Capítulo Um

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Lindsay

Eu acordo com a claridade em meu rosto, o despertador tocando Black do Pearl Jam, minha banda favorita entre tantas que amo. Eu detesto acordar cedo, quem inventou essa merda que o horário comercial tem que ser pela manhã? Affff, mas hoje é exceção, será meu primeiro dia de trabalho em uma revista muito conceituada aqui em Nova York, sempre sonhei em vir para esta cidade.
Depois de me formar na universidade de NYU, eu trabalhei em uma revista pouco conhecida, isso nunca foi um problema, para começar estava mais que bom, porém, depois de trabalhar lá por dois anos, nada mais justo que eu trabalhe onde sempre almejei, em uma revista conhecida por todos. Meu sonho sempre foi expor minhas fotos, apesar de não ter tanta convicção do meu talento, eu sei que sou boa no que faço, mas eu quero ser espetacular, eu ainda chego lá.
Meus pais não gostaram muito da ideia da minha vinda para a cidade que nunca dorme. Eu sou filha única, a princesinha da mamãe, assim como ela gosta de chamar. Mas calma ai gente, não passo nem perto disso, princesa mesmo, somente aos olhos deles... Foi complicado para meus pais permitir que eu viesse cursar fotografia em outra cidade, eu nasci e cresci na Filadélfia, com uma excelente infância, nutrida com muito amor e carinho. Para meus pais, me libertar do ninho não seria uma opção, mas aqui estou, me formei e moro em um apartamento com as minhas melhores amigas, Isa, Jesse e Hanna, mas delas falarei depois. Detalhe, meus pais que me deram o AP, uma de suas exigências para minha mudança de cidade.
Eu me obrigo a levantar e vou para o banheiro tomar banho, depois de escovar meus dentes, volto para o quarto e escolho uma roupa bem simples, na revista eles não exigem um padrão, graças à Deus, pelo contrário, eles preferem que os funcionários se vistam casualmente, da forma que melhor se sentirem. Então eu opto por colocar um jeans skinny, uma blusinha de seda preta e uma Scarpin da mesma cor. A maioria das minhas calças são skinny, eu amo, deixa minhas curvas bem definida. Solto meus cabelos para secar naturalmente, passo pouca maquiagem, delineando bem o contorno dos olhos, para que o azul fique bem destacado, saio do meu quarto e vou para a cozinha, preciso mesmo de café para despertar. Fazer o que gente, como disse, eu não sou uma pessoa matinal. Quando adentro a cozinha, meu coração quase salta pela boca, em um canto está minha linda amiga Isabella, quietinha, lendo um jornal. Como sempre é a primeira acordar, ela sim é uma criatura que ama as manhãs, vai entender né.
- Bom dia! Isa dá um pulo na cadeira, acho que não estava me esperando, eu não resisto e solto uma gargalhada.
Isa é uma mulher lindíssima de 1,67 de altura, magra com poucas curvas, esse fator não a diminui em nada, pelo contrário, ela é muito linda em todos os aspectos, tanto por dentro, quanto por fora. Seus olhos são de uma tonalidade de mel que nunca havia visto na vida, ela parece uma bonequinha, tem traços muito delicados, aos seus 24 anos assim como eu, ela parece uma menininha. Nós somos amigas desde o colegial, viemos fazer faculdade juntas em Nova York, um dos motivos para meus pais não causarem tanto com a minha vinda, pois se eu não tenho muito juízo, como dizem meus pais, ela tem de sobra, sempre foi a mais correta entre nós, vocês irão entender.
- Bom dia sua maluca, quer me matar do coração? Pergunta com a mão no peito e os olhos arregalados.
- Você não morreria do coração meu anjo, é muito jovem para isso. Falo enquanto encho minha caneca de café, já disse que amo café?
- Até parece, se continuar a me assustar assim todas as manhãs, não duro um mês. Nos duas começamos a rir. - Eu tinha esquecido que você começava a trabalhar hoje, como nenhuma de vocês tem o habito de levantar tão cedo, eu não estava esperando, por isso meu pequeno infarto. Seus lábios se abrem em um sorriso acolhedor. - Mas me conta, como está se sentindo para o primeiro dia na tão sonhada, All Beautiful Magazine?
- Eufórica, eu diria, tirando o fato de ter que levantar cedo demais, está tudo numa boa. Ela tem uma crise de riso, vadia, sempre soube que eu odeio as manhãs, ela me encara.
- Nossa amiga, você tinha que ser uma vampira, só gosta da vida noturna.
- Tenho que concorda contigo, seria uma excelente vampira. Sorrimos.
- Eu já estou indo, você quer uma carona? - É caminho. Dou de ombros.
- Claro que sim, mas você não vai comer nada? Sua sobrancelha erguida, me indica que ela não está satisfeita com essa conclusão.
- Estou ansiosa demais para conseguir comer, é capaz de botar tudo para fora na hora que cair qualquer coisa aqui dentro. Falo fazendo careta, ela também faz cara de nojo.
- Então vamos logo, não quero ver uma cena destas logo pela manhã.
Saímos de braços dados em direção ao elevador, descemos até garagem e pegamos meu carro, eu tenho um Audi, modelo A6 sedan, na cor prata, cortesia dos meus pais. Isa e eu fomos conversando até eu deixa-la em frente ao edifício em que trabalha, sigo para a minha mais nova parada diária, a All Beautiful Magazine, chegando lá, estaciono e me encaminho até o elevador, eu estou suando frio, nunca fiquei tão nervosa em toda minha vida, mas vamos lá Lee, você consegue. Na recepção avisto uma jovem muito bonita, ela sorri para mim de forma verdadeira, seu sorriso alcança os olhos, me parece tão sincero e acolhedor, me aproximando e me apresentando.
- Olá, bom dia, meu nome é Lindsay, Lindsay Williams, a mais nova integrante do quadro de funcionários, com quem posso falar do setor de fotografia? Desato a falar, quando eu estou nervosa falo mais do que deveria, eu coloco um belo sorriso no rosto, retribuindo o que ela me ofereceu com toda sinceridade.
- Olá Srta. Williams, eu sou Julie White é um prazer conhece-la, seja bem vinda. Ela pega o aparelho de telefone. - Só um momento, eu vou comunicar ao Sr. Lins que você esta aqui, para que ele possa te acompanhar, tudo bem?
- Sim, claro, obrigada. Minhas bochechas esquentam.
Enquanto espero o tal de Sr. Lins, Julie e eu engajámos uma conversa, ela é muito simpática e extrovertida, bonita também, ela é mestiça, seus cabelos castanhos escuros na altura dos ombros, seus olhos esverdeados e puxados, te dão um ar de menina, pelo pouco que conversamos vamos nos dar bem. Eu ouço passos se aproximando, quando me viro quase tenho um troço, que homem é esse senhor?! Lindo, não pera, lindo não, espetacular, o cara é maravilhoso mesmo, Jesus, eu terei mesmo que ver esse ser, todos os dias? Socorro... Ele se aproxima de mim e estende a mão para me cumprimentar, eu nada boba, logo estico minha mãozinha em sua direção, quando ele abre a boca, aí acabou. Que voz sexy é essa?
Gente, para deixar claro, eu não tenho o hábito de me relacionar com pessoas no trabalho, além de ser um regulamento da empresa, não pegaria bem. Não me levem a mal, imaginem ter que olhar na cara dele todos os dias, sabendo tudo que já fizemos? Melhor não né, apesar, que este é um caso sério a se pensar.
- Olá senhorita Williams, meu nome é Henrique Lins e trabalharemos juntos a partir de hoje.
Perdi minha voz olhando aqueles olhos verdes, que parecem bolinhas de gude, não pode ser de verdade, pode? O homem deve ter um e noventa de altura, ombros largos e fortes, ele não é o cara que tem uma cinturinha de Barbie, não, ele tem tudo no lugar certo, pernas grossas, o rosto bem expressivo e pele clara. Nossa senhora da bicicletinha, dai-me equilíbrio.
- Oi, o prazer é meu.
Foi o que eu consegui pronunciar, ah fala sério, se nessa empresa só tiver caras como esse aqui, não sei se minha estada será muito produtiva. Minha consciência grita, "Oh tarada você está aqui para trabalhar e não admirar o Zeus aí do seu lado, e larga a mão do cara, já tá ficando estranho". Caralho, nem tinha me dado conta que ainda segurava a mão dele, e agora, onde enfio minha cara? Tiro minha mão da sua com as bochechas em um tom de vermelho, igual ao cabelo da minha amiga Jesse, ele sorri para mim, e que sorriso é esse? Então ele pergunta.
- Podemos? Ele me indica o caminho.
- Claro. Me viro para Julie que está com um sorrisinho bobo na cara que diz "A danada, gostou né?" me seguro para não revirar os olhos para ela e me despeço. - Até mais tarde Julie.
- Até...
É só o que ela diz, mas a cara dela já dizia tudo né... Ô pai dai-me forças, o bumbum do cara é incrível também, simplesmente perfeito, cadê os defeitos, ele tem que ter. Henrique me apresentou o nono andar inteiro, a empresa é enorme e ocupa vários andares deste prédio, nós ficamos só pelo nosso andar mesmo, não levou mais de meia hora, isso porque paramos aqui e ali, para falar com algumas pessoas que ele achou importe me apresentar e que farão parte do meu dia a dia. Agora vamos combinar uma coisa, aqui só tem cara gato, falando assim parece até que sou desesperada né? Ele me leva até minha mesa, que por sinal fica muito, muito próxima a dele, que papai do céu me fortaleça.
A manhã passou muito rápida, quando percebi já era hora do almoço, Henrique me convidou para almoçar com ele, para que assim pudesse me apresentar aos restaurantes da região. Hoje ele disse que me levaria a um que ele gosta muito, é um restaurante italiano. O lugar é bem aconchegante, gostei muito, a comida é ótima, eu adoro massa, mas não virei muito aqui, porque infelizmente não sou como minha amiga Isa, que come o mundo e ainda permanece da mesma forma, eu tenho que ralar muito na academia todos os dias para manter meu corpo assim. O restante do dia passou mais rápido que a manhã, é excelente quando gostamos do que fazemos, as horas passam tão depressa.
No meio da tarde, Isa me comunica que está indo para casa mais cedo, então voltarei sozinha. Lá chegando a encontro com Hanna no sofá jogando conversa afiada, Hanna me olha com aquele sorriso de menina.
- Oi Lee, senti sua falta hoje. Ela faz beicinho se aproximando de mim para um abraço.
- Oi meu anjo, também senti sua falta, apesar de ter passado apenas algumas horinhas fora, está carente? Digo retribuindo o abraço da minha princesa.
- Só um pouquinho. Suas bochechas coram. - Eu estou naqueles dias, você sabe como eu fico.
Hanna é a mais nova de todas nós, tem apenas 22 anos e está no último ano da faculdade, ela faz moda, como é a caçulinha é mimada por nós... Ela é a mais bonita, tem um rosto muito angelical, é alta e magra, porém suas curvas são mais avantajadas que as da Isa, seus cabelos são lisos meio ondulados e ela é loira, usa uma franja que a deixa com ar de menina, que para mim ela é, seus olhos são verdes azulados, ela é meiga, simpática e extrovertida.
Esses dias ela não tem tido aula, por causa de uma tragédia que ocorreu em uma das inúmeras festas de fraternidades, uma moça foi abusada sexualmente, por isso fecharam o campus para investigarem, os policias e professores acreditam que ela tenha sido drogada, pois ela não se recorda de muita coisa. Hanna não conhece a moça, é uma situação bem complicada, não gosto nem de imaginar uma cena dessas, as aulas retornarão na próxima semana.
- Como foi seu dia? Pergunto a ela.
- Tranquilo, terminei uns trabalhos da faculdade que estavam pendentes, e fiquei vendo TV até que a Isa chegou, estávamos conversando um pouco, a Jesse saiu mais cedo hoje para trabalhar, por isso você não irá vê-la.
- Ah que pena, estou com saudade da minha maluquinha. Ela não passou o final de semana com a gente. - E você Isa, como foi seu dia?
- Bem, minha linda!
Jesse é a maluca de nós quatro, mas tem um coração enorme, deferente de nós ela é baixinha, tem 1,60 de altura mais ou menos, é ruiva e mais encorpada, veja bem, não gorda, ela tem um quadril avantajado na medida certa, ela é gostosa. Tem um bumbum de invejar a todas nós e umas pernas bem torneadas, seu rosto é comprido e seus olhos são esverdeados, ela é uma fofa. Amo demais essas minhas amigas, são minhas irmãs, as melhores amigas que alguém poderia ter...
Eu vou contar um pouquinho sobre nossa história e como nos conhecemos. Isa e eu, somos amigas desde o colegial, ela era nova na escola e muito tímida, na dela, já eu, bem, eu sou muito extrovertida e comunicativa, quando não se trata de rapazes é claro, ai eu fico muito encabulada. Quando eu a vi pela primeira vez sentada no canto da sala, eu gostei dela logo de cara, eu não sei explicar o porque, já ela, não foi com a minha cara não, ela queria ser invisível, mas andando comigo essa possibilidade seria impossível e eu praticamente a obriguei ser minha amiga. Eu não sabia falar baixo, para minha mãe isso era o fim e para minha amiga também. Eu era bem conhecida na escola, não que eu fosse famosinha como as líderes de torcida, eu era conhecida por muitas pessoas por ser espalhafatosa e isso era uma droga, eu nunca nem quis namorar os meninos do time, até um garoto aparecer e mudar meus conceitos. Eu chamava atenção, mas por falar alto e ser meio estabanada, só isso, o que para alguns era o maior mico, mas eu achava normal. Acredito que naquela época ouvia música alta demais, estava sempre com meus fones no último volume, talvez por isso falasse tão alto, sei lá, deixando claro, que hoje sei falar baixo.
Hanna e eu nos conhecemos quando eu trabalhava em um Pub aqui em Nova York, o Pub do Big, eu estava no último ano da faculdade, sempre gostei de ser independente, mesmo meus pais sendo contra eu trabalhar, ainda mais em um Pub. Eu precisava trabalhar para provar a mim mesma, de que eu era capaz de manter o AP sem a ajuda dos meus pais, somente Isa e eu, ela sempre trabalhou para me ajudar com as despesas da casa, eu não queria depender deles para tudo, já pagavam minha faculdade, enfim, em um certo dia, Hanna entrou no Pub, era por volta das cinco da tarde, ainda estava bem vazio, o que chamou a minha atenção foi que ela estava chorando, muito, me aproximei dela e perguntei se estava bem, se precisava de algo, ela disse que só queria ficar ali um pouco, quietinha, eu a deixei no canto dela, se queria paz, quem seria eu para negar isso a ela. Vai ficar seca de tanto chorar, pensei ao observa-la, me afastando, porém eu fiquei de olho. Uma menina muito bonita com o rostinho tão delicado, assim que os caras a vissem ali, iriam implicar, e não deu outra, eu fui a primeira a ter que tirar um babaca de cima dela, depois o Big colocou dois idiotas para fora e ela desistiu de ficar ali, ela me agradeceu muito por tentar ajudar e a partir daí, fomos nos aproximando e nos tornamos amigas.
Jesse a doida, frequentava o Pub todos os dias antes de ir para o trabalho, ela é amiga do dono, ficava lá até por volta de umas dez horas mais ou menos, assim conversávamos muito, ela disse que não aguentava mais morar onde estava, que não era uma galera muito legal, até hoje eu não sei bem quem são. Isa e eu moramos em um AP grande, exagero da minha mãe, nós não precisávamos de um AP com cinco quartos. Enfim, conversei com ela a respeito da Jesse e ela concordou, depois de uns meses que a Jesse mudou para o nosso AP, Hanna veio morar conosco também, e assim, nós nos tornamos grandes amigas e somos muito unidas, mexeu com uma, mexeu com todas.
Deixei as meninas na sala e fui tomar um banho, hoje não vou há academia, eu estou exausta, mas amanhã voltarei com a minha rotina. Após o banho coloco uma camiseta do ACDC uns 3 números maior que eu e uma calcinha confortável, vou até a cozinha comer alguma coisa, as meninas me acompanham em um lanche, aproveito e conto meu dia a elas, do Deus grego que trabalha comigo e do KING KONG que passei por não soltar a mão do homem. Elas choraram de rir da minha cara, tá bom eu mereço. Após escovar os dentes eu dou boa noite as meninas e vou me deitar, estou cansada ao extremo, fora que para mim, uma reles mortal que odeia acordar cedo, dormir às nove da noite tá mais que satisfatório.
Acordo mais uma manhã ouvindo aquela voz incrível do Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, se não fosse tão cedo estaria feliz em ouvir você querido, isso porque hoje acordei mais tarde. Eu entro no banho, a água cai sobre meu corpo, está simplesmente maravilhosa, ao sair do banheiro escuto minhas amigas fazendo o que sabem fazer melhor, barulho, sorrio porque não há algo que eu goste mais do que ouvi-las e saber que sempre estarão comigo, não importa para onde eu vá, nós sempre estaremos juntas. Saio do quarto e sinto o cheirinho maravilhoso de café inundar meus sentidos, adoro, as meninas estão sentadas ao balcão da cozinha.
- Oi, bom dia. Digo a elas
- Oi, nossa, achei que havia morrido. Isa fala com deboche, eu reviro os olhos.
- Ra, rá, engraçadinha. Faço uma careta mostrando a língua e ela sorri. - Você é sempre a primeira a acorda, não é? - Nem todo mundo é matinal amiga, dá um desconto, sempre que eu puder dormir um pouco a mais, o farei pode ter certeza.
- Sim senhora! - Agora, não querendo ser chata, já sendo, você está atrasada meu bem.
- Não estou não, eu vou trabalhar na rua hoje, tirando umas fotos que me foram solicitadas, e você o que ainda faz aqui?
- Hum! Entendi... eu não vou hoje, farei Home Office.
- Que bom né, nem todas nós temos essa mordomia. Sua vez de revirar os olhos. - Oi minha maluquinha preferida, tudo bem? Falo para Jesse que está me olhando.
- Estou sim, só muito cansada, cheguei quase agora, só estou tomando um café com as meninas e já vou dormir, eu estava com saudade. Diz vindo em minha direção para me abraçar.
- Oh, demonstração de afeto pela manhã, isso é novidade. Ela amarra a cara.
- Por que eu te amo mesmo? Meu rosto se rasga em um sorriso.
- Eu também sinto sua falta, com todas nós trabalhando tanto e a Hanna na faculdade tá complicado, só no final de semana mesmo.
Faço carinha de triste, porque realmente estou com saudade dos nossos papos mais constantes como era na faculdade, mas crescemos né, faz parte e a cada ano que passa, parece que as responsabilidades só aumentam. Tomo café com minhas amigas jogando conversa fora, cada uma contando as novidades e por fim saímos para o trabalho e a Jesse vai para o quarto descansar, afinal ela trabalha a noite.
Minha rotina está assim, levantar às seis da manhã, me arrumar e ir para o trabalho, almoçar com minha melhor amiga quase todos os dias, porque graças aos céus, trabalhamos perto, quando não almoço com ela, almoço com a Julie ou o Deus de Ébano, e no fim da tarde volto para casa, como algo e sigo para academia, que fica há dois quarteirões de casa, mal vejo minhas amigas. Enfim hoje é sexta feira e marcamos de ir tomar uns drinks, ficamos sabendo de uma balada perto de casa e hoje como é folga da Jesse vamos todas, eu nem gosto de uma baladinha. ADORO.
A Brook é uma balada inaugurada recentemente, porém muito badalada, as meninas e eu acabamos de chegar, estamos uma mais bela que a outra, uau, minhas amigas são lindíssimas mesmo. Jesse com seu corpo cheio de curvas ficou linda em seu vestido pretinho básico, e uma maquiagem que dá um belo destaque em seus olhos, verde azulado, com um salto que eu me pergunto como ela consegue ficar em pé naquilo, deve ter uns 15 cm ou mais, minha nossa senhora dos saltos altíssimos. Isa com seu corpo espetacular de modelo top, está um arraso, com seu vestido rosa justinho até os joelhos, salto preto e uma maquiagem leve, seus cabelos estão com um penteado despojado, ela é exuberante. Hanna não precisa de muito, fica ótima com tudo, ela optou por uma calça jeans Skinny e uma blusinha de seda azul, linda, seus cabelos estão soltos e ela está usando pouca maquiagem. Eu escolhi um jeans também, bem justo que marca todas as curvas do meu corpo, com uma blusa caída no ombro branca, uma Scarpin preta. Minha maquiagem esta leve com um toque de mistério, meus cabelos longos estão soltos.
Nós viemos de taxi, para podermos beber tranquilamente, por volta das onze e meia a balada está no auge, estamos em uma mesa e pedimos alguns drinks, uma rodada de Margaritas, estamos conversando e dando uma olhada ao redor, quando "Single Ladies" da Beyonce começa a tocar, nós vamos para a pista de dança e não podemos deixar de notar os olhares. Sempre que saímos é para nos divertir, curtir a noitada, dançar e beber até não poder mais. Hanna e eu voltamos para nossa mesa, rindo feito bobas, quando de repente olho para o balcão e fico atônita, minha nossa senhora, me amarrota que eu estou passada, é o homem mais lindo que já vi na minha vida, fico hipnotizada com tanta beleza, deveria ser proibido um homem tão lindo assim, alto, um e noventa mais ou menos, ombros largos, com um olhar intenso.
- O que houve? - Por que você está tão pálida? - Pelo menos mais que o normal. -Você viu um fantasma? Hanna como sempre me bombardeando de perguntas, demorei um pouco para assimilar tudo que ela me perguntou.
- Hanna do céu, você está vendo o que eu estou vendo?
-O quê? Ela procura entre as pessoas.
- Eu estou olhando neste momento o cara mais perfeito do universo, amiga, dá uma olhada no balcão, é o cara de jaqueta de couro preta e camisa branca, consegue ver?
- Calma, espera ele virar, porque agora só consigo ver o traseiro dele, que por sinal não é nada mau hein! Ela sorri e eu faço careta, eu caio na gargalhada, abusada.
De repente ele vira e olha diretamente para mim. Nossa senhora das calcinhas encharcadas. (Que homão da porra hein). Meu subconsciente dá o ar da graça, ele só aparece quando tem homem, afff. Eu fico vermelha e nem sei porque, solto a respiração que nem sabia que estava prendendo até sentir o meu peito arder por falta de ar, ele disse alguma coisa no ouvido do seu amigo e sorri, meu mundo parou naquele momento, o homem é lindo, mais sorrindo é de matar, meu Jesus, eu desvio o olhar dele e olho para Hanna que está me encarando.
- Ele é realmente um gato amiga, só tem uma questão, ele tem uma luminária na testa gritando, B.O.
- Eu sei, eu sei, também lindo desse jeito, me espanta que não tenha um monte de mulher pendurada no pescoço dele. Hanna solta uma gargalhada até descer lágrimas de seus olhos, eu fecho minha cara para ela.
- Desculpe. Ela fala entre uma gargalhada e outra. - Sua cara está impagável.
- Vai se ferrar Miller. Ela finge estar ofendida e eu tento não rir.
A filha da puta me conhece mesmo, inferno, sabe que quanto mais complicado o cara possa parecer, mais eu fico interessada. As meninas voltam para mesa e perguntam o que está havendo, Hanna muito satisfeita conta tudo a elas e mostra o Deus grego encostado no balcão. Elas ficam de boca aberta, claro, porque o homem é bonito demais, ele tem que ser um problema, não é? Os rapazes que estão com ele também não ficam atrás, de onde saiu tanto homem bonito, do Olimpo? Eles estão em cinco, um mais gato que o outro, o meu é o mais gato. ("Seu, que seu?" Está enlouquecendo mesmo). Meu subconsciente palpitando onde nem foi chamado.
Eu não fui a única interessada, minhas amigas também gostam do que veem, fiquei tão fascinada com a beleza do ser, que nem perguntei se elas realmente gostaram de alguém. Nós dançamos à noite inteira, de vez em quando dando uma espiadinha nos Deuses que estão em uma mesa no fundo da boate, rodeados de mulheres é claro, vocês acharam mesmo que isso não iria acontecer? Fala sério, tão obvio.
À noite foi maravilhosa, não poderia ter sido melhor, bebemos, dançamos e babamos, sim babamos muito, por uns gatinhos que lá estavam, eu que não iria dar audiência demais para o moreno mais sexy do planeta, eu flertei com outros sim.
Quando o dia já estava perto de amanhecer resolvemos ir para casa, depois de um bom banho e um pijama confortável, meus olhos reclamam por ainda estarem abertos, eu coloco minha escova de dente na pia e me olho no espelho enquanto enxugo a boca na toalha, eu rastejo até a cama e me jogo nela, adormecendo em seguida.
Eu sinto uma mão passear por meus cabelos, meio sonolenta e de olhos fechados peço para parar, essas vadias não me deixam em paz, eu ainda quero dormir. Ao abrir os olhos, vejo que não é nenhuma das meninas e sim aquele homem lindo da boate, travo meus olhos nos dele, minha voz sai somente um fio.
- Como você entrou no meu quarto? Não que eu esteja decepcionada, só meio confusa, afinal o que ele está fazendo aqui?
Ele não me responde absolutamente nada, enfia sua mão em meus cabelos segurando minha nuca, ele me olha dentro dos olhos, causando calafrios por todo meu corpo. Como em um pedido silencioso, se aproxima mais de mim selando nossos lábios. Sim gente, ele me beijou. O beijo começa devagar, é uma tortura muito bem vinda, ele invade minha boca com sua língua, seu gosto é de menta fresca, eu aprofundo o beijo com desespero. Eu nem sabia que necessitava tanto sentir o seu sabor, ele retribui com a mesma intensidade, está me faltando o ar quando nos afastamos para poder respirar. Sua boca permanece em mim, beijando meu rosto, pescoço, descendo para o meu colo, ele morde meu peito sobre o tecido do pijama, eu solto um gemido involuntário. Ele começa a me despir, expondo meus seios e os abocanhando com maestria, sua mão desce por minha barriga, adentrando minha calcinha já encharcada. Um de seus dedos me invade e um gemido escapa dos meus lábios. O homem sabe tocar nos lugares certos. Ele se encaixa no meio das minhas pernas e eu posso sentir sua ereção na minha coxa, está duro como uma rocha. Ele retira sua camisa, me proporcionando uma visão espetacular do seu abdômen bem definido, em seguida minha calcinha é rasgada como se fosse um farrapo, o estranho é que eu gosto da sua voracidade. Ele vem depositando beijos no meu tornozelo, joelho e coxas, se posicionando na minha entrada, sua língua passa de leve no meu clitóris, quase gozo com o simples ato, ele enfia novamente seus dedos dentro de mim e me chupa com força, pressionando meu pontinho com a boca. Ele me fode com os dedos e me chupa com vontade, como se eu fosse o ultimo copo de água no deserto. Eu enfio minhas mãos em seus cabelos e puxo de leve trazendo-o mais para perto, se é que isso é possível, com essa tortura atinjo um orgasmo avassalador, desses que não tinha há anos. Ele continua com suas investidas até que meu corpo se acalme, quando olha para mim com aqueles olhos negros, vejo em seu rosto uma expressão satisfeita, sua boca está entreaberta e meu desejo de beija-lo aumenta, sua voz sai sexy e ofegante, ele fala meu nome, e o meu nome na voz desse homem parece algo despudorado, ele me chama mais uma vez, sem desviar o seu olhar do meu, ele segura meu braço e me chama novamente, quando vou questiona-lo, acordo toda suada, que droga, era bom demais para ser verdade, foi só um sonho, quase choro com essa constatação.
Levanto frustrada e a muito custo, já passa das duas da tarde e eu ainda estou caindo de sono. Acho que fui concebida dormindo, não é possível, como cabe tanto sono em apenas um ser? Eu preciso de um banho, gelado de preferência e um bom café para resolver esse meu sono sem fim. Após um banho demorado eu vou até a cozinha e coloco água e o pó na cafeteira, enquanto aguardo sentindo aquele cheirinho gostoso de café, me pego pensando naquele Deus e no sonho maravilhoso que tive com ele. O banho frio não surtiu muito efeito, senhor, será que esse homem não vai sair dos meus pensamentos? Eu dormi pensando nele, eu sonhei com ele, acordei pensando nele, com aquelas mãos passeando pelo corpo...
- Boo! Fui retirada abruptamente dos meus devaneios.
- Porra Isa, quer me matar do coração vadia? - Acho que tive um pequeno infarto... - Aí papai. Falo com a mão no peito e caímos na gargalhada.
- Estava pensando no gostosão de ontem? - Essa cara de idiota eu só vi uma vez amiga, quando você tinha os quatro pneus arriados pelo Daniel, se é que ainda não está. Ela faz careta ao falar o nome dele.
Daniel, é um rapaz por quem fui apaixonada no colegial, mas como só gosto de idiotas, ele vem a ser o maior de todos eles... Ele era um adolescente corpulento para sua idade, não sei se vocês repararam, mas eu adoro um cara todo grandão, enfim, ele tinha um e oitenta de altura na época e era o cara mau do momento, eu já não gosto de uma encrenca... Fiquei perdidamente apaixonada por esse babaca, ele foi meu primeiro amor, por ele realmente suspirava pelos cantos. Nós gostávamos das mesmas coisas e nos entendíamos muito bem, até então eu não sabia que ele era um cretino. Ele tinha fama de rebelde, mas isso eram apenas boatos, ele nunca fez questão de desmentir, preferia assim. Para os meus pais ele era o capeta em forma de gente, é como se eu tivesse me transformado em outra pessoas por causa dele, mas na real é que eles nunca me conheceram de verdade, nem ao Daniel, pelo menos eu achava que o conhecia.
Na noite do baile decidi perder minha virgindade com ele, eu era apaixonada, para mim isso era a coisa certa a se fazer, mesmo tendo o anjo da minha amiga Isa me dizendo para não fazer essa besteira, eu fiz, após o ato consumado, o idiota me deu um pé na bunda e desfilou com outra na minha cara no dia seguinte. Não vou dizer que mereci, por ter sido uma tola, acredito que nenhuma menina iludida como eu era na época, tenha que passar por isso. Depois dessa fatídica ocorrência, poucos foram aqueles que realmente me atraíram para chegar aos finalmente, sou maluca, mas não sou burra, sou meio retraída nesse quesito, até queria dar para todos os caras que já beijei, que não foram poucos, que isso fique bem claro, mas não consigo, acho que aderi um tipo de trauma de paus, por causa de um imbecil do colegial. Pobre de mim, garota ingênua.
- Nossa amiga, não gosto mais dele e isso foi há tanto tempo, você ainda se lembra? Reviro os olhos para ela. Nós duas sorrimos, eu tentei me esquivar, mas ela não irá mudar de assunto, eu a conheço bem...
- Claro que me lembro, me recordo de tudo que vivemos, foi tudo maravilhoso não dá para esquecer, e não muda de assunto. Ela me olha com aquela cara, eu te conheço tá.
- Droga, eu tentei, tá bom, eu estava sim pensando nele, ah fala sério, que homem é aquele, nem parece real. Faço cara de cachorrinho quando cai do caminhão da mudança, ela sorri e me abraça. Mal sabe ela o sonho que tive... Jesus, eu estou com as pernas bambas até agora.
- Ai Lee, só você mesmo, mas não se preocupe, no próximo final de semana voltamos naquela boate, não consegui ver muito bem os meninos presentes, mas tenho certeza que são bonitos, pela forma como todas as mulheres no recinto os olhavam e se jogavam as pencas em cima deles. Eu reviro os olhos e ela sorri. Mas não será somente por eles e sim por que adorei aquele lugar.
- Ah pode apostar que iremos.
Nosso restante de sábado foi tranquilo, Hanna e Jesse, se juntaram a nós para filmes e pipoca como sempre fazemos, não há coisa melhor que passar um tempo com elas, falando besteira, ou só quietinhas mesmo, desfrutando da companhia umas das outras. Optámos por comer pizza e tomar vinho no jantar, eu estou cansada e não quero sair hoje, o que é bem estranho já que adoro uma noitada, as meninas concordaram em ficar em casa nesse sábado, a Jesse teve que trabalhar e amanhã iremos almoçar fora, na casa dos pais da Hanna, eles moram em New Jersey e vamos acompanha-la como sempre, seus pais fazem questão que estejamos presentes em todas as reuniões, eles são uns fofos.
Eu tive mais uma noite conturbada com sonhos eróticos, acordo toda suada e molhada, se é que me entendem. Tomo um banho e escolho uma roupa bem comportada para visitar os pais da Hanna, ninguém aqui quer assustar os coroas, vai que eles queiram reivindicar sua filhinha, eles são bem legais, porém caretas demais. De banho tomado, coloco um vestido tubinho preto, sandália, maquiagem simples para o dia de sol e para finalizar um coque frouxo, pronto, estou simples, mas muito bonita. Eu me deparo com todas na sala, devidamente arrumadas, Hanna com um short jeans, uma regatinha vermelha e uma rasteirinha nos pés, Jesse com macaquinho jeans, uma camiseta de banda preta e bota, Isa optou por um Jeans e uma blusinha de seda verde esmeralda com Scarpin da mesma cor. Fomos todas no carro da Jesse, é um Jipe e é bem confortável, ligamos o som do carro, está tocando System of a Down, uma banda que todas nós amamos. A viagem foi tranquila, duas horas depois estamos estacionando na residência dos Miller, uma mansão linda, Hanna sim é a princesinha da turma, meus pais tem grana, mas a condição financeira dos Millers é incrível, vai muito além, para nós isso nunca foi uma barreira, a família da Isa e da Jesse não tem posses e nem fortunas, para nós isso não faz a menor diferença, assim que descemos do carro seus pais já estão na porta nos aguardando.
- Oi minha pequena, como sentimos sua falta, quase não vem nos visitar. Diz o pai dela abrindo os braços, Hanna sorri e vai ao seu encontro.
- Oi pai, também senti sua falta, a sua também mamãe.
- Oh querida. Hanna a abraçou também. Nós nos cumprimentamos e somos convidadas a entrar.
O dia passou muito rápido, foi muito divertido passar um tempo com os pais dela, passamos à tarde na piscina, Hanna tinha alguns biquínis em seu antigo quarto, então aproveitamos a tarde tomando banho de sol, piscina e uns bons drinks, quer vida melhor? Voltamos para casa à noitinha, eu vou direto para o meu quarto separar minha roupa para mais um dia de trabalho, escolho uma saia giz, camisa branca e um salto preto, teremos uma reunião com um possível cliente, eu quero estar bem vestida, sei que não preciso ir tão formal, porém é uma reunião, e me pediram para participar, não quero fazer feio, afinal trabalho em uma revista, essa é a parte boa de ter cursado fotografia, não precisa de muita pompa. Quando me deito Isa bate na porta e entra, como somos amigas, não temos essas coisas de trancar porta o que é de uma é de todas.
- Oi. Ela diz
- Ei Isa, está tudo bem?
- Sim, eu só queria conversar um pouquinho antes de dormir.
- Claro, deite-se aqui. Eu dou espaço para que ela se deite ao meu lado, nós sempre fomos mais próximas, não que todas não sejamos muito unidas, mas a Isa e eu temos uma conexão diferente, que só um olhar já diz muita coisa, somos muito amigas.
- Lee, eu sei que vamos nos ver menos por causa do trabalho e tudo mais, mas posso vir umas noites conversar com você como sempre fizemos?
- Claro que sim Isa, mas por que está perguntando isso? - Nada irá mudar entre nós, nossa amizade será sempre eterna, tenha certeza disso.
- Eu sei, também sei que você chega muito cansada e achei que iria querer paz. Ela diz isso porque estou mais ausente depois que troquei de emprego.
- Vocês nunca tiram minha paz meu anjo, pelo contrário, vocês são minha paz, sem vocês nem sei o que seria de mim.
- Ah Lee, também te amo. Sorrio para ela porque nós nos amamos mesmo, todas nós, conversamos um pouco mais, depois ela vai para o seu quarto.
Na manhã seguinte, tomo banho e escovo os dentes, como já havia separado a roupa me arrumo rápido, tomo café da manhã tranquilamente com as meninas, como de costume tiro várias fotos delas e elas fingem se aborrecer, mas todas nós sabemos que elas gostam tanto quanto eu desse ritual. Vamos para o trabalho, Isa e eu, deixando a Hanna na Faculdade e Jesse como sempre foi dormir, essa é nossa rotina.
Nosso mês foi bem corrido, Hanna ficou muito atarefada com muitos trabalhos acumulados pela falta de aulas, Isa trabalha em um escritório de advocacia e eles pegaram um caso muito complicado, Jesse continua trabalhando à noite, ela está tentando encontrar alguém para trabalhar no seu horário, mas até agora não conseguiu ninguém para ficar no seu lugar, bom eu, vocês lembram-se daquela reunião? Então, mais trabalho, não que eu esteja reclamando, pelo contrário, mas estamos nos vendo menos, com exceção das conversas noturnas, até os finais de semana estamos até o pescoço. Não fomos mais a Brook nas semanas seguintes como prevíamos, na verdade faz exatamente um mês a última vez que estivemos lá.
A semana correu bem e eu me adaptei rápido a rotina do trabalho, parece que estou lá há anos. Hoje é sexta e vamos para um Happy Hour, precisamos relaxar depois de um mês tão cansativo, convidei a Julie para nos acompanhar, ela aceitou, nós ficamos amigas, ela tem me acompanhado nos almoços com a Isa, que também a adorou, falei dela para Jesse e Hanna, estão empolgadas para conhecê-la. Durante a semana sinto falta delas, está muito corrido, quase não temos jantado juntas. Mas hoje vamos matar um pouco da saudade, vamos a um barzinho perto do nosso apartamento, dá para ir a pé e hoje não vamos beber muito, não queremos ficar de ressaca, nossos planos é comparecer a Brook amanhã, para que eu possa ver se encontro o homem que tem estado em todos os meus sonhos desde do dia em que o vi.
Chegamos ao bar juntas, Isa, Julie e eu, Hanna já estava a nossa espera, Jesse chegou vinte muitos depois, ela estava pressa no trânsito, ela não estava vindo de casa, teve que pegar um taxi. Apresentei Julie a elas, logo ficaram encantadas com sua doçura, Jesse e eu conversamos muito sobre nossa semana, mais ou menos umas dez horas já havíamos tomado muitas cervejas e vários xotes de tequila, lá se foi o nosso plano de não ressaca. De repente sinto minhas costas queimarem, com a leve impressão de alguém me olhando, é quando avisto aquela perfeição, paro de respirar, Jesse olha para mim e para onde eu estou olhando.
- Já entendi tudo, esta noite vai ser longa... Ela balança a cabeça em negativa e sorri.
- Nem me fala Jesse, esse homem é real? - Fala sério, hoje ele parece estar ainda mais bonito.
- Claro amiga, deve ser porque hoje você bebeu mais. Ela cai na gargalhada. - Brincadeira, ele é realmente lindo e se prepara porque ele está vindo para cá. Ela me fala isso sorrindo e piscando várias vezes de forma teatral, eu gelo.
- Quê? Entro em PÂNICO.
- Oi. Jesse diz a ele.
- Oi. Jesus que voz é essa, a mais sexy que já ouvi. Pronto, meu mundo parou de girar, estou ficando meio enjoada. Respira Lee, respira. Quando me viro lá está ele, ainda mais lindo de perto, MEU. DEUS.
- Oi. Eu digo quase sem voz.
- Posso falar com você por um momento? Ele me pergunta e eu fico com cara de idiota, sem conseguir responder enquanto meu subconsciente grita, (Claro, o que quiser amor, me joga na parede e me chama de lagartixa). Jesse me cutuca, para que eu saia do transe e sai de fininho.
- Claro. Ai meus Deus, será que vou conseguir responder, vamos lá. (Se quiser eu respondo querida). Fala meu sub, sai daí.
- Ah desculpe nem me apresentei, eu sou Gabriel Clark, mas meus amigos me chamam de Gabe e você é?
- Eu, eu, eu, sou Lindsay, Lindsay Williams, prazer conhece-lo. Ai meu Deus, virei gaga agora, devo estar vermelha como um pimentão, minhas bochechas estão queimando. Eu pisco algumas vezes e ele me dá um sorriso avassalador, daqueles sabe, que molham calcinhas, pois é, a minha está alagada. Jesus, que homem.
- Então senhorita Williams, eu te vi na Brook algumas semanas atrás, queria muito ter falado contigo, mas fiquei meio sem jeito. Ele desvia o olhar um pouco e volta a me encarar. - Quando te vi aqui hoje, disse a mim mesmo, que só poderia ser coisa do destino.
Destino? Então esse destino é bem maldoso comigo, porque queria te ver, mas não hoje, não agora, não falar contigo, como vou esquecer essa voz agora? Eu acordo toda molhada todos os dias só de lembrar seu rosto, agora esse rosto tem uma voz, meu alerta está gritando e com a luz vermelha acessa, faço cara de paisagem e respondo.
- Eu me lembro te ver com seus amigos naquela noite. Meu subconsciente revira os olhos... (É só isso? Arrasou colega). Cala essa boca, agora deu para aparecer com mais frequência? Eu mereço.
- Eu gostaria de te conhecer melhor, você não quer tomar uma bebida e conversar um pouco mais? O que eu faço? Converso com a tentação ou corro como o diabo foge da cruz? Fodeu, ele é tão lindo e se não for um problema? Só sairei com ele duas vezes mesmo.
- Lee? Graças a Deus, a Jesse veio para a minha salvação.
- Oi. Viro para ela com olhos arregalados, pedindo socorro em silencio, ela me olha sem entender.
- As meninas querem terminar de beber lá em casa, você vem? Um sopro de alivio escapa da minha.
- Claro, já estou indo. Porra, eu o dispensei rápido demais? Eu sou doida, eu quero mesmo correr deste Deus? Eu me viro para ele.
- Esta bebida pode ficar para depois? Ele me olha um tanto decepcionado.
- Tudo bem, se você prefere assim. Ele se aproxima do meu rosto e seu cheiro invade meus sentidos, quase gemo com a sensação da sua proximidade, olhando bem nos meus olhos ele me dá um beijo no canto da boca e diz muito próximo ao meu ouvido, me causando arrepios pelo corpo todo. - Foi um prazer te conhecer Lindsay Williams. Minha nossa senhora das periquitas em chamas, o homem é lindo, tem a voz mais sexy do universo e é muito, mais muito, muito cheiroso, estou completamente ferrada, mais que merda.
- O prazer foi todo meu Gabriel Clark, a gente se vê por aí. Aceno para ele me despedindo, quem me vê até acredita que minhas pernas não viraram uma gelatina.
- Até uma próxima princesa. Ele me dá uma piscadela de parar o coração. Este homem deveria ser proibido.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora