Trinta e dois

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Klaus Mikaelson

Se olhar pudesse matar, tenho certeza, que estaria mais cheio de buracos quanto uma peneira. A mulher me recebeu, acreditando que estaria aqui em busca de dinheiro em troca de lhe entregar o pequeno Barry.

"Saia imediatamente da minha casa ou será escorraçado pelos seguranças." Ladra com as mãos fechadas em punhos, os olhos escuros banhados em ódio. Não aparenta já ter 50 anos por conta das inúmeras plásticas que já fez, além da coleção de amantes na faixa de 20 anos que possui. "Você não me conhece, não sabe do que sou capaz de fazer para conseguir o que quero."

"Você que não sabe do que sou capaz de fazer por minha família." Aponto para as fotos degradantes espalhadas sobre a mesa. "A imprensa vai amar publicar seus momentos sujos com essas centenas de rapazes com idades para serem seus filhos. A imagem de boa dama da sociedade vai escorrer pelo ralo; sem falar do pobre coitado do seu marido, que daqui a pouco não poderá passar pelas portas." Dou-lhe meu melhor sorriso cínico, deixando-a ainda mais furiosa. "Você assinará um documento abrindo mão de qualquer direito que tenha sobre o garoto, entregando-o para a adoção."

"Ameaça e chantagem são crimes, excelentíssimo grande promotor." Por baixo da zombaria existe o medo lutando para não se entregar; conheço tipinhos medíocres como ela desde os primeiros anos da minha vida. "Eu posso destruí-lo."

Cresci com uma cadela capaz de entregar os próprios filhos ao diabo em troca da posição de boa dama da sociedade; então, não deixarei uma vadia sem coração machucar uma criança inocente, ainda o meu neto. Pois é isso que o Barry se tornou: filho de Gabriel e de Melissa.

Aquela pequena linguaruda mais uma vez trouxe alegria para a vida do meu filho. A amizade que a dezenove anos atrás começou nos portões daquela creche, transformou-se em uma relação sólida e cheia de bons frutos; o amor tomou novas dimensões, expandindo-se até fazê-los enxergar que o amor que os une é o de homem e mulher, mesclando-se com a cumplicidade que sempre os manteve juntos.

"E eu vou destruí-la caso continue querendo machucar o menino." Afirmo; com calma, ponho-me em pé com o objetivo de dar o golpe da misericórdia em Cassandra Lamarque. "Você tem até o meio-dia para assinar os documentos abrindo mão de todo e qualquer direito legal que tenha sobre o Barry Smith, ou, não só a mídia terá acesso a sua vida de promiscuidade, como a polícia também receberá todo um inventário detalhado sobre a sonegação de impostos, que você anda cometendo desde o acidente fatal do seu falecido marido."

"Não sei do que está falando seu desgraçado." Ela grunhe tentando se manter indiferente, mas a palidez e os olhos levemente arregalados mostram o seu medo. "Mas se faz tanta questão assim de ficar com aquela aberração, então, fique com o mudinho imundo."

"Nunca mais se refira ao meu neto com estes termos." Baixo minha voz ao pior tom que uso para intimidar aqueles que estão no banco dos réus. "A única aberração que vejo é uma mulherzinha imunda querendo se vingar de um ser inocente, unicamente para tentar tirar o peso da consciência por ter renegado a própria filha, por ela ter se apaixonado por um homem pobre."

"Um maldito jardineiro que a tirou de mim!" A mulher grita fora de si, os olhos molhados e perdidos. "Não era para Emilly está naquele carro. O jardineiro pobretão e aquela aberração deveriam ter morrido sozinhos. Ela teria voltado para nossa casa depois de ter enterrado aqueles dois lixos. Eu paguei aquele idiota para fazer o serviço direito, mas não era para minha Emilly ter morrido. Não era."

Uma confissão de Cassandra Lamarque era tudo o que precisava para colocá-la atrás das grades. Seu comparsa, um mecânico que trabalhava no bairro em que Clark e Emilly Smith moravam foi o responsável por cortar os freios do carro. Mais uma vez preciso agradecer Beau por ter me indicado seu sobrinho, um excelente investigador particular, que em menos de 48 horas, entregou-me um dossiê completo e detalhado sobre todos os passos de Cassandra Lamarque. Não foi difícil arrancar a confissão do mecânico, um maldito covarde que após uma leve conversa com a polícia, entregou a mente maligna por trás do acidente, que vitimou não só o genro como também a própria filha da mandante.

A porta do escritório é aberta e cinco agentes entram na sala para o desespero de Cassandra, que tem os olhos arregalados ao entender que os policiais escutaram sua última declaração.

"Cassandra Lamarque, você está presa sob a acusação de ser a mandante do assassinato de Clark Alexander Smith e Emilly Lamarque Smith."

"Vocês estão loucos." Ela grita histérica. "Não sabem com quem estão se metendo."

"Você tem o direito de se manter em silêncio, pois tudo o que disser será usado contra você. Caso não possa pagar por um advogado..."

"Eu posso pagar por mil advogados, seus estúpidos. Isso tudo é armação sua seu promotorzinho de quinta." Cassandra se debate sendo imobilizada por dois policiais.

"Você também responderá por desacato a autoridade, senhora Lamarque." As algemas são postas ao redor dos pulsos finos.

"Tudo por culpa daquela maldita aberração. Juro que vou acabar com aquele moleque com minhas próprias mãos."

"Levem essa mulher daqui." Ordeno antes que eu mesmo torça aquele pescoço de girafa ou arranque seu coração com as próprias mãos.

Sob protestos, Cassandra é arrastada para fora de sua pomposa mansão. Todos os empregados parecem aliviados e até mesmo felizes vendo o desespero da patroa.

A partir de hoje, Cassandra Lamarque pagará por todos os seus crimes e aprenderá a nunca mais fazer mal a outra pessoa, principalmente a um Mikaelson.



Oiii, pessoas lindas. Desculpem a demora e o capítulo pequeno, mas foi necessário. Amanhã (hoje - sábado já - para muitos) volto com um capítulo maior narrado pela Mel. 😘😘

Série Corações Feridos: Não me esqueça (Vol. 4) ✔Where stories live. Discover now