Capitulo Vinte e Seis

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Gabriel

- Dona Rebeca você pode vir até minha sala, por favor?
- Claro senhor Clark. Desligo o telefone e aguardo ela adentrar minha sala.
- Pois não? Ela questiona assim que para a minha frente.
- Eu vou te pedir uma coisa que não faz parte do seu trabalho. Ela me olha um tanto desconfiada.
- O que seria?
- Eu quero que você investigue uma empresa para mim.
- Investigar? Pergunta com as duas sobrancelhas elevadas.
- Calma dona Rebeca, o que eu quero, é que você investigue se esta empresa está indo bem financeiramente.
- Ahh. Ela respira claramente aliviada.
- Posso contar com a senhora?
- Sempre senhor Clark.
- Ótimo, aqui estão os dados que irá precisar, caso tenha qualquer duvida não hesite em me perguntar,  ok?
- Certo, algo mais senhor?
- Não, pode ir. Ela se retira.
Eu estou investigando a empresa do senhor West, eu preciso contratar mais seguranças e por isso quero fazer uma sociedade com ele, eu preciso de seguranças em casa e comigo o dia inteiro, uma equipe de segurança em quem eu possa confiar, será crucial nos tempos de hoje. Nunca precisei andar acompanhado de seguranças depois que meus pais faleceram, eu vivia tranquilamente com minha tia em um bairro nobre aqui de New York, mas nada que precisasse de proteção. Já a casa que era dos meus pais precisava, aquilo parecia um castelo de tão grande, nunca entendi a necessidade de uma casa daquele tamanho. A minha casa é grande, e fica ainda maior quando minha delicia não está comigo, ela preencheu minha vida de uma forma sutil que nem me dei conta de quando ela se infiltrou na minha carne desta maneira. Eu estou muito preocupado com esta ameaça pairando sobre nossas cabeças, Melissa está muito quieta, não sei o que ela anda aprontando e isso me incomoda, o silencio dela está me deixando intrigado. Ouço uma batida na minha porta e vejo a cabeça do meu amigo invadir minha sala.
- Bom dia senhor presidente. Ele debocha.
- Bom dia idiota.
- Ei, isso não é jeito de um presidente agir. Sorri.
- Vai à merda. Ele solta uma gargalhada.
- Vejo que está de bom humor.
- E por que não estaria?
- Com tantos problemas acontecendo.
- Eu sei meu amigo, mas se for ficar pensando só nas coisas ruins, eu não vivo.
- Isso é verdade.
- E você como está?
- Em uma confusão dos infernos.
- Por quê? Pergunto intrigado.
- Está mesmo com tempo agora para ouvir tudo que eu tenho para falar? Olho no relógio e faltam quinze minutos para minha primeira reunião.
- Tenho alguns minutos.
- Ok. Ele suspira. - Posso? Ele aponta para a mesa de bebidas no canto da sala.
- Fique a vontade. Só ele mesmo para beber antes das dez da manhã, ele coloca uns dois dedos do liquido âmbar e toma todo o conteúdo de uma vez, enche o copo novamente e vem até mim, senta-se a minha frente. - O que está te afligindo meu amigo?
- Tantas coisas Gabriel, que eu nem sei por onde começar.
- Que tal do começo? Ele sorri e balança a cabeça em negativa.
- Do começo, vamos lá. Sorrio e me ajeito na cadeira aguardando seus relatos. -Primeiramente eu tenho uma confissão. Eu o encarro na expectativa.
- E então?
- Eu estou transando com a minha psicóloga.
- Puta que pariu Eth, onde está o profissionalismo dessa mulher? Sorrio ao perguntar, na verdade quem liga para quem ele come mesmo?
- Não ria seu bastardo. Ele não aguenta e sorri também. - A desgraçada é gostosa como o inferno.
- Ok, mas não estou vendo nada de novo até ai. Ele faz uma careta.
- Me leve a serio homem. Ele vira o liquido do seu copo e se levanta andando de um lado para o outro. - O maior problema nisso é que ela sabe demais da minha vida e não posso conversa com ela sobre o que mais me aflige.
- Eu estou tentando te levar a sério. Seguro meu riso, ele está muito engraçado. - O que seria sua maior aflição?
- De certa forma ela está me ajudando com relação a minha mãe. Ele ignora minha pergunta direta.
- Isso é bom. Falo ficando sério, porque o assunto exige isso.
- É sim, de verdade é um grande alivio, eu tenho evitado ir lá com frequência, e quando vou, eu aviso, assim não pego cenas deploráveis.
- Verdade, mas acredito que não seja exatamente isso que está te deixando aflito, certo? Pergunto olhando no relógio.
- Esta é a mais grave das questões.
- Me deixa ver se entendi até aqui.
- Certo.
- Você está comendo a psicóloga.
- Isso.
- Ela está te ajudando com sua mãe. Ele balança a cabeça concordando. - E você tem um assunto a tratar com sua psicóloga que está te incomodando e você não pode falar a ela?
- Não é que eu não possa falar, é que é meio estranho.
- E eu posso saber por quê?
- Porque é sobre uma mulher que vem tirando a porra do meu sono. Fico embasbacado, meu telefone toca, peço que o Eth espere colocando minha mão em sua direção e atendo. - Alô.
- Senhor Clark, está atrasado para sua reunião. Olho no relógio e já se passaram vinte minutos, merda.
- Eu já estou indo dona Rebeca.
- Sim senhor.
- Porra Eth, eu estou atrasado, preciso ir a essa reunião, depois terminamos nossa conversa, pode ser?
- Claro Brow, foi mal .
- Não se preocupe. Sorrio me levantando, ele faz o mesmo e me acompanha até a saída.
- Dona Rebeca. Ele pisca para ela fazendo charme e ela se derrete inteira, sorrio com a cena.
- Senhor Evans. Ela sorri afetada.
- Podemos dona Rebeca?
- Claro senhor. Ela pega suas coisa e me acompanha.
- Senhores me desculpem pelo atraso, eu estava resolvendo um assunto importante. Eles assentem. - Podemos começar.
Nós conversamos sobre vários assuntos que estão pendentes desde que meu avô teve que se afastar completamente da empresa. O restante do meu dia foi uma correria só. Mais uma vez não consegui sair para almoçar, á noite já caiu e eu estou aqui louco para ir para casa, mas preciso terminar esse relatório, meu celebro já não raciocina mais, eu me levanto e vou até minha mesa de bebidas e me sirvo com o mesmo uísque que o Eth tomou hoje cedo, pego meu celular e vou até a janela, busco pelo contato da minha princesa, o telefone chama umas cinco vezes e enfim sua voz sexy preenche meus ouvidos.
- Oi amor. 
- Oi princesa, estou com saudades. Nem parece que estive com ela esta manhã.
- Eu também.
- Meus dias aqui estão tão corridos que mal tenho conseguido te dar atenção.
- Ei, não diga isso, você sempre é muito atencioso. Ouço risos no fundo.
- O que vocês estão fazendo?
- Estamos na sala, esperando a pizza, bebendo vinho e jogando conversa afiada. Só de pensar que aquele primo dela está lá, meu sangue ferve, mas não vou dar uma de namorado louco.
- Tudo bem amor, eu não quero te atrapalhar.
- Você nunca atrapalha. Escuto a risada do seu primo, eles parecem mesmo estar se divertindo. - Você está em casa? Eu olho para minha mesa cheia de papeis, para o computador aberto no relatório que preciso terminar e respiro fundo.
- Estou na empresa.
- Nossa Gabe, ainda?
- Pois é Lee, aqui tem tantas coisas a serem feitas, que eu acredito que nos primeiros meses será uma correria só.
- Eu posso imaginar.
- Eu preciso terminar um relatório agora, só liguei mesmo para ouvir a sua voz.
- Que bom que ligou.
- Te amo princesa.
- Eu também te amo.
Encerro a ligação e volto para minha mesa, em frente ao computador encaro o relatório e começo a digitar, meia hora depois enfim eu termino, envio para setor responsável, arrumo minhas coisas e saio da sala, o andar está silencioso, não tem mais ninguém aqui além de mim, sigo para o elevador e aperto o botão para chama-lo. Eu espero o que parece uma eternidade e enfim suas portas se abrem, aperto o térreo e aguardo, enquanto isso eu fico olhando para o painel que mostra os números como se isso fosse acelerar a sua descida, quando finalmente as porta se abrem, eu saio apressado e esbarro com uma loira que cai estatelada no chão.
- Ai. Ela resmunga, assim que ofereço minha mão para ajuda-la a levantar vejo de quem se trata. - Olha por onde anda. Ela resmunga sem nem me olhar, assim que levanta seu rosto para mim ela sorri.
- O que faz aqui Melissa?
- Gabriel. Ela continua sorrindo como se fossemos bons amigos, mulher louca.
- Responda. Esbravejo.
- Ei, pelo menos me ajude a levantar. Minha vontade é deixa-la onde ela está,  no chão que é o seu lugar. Eu pego sua mão e ela se levanta limpando a calça jeans. - Eu estava com saudades. Ela se aproxima de mim e eu a impeço esticando meu braço.
- Não me venha com essa. Ela fecha a cara.
- Eu não acredito que você vai continuar a me tratar assim Gabe? Ela fala toda manhosa, essa mulher é surda?
- Qual parte que você não entendeu ainda?
- Pare de me tratar mal, nós sempre nos demos tão bem querido.
- Não me chame de querido, Melissa, como foi que você entrou aqui? Semicerro os olhos para ela, que pisca varias vezes.
- Pela porta, oras. Seguro minha raiva, que só faz aumentar.
- Disso eu sei, mas quem permitiu?
- Ninguém, eu aproveitei que o segurança estava distraído e entrei. Agora sim estou realmente furioso, a pego pelo braço e saio a arrastando até a entrada do prédio. - Ai Gabe, você está me machucando.
- Você não viu nada Melissa. Falo perto seu ouvido, assim que chegamos á frente do segurança,  que continua entretido com seu celular, largo o braço dela. Ela passa sua mão varias vezes no lugar onde eu segurava. - Você está sendo pago para isso? Aponto para seu celular, ele arregala os olhos e me olha incrédulo.
- Senhor Clark, me desculpe, o senhor precisa de algo? Ele não pode estar falando serio não é? Respiro fundo para não perder a razão.
- Eu posso saber por que cargas d’agua eu encontrei essa senhora em frente ao elevador que dá na presidência? Ele olha para Melissa, enfim notando sua presença e para mim sem saber o que fazer.
- Desculpe senhor, mas eu não a vi entrar.
- Esse é o ponto, não é para isso que você está aqui?
- Sim senhor.
- Acho que não está qualificado para o cargo. Outro homem vem até nos para saber o que está havendo.
- O que está acontecendo aqui?
- Eu te explico o que está acontecendo, assim que você me informar quem é você?
- Desculpe senhor, eu sou Pablo Ramires, chefe da segurança. Um sorriso de puro sarcasmo me toma.
- Eu estou bem de segurança, não é?
- Desculpe, mas não entendi.
- Mas é claro que não, já que seu subordinado não soube me explicar o que essa senhora... Eu aponto para a Melissa que está encostada na parede mirando suas unhas pintadas de vermelho. - Entrou aqui no prédio sem autorização? Ele olha para ela e para o rapaz de cabeça baixa em nossa frente.
- Eu não sei como isso aconteceu senhor.
- Mas eu sei, foi por pura falta de atenção, aqui é uma empresa grande e precisa ser protegida por pessoas competentes, mas eu posso ver que esse não é o nosso caso. O homem engole em seco.
- Me desculpe senhor, isso nunca mais irá se repetir.
- Com certeza que não. Pego mais uma vez no braço de Melissa e a arrasto para fora do prédio.
- Me solta Gabe, amanhã eu estarei toda roxa.
- Foda-se, não apareça mais, está me ouvindo? Seu rosto se transforma e ela parece estar furiosa.
- Não pense que irá se livrar de mim Gabriel, porque não vai. Ela ajeita seu cabelo. - Eu já disse que você vai ser meu, custe o que custar.
- Não viaja. Bufo.- Eu nunca fui e nem nunca serei seu.
- É o que nós veremos. Ela sai batendo pé e entra no seu carro, que está parado do outro lado da rua.
- Era só o que me faltava. Puxo meus cabelos da nuca com força.
Vou até o manobrista e ele pega meu carro, entro e saio cantando pneus, eu estou furioso, esta mulher está brincando comigo só pode ser isso. Se ela pensa em encostar um dedo se quer no cabelo da Lee, eu a mato, ela vai conhecer a minha fúria.
Eu entro em casa e passa das dez e meia, o silencio reina o ambiente, passo pelo quarto do meu avô e ele dorme tranquilamente, deposito um beijo em sua testa e saio, adentro meu quarto na expectativa de encontrar mais uma vez minha diaba em minha cama, mas ela morre assim que abro a porta e o vejo vazio, droga, tudo que eu queria agora é sentir seu cheiro. Entro no banho na esperança que a água leve todo o estresse do meu corpo, o cansaço de um dia de trabalho, a tensão por ter a ameaça da Melissa rondando minha princesa e a doença do meu avô, eu não gosto nem de pensar, eu balanço a cabeça de um lado para o outro na tentativa de espantar os pensamentos ruins. Termino meu banho e saio do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e outra nas mãos para enxugar meus cabelos, eu respiro fundo e olho para o meu quarto, ele fica tão espaçoso quando a Lee não está aqui, minha cama parece maior, o que aquela feiticeira fez comigo? Ela me enlaçou de um jeito, que não tem mais volta, sorrio e vou até meu closet, pego uma cueca boxe e a coloco, deito em minha cama e logo pego no sono.
- Bom dia vovô! Falo assim que entro na sala de jantar ao vê-lo tomar seu café, ao seu lado está sua enfermeira. - Senhorita Windler.
- Bom dia meu filho. Ele responde com um sorriso no rosto.
- Senhor Clark. Aceno com a cabeça e me sento em frente ao meu avô.
- Já que o senhor chegou para fazer companhia ao seu avô, eu vou ministrar seu remédio. Ela se retira.
- Muito bonita esta moça Gabe. Sorrio para o meu avô.
- O que é isso seu Renato? Pergunto com uma sobrancelha levantada.
- Eu não morri ainda meu filho. Suas palavras fazem com que o meu coração sangre.
- Não diga isso vovô. Não gosto quando ele fala assim.
- Desculpe querido, eu sei que não será fácil para você, mas eu acredito muito que irei encontrar com seus pais e sua avó, estou conformado de que tudo vai ficar bem.
- O senhor acredita mesmo nisso? Eu não acredito nesse tipo de crença, mas se ele está bem com essa convicção.
- Com toda certeza, Clarisse sempre acreditou nisso, quando eu a perdi, sua crença sempre foi o que me consolou.
- Eu me lembro da vovó falando sobre os anjos e essas coisas.
- É verdade, ela sempre disse que um anjo andava com ela o dia inteiro. Ele sorri com a memoria, meus avós sempre foram muito apaixonados, a relação deles era muito bonita.
- Eu me recordo disso também. Ele segura minha mão.
- É filho, sua avó sempre foi uma alma iluminada.
- Não tenho dúvidas quanto a isso.
- Bom dia querido, senhor Clark.
- Bom dia Bah. Ela beija o topo da minha cabeça.
- Bom dia, me chame de Renato. Ela assente.
- Precisam de mais alguma coisa?
- Não obrigado.
- Certo, se precisar é só chamar. Ela se retira.
- Ela ainda não me perdoou. Sua voz sai baixa.
- Logo isso passa. Ele assente.
Depois de conversar mais um pouco com meu avô eu sigo para a empresa, hoje será mais um dia cheio, eu estou começando a acreditar que meus dias serão sempre assim a partir de agora. Paro o meu carro em frente ao Fabbri, que sorri ao ver minha maquina, jogo minha chave para ele.
- Bom dia senhor Clark.
- Fabbri. Aceno e entro no prédio.
- Bom dia. Eu cumprimento a recepcionista e sigo para o elevador.
- Senhor Clark. Eu a ouço responder, mas não a olho. O elevador não demora a chegar, eu entro e digito a senha para a presidência, assim que as portas se abrem no meu andar eu avisto dona Rebeca em frente ao seu computador.
- Bom dia!
- Bom dia senhor Clark.
- Você pode me trazer um café?
- Claro. Eu a vejo se levantar de sua mesa e seguir para a pequena copa, entro em minha sala e respiro fundo, preciso começar meu dia, mas antes vou ligar para minha princesa, ouvir sua voz me acalma a alma, me sento em minha cadeira, coloco minha pasta em cima da mesa e pego meu celular, antes que eu possa procurar seu numero, sua foto aparece no visor do meu celular.
- Bom dia princesa.
- Bom dia amor, eu estou com saudade. Não mais que eu minha diabinha.
- Eu também, eu já ia te ligar.
- Sério? - Transmissão de pensamentos?
- Com certeza. Sorrio, dona Rebeca bate na porta e a abre, eu autorizo sua entrada. - Espera um pouco amor. Coloco o celular no peito para abafar o som da minha voz. - Dona Rebeca, volte aqui daqui uns cinco minutos, eu preciso tratar de alguns assuntos com a senhora.
- Tudo bem, senhor. Ela se retira, fecha à porta e eu coloco o celular no ouvido novamente.
- Desculpe amor.
- Sem problemas.
- Vai para minha casa hoje? Estou torcendo para ela dizer sim.
- Com certeza, minha casa está uma loucura. Ela sorri.
- Por quê?
- As meninas, meu primo...
- Ótimo. Fico aliviado. - Você quer que eu mande o segurança te buscar, ou quer ir dirigindo? Ouço sua respiração pesada, sei que ela não está satisfeita por ter que andar com uma sombra.
- Eu vou com o meu carro Gabe.
- Tudo bem, se você prefere assim.
- Eu tenho que ir amor, beijos.
- Te amo Lee.
- Eu também te amo.
Eu encerro a ligação e fico sorrindo que nem um idiota apaixonado, se bem que é isso que eu sou agora, a porra de um idiota apaixonado pela mulher mais maravilhosa que eu já vi em toda a minha vida, além de linda, ela é encantadora. Dona Rebeca bate novamente em minha porta, eu me ajeito na cadeira e aponto a cadeira a minha frente para que ela se sente.
- Você conseguiu a pesquisa que te pedi?
- Consegui. Ela se senta e pega um papel. - A empresa dele não está bem das pernas, ele está devendo para os funcionários há dois meses, fora os credores, seu único cliente é o senhor.
- Caramba, eu não achei que estivesse tão ruim. Esfrego minha nuca.
- Nem eu.
- Me faz um favor, marca uma reunião com o senhor West ainda hoje se possível.
- Claro. Ela anota algo em sua agenda.
- E como está os preparativos para o coquetel de sábado?
- Está tudo correndo muito bem.
- Você já mandou os convites para a lista que te enviei?
- Sim senhor, a maioria já confirmou presença.
- Perfeito.
- Posso ajuda-lo em algo mais?
- Você sabe me informar por que o senhor Quintana não compareceu nesses últimos dois dias? Ela assente.
- Ele teve um problema de família, na verdade ele estava aqui na segunda, recebeu um telefonema, ele me pediu que eu lhe avisasse, mas acabei esquecendo, desculpe.
- Não se desculpe, eu sei bem que os dias estão corridos. Ela balança a cabeça confirmando. - Você sabe que dia ele volta?
- Amanhã.
- Ótimo, marque uma reunião com ele, por favor. Ela anota em sua agenda.
- Algo mais?
- É só isso por hora. Ela se levanta.
- Com licença.
Após a saída da Dona Rebeca da minha sala eu volto minha atenção às planilhas que está em meu computador, eu sempre soube que não seria fácil tomar conta de uma empresa deste porte, onde mais de duas mil pessoas depende dela e da minha capacidade de mantê-la no mesmo nível ou até mesmo melhora-la. Eu consegui pegar as coisas bem rápido, hoje tenho mais reuniões para minha total interação de como as coisas estão e como tudo funciona. Meu avô tomou conta disso aqui de forma genial, eu espero seguir seus passos aqui dentro e obter o mesmo sucesso. Depois de três horas enterrado no trabalho, meu estômago ronca, dando sinal de que preciso comer algo.
- Dona Rebeca você poderia pedir meu almoço? Pergunto assim que atende minha ligação.
- Claro senhor Clark, o que gostaria de comer?
- Grelhado, com salada verde e um suco de laranja, por favor.
- Pode deixar.
Eu encerro a ligação e continuo meu trabalho, daqui uma hora tenho uma reunião com o senhor West, eu espero que ele aceite minha proposta, afinal ele só terá a ganhar. O telefone da minha mesa começa a tocar.
- Pode falar dona Rebeca.
- O senhor Gerard está aqui.
- Peça-o para entrar.
- Sim senhor. Eu me levante e ajeito terno.
- Olá Gabriel, passei para ver como andam as coisas por aqui. Ele aperta minha não.
- Uma correria. Ele sorri. - Mas eu estou adorando. Quem diria não é? Penso comigo.
- Isso aqui é sempre uma loucura. Eu lhe ofereço para sentar com um leve aceno com a mão lhe indicando a cadeira.
- Eu pude perceber.
- E como está meu amigo?
- Vovô está bem na medida do possível, ele está mais alegre.
- Eu fico feliz em saber, ele merece estar ao seu lado depois de tantos anos separados. Ele respira fundo. - Ele sempre foi tão orgulhoso e turrão, ele te amou todos os dias e não teve um dia sequer que não tenha falado sobre você, acompanhou cada passo seu, mas sempre de longe, eu lhe disse que era besteira se manter afastado, se o que ele mais queria era estar ao seu lado. Eu nem posso imaginar o que meu avô sofreu, sei que eu fiquei muito mal por todos esses anos e a culpa não foi minha.
- Ele teve seus motivos, não que um dia eu irei entender, mas hoje para mim isso é um assunto encerrado.
- Que bom meu filho, seu avô te ama mais que tudo nesta vida e se ele não tivesse conseguido seu perdão, talvez nem estivesse mais aqui entre nós. Concordo com um aceno, não gosto muito de falar sobre isso. -Agora me deixe sair daqui e deixa-lo trabalhar. Ele se levanta e eu faço o mesmo.
- Obrigado por ter vindo e por tudo com que tem ajudado.
- Sem problemas. Nós apertamos as mãos e eu o acompanho até a porta. - Diga ao seu avô que irei visita-lo em breve.
- Darei seu recado. Ele se vai e quando estou para fechar a porta, dona Rebeca me impede, vindo até a mim com duas sacolas.
- Sua comida acabou de chegar senhor Clark. Ela entra na sala e arruma a mesa para que eu possa fazer minha refeição.
- Obrigado dona Rebeca. Ela assente e sai.
Depois de matar minha fome, continuo adiantando os assuntos que quero debater com o senhor West em nossa reunião que será daqui a vinte minutos. Quando faltam cinco minutos para a hora marcada, dona Rebeca me informa que ele está na sala de espera, eu peço para que ele entre, eu me levanto e vou até a porta recebe-lo.
- Bom tarde, senhor West.
- George. Ele sorri ao apertar minha mão.
- Desculpe, George. Digo dando passagem para que ele entre.
- Agora está muito melhor, então Gabriel, vejo que mudou de escritório, uma excelente mudança. Ele olha tudo ao redor, isso aqui é muito maior que meu escritório antigo.
- Realmente eu não tenho do que reclamar.
- Mas não foi para me mostrar seu escritório novo que me chamou aqui, então a que devo a honra?
- Toma alguma coisa? Pergunto indo até minha mesa de bebidas.
- O mesmo que você. Ele se refere ao uísque que estou servindo, coloco a mesma quantidade para ele e me sento em sua frente.
- Eu quero te fazer uma proposta. Eu vou direto ao ponto, dou um gole no líquido âmbar e ele faz o mesmo.
- Sou todo ouvido.
- Como você pode notar, esta empresa é da minha família e eu vou administrá-la. Ele assente. - A minha equipe de segurança não é das melhoras e tem muitas falhas. Ele se ajeita na cadeira, me dando total atenção, o assunto lhe interessa com certeza. - Eu gostaria de lhe propor uma sociedade.
- Uma sociedade? Ele parece confuso, acho que ele não esperava por isso.
- Exatamente. Eu fico ereto na cadeira e deposito meus braços sobre a mesa unindo minhas mãos. - Eu quero ser seu sócio em sua empresa de segurança.
- Porquê? Ele continua com uma expressão confusa.
- Serei mais claro. Respiro fundo. - George, eu quero entrar como sócio investidor na sua empresa, eu sei que você não tem muitos funcionários e que não daria conta de cuidar de uma empresa tão grande como esta.
- Realmente, meus únicos funcionários estão fazendo a proteção da sua namorada. Ele sorri sem graça.
- Você chegou a um ponto importante para mim, eu quero que eles continuem com ela e nós contrataremos mais funcionários.
- Caso eu aceite sua proposta, você pretende contratar quantos seguranças? Sorrio já sabendo que ele vai aceitar minha proposta, caso não aceite ele estará arruinado, não que eu esteja feliz com isso, mas sei quando alguém tem potencial, e o senhor West tem.
- Para a empresa setenta funcionários, com dois turnos, eu também quero seguras para mim e minha casa.
- Certo, mas como isso funcionaria? Ele se refere a valores.
- Como eu vou entrar com a parte financeira e você com o trabalho, eu acho justo que seja 51% a 49%.
- Justo.
- Ótimo, eu não quero misturar as coisas, então você pode deixar seu escritório onde está, ou pode alocar um andar onde era meu escritório de advocacia, aquele prédio é meu e assim será menos um gasto.
- Isso seria bom, eu pago aluguel.
- Então acordo fechado?
- Fechado.
- Perfeito, eu vou fazer o contrato e te mando até amanhã para que leia e assine.
- Já? Pergunta sorrindo.
- Eu tenho pressa. Respiro fundo, me recordando que a Melissa esteve aqui. - O prédio não está seguro.
- Ok. Ele se levanta. - Eu vou ligar para a minha secretaria agora mesmo, eu preciso colocar um anúncio para achar tantos funcionários em tão pouco tempo.
- Eu também gostaria de falar com você sobre isso, não quero que tantos funcionários fiquem desempregados, acho que você pode fazer uma seleção aqui, os que você achar que tem alguma serventia ficam conosco e os outros podemos realocar para outras funções, algo que eles possam fazer.
- Excelente ideia, assim facilita para todos.
- Exato.
- E quando eu poderei fazer isso?
- Amanhã mesmo, falarei com dona Rebeca para arrumar uma sala para você.
- Perfeito, até amanhã. Eu aperto sua mão e abro a porta.
- Até George. Ele se despede da dona Rebeca e segue para o elevador.
- Dona Rebeca venha até minha sala, por favor. Ela se levanta e vem ao meu encontro.
- Pois não senhor?
- Eu preciso que você encontre uma sala para o senhor West fazer algumas entrevistas amanhã, veja qual é o melhor o horário para ele, comunique alguém do RH para entrar em contato com o chefe da segurança e lhe informar que terá algumas mudanças a partir de amanhã. Ela eficiente como sempre anota tudo que falei e aguarda por mais instruções. - Por enquanto é só isso.
- Certo, com licença. 
O restante do meu dia não foi diferente da minha manhã, graças a Deus esse dia acabou, arrumo minhas coisas e sigo para a porta, dona Rebeca já se foi, está bem tarde e minha namorada deve estar impaciente. Depois de pegar meu carro com o manobrista sigo para casa, estou ansioso para tê-la em meus braços, estaciono perto a porta de entrada e vejo o carro da Lee estacionado ao lado do carro do Black seu segurança, agora que ela sabe de tudo não vejo motivos para os rapazes ficarem do lado de fora.
- Boa noite senhor Clark.
- Boa noite Black, tudo bem por aqui?
- Sim senhor.
- Ótimo, tenha uma boa noite.
- Obrigado, para o senhor também. Aceno em agradecimento e sigo para dentro de casa, assim que eu passo pela porta de entrada ouço risos vindo do que me parece ser da cozinha.
- Não acredito. Ouço a Lee falar em meio ao riso.
- Pior que é a mais pura verdade querida. Meu avô diz a ela.
- Posso saber o que é tão engraçado? Adentro a cozinha me fazendo presente.
- Oi amor. Ela se levanta e vem até mim depositando um beijo leve em meus lábios, minha vontade é agarra-la aqui mesmo, mas meu avô não precisa de uma cena.
- Oi princesa. Ela sorri e meu dia se ilumina. - Oi vovô.
- Boa noite filho. Ele me olha de um jeito fraternal.
- Então? Questiono.
- Estávamos falando de uma historia antiga, de quando meu amigo e eu disputamos a atenção da sua avó. Ele já havia me contado essa história, mas não me canso de ouvir, e tem muitos anos que não escuto.
- Essa história é ótima. Digo a Lee sorrindo.
- Então me deixe terminar de ouvi-la. Ela pega sua xicara e da um gole do que eu acredito ser café. 
- Sim senhora. Bato continência e ela sorri balançando a cabeça em negativa.
- Sente-se meu filho, comecei a contar quase agora. Faço o que me foi pedido e me sento ao lado da Lee.
- Termine de contar vovô. Lindsay pede ansiosa.
- Claro minha querida. Ele bebe um gole de sua água. – Então, como eu estava te falando, eu conheci Clarisse em uma festa de família, ela era amiga da minha prima, assim que coloquei meus olhos nela tive certeza que era ela, nunca fui romântico nem nada, isso era com meu amigo Norberto, ele era um verdadeiro gentleman, já eu, saía com todas as garotas da cidade. Ela sorri e me olha.
- Então eu sei de onde vem esse seu charme Gabe. A Lindsay me olha com os olhos semicerrados. Droga.
- A história é dele. Levanto os braços em rendição, ela sorri e meu avô a acompanha.
- Voltando á história, Norberto também se interessou por ela, afinal ela era a mulher mais bela em que eu já havia posto meus olhos. Os olhos do meu avô enchem de lágrimas com a mera lembrança, mas ele se mostra forte. - Porem meu amigo disse que a queria, eu disse a ele que poderia tentar a sorte, porque eu também tentaria, e assim começou nossa disputa pela atenção da mulher mais desejada da cidade, e no fim eu consegui conquista-la, com muito esforço, eita mulher difícil.
- Desculpe interromper, mas o senhor precisa tomar seus remédios e descansar. A senhorita Windler aparece na cozinha.
- Tudo bem. Ele levanta e a Lee o ajuda.
- Vamos vovô, eu te ajudo.
- Obrigado querida. Com um sorriso estampado no rosto minha namorada acompanha meu avô até seu quarto, deposita um beijo carinhoso em sua bochecha e se afasta.
- Boa noite!
- Boa noite. Ele a responde.
- Vovô. Deposito um beijo em sua testa.
- Até já Gabe.
Eu seguro a mão da Lee e seguimos para o meu quarto, assim que fecho à porta atrás de mim, eu a puxo e a prendo entre à porta e eu, seus olhos se prendem aos meus e eu amasso sua boca com a minha em um beijo cheio de saudade. Ela enfia suas mãos em meus cabelos e os puxa de leve, prendo ainda mais meu corpo ao seu, a esmagando na porta.
- Gostosa. Falo com minha boca ainda colada a sua, desço minha mão para sua bunda durinha e arrebitada e aperto a carne com força, roçando minha ereção na sua pélvis, um gemido escapa dos seus lábios. Seus dedos hábeis descem para minha camisa e desabotoa botão por botão, em uma tortura gostosa, tiramos nossas roupas sem desgrudar nossas bocas, levanto sua perna direita e deslizo dois dedos para dentro dela. - Porra Lee, sempre pronta. Eu faço movimentos circulares em seu clitóris e ela geme mais alto, minha boca percorre seu pescoço, ombro e seios, eu adoro me saborear em seu corpo, ela é um vicio, mordo de leve o bico do seu seio esquerdo e ela goza nos meus dedos, chamando meu nome. - Isso cachorra, goza gostoso. Antes mesmo de seus espasmos diminuírem eu retiro meus dedos de dentro dela, chupo para sentir seu gosto em minha boca e me enterro dentro dela sem aviso.
- Ahhhh. Ela geme.
Abafo seus gemidos com minha boca, suas mãos estão apoiadas em meus braços, a cada investida minha um estrondo ecoa da porta, mas quem liga? A Lindsay e eu transamos como loucos em cada canto do meu quarto, como se estivéssemos há meses sem nos ver ou tocar, eu nunca vou me cansar desta mulher.
No dia seguinte corre tudo como planejado, o George fez uma reunião com o chefe da segurança aqui da empresa e depois entrevista um a um, escolhendo quem achou apto para permanecer no cargo. Amanhã ele terá outras entrevistas com mais alguns candidatos ao cargo, afinal aqui na empresa não tinha nem metade do pessoal que vamos precisar. O bom é que não dispensamos ninguém, e eu acabei descobrindo que o rapaz que estava distraído na noite em que Melissa invadiu a empresa, estava preocupado com sua filinha que está doente, eu me senti mal, pela forma como falei com ele, mas como eu poderia imaginar? Fora que aquela mulher me tira do serio. Descobri que o rapaz se chama Ryan Jackson e que é um dos melhores homens da minha equipe, eu conversei com ele quando dei uma passada na sala em que George ocupava, aquilo estava realmente cheio, mas eu fico feliz em saber que correu tudo bem.
Hoje é sábado e terá o coquetel com a presença de várias pessoas importantes no ramo farmacêutico, a Lindsay irá me acompanhar, a recepção será no salão de festas da empresa, todos que eu convidei confirmaram presença, isso me deixa satisfeito.
A noite se faz presente e eu começo a me arrumar para o evento. Eu coloco meu terno preto e uma gravata borboleta na mesma cor, meus cabelos estão mais curtos, eu os deixo meio rebeldes mesmo, passo perfume e me dirijo ao quarto do meu avô, mas não tem ninguém, ele deve estar na sala vendo TV, afinal aqui não tem muito que fazer. Passo por lá e cumprimento seu enfermeiro Lucas e meu avô, depois eu vou em direção ao meu carro, onde meus seguranças me aguardam, eu vejo a Bah voltando de onde eles estão.
- Algum problema? Eu a questiono.
- Nenhum querido, eu só vim trazer um suco para os rapazes. Ela me mostra a jarra quase vazia.
- Tudo bem, eu estou de saída. Beijo sua testa e me afasto indo até o carro.
- Senhor Clark. Eles falam em uníssono.
- Rapazes. Entro na parte de trás do carro e o Logan senta-se ao volante, Peter, meu outro segurança, entra no carro de trás escoltando o meu. Assim seguimos para a recepção que me aguarda, espero que dê tudo certo está noite.

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now