. 

_Já tem um lugar certo para passar as férias?
_Temos que decidir isso. Pode ser uma segunda lua de mel. O que acha?
_Legal. – "Irei aproveitar cada segundo com você. Talvez sejam os últimos" Pensou enquanto suspirava.
_Está pensando em algo?
_Não. Esquece. – Levantou-se.
_Então vamos logo pra casa. Quero aproveitar ao máximo com você.

O celular de Priscila apitou. Leu rapidamente a mensagem. Sua expressão no rosto mudou, ficando um pouco séria. Estava nervosa, precisava ter pensamento positivo, iria dar certo – assim como dera nas outras vezes. 

_Pode ir na frente pra casa.
_Como? – Victor olhou incrédulo, logo fazendo um sorriso malicioso – Seu chefe está te liberando, mas se quiser fazer hora extra aqui será maravilhoso. – Aproximou-se dela, passando as mãos nas costas, descendo para alisar a região glútea – Vou adorar repetir a dose aqui na sala.
_Não é isso Victor. – Empurrou-o de leve. – Eu... tenho um compromisso.

Victor lançou um olhar intrigante. Notou que ela estava nervosa, sem ter contato visual, quase tremendo. 

_Então qual é o compromisso? 

Ela demorou alguns segundos procurando uma resposta convincente. 

_A Tati. Ela quer me ver.
_Então vamos. Eu te levo.
_Não! – Contestou.
_Por quê?
_Nós vamos sair e...
_Posso ir junto.
_Vamos ao shopping. Se quiser ir, ok, mas vai ter paciência.

Ele olhou para ela, algo ainda estava estranho naquela história. 

_Tudo bem. Eu te deixo no shopping então. 

Saíram do escritório direto ao shopping. Ele olhava de esguelha, Priscila tinha as mãos em cima das pernas, mexendo uma na outra enquanto olhava para todos os lugares que passavam. Nunca tinha visto sua esposa assim. Sorriu internamente ao imaginar que fosse alguma surpresa que ela estaria bolando. Uma lingerie nova? Um encontro de repente, mais uma de suas fantasias que ele gostava quando realizava? Adorava esse lado espontâneo que ela tinha, sempre o surpreendendo com seu jeito ousado nas horas certas. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now