Capítulo 23

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"I can't keep up with your turning tables
Eu não posso acompanhar as suas reviravoltas,
Under your thumb, I can't breathe
Sob o seu controle, eu não consigo respirar
So I won't let you close enough to hurt me, no
Então eu não vou deixá-lo perto o suficiente para me machucar, não"

(Turning Tables – Adele)


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Victor jogava poker ali na mesa, dando altas risadas, esquecendo-se do mundo. Deixou Carlinha sentada em seu colo, ela era boa nas jogadas, o ajudando, vez outra pegando o copo de uísque e levando até sua boca. Velhos tempos em que após toda aquela noitada entregavam-se um ao outro, sem pensar em mais nada, porém, agora ele tinha uma esposa o esperando em casa. Terminou a jogada e levantou-se.

_Tenho que ir – lembrou-se de Priscila.
_Mas já, Victor? Fica um pouco mais – Carlinha passou a mão no peito dele.

Aquilo estava sendo estranho, ele não estava à vontade com aquela mulher, não era mais ela quem lhe domava. 

_Eu tenho que ir, a Priscila...
_E eu achando que já tinha desistido de chamar atenção – rolou os olhos com desdém. – Fica. Olha, será que não pode se dedicar essa noite a quem realmente te ama?

Victor ficou parado, observando-a. Era linda, elegante, mas não eram essas qualidades que seu coração queria para uma mulher, só queria alguém que o amasse de verdade. 

_Nunca nos amamos.
_Para com isso, Vi – aproximou-se mais dele.
_Estou falando a verdade, Carla – a moça ergueu o rosto assustada. Victor quando a chamava pelo nome era porque algo estava sério. – O que sentíamos um pelo outro era obsessão, sentimento de posse, não vejo isso como amor.
_Me desculpa, mas então se está falando isso tenho que admitir que eu amei por nós dois, Vi. Ainda te amo.

Antes que Victor falasse algo alguém o puxou para a mesa, cantaram parabéns e entre boas brincadeiras e risos, ele soprou as velas. Lembrar que Priscila o esperava deixou inquieto, sem jeito. Pediu licença a todos e se foi. 

Só percebeu a hora quando olhou no painel do carro, eram exatamente 1h53min da madrugada. O edifício onde morava nunca fora tão distante, agora seu coração bombeava mais rápido. Qual desculpa iria usar para que ela acreditasse? 

Assim que o elevador parou no andar ele sentiu uma batida forte, alguém estava ouvindo música em um volume bastante alto. Seus vizinhos eram todos calmos e tranquilos, estranhou, mas foi quando se aproximou do seu apartamento que entendeu que todo o barulho viera dali. Pegou as chaves e logo abriu a porta, o som ficara mais alto assim que entrou, foi logo desligá-lo. As luzes ainda estavam acesas e assim que se virou colocou logo a mão no peito esquerdo. Priscila estava dormindo no sofá, de costas para ele. Todo o álcool em seu suas veias se dissipara ao ver a cena, ela lhe esperou tanto que preferiu dormir. Em passos largos foi até o sofá, se ajoelhando no chão para puxá-la pelo ombro. 

_Priscila, acorda. 

A moça apenas sorriu, estava com o corpo mole, com os olhos semicerrados. 

_Oi! – Sorriu debilmente. 

Ali Victor percebeu que havia bebido, já estava risonha, mais uma vez olhando para o teto. 

_Vem. Acho que precisa de uma boa cama. 

Segurou-a nos braços e foi para o quarto, colocando-a delicadamente na cama, tirando o cabelo que estava no rosto. 

_Adoro quando você faz sexo comigo – a voz saiu embolada e mais uma vez Priscila sorriu. – Você me toca como ninguém... – Colocou as mãos no rosto em um gesto tímido. – Que vergonha.
_Dorme, Priscila.

Aquilo foi como um remédio, Priscila fechou os olhos e entrou em um sono profundo. Victor ficou em pé, próximo à cama, olhou para o corpo dela, estava perfeita. Desatou o nó do roupão de seda e teve que tragar a própria saliva ao ver toda aquela produção. Até queria tirar toda aquela roupa, mas ficou com medo dela acordar assustada. 

Nosso Destino Traçado [Completo]Where stories live. Discover now