Capítulo 49

112 11 0
                                    



Victor acordou, porém, permaneceu com os olhos fechados. Dormiu bem após toda a conversa com Priscila, ela era seu remédio, sua paz em dias turbulentos, a calmaria que ele sempre procurara.

Tateou pela cama e notou que estava vazia. Fez um risinho bobo, iria procurá-la onde quer que estivesse e lhe encher de beijos torturantes por tê-lo deixado sozinho naquela cama imensa. Fez sua higiene matinal e suspirou, logo teria que ir ao escritório para decidir o que fazer. Passou pela sala, olhando ao redor e notando um silêncio estranho, foi até a cozinha, deu bom dia a Geane. 

_Sabe onde está Priscila?
_Priscila foi ao escritório.

Victor sentiu um baque no peito, um medo lhe acometeu. Quase se engasgou com o café que estava tomando. 

_O QUE ELA FOI FAZER LÁ?
_Eu não sei Victor. – Geane ficou um pouco tensa ao notar que ele estava alterado. – Ela nem tomou o café da manhã direito, já foi se levantando e saindo.

Antes mesmo que a empregada terminasse a frase, Victor pegou o telefone apertando firme nas teclas e aguardando alguém atender. Chegava a ouvir os batimentos cardíacos do próprio coração, sua respiração ficar desregulada e várias coisas passando em sua cabeça. Não deixou Emma falar: 

_Emma aqui é o Victor.
_Victor?
_Me diga uma coisa, Priscila está aí?
_Sim, ela chegou bem cedo e está na sua sala.
_Obrigado. – Desligou sem ao menos ouvir o que ela tinha a dizer.

Voltou à cozinha, colocando a xícara de volta no balcão e saindo em passos largos até o quarto, entrando no banheiro e tomando o banho mais rápido da sua vida. Não conseguia entender porque ela fora até o escritório, não gostava de saber que estaria se metendo no seu trabalho, aquilo era função dele. Enquanto se vestia lembrou que ela e Leo ainda não tinham se visto depois da confissão. 

Pegou as chaves, documentos e foi para o escritório. Onde Priscila estava com a cabeça ao tomar atitudes sem consultá-lo? Sua mente trabalhava enquanto dirigia, sua mente estava longe, mas seu corpo no piloto automático já sabendo bem o que fazer naquele trânsito. 

Não teve tempo de desejar bom dia a ninguém, subiu direto para sua sala. Emma lhe deu um sorriso tenso, talvez por ver a expressão séria no rosto dele, mas Victor não ligou muito e abriu a porta bruscamente. Priscila estava sentada em sua poltrona, falando ao telefone enquanto olhava para a tela do computador: 

_Claro que entendo, fizeram o certo, mas peço encarecidamente que reveja os conceitos, analise, e assim iremos resolver e fazer um bem para ambas as partes... – Olhou para a porta. 

Victor apressou os passos, estava nervoso e sem entender nada do que ela estava fazendo. 

_Sai já daí e desliga esse telefone. 

Priscila fez um gesto para que ele parasse de falar e aguardasse ela finalizar aquela ligação. Continuou tentando negociar: 

_Sei que quase teriam prejuízo, mas estou lhe informando que não temos mais ele na nossa equipe, o e-mail foi falso... Entendo, a nossa assessora confirmou, mas... – Colocou a mão na cabeça – Ótima ideia! Concordo plenamente com você. Obrigada por nos entender. Abraços. 

Desligou o telefone o olhando, Victor ainda permanecia em pé. No olhar, buscando satisfações com a sobrancelha levemente arqueada. 

_O que está fazendo aqui? 

Onde estava o Victor da noite anterior, lhe entregando todos os pontos e pedindo carinho? Estava com receio da mudança dele. 

_Calma Victor, eu posso explicar.
_Pois então explique. – Espalmou as duas mãos na mesa. – O que te fez parar aqui na minha sala e tentar agir como se estivesse no meu lugar?
_Venha, vamos para o sofá.

Priscila levantou-se e Victor tivera que tragar a própria saliva. Ela estava usando uma saia social, um pouco acima do joelho, uma camisa também social de cor clara. Seu cabelo estava preso a um rabo de cavalo, uma maquiagem leve, um batom quase no tom nude. Em meio aos seus problemas naqueles dias sequer notara a beleza da moça. Uma das mãos dela tocou a sua e ele logo sentiu um incômodo no seu jeans, precisava se acalmar e focar no que estava querendo. Assim que sentaram, o olhar caiu para as coxas dela enquanto a mesma cruzava as pernas. Aquela sala era um bom lugar para se fazer amor. "Calma Victor, Priscila precisa lhe dar satisfações." Pensou. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now