Capitulo Vinte e Quatro

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Gabriel

Caralho, eu nunca vou me cansar desta mulher, o jeito como ela se entrega a mim me deixa ainda mais apaixonado, se é que isso é possível. Estamos na minha cama com a respiração pesada, seu corpo está colado ao meu, nosso encaixe é perfeito, meu nariz em seus cabelos, seu cheiro como sempre é maravilhoso e me deixa inebriado, seu corpo de repente fica tenso.
- O que houve Lee? Ela se vira devagar e me encara, o que foi que eu fiz?
- Você ainda pergunta? Fico sem entender nada.
- Eu te machuquei amor? Pergunto realmente preocupado.
- Não! Ela exclama.
- Não estou te entendendo! Eu me sento e espero ela falar.
- Você me fez gritar e gemer como uma louca, a Bah e a enfermeira devem ter ouvido tudo. Eu começo rir e ela fecha a cara.
- Você não pode estar falando sério amor?
- Claro que eu estou! Ela cobre o rosto com as mãos, está vermelha.
- Você fica tão linda com as bochechas coradas.
- Pare de ser fofo, estou tentando ter uma discussão aqui. Solto um gargalhada e ela me acompanha, essa mulher não existe.
- Amor, eu espero mesmo que todos tenham ouvido, assim sabem o quanto somos bons juntos.
- Ai que vergonha Gabe, como eu vou olhar para a Bah?
- Para de ser boba, garanto que ela não deve ter ouvido, é muito difícil ela vir para cá quando estamos juntos. Pego seu queixo com o indicador e o polegar e levanto seu rosto para que possa me encarar.
- Você tem um ponto.
- Claro que eu tenho. Digo convencido e beijo seus lábios. - Vamos tomar banho. Ela assente e me segue para o banheiro.
Depois de um bom banho, seguimos para a cozinha, a Bah está com o almoço pronto, ela está terminando de colocar a mesa. O cheiro de comida fresca invade minhas narinas e meu estomago ronca, nem sabia que estava com fome.
- O cheiro está divino Bah. Ela ergue a cabeça e sorri.
- Oi querido, sente-se. Ela vai até o forno e pega a travessa e trás até a mesa. - Eu fiz macarrão com queijo, o Gabe me contou que você adora massa Lindsay. Ela sorri para a Bah.
- Eu amo, obrigada. A Bah sorri satisfeita.
- Se precisarem estarei na lavanderia. Ela se retira.
- Você encontrou outra fã, senhorita Williams? Eu a provoco.
- Está com ciúme senhor Clark? Pergunta divertida.
- Nem um pouco. Pisco para ela. - O que você quer beber amor?
- O que você escolher .
- Certo.
Eu me levanto e vou até minha adega, pego um vinho da uva Chardonnay, vinho branco, fabricado na região leste da França, espero que ela goste. Pego as taças e vou para a mesa, me sento a sua frente e sirvo nossas taças, ela pega a sua e leva até seus lábios, toma um gole, fecha os olhos e um gemido sai da sua boca.
- Isso é divino. Seus olhos estão brilhando como dois topázios.
- Fico feliz que tenha apreciado. Eu sirvo salada para nós.
- Que horas vamos buscar seu avô? Ela muda totalmente o rumo da conversa, olho no relógio é meio dia e quarenta.
- Lá pelas duas. Ela assente e coloca uma garfada de salada na boca.
Comemos conversando sobre vários assuntos, mas eu ainda não tive coragem de falar sobre a piranha da Melissa, aquela desgraçada está tirando o meu juízo. Não sei qual será a reação da Lee quando souber dessa merda toda, tomará que ela não me odeie. Depois de passarmos um tempo conversando após o almoço, a Lee e eu seguimos para o hospital, assim que entramos em seu quarto, um sorriso toma conta de todo seu rosto.
- Até que enfim meu filho.
- Ansioso? Ergo uma sobrancelha.
- Com toda certeza. A Lee sorri para ele.
- Olá senhor Clark.
- Oi minha querida, me chame de Renato, ou Vovô. Ela cora de leve. 
- Tudo bem. Ele sorri e abre seus braços, eles se abraçam e eu fico vendo essa cena linda.
- Ok vô, agora já pode soltar minha namorada. Eles se desgrudam e sorriem.
- Ciumento ele. Ele aponta para mim com o polegar, ela alarga o sorriso e confirma com a cabeça.
- Sou mesmo. Eu a puxo para meus braços.
- Vamos dar o fora daqui.
- Claro, eu vou chamar o médico para ver se está tudo certinho. Eu vou até a recepção e encontro uma enfermeira loira, muito concentrada em uns papeis.
- Com licença, você sabe me informar onde o doutor Murphy se encontra?
- Só um momento, por favor. Ela fala sem erguer a cabeça dos seus papeis, fico aguardando mais um minuto e nada dela me responder, estou sem paciência, pergunto mais uma vez.
- E então? Ela finalmente ergue seus olhos para mim, com cara de impaciente, quando contempla meu rosto, um sorriso surge nos seus lábios pintados de rosa.
- Me desculpe, o doutor Murphy está vindo. Ela sorri jogando charme.
- Obrigado. Rosno e saio de lá.
- E ai? Pergunta meu avô assim que entro no quarto.
- Ele está a caminho.
- Por que demorou tanto? Questiona a Lee com uma sobrancelha erguida.
- A enfermeira estava fazendo corpo mole.
- Sei... Sorrio para ela.
- Ciúme senhorita Williams?
- Só um pouquinho. Risos
- Você fica realmente linda com enciumada. Falo ao seu ouvido, para que somente ela ouça.
- São seus olhos. Ela sorri.
- Os meus e da torcida do “The Giants”. Um time de futebol americano de NYC. Sua gargalhada é contagiante.
- O que vocês tanto cochicham ai? Meu avô me questiona, merda, eu havia até esquecido de sua presença, ela me tira o foco.
- Nada não vovô. Ele sorri, quando ia falar algo o médico adentra o quarto.
- Boa tarde a todos.
- Boa tarde. Falamos em uníssono.
- Como está se sentindo hoje senhor Clark?
- Muito bem, não sei se é porque estou indo para casa, mas não poderia estar melhor. O medico sorri.
- Que bom, o senhor está liberado.
- Graças a Deus. Sorrimos.
- Eu posso falar com você um instante? Ele pergunta a mim.
- Claro. Eu o sigo até o corredor. 
- Olha meu rapaz, como você sabe seu avô não está indo para casa porque está curado, muito pelo contrario. Suas palavras me causam um nó na garganta, ele respira fundo e continua. - Ele tem apenas alguns meses de vida na melhor das hipóteses, e como você sabe, ele não quer mais ficar aqui conosco, segundo ele se é para morrer que seja em casa, eu não posso prendê-lo aqui, então eu peço encarecidamente que fique de olho nele, qualquer alteração em seu quadro não hesite em nos comunicar, aqui está todos os remédios que ele vai precisar. Ele me entrega uma receita com vários garranchos ilegíveis.
- Eu farei isso, contratei dois enfermeiros para ficar de olho nele.
- Ótimo, qualquer novidade nos avise. Ele aperta minha mão e se vai pelo corredor, volto para o quarto.
- Vamos?
- Por favor. Uma enfermeira entra no quarto do meu avô com uma cadeira de rodas, ela me olha com um enorme sorriso no rosto.
- Isso não será necessário. Meu avô apressa-se afalar.
- É de praxe, normas do hospital. Ela sorri mais uma vez.
- Eu faço isso. A Lindsay praticamente arranca a cadeira da mão da moça, acho que ela percebeu seus olhares cheios de sorrisos direcionados a mim.
- Ah, claro. Até eu fiquei com medo do olhar que a Lee direcionou a ela.
- Vem vovô. Ela o chama como ele pediu, ele sorri e se senta na cadeira.
- Claro. Eu pego todas suas coisas.
Seguimos para o corredor e a enfermeira vem logo atrás. Eu aperto o botão para chamar o elevador e aguardamos as portas se abrirem, todos entramos e aguardamos ele parar no terreio, o trajeto me pareceu uma eternidade, a Lee está de cara amarrada por causa da enfermeira, que parece não ter medo da morte, porque hora ou outra ela me olha e sorri. Porra, ela não percebeu que eu estou com a Lee? Ou ela é louca ou retardada. Assim que o elevador para no terreio eu me prontifico a levar a cadeira.
- Eu levo amor. Deposito um beijo casto em seus lábios. Ela assente e fuzila a moça com os olhos, Paro a cadeira perto do carro e meu avô se levanta.
- Obrigado. Ele diz a moça e entra na parte de trás. A Lindsay nem olha para ela e se acomoda no banco da frente.
- Obrigado. Eu lhe entrego a cadeira de rodas e faço a volta indo para o lado do motorista.
- Essa moça estava pedindo para tomar uns bons tabefes, não é? Meu avô e eu nos olhamos e caímos na risada.
- Com certeza ela estava. Ela fala em meio às gargalhadas.
Assim que me recupero do acesso de risos, olho para o lado e vejo o segurança que contratei para proteger a Lee, aceno minha cabeça de leve, ligo meu carro e sigo para casa. O percurso foi tranquilo, apesar das ruas de Manhattan sempre estarem muito movimentadas. Meu avô e a Lee conversam o caminho inteiro, ele também caiu em seus encantos, quem não? Chegamos a minha casa e fomos recepcionados pela Bah e a senhorita Windler, ela está com um sorriso enorme no rosto, o que deu nessas mulheres hoje?
- Vovô, esta é Sara Windler, sua enfermeira.
- Muito prazer em conhecê-la senhorita Windler. Ele lhe oferece a mão.
- O prazer é todo meu.
- Oi Bah como está?
- Muito bem e o senhor? Ela parece carregar um pouco de magoa, mas eu não a culpo, afinal foi ela quem secou todas as minhas lágrimas.
- Moribundo. Ele sorri sem graça.
- Não fale assim. A Lindsay o repreende.
- Desculpe querida, piada infame.
- Venha, vamos entrar. Ela pega em sua mão e o conduz porta a dentro.
- Desculpe Gabe, não quis ser indelicada.
- Está tudo bem Bah, você não foi. Ela assente e entramos juntos.
Eu chamo a senhorita Windler para conversar no escritório e lhe passar tudo que o médico disse, ela pega a receita e ouve tudo com atenção e segue para o quarto do meu avô. Ela ficará aqui de segunda a sexta, eu contratei outra pessoa para os finais de semana, ele não conseguiu vir, por isso a senhorita Windler está aqui. Eu aproveito que a enfermeira saiu e checo alguns e-mails, depois de responder os mais importantes referente a empresa, eu sigo para o quarto do meu avô, onde a Lee sorri de algo que ele disse.
- Posso participar? Pergunto me aproximando de onde a Lee está sentada, ao lado da cama do meu avô.
- Vem amor, estou passando mal de tanto rir, seu avô está me contando a história da sua primeira paquera. Olho para o meu avô sem acreditar que ele ainda se lembre disso.
- Ei, assim não vou te trazer mais aqui. Falo para Lee, que continua sorrindo lindamente.
- Pare de besteira Gabe, essa história é ótima, por que nunca contou a ela?
- Eu sei lá. Coço minha nuca.  -Eu nem me lembrava dessa história.
- Que terminar de contar? Meu vô pergunta com um sorriso no rosto.
- Conta Gabe. Ela pede empolgada.
- Se você quer. Dou de ombros. - Eu tinha doze anos e estava na escola, Emily era a garota mais bonita da sala de álgebra, quem dirá da escola toda, todos os garotos eram afins dela, eu sempre fui o mais alto da sala e o mais gato também. Pisco para ela que sorri.
- Convencido.
- Só um pouquinho. Sorrio de lado. - Eu passei o sexto ano inteiro babando nela, as outras garotas sempre me abordavam cheias de charme, mas eu queria a Emily, ela era tímida e não dava bola para nenhum de nós, que só faltávamos beijar o chão que ela pisava, chegava ser engraçado. Sorrio com a mera lembrança. - Quando faltavam dois meses para acabar o ano, Emily teve que fazer um trabalho em dupla comigo, a partir daí passamos a conversar, os meus amigos ficaram malucos, porque ela não falava com nenhum menino além de mim.
- E ai você conseguiu namorar ela? Lindsay pergunta ansiosa.
- Tenha paciência. Meu avô e eu sorrimos.
- Então conte logo. Eu assinto.
- Um dia eu a convidei para tomar um lanche e estudar lá em casa, ela aceitou o que me deixou imensamente feliz, bolei todo um plano em minha cabeça e pedi para a Bah preparar tudo. Balanço a cabeça lembrando a loucura que foi aquele dia para deixar tudo como eu queria. - Era um sábado de primavera e o tempo estava ameno, eu queria que tudo corresse bem, então acordei cedo e fui ajudar a Bah nos preparativos. Ela presta atenção em cada detalhe da história. - Nós arrumamos uma tenda no meu jardim, colocamos um lençol e umas almofadas para sentarmos, a Bah preparou varias guloseimas, eu tomei banho, penteei os cabelos, me arrumei todo, passei até perfume. Ela sorri para mim. - Eu peguei meu material escolar de álgebra e deixei no aparador perto da porta de entrada, estava tudo pronto, só faltava ela chegar, sentei na escada que ficava de frente a grande porta da minha antiga casa, meus pais passaram por mim e avisaram que estavam de saída para espairecer, eu sabia que meu pai havia convidado minha mãe a sair, para que ela não me deixasse encabulado na frente da garota, afinal minha mãe era dessas. Meu avô sorri.
- Você já estava uma pilha de nervos, imagina com todos na casa? Seu sorriso se alarga.
- O senhor estava lá? Lindsay pergunta com curiosidade.
- Nessa parte da história, ainda não, cheguei assim que seus pais saíram, ele veio me atender e foi nítida sua decepção ao me ver, afinal não era eu quem ele estava esperando. Sorrio recordando da cara do meu avô.
- Você também ficou decepcionado. Amplio meu sorriso.
- Claro, eu fui visitar meu neto e ele me recebe com um, “Ah é você”. A Lee acha graça e balança a cabeça em negativa.
- Termine amor de contar. Afirmo com um balançar de cabeça.
- Depois que meu avô se foi, ela finalmente toca a campainha, eu corro para atender, respiro fundo umas três vezes antes de abrir a porta, quando eu o fiz, minha boca foi parar lá no chão, ela era a coisa mais linda que eu já tinha visto, seus cabelos loiros estava solto e ela usava um vestido florido muito bonito, seus lábios continham gloss labial rosa, ela sorrio e eu sorri de volta, nós ficamos assim nos encarando um tempo, até que a Bah chegou e me tirou do transe, falando para eu convida-la a entrar.
- Então quer dizer que você ficou embasbacado pela loirinha? Ela pergunta com suas sobrancelhas unidas, sorrio.
- Isso é passado amor, você quem quis ouvir toda a história.
- Ande logo com isso homem, está me matando de curiosidade aqui. Meu avô solta uma gargalhada e tosse um pouco, me preocupo e ele nega com a cabeça e mão afirmando que está bem.
- Está bem mesmo vovô?
- Sim filho, é que vocês dois juntos são engraçados. Ele continua rindo da nossa cara.
- Emily e eu atravessamos a casa e seguimos para o jardim onde a tenda estava montada, ela ficou maravilhada com tudo que estava vendo, o jardim dos meus pais já era bonito por si só, não precisou de muito, mas deu trabalho o pouco que fiz, enfim comemos e estudamos bastante, porque realmente teríamos uma prova difícil na segunda-feira. Depois de revisarmos tudo que queríamos e nos dermos por satisfeitos, eu criei coragem e fui para mais perto, ela arregalou um pouco os olhos, mas não disse nada, então eu fui chegando mais perto, quando nossas bocas se coloram ela se afastou rápido. Aquilo foi uma merda, pensei comigo, mas não vou compartilhar essa minha opinião. - Perguntei a ela se tinha algo de errado, era melhor nem ter perguntado, porque ela me disse que se aproximou de mim para saber mais sobre meu melhor amigo, Brian, mas era muito tímida para isso. A Lindsay está com os olhos arregalados, incrédula, o meu avô está rindo sem parar.
- Vovô, não ria do sofrimento do pobre garoto.
- É que ele ainda não contou a melhor parte. Sorrio.
- E tem mais? Balanço a cabeça confirmando.
- Ela me pediu desculpa alegando não saber do meu interesse por ela, eu fiquei muito puto na época, porra ela era afim do meu melhor amigo? Isso foi desolador, depois que ela foi embora eu contei o que havia acontecido comigo para o Brian e desgraçado rio tanto da minha cara, que até eu não aguentei e dei risada daquela situação ridícula, a partir desse dia jurei que nunca mais daria tanta importância a uma garota até te conhecer. Seus olhos ficam marejados e brilhosos, ela sorri e aquece meu peito, nem me lembrava dessa promessa até agora, achava que não queria nada serio para não ter que lidar com os dramas que meus pais tinham, mas foi por causa de Emily.
- E o Brian ficou ela? Ela pergunta curiosa.
-vQue nada, ele é meu melhor amigo, só me zoou durante anos por causa dessa história, fora que depois ela ficou interessada em mim de verdade, mas ai, eu já tinha ficado com metade da escola e não queria mais saber dela, aquela menina me traumatizou. Meu avô começa a rir de novo.
- O mais engraçado Lee, foi ele contando para nós indignado. Ela sorri.
- Eu posso imaginar. A enfermeira bate de leve na porta e entra no quarto.
- Com licença, senhor Clark está na hora dos seus remédios.
- Tudo bem senhorita Windler, fique a vontade, nós voltamos depois vovô.
- Ok filho. Lindsay vai até meu avô e deposita um beijo terno em suas bochechas.
- Obrigada por compartilhar essa história comigo.
- Eu tenho varias outras, minha querida. Ele pisca para ela.
- Nada de histórias vergonhosas a meu respeito.
- Vai sonhando... Eu dou um beijo em sua testa, pego a mão da Lee, saímos do quarto e seguimos em direção a sala de estar.
- O seu avô é um querido. Ela fala emocionada.
- Eu sei, senti tanto sua falta e agora que o tenho de volta, não tenho por muito tempo. Minha voz falha no final da frase, saber que ele está de partida me incomoda muito.
- Ei. Ela pare na minha frente e me abraça pela cintura encostando seu queixo no meu peito, ela olha nos meus olhos. - Nós sabemos que essa é a lei da vida, temos que aceitar os desígnios de Deus, por mais que não concordamos com seus métodos, seu avô está de partida em breve, mas agradeça por tê-lo por esses meses, imagina se não o tivesse perdoado?
- Não gosto nem pensar nisso.
- Então amor, temos que agradecer todos os dias por tudo que temos, pelo tempo que passamos com quem amamos e aceitar o desejo de Deus.
- Você esta certa. Beijo seus lábios de leve e quando penso em aprofundar o beijo seu celular toca, ela abandona meus lábios, olha o visor do celular e ignora a ligação.
- Quem era? Questiono intrigado.
- Minha mãe, depois eu retorno para ela. Ela puxa meu pescoço e me beija de novo e mais uma vez o celular de toca. - Mais que inferno. Ela esbraveja e desliga mais uma vez para logo em seguida o telefone tocar novamente.
- Por que não atende amor, vou ver se tem algo para nós comermos.
- Não preciso atender agora, minha mãe não sabe ter limites em ligações, ela demora demais no telefone, depois eu ligo para ela, vamos ver a Bah. Eu dou de ombros e seguimos de mãos dados até a cozinha onde a Bah está começando a preparar o jantar.
- Querem algo para comer crianças? Reviro os olhos e vejo a Lee sorri pela forma como ela nos chama.
- Sim Bah, famintos. Respondo sentando-me na bancada.
- Vou preparar um lanche para vocês então.
- Não precisa Bah, eu me viro, pode terminar o jantar. A Lee se apressa em dizer.
- Tem certeza querida, eu faço rapidinho?
- Tenho Bah, pode ficar tranquila.
- Certo, vou levar esse lanche para o seu avô e já volto.
- Eu acho que estou ficando com fome de outra coisa. Puxo ela pela cintura quando ia passando por mim para ir até a geladeira, ela solta um gritinho e fica de frente para mim.
- Gabe, comporte-se, a Bah vai voltar logo. Suas bochechas estão coradas, eu acaricio suas rosto com os dedos, eu a puxo para mais perto com outro braço.
- Tão linda. Eu a aperto nos meus braços e roço minha ereção na sua vagina, um gemido sai da sua boca.
- Senhor Clark aqui não. Ela sussurra próximo aos meus lábios.
- Então vamos para o quarto agora.
- Gabe, eu acabei de falar para a Bah que iria fazer um lanche, eu não poço simplesmente desaparecer, eu morreria de vergonha se ela pensasse no que estaremos fazendo lá dentro. Sorrio e beijo seus lábios com calma.
- Você tem um ponto senhorita Williams. Ela acaricia meu rosto e deposita um beijo no canto da minha boca.
- Obrigada. Ela fala sem emitir nenhuma voz e segue para a geladeira.
Depois de preparar um lanche maravilhoso a Lindsay e eu vamos para o meu quarto, mas não antes de passar no quarto do meu avô, ele está dormindo enquanto a enfermeira Windler lê um livro na poltrona próxima a cama dele. Ele não está vivendo exatamente como um doente moribundo, ele passa bem e pode andar pela casa livremente, hoje está mais na cama porque tomou uns remédios no hospital que o deixaram baqueado, mas acredito que sua rotina irá melhorar e piorar com o passar do tempo, melhorar porque ele poderá andar pela casa, passear um pouco para tomar ar livre, mas sem abusos é claro e piorar porque os remédios só servem para diminuir sua dor, eu sei que terá dias em que se sentirá bem e outros que não serão nada bons, mas eu estarei aqui para todos esses dias.
- Ele está dormindo tão sereno. Ela constata assim que entramos em meu quarto.
- Foi o que me pareceu também. Seu celular volta a tocar e a cara que ela fez, me faz rir.
- Merda. Esbraveja.
- Atende logo amor, ela não vai parar de ligar, vai?
- Não, ela não vai.
- Então. Dou de ombro, me sento na cama e observo.
- Alô. Atende impaciente.
- Eu sei mãe, estava ocupada. Ela fica em silencio esperando a mãe falar.
- Desculpe, mas fala o que a senhora tem de tão importante para me falar? Ela ouve e seu semblante muda completamente, merda, aconteceu alguma coisa.
- EU. NÃO. ACREDITO. Ela grita as palavras.
- Você não tem o direito, merda, você tinha que falar comigo primeiro. Ela passa as mãos aos cabelos, nervosa. - Eu sei que ele é meu primo, mesmo assim você tinha que avisar. Que merda tem o primo dela?
- Você já fez a merda não é?
- Quanto tempo? Ela fecha a cara.
- A porra de um mês? Não estou entendendo, ela escuta um pouco mais.
- Ok. Ela encerra a ligação.
- O que houve? Questiono já de pé ao lado dela, preocupado.
- Minha mãe como sempre, ela vai me enlouquecer.
- O que foi que ela fez? Pergunto muito curioso.
- Ofereceu meu apartamento para o meu primo ficar por um mês, você acredita? Ela fala furiosa.
- Fica tranquila, vai ficar tudo bem, quando ele chega?
- Amanhã.
- O quê? Minha pergunta escapa dos meus lábios antes mesmo que eu possa raciocinar direito.
- Isso ai, amanhã de manhã, está bom para você?
- E ela só avisa agora? Pergunto incrédulo.
- Exatamente, ainda alega que está tentando falar comigo desde ontem, que diferença iria fazer se tivesse conseguido? Ela revira os olhos e tenho que concordar, a mãe dela é louca.
- O que você pretende fazer amor?
- Eu vou conversar com uma das meninas para ficar no meu quarto e ceder o dela para o Andrew.
- Certo. Eu não gostei muito da ideia desse primo dela ficar hospedado na casa dela, mas o que eu posso falar, nem conheço o cara.
- E para piorar tenho que busca-lo no aeroporto.
- Que horas?
- As dez.
- Quer que eu vá com você?
- E o seu avô?
- Depois eu volto para casa pra ficar com ele.
- Ok, obrigada. Pisco para ela, eu quero ir para conhecer esse tal primo, mas ela não precisa saber.
Na manhã seguinte Lindsay e eu passamos no seu apartamento para ela conversar com as meninas e se trocar, Hanna cedeu seu quarto para o rapaz, nós seguimos para o aeroporto e estamos esperando o tal do Andrew pousar, seu voo atrasou e já faz mais de meia hora, eu decido pegar água.
- Amor, eu vou pegar água e já volto.
- Tá bom.
Ela deposita um beijo nos meus lábios e eu me afasto indo até uma lojinha não muito longe dali. Quando eu estou voltando com duas garrafas de água na mão fico observando ela parada com sua calça jeans justa, suéter branco e botas pretas na altura das canelas, seus cabelos estão transados de lado deixando seu pescoço perfeito amostra. De repente um cara alto e forte vem de encontro a ela, fala algo e a levanta do chão e gira, meu sangue ferve no mesmo instante e eu começo a ver vermelho, esse só pode ser o tal primo, merda. Eu me aproximo dos dois e para logo atrás dela.
- Uau prima, você está ainda mais bonita, como isso é possível?
- Pare de ser besta Andrew, como foi a viagem? Ela tenta mudar de assunto, claramente desconfortável.
- Foi ótima, a Florida não é muito longe daqui afinal. O cara tinha que ser tão bonito?
- Fico feliz. Ela se vira claramente me procurando e eu me aproximo.
- Oi amor, você demorou. Ela fala me abraçando.
- Me desculpe. Sorrio.
- Andrew, esse é meu namorado Gabriel Clark, Gabe, esse é meu primo Andrew Cooper. Nós apertamos as mãos, ele parece surpreso.
- Sua mãe não me disse que estava namorando.
- É porque ela não sabe. Olho para ela sem entender nada, por que ela nunca contou sobre nosso namoro para a mãe dela?
- Ah. É a resposta do seu primo.
- Vamos? Ela se apressa em dizer, depois nós teremos uma boa conversar, ah pode apostar que sim.
Entramos no meu carro com o primo dela falando sem parar, ele já está começando a me irritar, na verdade eu acho que o fato da Lindsay não ter falado para a família que estamos namorando é o que verdadeiramente me incomoda no momento. Seu primo conta como estão as coisas na Florida, que sua mãe está casada novamente e que sente a falta da Lee, suas irmãs estão crescendo rápido e pensando em namorar e que ele não permite, acha que estão muito novas para isso. Falou também da sua profissão, ele é formado em literatura, tem vários autores que gosta. Quando eu avisto a rua onde fica o prédio da Lee eu dou graças a Deus, não aguento mais tanta simpatia. Eles descem do carro assim que estaciono na porta de entrada, abro o porta-malas e o Andrew pega a sua mala, encosto na porta do motorista e cruzo os braços na altura do peito.
- Você não vai subir amor? Ela se aproxima ao perguntar.
- Não Lindsay. Respondo de mau humor. Ela sabe por que eu estou chateado.
- Sobe só um pouquinho Gabe, eu vou te explicar tudo. O primo dela nos encara de certa distancia.
- Acho melhor não, vai dar atenção ao seu primo, ele acabou de chegar e provavelmente cansado, depois nós nos falamos.
- Gabe não fica chateado comigo. Meio tarde para isso baby.
- Até amanhã Lindsay. Eu dou um beijo casto em seus lábios e caminho até seu primo.
- Foi um prazer conhece-lo. Aperto sua mão e ele retribui o aperto.
- O prazer foi meu.
- A gente se vê por aí. Entro no carro e vou para minha casa sem olhar para trás.
A Lindsay continua com os seguranças na sua cola, eu não quero correr o risco daquela maluca tentar algo contra minha princesa, por mais que esteja magoado com ela, meu amor continua o mesmo, depois de passar o restante do meu domingo pensando, chego à conclusão que ela deve ter um bom motivo, apesar de não compreendê-lo nesse momento.
Hoje eu assumo a empresa, estava ansioso para esse dia chegar, querendo admitir ou não, esse é o legado do meu pai, estou orgulhoso de estar assumindo a presidência da “Clark´s Medicine”. No próximo final de semana teremos um coquetel de boas vindas ao novo presidente, que no caso sou eu, eu pedi para que a Dona Rebeca tome conta do evento todo, Buffet e tudo mais que for necessário, acredito que ela começará com os preparativos a partir de hoje. Eu paro em frente ao manobrista com a minha “BMW i8 review preta”, faz muito tempo que não saio com ela, o manobrista está olhando embasbacado, acredito que nunca tenha dirigido uma, olho seu nome no crachá e chamo sua atenção.
- Bom dia Fabbri. Ele enfim tira seus olhos da maquina e me encara.
- Desculpe senhor, me distrai. Ele fala encabulado.
- Gabriel Clark. Eu me apresento. - Não se desculpe, eu também fiquei assim quando coloquei meus olhos nessa beleza pela primeira vez. Ele sorri e volta a encarrar o carro.
- Uau, ela é mesmo linda. Pisco para ele e lhe entrego as chaves do possante. - Cuide bem da minha menina.
- Claro senhor, tenha um bom dia.
- Obrigado. Passo pelas portas de vidro e avisto a recepcionista, mexendo no celular, ela não me viu chegar.
- Bom dia!  Ela da um pulo na cadeira, sorrio internamente da cara dela de espanto.
- Senhor Clark, bom dia. Ela se ajeita na cadeira deixando as costas eretas.
- Nada de celular no horário do expediente. Ela cora.
- Desculpe senhor, não irá se repetir.
- Assim eu espero. Semicerro os olhos para ler seu nome no crachá. - Senhorita Lacerda. Ela assente e sigo para o elevador, eu a ouço esbravejar algo e sorrio. O elevador não demora a chegar, aperto o trigésimo quinto e as portas se fecham, coloco a senha da cobertura e espero até chegar ao meu destino, quando as portas se abrem vejo a dona Rebeca em sua mesa organizando uns papeis.
- Bom dia dona Rebeca, aqui tão cedo? Ela me olha e sorri.
- Bom dia senhor Clark, eu queria verificar se está tudo como o senhor gosta.
- Não precisava acordar com as galinhas para isso dona Rebeca. Ela sorri.
- Mas eu quis.
- Eu agradeço por isso. Ela assente e eu vou em direção a minha nova sala.
A sala da presidência é ampla e clara, gosto dos moveis modernos e da vista do Brooklyn Bridge Park do outro lado da ponte. A janela de vidro do chão ao teto me permite ver a belíssima paisagem dos prédios de Manhattan refletidos pelas águas do East River, é impressionante. Chamo a dona Rebeca e peço um café, tenho varias reuniões e a primeira será daqui a meia hora, resolvo mandar mensagem para a Lee, mais tarde eu não terei tempo, pego meu celular no canto a mesa e procuro seu nome nos contatos.
Mensagem On:
Gabe: Bom dia Lee.
          Passando para te desejar um excelente dia.
          Eu te amo!
Eu teclo em enviar e foco na pauta da minha primeira reunião que será referente ao lançamento de um medicamento para dores musculares, chama-se “Relax Muscle”, isso é só a primeira reunião, depois desta eu tenho outra com o pessoal de marketing, depois com o RH e por ultimo com os diretores, meu dia hoje será intenso. Saio da minha sala com o notebook nas mãos e sigo pelo corredor em direção a grande sala de reuniões, com a dona Rebeca em meus calcanhares, eu me sento e abro o computador, na mesa já estão algumas pessoas a minha espera, em um canto da sala em uma mesa pequena tem água, café e algumas guloseimas, em minha frente tem uma pasta com a pauta, assim como para todos os outros.
- Bom dia a todos. Digo cordialmente.
- Bom dia! Eles me respondem em uníssono. Dona Rebeca senta-se ao meu lado para anotar o que achar mais importante, meu celular vibra no meu bolso e olho para ver de quem se trata, é uma mensagem da minha princesa. 
Lee: Bom dia amor
        Para você também.
        Boa sorte no seu primeiro dia.
        Eu TE AMO Muito!
XOXO sempre sua, Lee.
Mensagem off.
Sorrio após ler a mensagem e olho para todos à mesa que estão me encarando esperando que eu comece a reunião, pigarreio e me ajeito na cadeira, guardo novamente meu celular no bolso e abro a pasta, todos fazem o mesmo.
- Bom, o medicamento está previsto para venda a partir da semana que vem, certo? Pergunto mais para confirmar.
- Exatamente senhor Clark. Uma moça a minha esquerda responde.
- Essa é Veronica Sawyer, ela é de vendas. Dona Rebeca sussurra ao meu ouvido, eu assinto.
- Perfeito. Anoto a data no meu notebook. - O pessoal de custos formulou o preço baseado no mercado? Questiono.
- Sim, gostaríamos de lucrar mais, mas sem ultrapassar muito o valor da concorrência. Um rapaz a minha direita se pronuncia.
- Eu quero que o valor do medicamento custe praticamente a preço de fabrica, pelo menos agora no lançamento.
- Certo. O mesmo cara concorda e anota algo em uma caderneta.
Falamos de varias outras coisas sobre esse novo medicamento, equipe de vendas, seus componentes, a probabilidade de bons resultados, entre outras coisas, quando a reunião acaba eu mal tenho tempo de ir ao banheiro e a segunda se inicia. Meu dia passou como um borrão, eu almocei em meio às reuniões, mas sai muito satisfeito com tudo que conseguimos resolver hoje. Mais que cansado entro no elevador acompanhado da dona Rebeca que está comigo até essa hora, a coitada foi a primeira chegar e a ultima a sair.
- Hoje o dia foi difícil. Falo assim que a vejo estalar o pescoço.
- Verdade, mas eu gosto assim, passa que nem percebo, é bom manter a mente ocupada.
- Esta tudo bem? Suas palavras me passaram certo desconforto.
- Sim. Ela sorri, mas não atinge os olhos, eu espero que esteja tudo certo com ela.
Saímos do elevador e eu ofereço lhe uma carona, além de ser tarde, é minha culpa ela estar aqui até agora, ela aceita e eu fico feliz. Eu  espero o manobrista pegar meu carro, teve troca de turno, o cara que traz meu carro não é o Fabbri. Agradeço ao rapaz, dona Rebeca e eu seguimos para o nosso destino, ela mora no Soho, que é a caminho  da minha casa.
- Obrigada pela carona senhor Clark. E retira o sinto.
- Sem problemas, pode chegar um pouco mais tarde amanhã ok. Pisco para ela, que assente. Ela sai do carro eu espero ela passar pela portaria,
Eu sigo para casa, estou exausto e a única coisa que eu quero é banho e cama, o trajeto da casa dela até a minha não é muito longo. Eu aperto o botão do controle que abre o portão, sigo pelo caminho feito para passagem de carros e estaciono ao lado da porta de entrada e adentro em minha casa, está tudo silencioso, a Bah deve estar dormindo, já passam das dez. Eu passo no quarto do meu vô, ele dorme tranquilamente e sua enfermeira já se recolheu, eu fecho a porta devagar para não acorda-lo e sigo para o meu quarto, assim que abro a porta vejo minha princesa dormindo na minha cama, serena, seus cabelos espalhados por meu travesseiro, ela está agarrada a outro, usa somente minha camiseta, suas pernas estão amostra, fecho a porta e vou até ela, eu beijo seus cabelos e ela resmunga algo incompreensível, sigo para o banheiro e tiro minhas roupas, ligo chuveiro e entro debaixo, deixando a água escorrer por meu corpo, relaxando meus músculos. Eu disse que queria somente banho e cama, mas ter minha deusa ali ao lado, só me mostra o quanto eu ainda tenho energia para me enterrar nela até a exaustão.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora