Dez

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Boa noite pessoas lindas do meu coração. Tudo bem com vocês?

Mais um pouquinho da nossa loirinha preferida.

Boa leitura. 😘😘



Quando crianças, nossas únicas preocupações são brincar, assistir desenhos e comer besteiras; se nos machucamos, choramos alguns instantes e minutos depois estamos correndo como se nada houvesse acontecido, a dor é esquecida na mesma proporção de mágoas insignificantes. Porém, ao perdemos a inocência de criança e passarmos a enxergar o mundo como adultos, a vida se encarrega de nos desferir socos atrás de socos causando-nos machucados internos, que às vezes nem o tempo é capaz de curar.

Meus primeiros cinco anos de vida são bem nítidos em minha mente. Cresci com minha mãe, tendo-a como meu porto seguro e heroína particular. Foi ela quem me ensinou a gostar de super herois, em especial da Mulher Maravilha e do Batman, foi ela quem me ensinou a não ter medo de escuro e nem de bichinhos inofensivos, foi ela que do seu jeito meio egoísta, me ensinou a amar meu pai e acreditar que ele também me amava apesar de trabalhar muito e não poder ficar comigo. Quando conheci o papai aos cinco anos de idade e logo em seguida perdi a mulher que eu mais amava, Stefan Salvatore se tornou o meu porto seguro, a minha estrela guia em um universo ao qual eu desconhecia e tinha muito medo. Com papai ganhei avós carinhosos, um tio ciumento e amoroso, amigos especiais, uma nova mãe e uma família maravilhosa.

Sempre busquei ser o orgulho do meu pai e apesar de ter lhe causado muitas vergonhas durante minha infância e o levado várias vezes a direção da escola, ele nunca me direcionou esse olhar inundado de decepção e mágoa. Sinto meu coração trincando e se eu pudesse me concentrar, poderia ouvir os caquinhos se chocando contra o chão em uma sinfonia dramática digna de uma obra de Shakespeare ou de Nicholas Sparks.

"Quanto tempo você teve um caso com aquele..." O seu rosto está vermelho quando ele respira profundamente em busca de um controle que não possui no momento. "Isso não importa. Só me diga por quais razões não confiou em mim para contar algo tão importante? Por que não se abriu ao menos com a sua mãe? Eu só descobri porque sua avó desconfiou e mandou um detetive investigar sobre aquele desgraçado. Tem noção de como me sinto ao saber que sofreu calada, que deixou um infeliz te bater e mesmo assim não veio correndo para os meus braços exatamente como fazia quando criança?"

"Eu só não queria magoá-los." Abaixo a cabeça incapaz de encará-lo. As lágrimas caem copiosamente em minhas pernas e eu só quero sumir por causar tamanho desgosto em meu pai. Calei-me justamente para que não sofresse achando que não me protegeu o suficiente, quando na verdade, a culpada fui eu por cair nas garras de um covarde.

"Filha..." Papai se abaixa na minha frente e segura meu queixo, forçando-me a levantar o rosto para mirar seus olhos verdes, que ao contrário de agora a pouco, estão repletos daquele toque de amor e carinho ao qual sempre direciona aos filhos. "Você é o meu raio de sol, a minha garotinha generosa. Eu sempre me preocupei com a sua ingenuidade e com o seu bom coração. Sempre fiz de tudo para protegê-la e mesmo assim ainda não foi o suficiente."

"A culpa não... foi sua... papai." Apresso-me em dizer em meio a uma crise de soluços. "Eu... sinto muito... por ter omitido sobre... isso."

"Respira fundo, filha." Mamãe senta ao meu lado e me puxa para seus braços quentes e aconchegantes, que sempre me acalmam de uma forma inexplicável. "Ninguém está te culpando de nada. Só estamos sentidos por algo assim ter se passado sem termos percebido. Achamos que sua tristeza fosse outra coisa e respeitamos o seu espaço como sempre fizemos."

"Nunca mais nos esconda nada, Melissa. Nada. Promete?" Volto a atenção para papai ainda ajoelhado e dou minha palavra que nunca mais terei nenhum tipo de segredo com as pessoas que me amam mais que tudo nesse mundo.

Série Corações Feridos: Não me esqueça (Vol. 4) ✔Where stories live. Discover now