Inesperada Paixão

Capítulo Cinco

Lindsay

Após deixar o Deus do sexo para trás, entro em meu apartamento com os pensamentos longe, as garotas estão todas na sala a minha espera, só me deixam tomar banho, pedimos uma pizza e abrimos uma garrafa de vinho. A conversa será longa, mal me sento no sofá e o bombardeio começa.
- Conte-nos tudo, não esconda nada. Isa parece curiosa.
- O que vocês querem saber? Pergunto envergonhada.
- Ele tem o pau grande? Jesse pergunta na lata.
- Ei, vai com calma aí safadinha. Todas riem.
- Conta logo Lee. Fala Jesse impaciente.
- Ai meu Deus, ele é tão gostoso quanto parece? Até a Hanna, estas minhas amigas.
- Ok. Vou contar tudo.
- Até que enfim. Isa fala de boca cheia, após dar uma mordida no seu pedaço de pizza. Dou um grande gole no meu vinho para criar coragem e digo.
- No sábado o Daniel estava na Brook e veio falar comigo.
- O quê? Elas disseram juntas, todas sabem da minha história e nenhuma delas viram a confusão? Como assim?
- Vocês não perceberam nada? A cara de paisagem delas dizem muito.  - O Gabriel meio que me salvou dele.
- Caralho! - Quem poderia imaginar isso? Diz Jesse.
- Pois é, nem me fale, quase tive um infarto quando ele disse quem era, está um pouco diferente, mas continua lindo o desgraçado. Falo colocando as duas mãos no rosto.
- Mentira amiga que ele ainda mexe com você? Hanna parece incrédula.
- Nem eu sabia que ficaria mexida com a presença dele, não me julguem, por favor.
- Ninguém aqui vai te julgar. Isa fala na ofensiva.
- Calma Isa, ninguém vai julgar ela, só me assustei. Hanna fica cabisbaixa.
- Eu sei meu amor, se acalmem meninas, vocês querem que eu conte ou não, caralho?
- Claro que sim, estou me corroendo de curiosidade. Jesse parece empolgada.
- Então fiquem quietas.
- Certo. Disseram juntas e focam e me escutar.
- Após o Gabriel enxotar o Daniel de perto de mim, dançamos e nos beijamos, a chama acendeu na mesma hora, ele me convidou para irmos para outro lugar, eu fiquei meio sem jeito, mas aceitei, nunca faço nada ousado, eu estava afim, então eu fui. - Passamos um final de semana incrível, nunca tinha tido tantos orgasmos em toda minha vida.
- Uau. Jesse está de boca aberta.
- Exatamente amiga, uau.
- Um dia eu encontro um cara assim, talvez me case com ele. Caímos na gargalhada.
- Conta outra amiga. A Jesse casar? Essa eu pago para ver. - Enfim, ele foi carinhoso e atencioso, ficamos trancados no apartamento dele o final de semana inteiro, transamos tanto, que tudo em mim dói.
- Safada. Isa me dá um soco de leve no ombro.
- Eu tinha que aproveitar, não é? Pergunto para Jesse.
- Claro que sim, mas não me disse se ele tem o pau grande? Coro com sua pergunta e escondo o rosto com as mãos.
- Eu não vou te contar que o pau do cara é enorme. Olho pela brecha dos dedos e estão todas de boca aberta.
- Não me espanta está toda dolorida. Hanna está horrorizada.
- Não foi por isso que fiquei dolorida minha linda, mas sim por todas as vezes que fizemos.
- Entendi. Ela fala com toda sua inocência.
- Você tem que transar logo Hanna.
- Ei, tudo no tempo dela. Digo defendendo-a dos comentários da Jesse.
- Ok, não está mais aqui quem falou.
- Terminando a história. Eu me arrumo no sofá e ao me mexer eu constato que tudo em mim realmente dói. - O Gabriel me deixou aqui e foi embora depois de me dar um beijo de tirar o folego e arruinar minha calcinha.
- Quem é você, o que você fez com minha amiga? Isa assume um tom brincalhão.
- Vai se ferrar Isa, o que eu posso fazer se o cara é muito bom no que faz?
- Tem que transar com ele mais vezes. Rimos da forma despojada da Isa falar.
- Lee, mudando de assunto, eu consegui alguém para trabalhar à noite, começo a trabalhar de manhã a partir de amanhã. Eu fico eufórica e pulo no colo da Jesse. - Ai, sua maluca.
- Que ótimo Jesse, eu fico muito feliz, assim podemos nos ver mais.
- É, nós achamos um cara para trabalhar à madrugada toda, além de não ter muito movimento, é perigoso para eu trabalhar sozinha. Ela está empolgada.
Continuamos conversando um pouco mais, até eu sentir meus olhos pesados, eu me despeço das meninas e vou me deitar, estou cansada e amanhã começa a rotina novamente. Em minha cama, aconchegada nos edredons, eu ouço uma batida na porta, a Isa coloca a cabeça para dentro do quarto.
- Posso entrar?
- Claro meu amor, não precisa nem perguntar.
- Eu sei que você está cansada e quer ir dormir, mas queria muito te contar o que aconteceu na noite de sábado na Brook. Sento na cama assustada.
- O que houve na Brook?
- Não foi só você que encontrou um “ex” lá.
- Como assim? Estou confusa.
- Eu encontrei o Brian.
- O quê? Pregunto incrédula, agora estou desperta.
- Depois de mais ou menos uma hora que você havia ido embora, ele apareceu lá e tentou falar comigo.
- E você conversou com ele? Pergunto entusiasmada.
- Claro que não! Responde indignada.
- Amiga, eu sei que o que houve no passado foi cruel, mas você não ouviu sua explicação.
- E nem quero ouvir, eu sei muito bem o que eu vi.
- Ok Isabella, o que foi que você viu? Eu cruzo os braços. - O cara dormindo completamente vestido e uma garota que você sempre soube que deu em cima dele, pelada ao seu lado? Seu rosto fica tenso. - Tudo bem, mas você também sabe que ele não estava interessado nela.
- Eu não quero mais falar sobre este assunto Lee, você sabe o quanto isso ainda me machuca.
- Sei sim e esse é o motivo por qual você tem que falar sobre isso, dá uma chance do cara se explicar Isa.
- Eu não consigo, a cena vem na minha cabeça o tempo todo, você sabe que ainda tenho pesadelos com isso.
- Você precisa de ajuda Isa, procura um psicólogo amiga.
- Eu vou pensar sobre isso ok?
- Ok. Sorrio sem muito entusiasmo, eu sei que ela não vai procurar ajuda. - Lembre-se que eu te amo mais que tudo nesse mundo, eu só quero o seu bem.
- E eu o seu.
- Por isso cuidamos umas das outras, certo?
- Certo. Ela diz e me abraça apertado.
- Tudo bem gatinha, se você não vai dormir aqui comigo, que nem fazia quando éramos mais jovens, pode ir para o seu quarto, estou com sono. Faço manha e ela sorri.
- Posso mesmo dormir aqui?
- Você está mesmo me perguntando isso?
- Chega mais para lá, vai.
Eu chego mais para o lado e ficamos nos olhando até cair no sono. Sempre dormíamos assim quando erámos garotas. Eu acordo e a Isa não está mais, como sempre, a mulher gosta de acorda cedo, credo. Eu tomo banho e vou para cozinha tomar café com as meninas, com a Jesse trabalhando no horário comercial, não serei a única de mau humor pela manhã. Sorrio.
- Bom dia! Cumprimenta uma Isa toda feliz, oh mulher matinal, que inveja.
- Bom dia meninas.
- Bom dia. Jesse está com cara de poucos amigos.
- Bom dia Lee. Hanna responde sorridente, achando graça da minha cara e da Jesse. É oficial, sou uma negação de manhã.
- Amiga, eu não gosto de você e nem da Isa, não esfreguem essas caras lindas a esta hora da manhã não. Eu faço careta. - Não que você não seja linda Jesse, mas você fica tão emburrada que estraga. Ela faz uma careta ainda pior e as meninas caem na risada.
- Que bom que divirto vocês. Diz Jesse de mau humor, ok, ela é pior que eu de manhã.
Após tomar um café reforçado, (eu estava faminta esta manhã), deve ter sido o excesso de exercícios do final de semana. Eu encaro minhas amigas.
- Ok. - Vamos nessa galera? Pergunto me levantado para escovar os dentes.
- Vamos, vou escovar os dentes e pegar minhas coisas. Hanna é a primeira a se pronunciar.
- Eu também. Jesse e Isa falam ao mesmo tempo.
Depois de todas nós estarmos com nossas coisas prontas e dentes escavados, saímos. Jesse vai levar a Hanna, porque seu trabalho é próximo à universidade e eu vou com meu carro e deixo a Isa. Entrando na revista avisto Julie na recepção ao telefone, como tenho um tempinho ainda, espero ela desligar para podermos conversar. Sábado mal nos falamos, assim que me vê ela abre um lindo sorriso e faz um sinal com a mão pedindo para que eu a espere, em seguida se despede e encerra a ligação.
- Bom dia! Digo realmente feliz em vê-la.
- Bom dia, como está?
- Bem e você?
- Estou bem, nossa, no sábado nem consegui falar com você e no domingo nem sai de casa, estava exausta. Rimos.
- Verdade, é que quando você chegou eu estava ocupada. Cubro meu rosto com as mãos.
- Percebi. Diz sorrindo.
- Almoçamos juntas hoje? Pergunto.
- Claro, quero saber tudo sobre o bonitão.
- Enxerida. Sorrimos
- Eu vou para minha mesa. Eu mando um beijo para ela e saio.
Eu me sento e começo a trabalhar, vejo que Henrique não chegou ainda, deve ter algum serviço na rua. Continuo fazendo minhas coisas até que eu sinto uma mão no meu ombro, dou um pulo na cadeira de susto, estava tão concentrada que nem me dei conta que o Henrique estava me chamando.
- Lindsay?
- Oi. Digo ofegante pelo susto.
- Desculpa, eu não queria te assustar. Fala sorrindo.
- Tudo bem, estava concentrada.
- Tudo bem com você? Pergunta ele.
- Tudo e você?
- Estou bem, como foi seu final de semana? Ele me pergunta indo para sua mesa que é próxima a minha.
- Foi ótimo obrigada e o seu?
- Tranquilo.
- Que bom. Eu volto minha atenção para o que estava fazendo.
- Lindsay, poderíamos almoçar juntos hoje? - Faz tempo que não vamos juntos.
- Desculpa Henrique, é que já combinei com a Julie e ela tem um assunto para tratar comigo, pode ser amanhã? Na verdade, ela quer falar sobre meu final de semana, não posso levar ele.
- Tudo bem, pode ser amanhã, aliás, na quarta-feira você almoçará comigo de qualquer jeito, temos aquele serviço no Central Park.
- Nossa, verdade, já havia me esquecido.
- Não se esqueça, por favor, é muito importante.
- Sem problemas, não esquecerei mais, te encontro direto lá na quarta-feira? Eu preciso saber.
- Sim, pode ser.
- Ok, combinado.
- Mas nosso almoço está de pé para amanhã, certo?
- Ah claro, podemos ir você, Julie e eu.
- Tudo bem, marcado.
Henrique tem sido um bom amigo, me ajuda muito aqui na revista, as meninas que trabalham nesse andar não gostam muito da nossa amizade, ele é um gato e elas não ganham nem um pouco da sua atenção, acredito que seja por isso. Julie diz que é porque ele está afim de mim e as recalcadas sabem disse. Eu não acho que ele esteja interessado, me trata da mesma forma que trata a Julie, ela diz que é porque sou sua amiga. Ela me contou que antes de eu começar a trabalhar aqui, ele mal falava com ela, enfim, eu não estou interessada, mesmo ele sendo uma perdição, porque vamos combinar, o cara é lindo.
Meu dia passa tão depressa, almocei com a Julie, contei tudo que havia ocorrido comigo no final de semana, ela ficou chocada com a história do Daniel e toda empolgada com o Gabriel, ela me contou que ficou de olho em um cara na Brook, mas que ele nem olhou para ela, deve ser cego o babaca, porque ela é tão linda.