Capitulo Nove

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Lindsay

Passar meu final de semana com ele não poderia ter sido melhor, eu estava tão magoada e triste, ele conseguiu me distrair, isso foi tão bom, fazia tanto tempo que não ficava com alguém assim, apenas por estar. Ele foi tão fofo, quem diria não é mesmo, Gabriel Clark gentil e carinhoso, de certa forma, eu preferia que não fosso tão gentil, estou me apaixonando por ele, e não sei o que fazer com esse sentimento, ele parece gostar de mim, mas e se ele se cansar? O que farei? São tantas perguntas sem respostas, sei que na vida temos que arriscar, mas da ultima vez que me arrisquei assim, meu coração ficou em pedaços, eu demorei muito para juntar todos os cacos.
Gabriel saiu daqui a pouco e as meninas acabaram de chegar, elas estão me enchendo de perguntas, como sempre, senão fosse assim, não seriam elas. Pedimos comida chinesa, enquanto não chega, eu vou tomar banho, depois eu me junto as garotas na sala, para poder contar o que aconteceu desde sexta-feira à noite. Eu explico tudo que minha mãe confessou, o quanto aquilo me magoou, Hanna sensível como sempre chora um pouco. Eu digo a elas que estou bem, e que eu preciso por um ponto final na minha história com o Daniel, eu sinto que está inacabado, já que fomos interrompidos. Eu conto também como foi encontrar o Deus do sexo na minha cama, claro que eu quase matei a Jesse por isso, mas só na brincadeira, elas realmente me conhecem, nem eu sabia que precisava dele por perto. Por fim, disse que fizemos amor pela primeira vez, porque dessa vez ele foi tão carinho que não posso rotular como sexo, foi muito mais que isso, eu acabei me apaixonando cada vez mais por ele, se achava que estava ferrada, agora então, é que lascou tudo. Elas riram e ficaram felizes por mim, acham que ele sente o mesmo que eu, e que eu preciso parar de ter medo da vida, de certa forma concordo com elas, estou me escondendo em uma regra idiota que acabei quebrando esse final de semana, eu espero que não me arrependa. Depois de uma longa conversa com as meninas, eu vou para o meu quarto, seu cheiro está impregnado por toda parte, o homem é uma perdição, é lindo, gostoso e acabei de descobrir que é fofo. Será que estou ferrada? Ele me mandou mensagem de boa noite, eu achei a atitude dele maravilhosa, isso diz muito sobre como ele se sente em relação a mim, espero que ele tenha paciência comigo e com meu medo.
Não sei o que fazer em relação ao Daniel, eu sei que tenho algum sentimento por ele, mas não quero magoar nem a mim, nem a ele. Ele diz ainda me amar, talvez ame mesmo, mas eu sinto algo muito real referente ao Gabriel, ele não pode sair machucado por causa do meu passado inacabado. Estou em uma encruzilhada, não sei ao certo o que fazer, eu esperarei o Daniel entrar em contato comigo para resolver logo isso. Depois de ficar fritando meu cérebro durante boa parte da noite, enfim adormeço.
Na manhã seguinte eu estou um caco, dormi mal e com tantos problemas na cabeça, não teve maquiagem que me permitisse esconder essa cara horrível e essas olheiras, Julie olha para mim e sabe que eu não estou bem.
- Nossa amiga, você anotou a placa do caminhão?
- Infelizmente foram alguns caminhões Jú. Ela faz careta.
- Uau, quer falar sobre isso no almoço?
- Pode ser, mas agora me deixa pegar um balde de café para ficar acordada, eu dormi mal essa noite.
- Vai lá Lee, até já.
- Até.
Deixo minhas coisas em cima da mesa, pego minha caneca e me dirijo até a copa, depois de encher minha xicara, volto para minha mesa e lá esta o Henrique encostado, me esperando. Era só o que me faltava, me dê forças senhor.
- Bom dia Lee!
-Bom dia Henrique, tudo bem? Pergunto a ele sem muita emoção, eu o adoro, mas não estou com cabeça para mais um problema. Espero que ele tenha tirado essa bobagem da cabeça, ele não pode gostar de mim dessa forma. Esse ditado de um é pouco, dois é bom e três é demais, está errado. Um já da muito trabalho, dois é martilho e três, ai ninguém merece.
- Eu estou bem, mas você não parece estar. Diz preocupado. Eu gosto tanto do meu amigo, espero que nossa amizade continue.
- Não estou mesmo, meu final de semana foi meio complicado. Meu corpo parece pesar uma tonelada. - Mas eu não gostaria de falar disso agora.
-Tudo bem Lee, estarei sempre aqui se precisar.
- Eu sei, obrigada. Eu dou um abraço nele e me sento para começar a trabalhar.
Minha manhã passa depressa, tenho tanto trabalho a fazer que se não fosse a Julie me avisar que era a hora do almoço, eu teria passado em branco. Almoçamos juntas no restaurante Italiano que gostamos tanto, contei tudo o que havia acontecido comigo no final de semana e na minha vida, o que ela ainda não sabia. Julie também ficou surpresa, assim como todas nós, me disse para ter paciência, que tudo iria se ajeitar no seu tempo, estou esperançosa quanto a isso. Minha mãe me ligou a manhã inteira, não estou preparada para falar com ela ainda, mandei uma mensagem para ela me dar um tempo, após isso, ela parou de insistir, graças a Deus, eu não aguentava mais. Depois que voltamos do almoço, eu tenho serviço na rua, o que para mim, é excelente, ainda mais que irei sozinha, tomar ar puro, irá me fazer muito bem, de lá poderei ir para casa.
Quando entro em casa, encontro a Hanna na sala, ela está fazendo um trabalho da faculdade, um croqui lindíssimo, ela é tão talentosa.
- Oi meu anjo. Digo dando um beijo no topo de sua cabeça.
- Oi Lee! Ela sorri. - Eu estava tão distraída que nem ti vi entrar.
- Tudo bem meu amor, seu trabalho está lindo. Digo olhando o vestido que ela desenhou.
- Obrigada. Ela me encara. - Depois irei costura-lo para você.
- Jura? - Obrigada princesa. Fico emocionada com o carinho.
- Eu o desenhei pensando em você.
- Você é uma linda, sabia?
- Não sou não, eu só te amo muito.
- Eu também te amo, agora vamos parar com esse assunto, senão você vai me fazer chorar.
- Tudo bem!
- Como foi seu dia meu anjo? - Aquela moça parou de te perturbar? Ela abaixa a cabeça, droga, com meus problemas eu acabei esquecendo de saber sobre essa aspirante a malévola.
- Meu dia foi normal. Ela tenta disfarçar.
- Hanna, não me esconda nada. Uma lágrima rola em seu belo rosto.
- Ei querida, não fique assim, você precisa desabafar, é para isso que servem as amigas.
- Lee, ela está cada dia pior, as brincadeiras bobas estão virando ofensas e ações perigosas.
- Como assim Hanna? Pergunto realmente preocupada.
- Esses dias ela jogou o carro em cima de mim, só não me acertou porque o Liam me tirou do caminho, o que fez com que ela ficasse mais furiosa.
- Quem essa vadia pensa que é? - Isso está ficando perigoso Hanna. Ela assente. - Quem é Liam?
- O ex-namorado dela.
- Que merda!
- Eu que o diga, ralou um pouco o meu joelho, mas estou bem. Ela alisa o joelho em um movimento involuntário. - O pior agora, é que onde eu estou, eles dois estão.
- Como assim?
- Ela porque me persegue e ele porque ela me persegue e sabe que é por causa dele. Eu não posso acreditar nas merdas que as garotas fazem por garotos. - Ele tenta me proteger e só piora.
- Eu estou começando a concordar com a Jesse, temos que quebrar essa vadia no pau.
- Não Lee, eu vou solucionar isso.
- Quando ela te matar? Pergunto sendo sarcástica.
- Não! - Credo Lee.
- Estou falando sério, Hanna, essa menina é louca.
- Eu sei.
- Se eu fosse você, pegava logo esse cara, já que ela te acusa tanto.
- Você acha que já não pensei nisso?
- Então não pense, faça.
- Não sei se devo.
- Se não vai fizer, ameace.
- Como assim?
-Diga a ela, "eu não fiquei com ele, ainda, mas se continuar me perturbando irei ficar, e irei desfilar com ele pelo campus".
- Será que vai funcionar?
- Caso não funcione, você fica com ele.
- Por quê?
- Por que não?
- Não sei.
- Ele é feio? - É chato?
- Claro que não, ele é lindo, um dos mais gatos do campus inteiro, todas as meninas gostariam de ficar com ele, e para piorar, ele é muito legal.
- E então?
- Ela me persegue sem eu nem olhar para ele, imagina se souber que fiquei de verdade?
- Ai sua irmã mais velha irá até lá ter uma conversinha com essa patricinha.
- Você não faria isso?! Fala ela incrédula.
- Faria sim, eu te amo Hanna, você sabe disso, mexeu com qualquer uma de vocês, mexeu comigo, sei que fariam o mesmo por mim.
- Faríamos mesmo.
- Então, por que a dúvida que eu também faria o mesmo por você?
- Desculpa Lee, sei que faria tudo por nós.
- Sim, sempre. Ela levanta e me abraça.
-O brigada.
- Minha menina, você fará o que eu disse?
- Sim, farei isso amanhã mesmo.
- Essa é minha garota. Pisco para ela.
Deixo Hanna, terminando de fazer seu trabalho e vou para o meu quarto, preciso de banho, como cheguei cedo, eu vou fazer o jantar. Depois eu convocarei uma reunião com a Isa e a Jesse, precisamos falar sobre o que está acontecendo com nossa menina, ela é tão ingênua, as pessoas acham que por isso podem fazer o que quiserem, mas não é bem assim, ela tem família e melhores amigas que a amam muito, isso não vai ficar assim.
De banho tomado eu vou para cozinha fazer o jantar, uma comida levinha, hoje já comi massa e se continuar assim, vou desce as escadas do prédio rolando, porque não irei mais caber no elevador. Preparo arroz, peixe assado e uma salada verde. Às meninas se preparam para o jantar, enquanto isso eu arrumo a mesa e separo um bom vinho.
- Está tudo pronto. Grito para elas.
- E o cheiro está divino. Jesse entra na sala de jantar.
- Eu espero que o gosto também esteja.
- Vai estar, eu nunca vi você preparar algo ruim.
- Também TE AMO Jesse. Ela sorri e se senta.
- Vamos meninas a Jesse irá comer tudo. Digo piscando para ela que sorri.
- Eu vou mesmo!
- Espera Jesse, eu também quero. Isa adentra a sala.
- Hanna, só falta você.
- Estou indo. Ela grita do quarto.
- Meninas aproveitando que ela ainda não veio, queria marcar para conversamos fora de casa, um assunto muito importante sobre a Hanna. Falo baixinho para que ela não escute.
- O quê? Pergunta Isa com preocupação. Jesse arqueia uma sobrancelha.
- É sobre aquela garota da faculdade, não é? Garota esperta essa Jesse.
- Sim, ela está ficando perigosa.
- Como assim? Pergunta Isa um tanto alto.
- Ei, fale mais baixo. Escuto os passos da Hanna no corredor. - Depois eu conto, agora não dá.
- E aí vamos comer? Hanna parece empolgada
- Claro meu anjo, faça as honras.
- Ei, por que ela, se eu cheguei aqui primeiro?
- Esta falando sério? Dou meu olhar severo para Jesse, que entende meu recado e sede a vez.
- Tudo bem Hanna, pode pegar primeiro.
- Eu não faço questão de ser a primeira Jesse, pode pegar.
- Viu ela não faz questão. Nós quatros caímos na gargalhada, essa Jesse não tem jeito.
- Tudo bem então, mas depois a louça é sua.
- Droga. Ela cruza os braços na altura dos seios. - Eu não quero mais ser a primeira.
- Agora já era. Isa zomba da cara dela. Jesse revira os olhos e começa a se servir, todas nós nos servirmos em seguida.
Passar um tempo com elas sempre será o melhor momento do meu dia, elas me entendem, me amam, estão sempre lá quando eu preciso, sabem o que eu quero até mesmo quando nem eu sei o que quero, não passam a mão na minha cabeça se eu estiver errada, não me criticam, apenas me abrem os olhos para o que acham ser o melhor para mim, não posso querer nada mais que isso, melhores amigas para todo o sempre.
Depois de um jantar incrível com minhas amigas, eu vou para o meu quarto, escovo os dentes e faço xixi. Pego meu celular, sento na minha cama, eu queria mandar mensagem para ele o dia inteiro, mas me segurei, claro que não tive muito tempo e quando tive, me faltou coragem. Penso em tantas frases para mandar, mas opto por uma frase clichê.

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now