Dezesseis

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Parou o carro em frente ao velho bar de paredes vermelhas e um dos jovens parados na frente do estabelecimento corre para dentro enquanto o outro mais velho, cheio de tatuagens, piercings e uma barba enorme vai ao encontro deles. Damon mesmo sem nada entender também saiu do carro no mesmo instante que o irmão e se colocou ao seu lado. As ruas estavam desertas e o vento frio do inverno castigava furiosamente, até mesmo os mais bem agasalhados.

"O que fazem aqui ricaços? Se perderam no caminho até o shopping e vieram parar na parte mais violenta de Nova York?" O sujeito tinha um tom ameaçador e o hálito desagradável quase fez Stefan dá um passo para trás, mas se manteve impassível pois seu assunto não era com aquele homem.

"Leve-me até seu chefe!" O grandão abriu um sorriso de dentes amarelados e estralou os dedos das mãos em um gesto ameaçador. Damon pareceu querer voar para cima do cara, mas não se moveu do lugar pois tinha certeza que não daria conta de bater em um cara três vezes maior que ele e o irmão. Ainda bem que sabia o momento certo de se manter quieto e calado.

"É melhor darem meia volta senão quiserem as bocas cheias de formiga." O sujeito levou a mão até a cintura, ao levantar a camisa mostrou um revólver metido no cós da calça.

"Para com isso, Brutus. O mano aí é conhecido dos chefinhos." Um rapaz alto apareceu por sobre os ombros do tal Brutus, os cabelos escuros abaixo dos ombros e algumas linhas de expressões ao redor dos olhos escuros, mirando Stefan com cinismo. "Quanto tempo Salvatore. Pensei que nunca mais fosse cruzar nosso caminho. Como anda a pequena enxerida? Já faz muito tempo que vi aquele tiquinho de gente da língua solta."

"Preciso da ajuda de vocês, Eric. Mexeram com a minha filha e estão a ameaçando." Eric ficou imediatamente sério, as feições sombrias.

"Mexeram com aquele anjo de menina?" Tanto Brutus quanto Damon estavam perdidos no meio daquela conversa sem pé nem cabeça. "Entrem e nos conte essa história direitinho."

Brutus saiu do caminho dando passagem aos irmãos Salvatore. Damon mordido de curiosidade falou baixo só para que o irmão caçula o ouvisse, enquanto seguiam Eric:

"Eu vou querer saber dessa história Senhor Certinho. Depois eu sou a ovelha negra da família." Resmungou inconformado.

"BLADE, ANABELLE? OLHEM SÓ QUEM APARECEU POR AQUI. VAI CAIR UMA TEMPESTADE DAQUELAS, HOJE." Eric gritou por sobre a música baixa e algumas dançarinas, que treinavam no palco os olharam, curiosas.

"Pare de gritar seu idiota, não tem ninguém surdo por aqui." Uma mulher negra de cabelos encaracolados, estatura mediana e olhos escuros, usando blusa azul escuro e short jeans branco desfiado surgiu de dentro de uma sala com uma expressão furiosa, que logo se desfez. "Stefan Salvatore, que bons ventos o trazem aqui?"

"Anabelle." Cumprimentou-a com um aceno de cabeça e logo atrás dela apareceu uma montanha de cabelos loiros compridos e olhos azuis cheios de frieza. As inúmeras tatuagens tribais marcavam totalmente seus braços ainda mais musculosos que anos atrás, para Stefan, a única coisa que mudou em Blade Smirnov foi a eliminação do brinco de diamante da orelha esquerda, que brilhava descaradamente na mão esquerda de Anabelle.

Blade e Anabelle eram completamente opostos. Enquanto ela era uma mulher bondosa de sentimentos transparentes visíveis nos olhos escuros, Blade não era do tipo que saía por aí distribuindo sorrisos  a não ser que fosse para a esposa. E pelo que conhecia da história de ambos, isso só veio a acontecer depois de mais de dois anos de um relacionamento aberto, no qual Anabelle não aguentando ser apenas mais uma na vida do homem que amava, começou a se envolver seriamente com outro homem para o desespero de Blade, que só foi deixar o orgulho de lado e admitir que a amava, no dia em que roubou Anabelle do noivo na porta da igreja.

Série Corações Feridos: Não me esqueça (Vol. 4) ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora