Capitulo Vinte

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Gabriel

Eu acordo com a minha deusa em meus braços, como esta mulher é gostosa, ela está nua na minha cama, com seu corpo perfeito colado a mim, meu pau acorda e cutuca seu traseiro, este bastardo não se controla, é como se ele não estivesse enterrado dentro dela à noite inteira. Eu a puxo para mais perto de mim e cheiro seu cabelo, ela cheira tão bem, estou viciado em cada parte do seu corpo. Quem diria que eu estaria completamente apaixonado? Se alguém me dissesse essa merda, eu diria que está louco, mas me vendo hoje com ela aqui na minha cama, em meus braços, não teria outro lugar onde eu gostaria de estar.
- Ei, tem algo me cutucando aqui. Ela sorri e pega meu pau.
- Porra Lee. Ela se vira e deposita um beijo em meus lábios, sinto seus seios fartos no meu peito e fico ainda mais duro.
- Eu acabei de descobrir que gosto muito de acordar assim. Ela sorri e aproxima-se mais seu corpo do meu.
- Ah é. Subo em cima dela que sorri de um jeito lindo, uma mistura de excitada, com divertida, ela poderia ser mais perfeita? Não.
- O que você vai fazer senhor Clark?
- Posso fazer isso. Eu mordo seu ombro e depois beijo o mesmo lugar, ela geme.
- E o que mais? Pergunta com a voz rouca, gostosa pra caralho.
- E isso. Eu me posiciono no meio das suas pernas e a cabeça do meu pau está na sua entrada molhada, sempre tão pronta, ela fecha os olhos e espera eu penetra-la, mas ao invés disso eu espero.
- Gabe... Ela fala com a voz suplicante, tão linda.
- O que você quer amor?
- Você dentro de mim, por favor.
Não espero ela pedir duas vezes, invado sua bocetinha apertada, um gemido me escapa, nunca senti nada parecido, essa mulher é minha ruína, nunca nenhuma outra me proporcionou essas sensações, somente ela causa isso em mim. O fato de ela me desejar na mesma proporção que eu a desejo, só me deixa mais louco. Eu me movimento devagar ouvido seus gemidos, que para mim é a melhor melodia, beijo seu pescoço e aumento a pressão dos meus movimentos, cada estocada que dou é como uma dança, seu corpo balança lindamente embaixo do meu, seus olhos se prendem aos meus e assim chegamos ao nosso ápice. Gostoso, com ela me olhando, me transmitindo paixão com seu olhar.
- Você é muito gostosa. Falo mordendo seu ombro.
- Você é um pervertido.
- Eu? Pergunto me fazendo de ofendido.
- Exatamente, eu estava dormindo e você estava me bolinando.
- Quem manda ser gostosa assim? Ela sorri e se mexe embaixo de mim, safada.
- Eu acho que gosto de você ser tarado. Coloco meu sorriso de lado no rosto e a beijo, eu saio de dentro dela e ela resmunga.
- Eu sei amor, mas temos que comer algo, senão cairemos duro aqui. Ela solta uma gargalhada gostosa, amo quando ela está assim, relaxada.
- Tudo bem, mas hoje eu quero passar o dia inteiro aqui na cama.
- Você não poderia me dar noticia melhor, venha, vamos tomar banho. Ela sorri e me acompanha.
Nós tomamos banho nos provocando, ela termina e se enrola em uma toalha, quando eu saio do banheiro ela está sentada na cama olhando para seus pés, ela está estranha desde ontem e algo me diz que tem haver com aquele cara do trabalho dela. Assim que eu cheguei à revista ontem, ele estava entrando no prédio, me olhou como se quisesse matar, o que não me preocupou nem um pouco, mas se ele fez qualquer coisa para magoar minha princesa, ele vai se arrepender de ter nascido. Eu me encosto ao batente da porta e fico a observando, aquela ruguinha está lá desde ontem, isso não me agrada, mas ela não quer compartilhar comigo e eu não posso força-la.
- Ei, tudo bem ai? Ela levanta seu olhar para mim e tenta disfarçar.
- Tudo ótimo. Levanta e deixa a toalha cair aos seus pés, ela vai em direção ao meu closet, sai de lá com uma das minhas camisetas.
- Elas ficam muito melhores em você. Falo me aproximando.
- Discordo. Ela enlaça meu pescoço e deposita um beijo em meus lábios.
- Vamos tomar café. Eu me afasto dela, coloco uma cueca e uma bermuda, pego a sua mão e seguimos para a cozinha.
- Eu preparo o café hoje.
- Então tá. Eu me sento na bancada e fico observando enquanto ela procura o que quer fazer na geladeira, me dando ampla visão do seu traseiro, isso vai ser interessante.
- Você gosta de panquecas?
- Muito, você quer ajuda?
- Não, fique ai quietinho.
- Vai ser difícil com você levantando esse traseiro lindo.
- Comporte-se. Ela sorri, pega todos os ingredientes que precisa e começa a prepara nossa refeição.
Eu fico observando-a, eu estou adorando vê-la na minha cozinha, cozinhando para mim, eu posso me adaptar muito rápido a isso. Ela fica linda até usando uma camiseta surrada e um coque no cabelo, não poderia estar mais bela. Ela me olha de vez em quando e sorri, ela sabe que está sendo observada, os meus olhos de gavião estão em cima dela, a cada movimento seu, depois de tudo pronto ela senta-se a minha frente e espera que eu dê o veredito.
- Está uma delicia, assim como você. Ela morde seu lábio inferior e isso me excita como o inferno.
- Você fala essas coisas e um simples café da manhã fica erótico. Sorrio e levanto indo até ela, me infiltro no meio das suas pernas.
- Amor, tudo que envolve você é erótico, você veio para a cozinha só de camiseta sem nada por baixo, você realmente sabe o que faz comigo? Ela cora e fica mais linda.
- Não posso fazer nada se você fica observando cada detalhe.
- Impossível não reparar em tudo isso aqui. Aponto o dedo para ela que sorri.
- Safado.
Ela bate no meu ombro e eu a beijo, pegando-a em meu colo e colocando no balcão, ela grita porque o mármore está gelado. Nós tomamos café assim entre beijos e torturas, tudo com ela têm mais cor, estou me perguntando como eu vivi tanto tempo sem isso? Eu estava esperando por ela, mesmo sem saber.
Eu estou meio apreensivo para aborda-la com o assunto das fotos, ela vai querer me matar quando souber o que a Jesse e eu fizemos, o Jack adorou seu trabalho e perguntou se poderíamos expô-las no próximo mês, eu estou ferrado, essa mulher quando está brava me assusta pra caralho e a ultima coisa que eu quero é estragar o que estamos tendo. Nosso sábado foi perfeito, fizemos amor em todos os cantos da casa, assistimos, comemos e dormimos, nunca pensei que passar um sábado em casa seria tão prazeroso. O domingo não está sendo diferente, eu não toquei no assunto da exposição, pensei em fazer surpresa, mas depois achei melhor não, vai que ela surta e faz um escândalo, isso não seria bom.
- Gabe?
- Oi.
- Estou te chamando há um tempão.
- Desculpe amor, estava distraído.
- Eu percebi, te dou um dólar por seus pensamentos.
- Vem aqui. Ela se aproxima, se senta no meio das minhas pernas e encosta suas costas em meu peito.
- Esta tudo bem?
- Você quem vai me dizer depois do que eu te contar. Ela se senta ereta e me encara. Droga.
- O que você fez Gabriel? Ela me chamou pelo nome, isso não pode ser bom, certo?
- Eu peguei suas fotos e levei para um amigo que tem uma galeria. Sua cara é de espanto e depois raiva, merda, estou fodido.
- Você fez o quê? Ela estreita os olhos. Merda, merda, merda...
- Amor...
- Amor é o caralho, onde você conseguiu minhas fotos? Puta que pariu, ela está furiosa, estou entrando em pânico.
- Eu...
- Foi a Jesse, não foi? Ela pergunta, mas não me deixa responder, estou confuso pra caralho.
- Então...
- Ah, eu sabia, aquela aspirante a Alerquina. Eu quero rir de como ela está andando de um lado para outro e falando sem parar.
- Lindsay.
- Oi. Ela para abruptamente.
- Você vai me deixar falar?
- Desembuche. Ela cruza os braços empinando seus seios, merda.
- Eu pedi para a Jesse pegar suas fotos, ela não queria no começo, mas assim como eu, ela confia no seu potencial.
- Por que você fez isso Gabriel? Ela pergunta cabisbaixa, eu me aproximo receoso.
- Porque seu trabalho é perfeito Lee. Ela parece não acreditar no que estou dizendo, eu acaricio sua bochecha com o polegar. - Meu amigo adorou, ele quer expor suas fotos.
- O quê? Pergunta incrédula, por que ela é tão insegura?
- Exatamente o que você ouviu Lee, o Jack quer conversar com você.
- Mentira!
- Sabe que eu não brincaria como uma coisa dessa.
- Ai. Meu. Deus. Fala pausadamente. Será que ela está começando a gostar da ideia? Tomara meu Deus.
- Você vai conversar com ele? Tento.
- Você não podia ter feito isso Gabriel, você invadiu meu espaço. Droga, meu nome completo de novo.
- Eu sei amor, desculpe, eu prometo que nunca mais faço nada nem parecido com isso. Ela pensa um pouco e por fim relaxa os ombros.
- Tudo bem, eu vou falar com ele. Alivio é o que estou sentindo.
- Obrigado.
- Agradeça mesmo seu bastardo, eu devia matar vocês dois por isso. Ela me conhece mesmo não é? Estou realmente agradecendo por não ter sido assassinado aqui, em meu próprio quarto.
- Agora é sério Lee, aspirante a Alerquina? Começamos a rir, ela é tão espirituosa.
- É serio que prestou atenção nisso? Fala em meio ao riso.
- Não ri na hora para não apanhar, mas foi engraçado pra caralho.
- Idiota. Ela esbraveja socando meu peito, pego suas mãos e deposito um beijo em cada uma.
- Você é perfeita.
- Pare de ser fofo, já estou apaixonada, não tenho mais para onde correr. Solto uma gargalhada e a abraço, como não amar esta mulher?
- Te amo diaba.
- Agora sim. Ela me abraça colando nossos lábios, fazemos amor mais uma vez, eu não me canso de estar dentro dela.
Infelizmente á segunda-feira chegou e temos que trabalhar, essa é a pior parte do meu dia, ter que deixa-la na revista, ainda mais sabendo que aquele bastardo estará lá. Depois de deixar a Lindsay no trabalho sigo para o escritório, lá está uma loucura com a mudança, estamos arrumando tudo e até semana que vem estaremos na nova empresa. Meu avô está satisfeito com a rapidez que estou pegando as coisas, ele fica me comparando a ele e a meu pai, fico orgulhoso de me parecer com eles nos negócios, isso significa sucesso.
- Bom dia senhor Clark. Rebeca fala em meio a caixas
- Bom dia, tudo bem por ai? Ela sorri.
- Uma loucura.
- Eu já disse para não se preocupar com isso, a empresa de mudança vira na sexta-feira. A maioria das coisas ficaram aqui, mas levarei algumas.
- Eu sei senhor Clark, mas as suas coisas eu faço questão de arrumar pessoalmente.
- Obrigado.
Passo pela bagunça e sigo para a minha sala, esta semana eu estarei muito ocupado, isso significa ficar longe da minha deusa, um mal necessário. Ethan e eu já cumprimos nossa agenda, o ultimo julgamento foi na semana passada, saber disso me deixa satisfeito, o Eth está arrumando algumas coisas na empresa e não virá ao escritório hoje, meu amigo é muito competente, quando não pensa com a cabeça de baixo, é claro.
Meu dia passa voando e eu mal falei com a Lee, ela também está bem ocupada, eu marquei uma reunião com o Jack, na quarta-feira à tarde, a Lindsay está muito ansiosa quanto a isso, ela não imagina o talento que tem. Saio do escritório e vou direto para casa, preciso de um bom banho, meu dia foi puxado, mal me alimentei e estou faminto, eu estaciono o carro na entrada e sigo para dentro, a Bah está na cozinha, eu vou até ela.
- Boa noite Bah.
- Boa noite querido. Deposito um beijo em sua testa.
- Como foi a viagem? Pergunto ao me sentar na bancada da cozinha.
- Triste. Eu fico mal em vê-la assim, droga.
- Sinto muito.
- Eu sei meu filho. Ela fala batendo sua mão na minha de forma carinhosa, eu a abraço.
- Eu vou tomar um banho.
- O jantar está quase pronto. Assinto e saio.
Sigo para meu quarto deixando a mulher que cuidou de mim desde que me entendo por gente. Vê-la assim tão fragilizada me mata um pouco por dentro, ela é o que tenho mais próximo de família, ela nunca me abandonou e dedicou sua vida a mim. Eu entro no banho e deixo que a água quente escorra por todo meu corpo, relaxando aos poucos. Minha vida está um turbilhão, são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, eu mal tenho falado com meus amigos e estou sentido falta, nossa próxima reunião é na sexta e eu nem me lembro na casa de quem será, estou sendo um merda mesmo. Desligo o chuveiro e enrolo uma toalha na cintura, visto uma calça de moletom e sigo para cozinha, preciso comer.
- Bah? Ouço um choro vindo da lavanderia.
- Estou aqui. Vou até ela e vejo seu rosto manchado pelas lágrimas.
- O que houve?
- Acabaram de me ligar avisando que minha irmã faleceu. Merda, eu queria poder amenizar a sua dor, mas sei bem como é perder o único parente e isso não dá para ser amenizado.
- Então arrume suas coisas, nós vamos para lá agora mesmo. Ela me olha confusa.
- Você não precisa fazer isso Gabriel.
- Não preciso, mas eu quero. Ela me abraça e chora mais, merda.
- Obrigada querido.
- Não me agradeça Bah, você é minha família, agora vá se arrumar. Ela me olha emocionada.
- Fico pronta em meia hora. Depois de arrumar uma mala pequena, eu ligo para a Lee, preciso informá-la que ficarei fora da cidade por um dia.
- Alô.
- Oi amor.
- Ei, o que houve? Essa mulher é vidente?
- A irmã da Bah faleceu.
- Sinto muito Gabe.
- Eu também, estou indo com ela para Boston, eu quero estar lá por ela, assim como ela sempre esteve por mim.
- Faça isso, ela merece.
- Depois eu te ligo.
- Ok, eu te amo.
- Eu também te amo princesa.
Encerro a ligação e vou até a Bah, ela me aguarda na cozinha, pego suas coisas e coloco no carro, iremos chegar de madrugada, daqui até Boston é umas quatro horas de viagem mais ou menos. Ao chegar, a Bah e eu nos hospedamos em um hotel e seguimos para o convento onde sua irmã morava, deixo a Bah lá e vou resolver todas as burocracias necessárias. Depois de tudo organizado, voltamos para o hotel, nós esperamos pela liberação do corpo, eu não conhecia a irmã da Bah, mas pude ver que era muito querida por todos ali presentes. Depois do enterro a Bah me fez dormir um pouco, afinal, passamos a madrugada toda acordados. Eu tomo um banho e me jogo na cama, eu realmente estou cansado, passam das onze horas e eu pretendo sair daqui no máximo ás cinco da tarde, assim que me deito adormeço. Eu acordo desnorteado sem saber ao certo onde eu estou, meu celular toca sem parar e o som está me irritando, pego o maldito telefone sem nem mesmo olhar quem me incomoda.
- Alô.
- Gabe, onde você está? Esfrego os olhos e vejo que já são quatro e meia, droga, dormi demais.
- O que você quer Eth?
- Saber se está bem? - Eu estou tentando falar com você a horas.
- Eu não estou em Nova York.
- E onde está?
- Boston.
- O que faz ai?
- Mas que porra de interrogatório é esse? Ele ri do outro lado da linha, bastardo.
- Desculpe, eu só estava preocupado, você não avisou nada.
- Foi mau cara, foi tudo tão rápido que acabei esquecendo, agora tchau, eu tenho que me arrumar para voltar para casa.
- Beleza, depois você vai me explicar o que esta fazendo em Boston.
- Certo.
Desligo o telefone e sigo para o banheiro, escovo os dentes e me troco, vou até o quarto da Bah e aviso que vamos sair em breve, eu desço até o restaurante do hotel e como alguma coisa, não como direito desde ontem. Quando estou começando a comer a Bah vem ao meu encontro, senta-se e pedi algo para comer também. Ficamos em silencio durante toda a refeição, eu não sei mais o que dizer para conforta-la, eu acho melhor deixa-la quieta. Eu pago a conta e seguimos para Nova York. A Bah está muito calada, ela que é tão falante, mas eu entendo sua dor. Quando chegamos a nossa casa já é tarde da noite, eu sigo para o meu quarto e a Bah faz o mesmo. Eu pego meu celular e vejo que tem mensagens, da Lee, do Brian e do Dylan, estou muito cansado para responder, então ligo para Lee e deixo para mandar mensagem para os caras amanhã.
- Oi princesa. Digo assim que ela atende.
- Oi amor, eu estava preocupada, tudo bem?
- Tudo, eu estou com saudade.
- Eu também, você está em Nova York?
- Acabei de chegar.
- Se eu soubesse teria ido para sua casa. Eu olho o relógio e vejo que é quase meia noite.
- Bem que eu queria você aqui, mas está tarde e amanhã a senhorita trabalha.
- Eu sei, mas mesmo assim eu queria estar ai.
- Amanhã princesa, amanhã estaremos juntos, aí você dormi aqui comigo tá bom?
- Tudo bem, fica bem amor.
- Eu estou bem, quem não está nada bem é a Bah, mas eu tenho que dar um tempo a ela.
- Verdade, dorme com os anjos.
- Isso não será possível, você não estará aqui. Ela sorri.
- De diaba para anjo, fui promovida? Solto uma gargalhada, somente ela para me fazer rir.
- Você é tudo, minha diabinha.
- E você é meu príncipe.
- Não mete essa, assim você vai estragar a minha fama de cara mau. Ela solta uma gargalhada gostosa, que me aquece por dentro, tão linda minha diaba.
- Me desculpe senhor Clark, havia me esquecido dessa sua fama.
- Desculpada desta vez, mas que não se repita. Ela ri e eu a acompanho.
- Boa noite Gabe.
- Boa noite Lee.
E assim encerramos a ligação, ela melhorou minha noite, mesmo que para a Bah esteja sendo uma merda, meio egoísta da minha parte, mas fazer o quê? A Lindsay tem esse poder sobre mim. Eu coloco meu pijama e escovo meus dentes, deito e fico pensando em como é bom tê-la em minha vida, ela ilumina meus dias, que eram sombrios, pego no sono pensando o quanto sou sortudo. Na manhã seguinte, a Bah está abatida, o que me deixa muito puto por não poder fazer nada.
- Bom dia querido.
- Bom dia, posso fazer algo por você?
- Esta tudo bem Gabe.
- Não Bah, não está.
- A perda faz parte da vida meu filho.
- Eu sei disso, mas o fato de fazer parte, não significa que não sofreremos por isso.
- É verdade querido. Ela alisa meu rosto e me passa uma coisa pela cabeça.
- Bah, por que você não tira férias?
- Quê?
- Isso, entra de férias, vai espairecer um pouco, faz anos que não viaja. Ela parece pensar no assunto.
- Não filho, eu não posso te deixar aqui sozinho.
- Eu já sou bem grandinho. Ela sorri e constata que é verdade.
- E para onde eu iria?
- Vá ver aquela sua amiga que mora na Espanha. Ela parece confusa se vai ou não.
- Eu vou pensar querido.
- Certo, se decidir ir, me avise que cuidarei de tudo.
- Obrigada. Ela sorri e eu a abraço.
Depois de tomar café da manhã sigo para o escritório, preciso ligar para o Dylan e para o Brian, faz tempo que não conversamos e acredito que queiram me falar algo, pois me deixaram varias mensagem pedindo para eu retornar. Assim que saio do elevador, o Ethan vem atém mim, ele não me parece muito bem, de duas uma, ou ele passou à noite toda transando loucamente e está muito cansado, ou bebeu muito e está de ressaca, sua cara está péssima.
- Você anotou a placa?
- Bom dia para você também. Ele faz careta.
- Bom dia Eth, se é que está sendo um bom dia, o que houve com você? - Está péssimo.
- O de sempre, cachaça, mulher, essas merdas todas. Dou de ombro e sigo para minha sala com ele no meu calcanhar.
- Bom dia Dona Rebeca.
- Bom dia senhor Clark, senhor Evans. Ela nos cumprimenta e faz uma careta ao olhar para o Eth. É minha querida, ele está mesmo horrível. Nós entramos em minha sala, eu coloco minha pasta na cadeira em frente a minha mesa ao lado do meu amigo e me sento.
- Fala.
- O quê? Pergunto confuso.
- O que você estava fazendo em Boston?
- Ah é isso, a irmã da Bah faleceu e fui acompanha-la.
- Que pesado cara.
- Ela não precisava passar por isso sozinha.
- Você está certo.
- Agora me diga, o que houve de verdade com você?
- Estou tão mal assim?
- Já se olhou no espelho hoje?
- Ok, eu estou péssimo mesmo.
- Isso eu já percebi, agora me diga, o que eu não sei.
- Uma mulher aí. Eu acho que não ouvi direito.
- Você disse uma mulher? - Perdeu seu sossego, por causa de uma mulher?
- É cara, foi o que eu disse.
- Ok, esse mundo está mesmo perdido. Dou risada e ele fecha a cara.
- Vai se foder Clark.
- Viu... - Você me zoou quando conheci a Lindsay, agora é sua vez.
- Eu não preciso dessa merda. Ele levanta e sai que nem um furacão. Caralho, ele ficou mesmo puto. Pego meu celular e ligo para a Lee, o telefone começa a chamar, eu vou até a grande janela observar o movimento nas ruas.
- Oi amor.
- Oi princesa, está tudo certo para hoje à tarde?
- Está, eu consegui a tarde livre.
- Então podemos almoçar?
- Claro que sim, mas eu só poderei sair depois da uma, tudo bem para você?
- Perfeito, assim eu consigo adiantar umas coisas aqui e depois sou todo seu.
- Você já é todo meu senhor Clark.
- Pode apostar que sim. Encerro a ligação e ligo para o Brian, vou aproveitar para falar com todos agora no primeiro horário, o telefone chama umas cinco vezes até que ele finalmente atende.
- Ei Gabe.
- E ai Brow?
- Cara você está sumido.
- Verdade, minha vida tá uma loucura.
- E sua prioridade no momento é uma morena de olhos azuis, acertei?
- Com toda certeza. Ele sorri.
- Cara as coisa não estão nada fáceis com a Bella, a mulher é osso duro de roer. Coitado do meu amigo, deve tá pagando um dobrado com ela.
- Cara, eu nem sei o que te falar, não quero me intrometer.
- Fica tranquilo Gabe, eu não quero que arrume encrenca com a Lindsay, eu entendo você. Que bom que ele entende.
- Valeu cara, mas me conte se já conseguiu algum progresso?
- Nada além de uns beijos, mas aquele bendito jantar é amanhã, de amanhã ela não me escapa.
- Caralho, eu nem sei quando será o meu.
- O do Henry também é amanhã cara, eu pensei que iria poder leva-la aonde eu quisesse, mas não funciona assim, tem varias regras para segurança delas, eu entendo e acho incrível, mas isso meio que estragou com meus planos, droga.
- Fica tranquilo, vai dar tudo certo.
- Assim eu espero Gabe, agora eu tenho que ir, estão me chamando na emergência.
- Até mais Brow
- Até. Ele desliga e eu ligo para o Dylan, não gosto muito de falar ao telefone, mas para os meus amigos sempre tenho tempo, ele me atende no primeiro toque.
- E ai Gabe, o que tem feito seu puto?
- Estou em uma baita correria e você como está?
- Bem, eu acho. Eu me sento, isso vai demorar.
- O que houve?
- Cara, essa merda de se apaixonar é muito fodida. Começo a rir descontroladamente, esses meus amigos são surreais.
- É cara, não é nada fácil.
- Você quer dizer isso para mim?
- Está mesmo apaixonado pela ruivinha?
- Como sabe que é por ela? É sério isso?
- Dylan, você sai com a Sam há muito tempo e nunca demonstrou sentir nada além de atração física, você surtou com algo que a ruivinha fez e desde então está fazendo uma merda atrás da outra.
- Está tão na cara assim?
- Não sei para os outros, mas para mim está.
- Droga. Ele esbraveja.
- É meu amigo, desse jeito você não vai a lugar nenhum, esfregar a Sam na cara dela não está sendo uma boa estratégia.
- Me ajude Gabe, o que eu faço?
- Cara, eu não sei, aquela mulher é maluca, sinceramente você está ferrado. Dou risada e ele resmunga algo que não compreendo.
- Beleza cara, eu vou ver o que eu faço.
- Se precisar de ajuda, não me chame. Risos.
- Vai se ferrar.
Ele encerra a ligação e penso como meus amigos estão ferrados, ainda bem que minha morena parou de me torturar, mas é claro que se esse bastardo precisar estarei lá por ele. Passo o restante da manhã resolvendo vários assuntos referentes a empresa, está quase tudo pronto, hoje à tarde eu vou ao hospital visitar meu avô e quero levar a Lindsay para conhecê-lo.
Já são meio dia e meia e eu preciso buscar minha princesa, arrumo minhas coisas e vou para a revista encontra-la. Paro meu carro próximo à entrada e mando uma mensagem avisando que estou aguardando. Quando a vejo sair fico paralisado com sua beleza, eu não sei o que é, mas cada vez que eu à vejo me parece estar ainda mais linda. Seus cabelos balançam com o vento, ela usa calça jeans, suéter preto, bota preta de salto e echarpe branca, ela parece estar vindo em câmera lenta.
- Oi. Ela diz enlaçando meu pescoço com os braços.
- Oi princesa. Coloco meus braços ao redor da sua cintura e beijo seus lábios macios, sem pressa.
- Eu estava com saudade. Ela fala com nossos lábios ainda colocados.
- Eu também amor.
- E como está a Bah? Ela parece realmente preocupada, isso me alegra, a Bah é muito importante para mim.
- Muito triste, vai demorar um tempo para a dor adormecer, porque infelizmente ela nunca passa.
- Eu sinto muito Gabe. Ela acaricia meu rosto com as costas da mão.
- Está tudo bem Lee, faz parte da vida, vamos?
- Claro.
Entramos no carro e vamos almoçar em um restaurante muito badalado no centro, depois seguimos direto para a galeria do Jack. A Lindsay parece nervosa, eu seguro sua mão para que ela saiba que sempre estarei aqui. Assim que entramos na galeria a recepcionista vem até nós.
- Boa tarde, em que posso ajuda-los?
- Boa tarde, nós temos uma reunião como Jack.
- Só um momento, por favor. Ela segue para uma sala no final galeria, onde fica o escritório do Jack.
- Aqui é lindo. A Lindsay está encanta com todas as obras espalhada pelo ambiente.
- Ficará melhor quando tiver seu trabalho agregado ao ambiente. Ela sorri, eu deposito um beijo casto em seus lábios.
- Gabriel, querido, tudo bem? Ele vem até mim e me abraça.
- Oi Jack, tudo bem e você? Dou dois beijos em sua face.
- Melhor agora e essa lindeza ao seu lado? - Agora eu entendo porque está de quatro, ela é uma deusa. Lindsay sorri e eu reviro os olhos.
- Obrigada. Ela agradece o elogio e fica um pouco corada, ele se aproxima e deposita dois beijos em suas bochechas.
- Não agradeça haney, você além de linda tem muito talento, venha. Ele segura sua mão e sai arrastando ela pelo salão até sua sala. - Sente-se querida.
- Você gostou mesmo das minhas fotos? Pergunta ainda descrente.
- Amor, eu não gostei, eu amei, cada foto tem vida própria. Ele sorri. - Como você consegue captar o que a pessoa está sentindo? Ele coloca os cotovelos na mesa e segura seu queixo com as mãos.
- Eu não sei, só espero o momento certo de dar o clique.
- Você é genial. Ele pega a pasta que contem o trabalho da Lee e começa a mostrar foto por foto. - Olha essa? - Eu consigo ver a alegria dos cães. - E essa? - Olha a felicidade dessa criança correndo para seu pai. - Essa é a que eu mais gostei. Ele mostra uma mulher sentada em uma praça com cara de cansada, depois pega outra em que ela parece estar criando forças para enfrentar a vida e na seguinte, ela sorri lindamente ao ver sua filha vir ao seu encontro.
- Eu particularmente adoro essa sequencia. Lindsay diz orgulhosa.
- Está perfeita haney, vamos expor? Ela morde o lábio inferior e pensa um pouco.
- Vamos. O Jack bate palmas exageradamente, como sempre.
- Ótimo, arrumarei tudo para exposição, vou procurar a melhor data e te ligo para combinarmos tudo.
- Obrigada Jack. Ele levanta e vem até ela.
- Não agradeça, o mérito é todo seu. Ele a abraça e pisca para mim.
- Valeu cara.
- Agora vão, porque olhar para esse Deus grego e saber que ele não joga no mesmo time que eu, isso me mata um pouquinho por dentro. Ele faz drama e a Lindsay acha graça, ele sempre deu em cima de mim, mas sempre levei na brincadeira, o Jack é um amigo muito querido.
- Pare de drama, já sou comprometido.
- Por falar nisso, parabéns Lindsay, você conseguiu o impossível, Gabriel Clark amarrado. Ele sorri e nós o acompanhamos.
Nós nos despedimos e seguimos para o carro, ela parece não acreditar ainda, eu estou imensamente feliz por ter proporcionado essa pequena felicidade, mas como o Jack disse, o mérito é só dela. Quase perdi minhas bolas, mas valeu a pena.
- Eu não te disse que ele havia amado seu trabalho. Falo assim que entramos no carro.
- Obrigada amor. Ela me beija, não de um jeito terno, me beija como se sua vida dependesse disso e eu claro, retribuo com o mesmo fervor.
- Parabéns princesa. Digo com nossas testas coladas, ainda a procura de ar. - Agora eu quero te levar a um lugar.
- Aonde?
- Quero que conheça meu avô. Ela arregala um pouco os olhos.
- Tem certeza?
- Tenho sim, vamos? Ela concorda com uma balançar de cabeça.
Eu ligo o carro e saio pelas ruas movimentadas, pegamos um pouco de trânsito, Lindsay e eu conversamos sobre suas fotos, a forma como ela fala, deixa qualquer um fascinado. Eu a senti um tanto apreensiva, não sei se é porque vai conhecer meu avô, ou porque tem muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo. Eu estaciono o carro e desço para abrir a porta para ela, que desce sorrindo e enchendo meu peito de alegria, pego sua mão e sigo para dentro do hospital. Seguimos para os elevadores, quando descemos no andar do quarto do meu avô, eu sigo pelo corredor segurando sua mão, eu paro em frente a porta e olho para ela, está tensa, posso sentir.
- O que foi amor? Pergunto segurando seu queixo para que possa lhe olhar nos olhos.
- E se ele não gostar de mim?
- Isso é impossível, não tem como alguém não gostar de você.
- Você ficaria surpreso quanto a isso.
- Caso isso ocorra, o problema será só dele, mas não vai acontecer, ok?
- Ok. Ela respira fundo.
- Podemos? Ela balança a cabeça confirmando e passamos porta a dentro.

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now