Inesperada Paixão

Capítulo Dois

Gabriel

Eu estou em minha mesa analisando alguns processos, quando ouço uma batida leve, minha secretaria entreabri a porta se fazendo presente. Eita mulher gostosa, ela tem uma estatura mediana, possui curvas espetaculares, a maldita vem todos os dias com uma roupa mais provocante que a outra, senão tivesse um política rígida de não trepar com minhas funcionárias, eu já teria enterrado meu pau até o talo nessa cachorra.

- Entre. Antes de falar ela me analisa.

- Desculpe atrapalhar senhor Clark, eu trouxe os papeis que me pediu. Eu verifico seu decote antes de responder.

- Ah claro, deixe os na mesa, obrigado.

- Imagina, posso te ajudar em algo mais? Tenho certeza que sim, sorrio com o pensamento.

- Não senhorita Cortez. Eu a olho dos pés à cabeça, gostosa.

Amanda é uma jovem muito inteligente, não a contratei por causa dos seus lindos olhos, ela tem um currículo notável, formada em uma das universidades mais conceituadas de Nova York, ela correu atrás de seus objetos e ganhou minha confiança. Eu tenho muito respeito por ela, além de conhecer bem minha rotina, ela não me olha com olhos acusadores, ela sabe que sou mulherengo, flerta comigo de um jeito totalmente respeitoso, acredito que se investisse mesmo, ela não ficaria comigo, seu verdadeiro interesse é pelo meu amigo de olhos azuis, que fica do outro lado do corredor, ele não pensa exatamente como eu, acredito que tenham se pegado em algum momento desde que ela veio trabalhar aqui.

- Se precisar é só chamar, com licença. Ela se retira e eu volto para as minhas papeladas.

Saio do escritório tarde da noite, estou sobrecarregado nos últimos meses, hoje não sai nem para almoçar, pedi para Amanda trazer qualquer coisa para eu comer aqui na minha sala mesmo, a semana passou voando, tenho tido tanto trabalho que mal tive tempo para respirar, prefiro assim, com o fim de semana chegando estou mais tranquilo, vou levar alguns processos para ver em casa. Combinei de sair com a galera, uma nova boate que abriu, já fomos algumas vezes e está sempre lotada, com muitas mulheres passeando de vestidos curtos, os caras e eu nem gostamos, vamos assim dizer.

Eu nasci e cresci em Nova York, sou filho único, meus pais eram um casal nada tradicional, eles irradiavam amor um pelo outro com uma intensidade inigualável. Minha mãe tinha algum tipo de distúrbio que mexia com seus nervos, um dos gatilhos era ser contrariada, meu pai sabia bem como lidar com suas crises, eu nunca entendi muito bem a relação deles, infelizmente isso resultou em uma infância um tanto conturbada, em um instante estávamos nos amando, no outro ela tinha uma crise e saia jogando tudo que via pela frente, isso me assustava um pouco, talvez por isso eu tenha tanto ranço pela palavra "casamento". Amei meus pais intensamente, meu pai sempre trabalhou muito para construir nosso império ao lado do meu avô, e mesmo assim, ele sempre encontrou tempo para ficar comigo, me contava histórias de aventura, acampávamos no jardim de casa e meus amigos se juntavam a nós, Brian e Henry sempre estiveram comigo, nossos pais eram amigos. Meu pai e eu íamos pescar, nunca pegávamos nenhum peixe, minha mãe dizia que não sabia o que íamos fazer lá, se não conseguíamos pegar nada, meu pai respondia que era só pelo prazer da minha companhia, isso sempre me fez imensamente feliz. Ele dizia que eu poderia ser quem eu quisesse, e que quando crescesse iria trabalhar com ele e meu avô na empresa da família. Minha mãe mesmo tendo essas crises, que na época eu não entendia muito bem, era muito amorosa, sempre me tratava como um príncipe, só não podia contraria-la em hipótese alguma, caso não o fizesse, nossa relação era tranquila e amena. Ela me fez fazer aulas de dança durante anos e para não haver atritos eu acatei seu desejo, não posso dizer que era o que eu queria, a única coisa que eu gosto na dança é o quanto ela me lembra ela, quando danço parece que a tenho por perto. Minha mãe era uma excelente dançarina, tinha uma delicadeza em seus passos e parecia que ela se transportava para outro mundo enquanto dançava. Ela era uma bela mulher, loira, com os olhos num tom de verde incrível, parecia um anjo, sua estatura era mediana de uma forma delicada, meu pai por outro lado, era muito alto e de ombros largos, cabelos e olhos negros, dizem que somos muito parecidos.