Capitulo Vinte e Nove

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Lindsay

Desde o momento que eu recebi a noticia que teria que viajar para a Califórnia, eu fiquei apreensiva, eu cheguei a achar que o Gabe iria colocar empecilhos, mas ele não reclamou muito, na verdade ele só se recordou de que o Henrique mora aqui, quando eu já estava a caminho. Nós conversamos todas às noites desde que cheguei, hoje será o coquetel de inauguração da nova filial, estou terminando de me arrumar, eu estou usando um tubinho azul marinho, Scarpin preta, uma trança de lado nos cabelos e uma maquiagem leve, simples, mas elegante o suficiente para a ocasião. 
O carro da empresa vem até meu hotel para me buscar, como se fosse mesmo necessário com dois armários como minhas sombras. Assim que chegamos à Los Angeles o Black alugou um carro e me segue para todos os lugares, eu já estou me acostumando com sua presença, quando eu os avisei que iria viajar e já havia comunicado ao Gabe eles se prontificaram a me acompanhar, eu não os questionei, afinal eles recebem ordens e eu não quero atrapalhar o trabalho deles, mesmo achando a vinda deles desnecessária.
Ao chegar ao local do evento minha supervisora me passa mais uma vez o que eles esperam das fotos que serão tiradas por mim, faço meu trabalho por umas duas horas mais ou menos e finalmente somos liberados para curtir o restante do coquetel, que por sinal está lindo, muitos artistas foram convidados e eu tive a oportunidade de fotografar muitos deles. Cara, o Channing Tatum é ainda mais gato de perto, as meninas ficaram loucas quando souberem que eu estive tão perto desse ser fantasticamente lindo.
- Lindsay! Lara me chama de sua mesa, ela é uma das funcionárias aqui de Los Angeles, eu aceno e me encaminho em sua direção.
- Junte-se a nós. Ela indica uma das cadeiras vazias ao seu lado, a mesa aqui tem espaço para sete pessoas, e nessa só está ela e mais duas garotas que eu ainda não sei os nomes, eu as vi durante a semana, mas não fomos apresentadas.
- Claro. Sorrio e me sento ao lado da Lara.
- Lindsay, esta loirinha aqui ao meu lado esquerdo é a Ana e está mulata ao seu lado é a Lisa, meninas essa é a Lindsay.
- Olá meninas.
- Oi. Elas falam em uníssono.
Nós quatro engajamos em uma conversa animada, falando sobre os artistas presentes e o quanto cada uma de nós é fã e de quem, todas nós amamos o Channing Tatum, mas quem não? Depois de vários xotes de tequila e umas taças de vinho eu já estou para lá de Bagdá. Eu peço licença as minhas mais novas amigas e vou ligar para o Gabe, depois de ouvir sua voz sexy e levar uma bronca por estar levemente alterada, a Lara me chama para tiramos uma foto com um modelo muito gato, me despeço do meu amor e vou de encontro a elas, depois de quase uma seção de fotos voltamos a nossa mesa, rindo das besteiras que Ana fala, ela me lembra a Jesse com suas maluquices.
- Posso me juntar a vocês? Olho para a voz que nos fala e meu sorriso morre, estou evitando o Henrique ao máximo, mas ele sempre dá um jeito de se aproximar.
- Eu... Antes mesmo que eu possa completar minha frase de “Eu acho melhor não”, a assanhada da Ana responde primeiro.
- Claro querido. Ele sorri daquele jeito que molha calcinhas, mas não a minha, e cumprimenta cada uma com um beijo na bochecha.
- Oi Lee. Ele diz assim que seus lábios tocam meu rosto, seu perfume invade minhas narinas, o homem é muito cheiroso.
- Oi Henrique. Digo sem muita emoção.
- Vocês já se conhecem? Ele olha e sorri para Ana.
- Nós trabalhávamos juntos na matriz em Nova York.
- Nossa que legal, e por que você saiu de lá senhor Lins? Pergunta a Lisa muito interessada.
- Me chame de Henrique querida. Ele pisca e ela quase se derrete em cima da mesa, minha nossa senhora, é só um homem gente, certo, um dos mais gatos que eu conheço, mas ainda assim, um homem. - Respondendo a sua pergunta, eu me mudei por motivos pessoais que não vem ao caso. Ele me olha e pisca. Merda, eu não gosto de lembrar que foi por minha causa que ele saiu do NYC.
- Entendi, mas o que você está achando de Los Angeles?
- Maravilhosa, aqui é tudo muito lindo.
- Lindo mesmo. Ana responde olhando para o Henrique, coloca seus cotovelos na mesa apoia seu rosto nas palmas das mãos e sorri.
- Você tem toda razão. Lara completa, eu não resisto à vontade de revirar os olhos, o garçom passa com uma bandeja cheia de taças de champanhe eu peço uma e ele me entrega, tomo tudo de uma vez.
Elas continuam bombardeando o Henrique de perguntas e de repente parece que tudo que ele fala é engraçado, eu estou louca para sair dessa mesa, mas não quero ser mal educada, eu poderia ser mais como a Jesse, há essa hora ela já teria mandado todo mundo se foder e ido embora sem nenhum remorso, já eu não consigo ser assim. Eu peço licença e me dirijo ao banheiro, quase caio umas três vezes, salto e bebida não combinam, eu dou risada e entro no banheiro, é enorme e cheira tão bem, faço minhas necessidades e quando eu saio porta a fora uma mão segura meu braço.
- Lee! Eu olho para sua mão em meu braço e olho para seu rosto com cara de poucos amigos.
- Me solta Henrique. De repente o álcool evapora e eu já não estou mais tão bêbada.
- Me desculpe eu não queria te assustar. Ele solta meu braço e passa suas mãos pelos cabelos os desalinhando.
- O que você quer? Ele vai se aproximando e a cada passo dado por ele em minha direção, eu dou um passo para trás, até sentir a parede em minhas costas, eu olho para os lados a procura de alguém que possa interceder por mim e eu não vejo ninguém.
- Eu sempre quis você Lindsay. Ele coloca uma mão de cada lado da minha cabeça espalmada na parede impedindo qualquer movimento meu.
- Nós já conversamos sobre isso, eu já deixei bem claro que não quero nada com você. Ele aproxima seu rosto do meu e eu posso sentir o cheiro de bebida, eu começo a ficar em pânico, espalmo minhas mãos em seu peito, ele nem se move, parece à porra de um muro.
- Eu sei que conversamos, mas eu sou louco por você. A sua respiração fica pesada.
- Henrique, por favor, me deixe sair. Eu tento empurra-lo mais uma vez e nada.
- Você é tão linda e cheirosa. Ele cheira meu pescoço e eu sinto repulsa, eu não quero fazer um escândalo, mas acho que não terei outra opção.
- Se você não me soltar agora mesmo eu vou gritar. Ele ergue seus braços em sinal de rendição, eu respiro mais aliviada e quando eu vou sair ele me beija. Eu empurro seu peito com as duas mãos na tentativa de afasta-lo, mas não consigo, ele coloca sua mão direita atrás da minha nunca me mantendo imóvel. Sua língua invade minha boca e eu o mordo.
- Ai. Ele se afasta claramente com dor eu o olho indignada por ele ter me beijado, eu me aproximo dele e lhe dou uma bofetada.
- Imbecil. Saio de lá e o ouço me chamar, assim que passo pelas portas do grande salão eu encontro meus seguranças em seus postos, peço que me leve ao hotel.
A raiva que estou sentindo no momento é astronômica, o que aquele idiota pensou que estava fazendo para me beijar assim? Eu não gosto nem de pensar o que o Gabe diria se soubesse dessa merda. Chegando ao hotel eu vou direto para o quarto, a única coisa que quero no momento é tomar um banho e ir dormir, só quero esquecer esse dia.
Na manhã seguinte eu peço minha refeição no quarto, depois de me deliciar com um café da manhã digno de uma rainha eu pego meu celular e tento falar com meu namorado, mas seu celular só cai na caixa postal. Eu resolvo ligar mais tarde, eu tomo um banho, me arrumo e sigo para o escritório, tenho que finalizar umas coisas e logo estarei em casa.
- Lindsay? Ouço a voz do Henrique, eu finjo que não é comigo, ele me chama várias vezes e eu o ignoro.
- Meninas. Eu as cumprimento e suas caras não são das melhores, só não entendo o por quê? Talvez seja por eu não ter me despedido ontem, eu dou de ombros e sigo meu caminho, depois eu me desculpo pela minha falta de modos.
Minha manhã é produtiva, mostro aos diretores minhas fotos do evento eles adoram e me elogiam pelo belo trabalho. Eu fui liberada para voltar à Nova York, eu me despeço de todos com quem fiz amizade e mais uma vez não entendi as conversinhas e cochichos, assim que sai do prédio da revista meu celular começa a vibrar na minha bolsa, eu peço para o Black me levar de volta ao hotel e atendo o telefone.
- Oi Isa. Estou com tanta saudade das minhas amigas.
- Oi Lee, está tudo bem? Ela me parece preocupada.
- Eu estou muito bem e você? Pergunto desconfiada de que aconteceu algo.
- Você viu as colunas de fofoca hoje? Agora estou mesmo preocupada.
- Não, por quê?
- Fique calma ok. Que porra está acontecendo?
- Fale logo Isabella, com essa demora toda é que eu vou ficar nervosa.
- Tem uma foto sua beijando o Henrique em todos os sites de fofoca. Eu ouvi direito? Meus olhos chegam a doer pelo tanto que eu os arregalo.
- Eu não acredito! - Como essa merda foi parar lá? Pergunto mais para mim do que para ela.
- O que aconteceu Lee? Eu respiro fundo e despejo todo o ocorrido, a Isa fica indignada. - Eu sinto muito Lee. De repente o Gabe vem a minha mente, ele não retornou minhas ligações até agora, será que ele viu? Porra.
- Eu não acredito nessa merda. Uma lagrima escorre por meu rosto e eu a limpo rápido e me despeço da minha amiga. - Obrigada Isa.
- Não me agradeça, se precisar é só me ligar. Sua voz transmite todo seu apoio.
- Eu te amo. Um nó se forma em minha garganta assim que profiro essas palavras.
- Eu também te amo. Assim que ouço sua declaração eu encerro a ligação.
Durante o trajeto até o hotel eu tentei entrar em contato com o Gabe, mas seu telefone só da caixa postal, ele nunca ficou tanto tempo incomunicável, não conseguir falar com ele está me matando aos poucos. Assim que eu entro em meu quarto e fecho a porta atrás de mim, minhas lagrimas caem sem reserva alguma, eu segurei ao máximo para não desabar na frente dos meus seguranças, mas aqui sozinha eu posso chorar toda minha frustração por ter sido exposta dessa forma. Eu liguei na empresa e a Dona Rebeca não transfere minhas ligações, alega que ele está em reunião, a minha única saída é pedir a ela que passe meu recado, para ele retornar minhas chamadas, entre uma ligação e outra durante o percurso para cá eu dei uma olhadinha nos sites em que a noticia foi espalhada, em uma das notas está assim:
“A festa de inauguração da nova sede de uma das revistas mais bem conceituada dos Estados Unidos, a All Beautiful Magazine, foi um verdadeiro sucesso, a festa estava tão animada que os casais estavam se atracando nos cantos sem nenhuma reserva”.
Uma foto minha beijando o Henrique está a baixo da legenda, pela imagem até eu acreditaria que o beijo foi consensual, eu estou aqui rezando para que o Gabe não tenha visto ainda e eu consiga me explicar. Eu seco minhas lagrimas e começo a arrumar minhas coisas, eu quero estar em Nova York o mais rápido possível e contar ao Gabriel tudo que se passou naquela noite e se ele realmente me amar irá acreditar em mim.
Eu aviso aos rapazes que vamos voltar para casa e que eles deixem tudo pronto que em breve sairemos. Esse tempo que passei com eles foi interessante, eu acabei descobrindo algumas coisinhas, por exemplo, que o Black é divorciado e tem um filho de seis anos, ele me mostrou a foto e eu me apaixonei pelo pequeno Black, o menino é a cara do pai. O Price é solteiro, mas é apaixonado por uma moça que o faz suspirar pelos cantos, eu estou na torcida para que dê certo apesar de não saber por que eles estão separados. Com tudo pronto nós fazemos o check-out no hotel e seguimos para o aeroporto internacional de Los Angeles, enquanto nós esperávamos para trocarem o horário do nosso voo eu tento incansavelmente falar com o Gabe, mas sempre cai na caixa postal, mando mensagem e nada, merda, eu estou com a porra de um pressentimento ruim.
Depois do que me pareceu ser a merda do voo mais longo da minha vida, finalmente esse avião aterrissa em Nova York. Eu praticamente saio derrubando todos que estão a minha frente bloqueando minha passagem, normalmente eu sou educada, mas hoje não tenho cabeça para bons modos. Os rapazes e eu pegamos um taxi e eu dou o endereço do Gabe, mas chegando lá ele não está e eu aproveito para dar um beijo no vovô e na Bah. Eu saio de lá com o coração ainda mais apertado, eu tenho quase certeza que ele já sabe e está me evitando, eu ainda tenho esperanças, como meu pai sempre diz, “ela é a primeira que nasce e a ultima que morre”, eu espero que minha intuição esteja errada e que essa sensação ruim não seja nada.
Ao entrar em casa eu me jogo no sofá e deixo que mais lágrimas banhe minha face, estou mentalmente exalta, só de pensar em perder o Gabe minha alma morre um pouco, nunca me imaginei amando alguém dessa forma, esse sentimento se apossou do meu coração e eu acredito que não sairá facilmente de mim. A Isa entra pela porta e corre até mim, me abraçando forte, mais lagrimas brotam em meus olhos, o conforto de seus braços me faz ter um choro compulsivo e sentido, como o de uma criança que acabou de cair e ralar os joelhos e sua mãe o pega com carrinho e diz que logo tudo ficará bem, eu sinto isso nesse abraço, mesmo a Isa não dizendo absolutamente nada.
- Isa eu não consigo encontrar o Gabe. Eu digo entre um soluço e outro.
- Eu acabei de saber pelo Brian que eles marcaram de se encontrar no pub do Jerry. Eu arregalo os olhos.
- Ele havia comentado sobre isso comigo durante a semana, eu estou tão aturdida que acabei esquecendo. Eu me levanto e vou sentindo meu quarto.
- Aonde você vai? Isa pergunta seguindo meus passos até o quarto.
- Eu vou até o pub do Jerry, eu preciso explicar ao Gabe tudo aconteceu.
- Você quer que eu te acompanhe? Me pergunta solicita.
- Não precisa, mas eu agradeço. Ela me abraça e me acompanha até a porta assim que eu termino de me arrumar. - Me deseje sorte.
- Toda sorte do mundo. Eu beijo seu rosto e sigo meu caminho.
Quando eu saio do elevador cumprimento seu Rodrigues e sigo para saída a procura de um táxi, assim que coloco meus pés na calçada me deparo com o Price encostado na lateral do carro, ele está com seus braços cruzados na altura do peito e com sua cara habitualmente amarrada, esse homem não escuta minhas ordens?
- Eu me lembro de ter mandado você ir para casa. Ele arruma sua postura e alisa sua camisa branca.
- Desculpe senhora, mas minhas ordens são para não sair do meu posto. Contrariada faço uma careta.
- Tudo bem Price. Sorrio para ele, eu entendo que é seu trabalho. - Você pode me levar ao pub do Jerry?
- Claro. Ele sorri de lado e abre a porta de trás para que eu possa entrar.
- Obrigada.
O caminho da minha casa até o pub é rápido, assim que o carro para em frente ao estabelecimento meu coração gela, será que ele vai falar comigo? O Price está com a porta do carro aberta aguardando minha saída, coragem Lee, eu tento me encorajar, respiro fundo e desço do carro, minhas mãos estão suando frio, encho meus pulmões de ar e entro pela porta lateral, ouço vozes e o som de uma banda que eu não sei identificar, procuro os rapazes entre a multidão e avisto o Henry conversando com o Ethan, sigo para perto deles e o que eu vejo me deixa desnorteada por uns instantes.
- Gabriel Clark! Esse filho de uma puta está beijando outra, provavelmente ele quer se vingar por causa da foto, ele não me deu nem o beneficio da duvida, cretino, ele me encara confuso.
- Duas diabas? Ele só pode estar brincando né?
- Eu não estou acreditando no que eu estou vendo. Eu digo indignada.
- Do que ela está falando? Ele pergunta para a moça que está ao seu lado.
- E eu é que sei. Ela responde tão confusa quanto ele.
- Vai se foder seu idiota. Eu saio furiosa, o Brian me chama, mas eu ignoro.
Eu entro no carro e bato a porta assustando o Price, dou a ordem para que me leve para casa, mal minhas palavras saem e minhas lagrimas molha meu rosto, eu não me importo se meu segurança está presenciando tudo, no momento eu quero sumir. Volta e meio eu o vejo me olhar pelo retrovisor, seu olhar é complacente e me toca, por saber que ele não é tão indiferente como se demonstra ser. Assim que o carro para em frente ao meu prédio, Price o desliga e permanece onde está e eu também continuo estática no mesmo lugar, quando me sinto um pouco mais calma eu abro a porta e saio.
- Obrigada. Ele sorri sem graça.
- Eu só fiz meu trabalho.
- Eu não estou me referindo a isso. Ele assente. - Até mais Price.
- Boa noite senhora.
Aceno e dou as costas, entro no meu prédio de cabeça baixa, entro no elevador e espero até parar no meu andar, a cena do Gabe beijando aquela mulher não sai da minha cabeça. Assim que eu entro em casa vejo a Isa sentada no sofá e a Hanna em sua mesa no canto da sala, elas se levantam e vem de encontro a mim, elas me abraçam, mas não dizem nada, o que me de certa forma me conforta, eu não quero conversar no momento. Eu deixo minhas lagrimas rolarem pelo meu rosto enquanto eu estou recebendo o apoio das minhas amigas, neste momento tê-las aqui ao meu lado está sendo crucial.
Depois de chorar por minutos ou horas eu não sei ao certo, eu vou para o meu quarto sem dizer uma única palavra, as meninas sabem que quando eu me sentir bem para falar, eu o farei, mas hoje não será esse dia. Eu entro no banho e torço para que água tire de mim essa dor dilacerante, esse sentimento de que me falta algo, esse vazio que se apossou do meu ser. A água lava meu corpo, mas minha alma continua encardida com esse sentimento ruim chamado ódio, isso mesmo, eu estou odiando o Henrique por ter me beijado sem minha permissão e odiando ainda mais o Gabe por não ter ouvido de mim o que realmente aconteceu. Eu me recuso a ficar para baixo, como quando o Daniel me deu um pé, isso não vai se repetir, se ele escolheu a versão das fofoqueiras de plantão, pois então que fique com ela.
Eu saio do banho determinada, eu vou ficar bem mesmo com meu coração em frangalhos, seco meus cabelos e coloco meu pijama de coelho, me enfio embaixo das cobertas e não demoro a pegar no sono, afinal meu corpo está exausto e minha mente esgotada.
Na manhã seguinte ligo para os meus pais informando que não poderei ir até eles esse final de semana, minha mãe como sempre me encheu de perguntas, eu desviei do assunto e meu pai como sempre me salvou e eu como não sou nada besta desliguei o mais rápido possível. Eu me junto ás meninas no café e pergunto sobre o Andrew, afinal eu o deixei com essas malucas por quatro dias, elas me dizem que ele tinha um compromisso logo cedo, mas que a tarde ele estará de volta. Depois do meu pequeno interrogatório eu conto tudo que aconteceu a elas em Los Angeles desde o beijo roubado com direito a bofetada, até o flagra no Gabe aos beijos com outra no pub do Jerry.
- Filho de uma puta, eu disse que arrancaria suas bolas. Jesse cospe as palavras soltando fumaça pelas ventas.
- Eu estou chocada. Hanna coloca sua mão na boca mostrando toda sua indignação.
- Eu sei gente, eu também estou incrédula com tudo isso, mas se tem uma coisa que eu coloquei na minha cabeça é que eu não vou ficar em casa sofrendo, por isso eu quero saber qual é o plano de vocês para hoje á noite? Sorrio maliciosa.
- Meus planos são onde você quiser estar e eu espero não encontrar aquele babaca, ou eu arranco mesmo suas bolas. Sorrio e abraço a Jesse, essa minha maluquinha é a melhor.
- Obrigada Jesse, mas eu prefiro que não toque mais no nome dele, ou faça menção a sua pessoa dentro desta casa, pode ser?
- Claro Lee, não está mais aqui quem falou. Ela pisca e me joga um beijo.
- E vocês? Aponto para Hanna e a Isa.
- Eu estou dentro. Hanna se pronuncia seria. -De qualquer coisa que fizerem. Sorrimos.
- É assim que se fala garota. Jesse bate na mão de Hanna em um toque cumplice.
- E eu vou com vocês até para o inferno. Eu lhe dou um abraço apertado e eu sussurro “obrigada” em seu ouvido, Isa sorri e bate palma animada. - Aonde nós vamos?
- Não pensei nessa parte. Digo um tanto triste, não quero ir a Brook, porque foi lá que eu o conheci.
- Que tal no Big? Jesse levanta suas sobrancelhas várias vezes de forma teatral. -Eu sei que a presença de pessoas que a amam pode ajudar. Eu tenho recordações daquele crápula no pub do Big, mas eu tenho milhões de lembranças que não o envolve.
- Perfeito. Digo satisfeita por não deixa-lo estragar minha vida, ao menos é o que eu acredito. - Eu vou ligar para Julie, quem sabe ela nos acompanha. As meninas se animam.
- Isso, faz tempo que ela não se junta a nós. Hanna diz animada.
Depois de marcar tudo com a Julie, eu as meninas vamos ao salão de beleza, eu quero mudar um pouco meu visual e dar um up na minha aparência, chega de cabelos longos demais e pretos demais. No fim da tarde eu as meninas voltamos para casa, cheias de sacola, porque não existe terapia melhor do que ir as compras com suas melhores amigas. 
- Uau! Meu primo exclama assim que nos vê passar pela porta.
- Oi Andrew. Jesse cumprimenta empolgada.
- Oi Florzinha. Ele beija sua bochecha e eu aposto que sua calcinha está uma bagunça agora.
- Oi primo. Beijo seu rosto e jogo as sacolas no sofá.
- Caralho Lee, você está muito gata, adorei o novo visual. Ele se refere ao meu corte de cabelo e a clareada que eu dei nas pontas, eu também gostei do resultado.
- Obrigada. Ele sorri e cumprimenta a Isa e a Hanna.
- As senhoritas vão a algum lugar está noite?
- Nós vamos ao bar do Big, nos acompanha? Pergunto divertida.
- Sair ao lado das quatro mulheres mais belas de Nova York? – Com certeza.
- Cinco mulheres. Jesse inclui a Julie.
- Cinco? Ele sorri de lado, deixando todas nos babando, o cara é mesmo uma perdição. - E onde está esta bela dama?
- Ela nos encontrará lá.
- Ótimo, eu estou indo me arrumar. Pisca para nós e sai da sala.
- Inferno, este homem acaba com as minhas calcinhas. Hanna, Isa e eu caímos na gargalhada, essa Jesse não toma jeito.
À noite cai e estamos todos muito bem arrumados, Andrew usa calça jeans, suéter bege e bota amarela mostarda, ele é realmente um pecado, Isa esta usando um vestido preto até suas coxas, bota na mesma cor até o joelho e um casaco vermelho, Hanna está usando um macacão longo azul, casaco preto e sandália da mesma cor, Jesse usa seu habitual jeans surrado, camisa preta, coturno e casaco preto, eu uso jeans skinny, bota cano curto, suéter branco com uma blusinha de alça por baixo, meus cabelos estão soltos para mostrar meu novo corte.
Assim que o táxi chega, Andrew, Jesse e Hanna se dirigem a ele, Isa e eu vamos com o Black, que hoje está acompanhado com outro segurança, porque o Price está de folga, o cara que eu não sei o nome ainda, é muito bonito por sinal, forte, alto, olhos azuis e pela clara, mais uma perdição, porque o Price e o Black não ficam atrás. Hoje o Black e eu tivemos uma pequena discussão, na verdade eu discuti praticamente sozinha, ele não quer deixar de me seguir, eu já disse que seus serviços não serão mais necessários, mas ele bateu o pé e disse que ele foi contratado para ser minha sombra e é isso que ele e Price serão, merda. Black liga o carro e seguimos para o pub, Manhattan está iluminada como em todas às noites, a conversa no carro segue animada e eu quase não me recordo o quanto meu coração está despedaçado.
- Ei grandão! Eu o cumprimento assim que adentramos o pub.
- Pequena... Ele sorri lindamente e sai do balcão para me abraçar. - Há que devo a honra? Ele pergunta olhando para todos os presentes.
- Não podemos sentir saudades? Jesse pergunta.
- Valente! Ele a pega no colo e a gira. - Aqui vocês podem tudo.
- Eu acho bom. Ela pisca para ele e bate a mão no balcão. - Nessa birosca tem ou não tem bebida?
- Opa... – Meninas, sirvam minhas convidadas. Ele sorri e se aproxima da Isa. - E você Crepúsculo como está?
- Ótima, meu samoano gato. Ele solta uma gargalhada sempre que a escuta chama-lo assim.
- Pequena, Valente, Crepúsculo, samoano? Meu primo encara a Hanna e espera seu apelido. Nós sorrimos.
- O meu é patético. Ela cobre o rosto.
- Por quê? Meu primo fica curioso.
- Porque ela não gosta. O Big responde com um sorriso de lado. - E você quem é? Ele estende sua mão para o Andrew.
- Andrew Cooper, primo da Lindsay.
- Seja bem vindo cara. Ele bate no ombro do Andrew e sorri.
- E então, vamos à mesa? Hanna pergunta com um copo na mão.
- Aonde vocês vão sem mim? Julie aparece com seu rosto angelical e seu sorriso fácil.
- Julie! As meninas e eu dissemos juntas, nós nos abraçamos empolgadas por estarmos juntas mais uma vez.
- Oi meninas. Ela sorri e olha para o Big e o Andrew que a encaram.
- Julie, esses são Andrew Cooper e Big Tate. Eu os apresento.
- É um prazer te conhecer. Big se pronuncia.
- O prazer é todo meu, é uma grande honra finalmente conhecer o famoso Tate. Ela sorri com seu jeito meigo, com toda certeza ganha o coração do grandão.
- Andam falando de mim por ai? Ele pergunta fingindo ofensa.
- Somente coisas boas. Julie pisca para mim.
- Assim eu espero.
- Deixe de drama grandão e vamos à mesa.
- Claro.
- Esperem! Andrew nós impede se de seguir. - Antes me digam o apelido da Hanna. Nós rimos.
- Hanna Montana. Ela revira os olhos e o Big sorri
- Fala sério... Ela reclama e o Big a abraça.
Seguimos para a mesa e o papo fluiu normalmente, eu agradeço aos céus pelo fato do Big não perguntar sobre o dito cujo. Nós rimos até a barriga doer das gracinhas do Andrew, Big e Jesse, ninguém aguenta esses três juntos, nós estamos embriagados e mais que relaxados, o bar está fechando e o Big nos convidou para conhecer a boate do seu amigo que inaugurou hoje, ninguém se recusou. Em frente à balada esperamos o Big conversar com um dos seguranças, para que ele libere nossa entrada, a fila está quilométrica e se fossemos pega-la nós entraríamos ai somente na semana que vem. O lugar por fora é intrigante, acho que essa boate é diferenciada, tem um ar grego nela, logo na entrada tem uma estátua enorme de Afrodite à deusa da beleza e do amor, do lado direito tem a estátua de Dionísio deus da festa, do vinho e do prazer e do lado esquerdo tem a estátua do Apolo, deus da luz, eu não conheço esse amigo do Big, mas eu já gosto do cara, de todos os deuses da mitologia grega esses são sem sombra de dúvidas os meus preferidos, apesar de gostar também de Atena a deusa da sabedoria.
- Podemos ir pessoal. O Big me tira dos meus devaneios.
- Claro. Jesse responde e passa a sua frente. - Uma boate que tem Dionísio logo na porta de entrada, tem meu respeito. Todos nós rimos e passamos pelos seguranças que retira a corda vermelha que impede que as pessoas passem.
Entramos por uma porta dupla prata e a música alta preenche todo o ambiente, está tocando “Alejandro da Lady Gaga”, a galera dança animada, a pista está lotada, agora eu consigo entender porque estão barrando a entrada, isso aqui está abarrotado, mesmo com as luzes piscando e ofuscando um pouco minha visão, eu consigo ver que as mesas estão todas ocupadas, o bar está lotado, a pista mal da para se mexer, isso aqui está uma loucura, exceto a areia vip, lá tem várias pessoas conversando e bebendo, está mais tranquilo e é para lá que estamos indo. O Big coloca uma pulseira azul no pulso de cada um e seguimos para escada que dá acesso a parte superior, um segurança usa um aparelho de escâner em nossas pulseiras e libera um por vez.
- Uau, eu gosto cada vez mais deste lugar. Andrew fala alto através da música olhando ao redor, sentamos em uma mesa que fica próxima ao bar e uma garçonete vem nos atender.
- Boa noite, o que irão beber? Sorri afetada pela beleza de ambos os homens em nossa mesa.
- Uma rodada de tequila. Ela sorri para o Big e se retira.
- Acho que alguém se interessou pelo grandão. Jesse ri descontroladamente.
- Eu acho que tem uma ruivinha de cara cheia. Big a alfineta.
- Vai se foder Tate, eu estou ótima. Ele solta uma gargalhada gostosa que mal da para ouvir por causa da música alta.
- É por isso que eu te amo Valente. Ele beija sua bochecha.
- Eu também te amo. Pisca para ele. - Vamos dançar?
- Só se for agora.
Eles vão para a pequena pista de dança que tem aqui em cima, Hanna, Julie e Isa estão em uma conversa paralela desde que chegamos. Andrew me convida para dançar e eu aceito de pronto, agora está tocando uma música da “Jesse J, Ariana Grande e Nick Minaj, Bang, Bang”, é uma música muito boa para se remexer, eu me aproximo do meu primo e começo a balançar meu quadril de um lado para o outro no mesmo ritmo da batida, ele segura minha cintura e se mexe imitando os meus movimentos, eu coloco minhas mãos em seu pescoço e permanecemos dançando, outra música se inicia e nós continuamos remexendo nossos corpos, uma terceira música começa e essa é lenta, meu primo me puxa mais para o seu corpo e me embala no ritmo lento da melodia, flashes da minha história com o Gabe me vem a memoria e eu me encolho, uma lágrima escorre por meu rosto e meu primo sente minha tensão.
- Ei Lee, eu não sei o que aconteceu entre você e o playboy, mas não permita que ele roube seu brilho. Ele fala em meu ouvido para que eu consiga ouvir, eu ergo minha cabeça e olho para seus lindos olhos azuis, ele sorri e passa seu indicador em minha bochecha fazendo carinho e limpando minhas lagrimas que teimam em cair sem minha permissão.
- Obrigada Andrew. Ele sorri de lado daquele jeito que afeta qualquer mulher.
- Você nunca percebeu não é? Ele continua a me olhar nos olhos.
- Percebi o quê? Pergunto confusa.
- Eu sempre fui apaixonado por você Lee. Jesus eu ouvi direito?
- O quê? Ainda perplexa o questiono.
- Você lembra quando éramos adolescentes, suas amigas e as moças da cidade caiam em meu colo as pencas e eu nunca dei trela para nenhuma delas, porque eu sempre quis você. Sua confissão me deixa desnorteada.
- Eu não sabia Andrew.
- Eu sei, mas como eu sou mais velho que você cinco anos, eu não disse nada, eu até percebi seus olhares direcionados a mim e você não sabe o quanto isso me alegrou, mas conforme os anos foram passando nós nos afastamos e eu nunca tive coragem de chegar a você. Uau, eu nunca imaginei.
- Eu não sei o que dizer. Ele aproxima seu rosto do meu e cola sua testa na minha.
- Não diga nada, eu só queria que soubesse. Ele se afasta e deposita um beijo na minha testa, ah Andrew, se eu soubesse desse amor antes.
- Me desculpe por ter sido uma cega durante todos esses anos. Eu acaricio seu rosto, ele fecha seus olhos e por impulso eu encosto meus lábios nos seus, o beijo começa acanhado e vai ganhando ferocidade e de repente meu braço é puxado bruscamente.
- Porra cara. Andrew esbraveja e recebe um soco, ele dá alguns passos para trás com o impacto, quando me dou conta do que está acontecendo o Gabe me encara furioso, como se tivesse esse direito. De onde esse homem saiu?
- Eu sempre soube que você queria o que é meu. Ele grita as palavras para poder ser ouvido. O Andrew já composto dá um soco no Gabe eu fico estática sem saber o que fazer.
- Você é um imbecil, teve ela ao seu lado e fez merda. O Gabe limpa um pouco de sangue no canto da boca.
- Foi ela quem beijou outro. Ele me olha magoado, o Big entra no meio dos dois graças a Deus.
- Você não a conhece não é? Meu primo tenta se aproximar do Gabe, mas o Big o impede com a mão.
- O que está acontecendo aqui? Ele quer saber, afinal está no meio de uma briga, lágrimas rolam por meu rosto.
- Me desculpa. Eu sussurro para o Andrew e saio correndo, eu vejo as meninas confusas e aceno com a mão para que fiquem onde estão, eu desço escada a baixo e saio pelas portas duplas à procura do Black, vejo somente o Logan parado ao lado do carro do Gabriel.
- Senhorita. Ele me cumprimenta cordialmente, eu seco minhas lagrimas.
- Oi Logan, você viu o Black? Ele pigarreia.
- O senhor Clark o dispensou por hoje, eu estou incumbido de deixa-la em casa. Eu respiro fundo e praguejo mentalmente, viro minhas costas para o segurança e vou atrás de um táxi. - Senhorita Williams... Eu o deixo falando sozinho e o ouço me chama mais algumas vezes, foda-se o Gabriel e seus seguranças, eu paro e aguardo por um táxi.
- Lindsay. A voz dele atravessa minha alma e arrepia o meu corpo, eu continuo no mesmo lugar como se não o tivesse ouvido. - Lee. Sua mão toca meu ombro e um calafrio percorre minha espinha.
- Me deixe em paz, vai atrás da vagabunda que estava com a língua na sua garganta ontem e me esquece. Eu falo sem nem mesmo olhar para ele.
- Olha quem fala, a santa que estava agarrada com o babaca do Henrique e virou noticia no país inteiro. Meu sangue ferve neste momento, esse idiota só pode estar brincando.
- Você é um cretino. Eu me viro furiosa e seus olhos estão negros como eu nunca havia visto, mas isso não me intimida a continuar. - Você não me deu nem o beneficio da dúvida, me condenou sem nem ao menos ouvir minha versão.
- E o que você me diria para desmentir aquela foto? Eu respiro fundo para não socar a cara dele.
- Agora nada, porque não me interessa mais que você acredite no que eu tenho a dizer. Digo essas palavras com o coração partido.
- Porque não teria nada que apagasse aquela cena da minha memória.
- Perfeito, a cena em que você está se agarrando a outra também não saíra da minha cabeça, mas eu tenho a minha consciência limpa.
- Eu também. Ele fala convicto.
- Eu posso saber por que veio atrás de mim? Ele abaixa a cabeça e logo a ergue se aproximando de mim, seu perfume invade minhas narinas e minhas pernas amolecem.
- Porque ainda assim eu te amo. Uma lagrima traiçoeira teima em cair.
- Se me amasse confiaria em mim e você não confiou, ainda me acusa de algo que eu não fiz. Eu dou um passo para trás e vejo um táxi se aproximar, eu dou sinal e ele para a minha frente, antes que eu abra a porta o Gabe o dispensa. - Ei, esse táxi era meu. Eu fico mais nervosa.
- Eu não terminei de falar com você. É muita audácia desse cara.
- Mas eu já, e pode dispensar seus segurança, eu não tenho mais nada com você, então ela não tem nenhum motivo para querer me matar. Cruzo meus braços na altura dos seios em sinal de nervosismo.
- Isso não está em discussão Lindsay. Quanta petulância esse homem tem.
- Foda-se qual é a pauta, eu não quero mais conversar com você. Ele passa as mãos pelos cabelos os desalinhando e os puxa com força.
- Agora me fala que porra de beijo foi aquele que deu em seu primo? O que digo? Nem eu sei por que o beijei.
- Isso não é da sua conta, eu não lhe devo satisfação. Ele pega no meu cotovelo com certa pressão.
- Não brinque comigo. Ele fala entre dentes.
- Eu pareço estar brincando? Falo de nariz em pé, mostrando uma coragem que na verdade eu não tenho.
- Você me deixa-me maluco, mulher. Ele solta me braço.
- Você é engraçado sabia? Ele me encara e espera minha conclusão. - Você não confia em mim, enche a cara e pega outra e ainda por cima se acha no direito de me cobrar algo? - Ah pelo amor de Deus.
- Eu enchi a porra da cara porque eu vi minha namorada beijando outro, quando eu abri meu celular e vi aquelas mensagens com suas fotos beijando outro eu fiquei puto.
- Mensagens? Pergunto alarmada. - Você não viu nos sites?
- Eu vi nos sites, mas antes eu recebi umas ligações estranhas e depois veio às mensagens com as fotos. Eu semicerro os olhos e me pergunto se ele nasceu idiota ou faz curso?
- E você não desconfiou de nada?
- Eu mandei investigar, estou aguardando o resultado, mas isso não muda o fato de você ter beijando outro. Minha paciência já era.
- EU. NÃO. BEIJEI. O. HENRIQUE. Eu grito cada palavra pausadamente para ver se ele finalmente compreende, porque realmente está difícil. - Não que eu precise te provar algo, mas essa história já deu. Ele me olha espantado e eu me viro para me afastar dele, ele não faz a mínima ideia do quanto me magoa com sua desconfiança descabida, afinal eu nunca lhe dei motivos.
- Espera Lee. Ele pega em meu braço e meu corpo traiçoeiro se aquece e minhas pernas me impedem de dar mais um passo. - Eu preciso saber o que houve naquela noite. Sua voz rouca próxima ao meu ouvido me deixa arrepiada, merda de homem que deixa meus neurônios que nem manteiga derretida, eu me viro devagar e encaro seus lindos olhos negros. 
- Eu não deveria te contar, mas para encerrar essa história de uma vez por todas e vou falar. Puxo meu braço da sua mão, ou não serei capaz de me controlar por estar tão perto.
- Por favor. Eu puxo o ar e encho meus pulmões.
- Eu estava em uma mesa bebendo com umas colegas de trabalho e de repente o Henrique se juntou a nós na mesa, eu não pude impedi-lo, as meninas estavam babando por ele e logo ele virou o centro das atenções, eu só queria ir embora, então decidi ir ao banheiro para logo em seguida me despedir e sair de lá. Respiro fundo e analiso seu belo rosto, no momento sua expressão não me diz nada. - E foi exatamente o que eu fiz, fui até o banheiro, mas quando sai de lá o Henrique estava no corredor a minha espera e me encurralou, começou a dizer um monte de baboseiras e eu tentei a todo custo sair de lá sem um escanda-lo, pedi para que me soltasse e ele o fez, mas quando eu ia saindo ele me agarrou e me beijo, eu o mordi e lhe dei uma bofetada na cara, sai de lá sem nem olhar para trás.
- Então não foi reciproco? Sua pergunta vem cheia de esperança.
- Não Gabriel, sua pergunta me ofende. Meu coração sangra a cada desconfiança da sua parte.
- Se coloque no meu lugar porra, imagina você acordar e encontrar no seu celular uma foto minha beijando a Melissa, como você reagiria?
- Realmente não seria fácil, mas eu iria questiona-lo, não sairia por ai beijando qualquer um. Ele respira fundo e passa suas mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo.
- Eu sei, me desculpe, o meu ciúme falou mais alto e eu não pensei direito. Ele tenta se aproximar, mas eu me afasto.
- Agora é tarde Gabriel, você teve sua chance e a desperdiçou, eu nunca lhe dei motivos para desconfiança, quem ama confia Gabe, e você não confiou no meu amor por você momento algum. Ele engoli seco e com isso um táxi se aproxima, eu dou sinal e assim que ele para, eu entro, ele observa o carro se afastar e minhas lagrimas voltam a molhar meu rosto.

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now