Nosso Destino Traçado [Completo]

Capítulo 38

Geane achou o vidro de chá de camomila. Sabia o motivo do desespero de Priscila.

_Procura se acalmar Pri, isso não vai te fazer bem... 

Só ali, naquele momento, notou que o silêncio se instalara no ambiente. Ao virar-se ela não estava mais no banco, a casa ainda estava silenciosa. 

_Priscila? 

Andou até o balcão, achou Priscila estirada no chão. A pele em uma tonalidade branca, sem cor, sem vida. 

_VICTOOOOR! – Gritou desesperada. 

Victor estava terminando de fechar os botões da camisa, se olhando no espelho. Agira de maldade ao falar aquilo tudo, amava aquela mulher, mas ser enganado seria um processo lento até o perdão. Ouviu o grito da empregada, sentiu uma dor no peito, o motivo daquele desespero da empregada era Priscila. Correu até a cozinha, Geane estava no chão, dando leves tapinhas no rosto de Priscila que estava desacordada, sua pele estava pálida, deixando Victor assustado. 

Só em pensar que perderia aquela mulher, seu coração batia descompassado. Esqueceu-se de tudo o que aconteceu para se aproximar, deitando perto do corpo, segurava o pulso, checando os batimentos, estava fraco, ela estava cada vez mais fria. 

_Priscila, por Deus, acorda! 

Seus olhos marejaram e duas lágrimas caíram timidamente. A garota ali deitada, jogada no chão, era a sua esposa, o grande amor da sua vida. Precisava se acalmar, achar uma solução, mas nada vinha em sua mente, só a vontade de chorar e o remorso lhe corroendo por tudo o que dissera a ela. 

_Me ajuda a levá-la para o sofá. 

Victor levou-a nos braços até a sala, colocando-a deitada no sofá. Geane pegou várias almofadas, erguendo o pé de Priscila e colocando sobre elas. Pegou um papel e ficou abanando perto do rosto. Victor já não sabia mais o que fazer, cada vez mais ia perdendo Priscila, já não estava sentindo o coração dela bater, ouviu o próprio choro. Já não ouvia nada do que a empregada lhe falava, só queria sua esposa de volta e faria diferente. Levantou-se tentando segurá-la nos braços. 

_Vou levá-la ao hospital.
_Espera... Ela está voltando.

Priscila abriu os olhos, deixando-os semicerrados. Ainda não tinha voltado por completo, estava com o olhar morteiro, encarando o teto, sem responder nem com o corpo. 

_Priscila, volta. Por favor. – Sentou-se no sofá, colocando a cabeça dela em suas pernas, passando a mão no rosto. 

Ela ainda ficou paralisada por alguns segundos, em choque. Geane já não sabia o que fazer, passou em sua mente até ligar para emergência, Victor não teria condições de dirigir naquele estado. Agachou-se perto do sofá, pegando no pulso dela para sentir, estava fraco, porém, bem melhor do que quando Victor checou. Olhou para o patrão, ele estava pálido, as mãos trêmulas, desesperado. 

_Ela não está voltando Geane – sussurrou
_Calma Victor, ela vai voltar – bateu levemente no rosto dela. – Priscila acorda.

Priscila inspirou rapidamente, piscando os olhos duas vezes e com um olhar assustador. Victor respirou fundo, olhando para o teto e mentalmente agradecendo a Deus. Passou as mãos no rosto dela. 

_O que aconteceu? – Falou quase inaudível.
_Depois te explicamos, o importante é que está bem. – Geane sorriu.

Victor não queria dar o braço a torcer, ergueu a cabeça dela de suas pernas, saindo do sofá e colocando uma almofada para ela se acomodar melhor.

_Geane, pode vir aqui só um instante?