Capítulo 12

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"Há uma porta que um de nós vai ter que abrir
Há um beijo que ninguém vai impedir..."
(Fabio Jr. - Sem Limites Pra Sonhar)

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Victor ficou inquieto, Priscila percebeu ao ouvir o nome daquela desconhecida.   

_Pouco me interessa se ela voltou ao Brasil. Nem a considero.
_Mas nós vamos convidá-la, Victor! – Paula insistia – A mãe dela sempre está frequentando as nossas festas, seria praticamente impossível ela não vir.

Marisa olhava para Paula tentando pedir para ela parar. Sabia que Priscila estava desconfortável ali. 

_Vamos esquecer isso de convites e convidados. Que tal falarmos sobre a Igreja? 

_Quem disse que vamos nos casar na Igreja? – Victor olhou para todas ali.

Dessa vez foi preciso Priscila encará-lo: 

_Primeiramente você tem que me perguntar Victor.
_Não pense que vou ceder aos seus caprichos, Priscila.
_Isso não é capricho, sou como qualquer outra mulher que sonha em casar na igreja.
_Fique com seu sonho bem longe de mim – acomodou-se mais na cadeira. – Quero esse casamento aqui na fazenda.
_Mas como? – Paula olhou ao redor. – Victor, você enlouqueceu?
_O casamento é meu, Paula. Se não quer ajudar então não se mete.

_Vamos parar com isso vocês dois – mais uma vez Marisa interveio. – Estão se comportando como dois adolescentes. Victor tem certeza que não quer em outro local?
_Não. Quero aqui, montamos uma estrutura, chamamos um juiz e pronto. 

Priscila estava boquiaberta. Victor mudara da água para o vinho, agora voltou a assumir sua postura de homem chato e sério, longe daquele que na noite anterior gargalhava e a acariciou antes de dormir. 

_Quer saber? Decidam aí, não entendo nada desse negócio de casamento – levantou-se. – Também não estou com saco pra ouvir essas coisas. 

Victor saiu e foi para o quarto. O silêncio surgiu, Priscila sentia vontade de chorar, não estava acostumada o ouvir falar naquele tom diante das pessoas. 

_Você também né Paula? – Marisa repreendeu-a – Quem mandou dizer que a Carlinha estava na cidade?
_Mais cedo ou mais tarde ele iria saber. Não tenho culpa se entre eles ficou algo mal resolvido.
_Paula!
_Estou mentindo mãe?
_Não precisa falar essas coisas diante da Priscila!

As duas olharam para ela. Estava quieta, observando a conversa. 

_Tudo bem Dona Marisa, não ligo muito para isso.
_Não são o que seus olhos dizem.
_Quem é essa garota?
_Ninguém que seja importante.

Marisa mexeu no papel e ficou escrevendo, Paula voltou ao assunto. 

_Você precisa saber, Pri.
_Não começa Paula – Marisa olhou para ela.
_Não vou deixar a Priscila perdida no assunto – olhou para a cunhada. – Carlinha e Victor já tiveram um lance no passado, aí ela foi morar no Canadá e ficou por lá. Mas desencana que isso foi no passado. Ela casou e tem filhos.

Priscila não conseguiu responder, ficou com o pensamento trabalhando. Ajudou Marisa com algumas dicas, não imaginou que seria tanta coisa, estava perdida só de imaginar. 

_Vá descansar, Priscila. Acho que por hoje é só. 

_Com licença – levantou-se.

Seguiu direto para o quarto em passos largos, abriu a porta do quarto dele sem cerimônia alguma. Se fosse para ele lhe fazer de besta, iria cortar antes que tudo se formasse em uma bola de problemas. 

Victor estava ali deitado com o antebraço apoiado no rosto, escondendo a claridade que aquela tarde oferecia. Ao ouvir a porta olhou para ela, Priscila estava na beira da cama com os braços cruzados. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now