Capitulo Dez

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Gabriel

Receber mensagens da minha Deusa é sensacional, mas poder ouvir sua voz é sem comparação, a não ser que estejamos juntos. Ela diz sentir minha falta, isso me deixa imensamente feliz, meu dia foi uma merda e somente ela para me alegrar. Hoje apareceu um caso muito complicado, que só aceitamos porque é de um amigo do pai do Ethan, o cara não me parece ser a melhor pessoa do universo, mas se é amigo do pai do Eth, não podemos recusar.
Depois de desligar o telefone, deixo as papeladas no escritório e vou até meu quarto tomar um banho e descansar. Vou ver minha diaba amanhã, nem acredito que será nosso terceiro encontro, nos meus cálculos. Na manhã seguinte encontro a Bah na cozinha preparando meu café.
- Bom dia Bah!
- Bom dia querido, está radiante essa manhã.
- Imagina. Eu deposito um beijo em cada lado do seu rosto.
- Você pode não querer me contar, mas eu sei que tem mulher no meio. Levanto a sobrancelha meio intrigado.
- Como assim Bah?
- Nunca te vi tão feliz filho, acredito que somente uma mulher poderá lhe causar tanta alegria.
- Você é uma mulher muito sábia, sabia?
- Não meu querido, apenas vivida.
- Bah, eu me apaixonei.
- Ah meu menino, já estava na hora. Ela se alegra. - Quando você a trará aqui em casa? - Quero conhece-la.
- Em breve Bah. Beijo sua testa. - O que temos para o café? - Estou faminto.
- Ovos, bacon, e torradas.
- O cheiro está divino.
- Sente-se querido, eu vou servi-lo.
Depois de tomar café e conversar um pouco mais com a Bah, me dirijo ao escritório, temos muito trabalho a fazer.
- Bom dia senhorita Cortez.
- Bom dia senhor.
- Você sabe me informar se o Ethan já chegou?
- Sim, ele chegou tem mais ou menos meia hora.
- Tudo bem, ligue para ele e peça que venha até minha sala.
- Agora mesmo senhor.
- Obrigado.
Entro em minha sala e organizo minhas coisas enquanto espero o puto do Ethan, ele demora um pouco a adentrar minha sala.
- Bom dia Gabe, quer falar comigo?
- Bom dia! - Quero sim, senta aí.
- Está de bom humor hoje, uma diabinha tem algo haver com isso?
- Não a chame assim. Falo sorrindo, ninguém estragara meu humor hoje.
- Ah cara, nem precisa responder.
- Vai se foder Eth, eu não te chamei aqui para isso.
- Eu sei cara, fala, o que quer?
- Quero discutir com você o caso que será julgado na sexta-feira, temos que estar com tudo ok.
- Esta tudo certo, é causa ganha.
- Eu sei, mas não quero ser pego desprevenido como da ultima vez.
- Tudo bem, cadê os papeis?
- Estão aqui.
Eu lhe entrego as papeladas e juntos revisamos o caso. Passamos amanhã inteira nisso, não podemos dar margens a erros, esse caso se tonou publico e não queremos fazer feio.
- Cara eu estou faminto, podemos almoçar agora? Pergunta Ethan.
-Claro Eth, vamos nessa.
Durante o almoço meu telefone toca, eu como sempre não quero atender, afinal o horário de almoço é sagrado, mas toca insistentemente então atendo a contra gosto.
- Com licença Eth. Eu me retiro da mesa e vou para um canto mais reservado do restaurante.
- Alô.
- Senhor Gabriel Clark?
- É ele mesmo, quem gostaria de falar?
- Meu nome é Alberto Quintana, sou advogado do senhor Renato Clark, ele pediu para que entrasse em contato com o senhor... Eu o corto antes que termine sua frase.
- Me desculpe senhor Quintana, mas nada que venha dele me interessa, não me ligue mais.
Desligo o telefone puto, para que ele está me procurando depois de tantos anos? Não quero saber nada sobre esse velho egoísta. Volto para mesa e Ethan pergunta.
- O que aconteceu Gabe, parece que viu um fantasma?
- Quase isso.
- O que houve?
- Meu avô pediu para o advogado dele entrar em contato comigo.
- Para quê?
- Não sei, eu não deixei que ele terminasse de falar, nada que venha dele me interessa.
- Uau, você realmente tem magoa dele, não é?
- Sim, ele deveria ter me acolhido quando meus pais morreram, ao invés disso, ele me exilou da sua vida, como se eu não fosse nada.
- É complicado meu amigo.
- Nem me fala, agora vamos mudar de assunto.
- Tudo bem, quer falar sobre a mulher que vem roubando seu coração aos poucos? Ele fala com um sorriso de lado.
- Não quero falar dela com você.
- Ei, calma ai cara. Ele ri.
- Você é um bastardo sabia?
- Eu sou incrível meu amigo. Rimos.
O almoço terminou tranquilo, o advogado do meu avô não insistiu mais, para meu alivio. Ethan e eu falamos de vários assuntos, incluindo sua mãe, ele marcou com uma psicóloga e em breve começara suas sessões. Meu amigo está indo pelo caminho certo, nada como encarar seus problemas de frente. A tarde se arrastou, estou tão ansioso para encontrar minha Deusa que o tempo não quer cooperar comigo, me parece uma eternidade, mas enfim a noite cai e eu estou a caminho de casa para me arrumar e ir buscar minha princesa, eu a levarei para jantar fora.
Em frente ao seu prédio peço para que o porteiro comunique que estou aqui embaixo a sua espera. Quando ela aparece no meu campo de visão, meu coração perde uma batida, que mulher linda. Ela está usando um vestido acima dos joelhos que não marca suas curvas, mas ainda assim me deixa duro instantaneamente, ela é realmente gostosa pra caralho.
- Oi. Ela diz um tanto tímida.
- Oi princesa, você está linda. Ela cora um pouco, eu dou um beijo rápido em seus lábios.
- Obrigada, você também não está nada mal.
- Fico lisonjeado, vamos? Ela acena com a cabeça.
Eu abro a porta para ela, quando ela senta deixa suas coxas mais expostas, meu pau da mais um sinal de vida, se acalma ai amigo, mais tarde.
- Então, me conte como foi seu dia? Pergunto a ela, não só para puxar assunto, mas porque eu realmente me interesso por seus assuntos. O que essa mulher está fazendo comigo?
- Foi muito produtivo, obrigada por perguntar, como foi o seu dia?
- Lento.
- Como assim?
- Eu estava ansioso para te ver, o tempo não passava.
- Eu também estava ansiosa.
- Fico feliz em saber. Ela sorri
Quando chegamos ao restaurante, fomos encaminhados a nossa mesa, eu escolhi uma no fundo do restaurante onde é mais reservado. Ela está olhando o estabelecimento com admiração, espero ter acertado, aqui é bem aconchegante e bonito, gosto de frequentar lugares discretos.
- Gosta? Pergunto assim que nos sentamos.
- Sim, é lindo.
- Eu gosto daqui. Uma garçonete vem até nós.
- Boa noite! Meu nome é Sheila e eu os atenderei essa noite.
- Boa noite. A cumprimento.
- Vocês querem fazer o pedido?
- Nos traga uma garrafa de Petrus e a entrada, por favor.
- Certo, fiquem a vontade. Ela se retira. Lindsay e eu olhamos o cardápio.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro. Ela diz olhando em meus olhos.
- Você ainda gosta do seu ex-namorado? Isso ficou martelando na minha cabeça eu preciso perguntar, mesmo que eu esteja sendo invasivo.
- Uau, direto você.
- Eu tenho que ser objetivo, penso em você o tempo todo e meu corpo necessita do seu, mas eu não sei o que isso quer dizer.
- Gabe, eu não sei o que te dizer agora, eu acabei de descobrir que ele foi uma vitima das armações da minha mãe, assim como eu. A cada palavra pronunciada por ela é como uma facada. - Ele não foi muito corajoso e nem se quer lutou por nós, mas de uma coisa eu sei, o que sinto por você é diferente do que já senti por ele um dia. A garçonete nos serve e pedimos nosso jantar, ela anota e sai.
- Diferente como? Pergunto preocupado.
- Mais intenso. Fico tão feliz com suas palavras.
- Que bom, porque intenso define exatamente o que estou sentindo por você. Eu pego sua mão direita e a levo até os lábios.
- Eu estou com medo. Ela confessa de cabeça baixa.
- Eu também tenho Lee, nunca me senti assim antes, eu nunca namorei.
- Nunca?! Ela pergunta incrédula.
- Nunca, nenhuma mulher me despertou o desejo de querer estar com ela além de sexo. Ela fica atenta a tudo que eu digo - Mas com você é diferente, quero sentir seu cheiro, seu gosto, seu toque, tudo que venha de você me interessa, e muito.
- Gabriel, eu não quero te dar esperanças de nada ainda, tenho sentimentos por você, mas fiquei tanto tempo sem ninguém, em uma bolha com medo de me envolver de verdade, que não sei ao certo o que estou sentindo, você me entende?
- Eu entendo, também estou assustado com meus sentimentos, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu quero você na minha vida.
- Eu quero estar nela, mas preciso que você tenha um pouco de paciência comigo.
- Eu esperarei seu tempo princesa, o quanto for necessário.
Nosso jantar foi servido, pedimos salada com grelhado de frango. Depois dessa nossa conversa eu me senti mais tranquilo, ela gosta de mim, pode não ser da mesma forma que eu, mas já é alguma coisa. Após o jantar e de tomarmos toda a garrafa de vinho, eu a convido para o meu apartamento, ela aceita, o que me deixa satisfeito.
- Lee, eu senti tanta sua falta. Digo me aproximando dela e olhando bem em seus olhos.
- Eu também. Ela acaricia meu rosto. Eu enfio meus dedos dentro do seu cabelo macio e a puxo para mim, colando nossas bocas.
- Senti falta do seu gosto, como é gostoso. Ela geme nos meus lábios e a porta se abre. Pego sua mão.
- Vem. Ela me segue até meu apartamento.
Quando fecho a porta atrás de nós a encosto na mesma e a beijo. Eu senti tanto a falta de beija-la, ela é minha perdição, não sei mais viver sem essa mulher. Ela enfia as mãos nos meus cabelos e puxa de leve, mordisca meu lábio inferior, estou tão excitado que minha calça está quase explodindo. Eu desço uma alça do seu vestido e deixo mordidas pelo seu ombro. Quando ouço a campainha tocar, ela me olha assustada, eu dou de ombro e olho pelo olho magico. Merda, o que essa maldita esta fazendo aqui? A campainha toca novamente.
- Gabe querido, eu sei que está ai, abra a porta. Lee fica tensa, arruma a alça do vestido e abre a porta. Isso vai da merda.
- Oi. Fala Melissa. Mais que merda essa cretina veio fazer aqui?
- Pois não? Pergunta Lee, com o nariz em pé.
- Vim falar com o Gabriel querida. Achei minha voz e enfim disse.
- Eu não tenho nada para conversar com você, pode ir embora.
- Quem é essa?
- Não te interessa Melissa. Lindsay está me encarando, esperando uma explicação, como eu vou sai dessa?
- Eu sou Lindsay, mas já estou de saída.
- Não Lee, quem está de saída é ela.
- Eu não vou a lugar nenhum querido. Ela fala entrando no apartamento.
- Ai vai sim. Pego pelo braço dela à colocando para fora.
- Ai Gabe, está me machucando.
- Você não viu nada. Falo baixo só para que ela ouça.
- Tudo bem, eu vou, mas ainda temos que conversar.
- Não temos nada para dizer um ao outro, nunca tive nada com você Melissa, então não me venha com essa, agora vaza daqui.
- Na semana passada você não pensava assim, não é querido? Lee me olha furiosa. Merda agora fodeu de vez.
- Vai embora Melissa.
- Estou indo. Ela levanta as mãos em rendição.
- Eu também vou. Lindsay diz com lágrimas nos olhos.
- Não Lee, eu te levo para casa. Melissa sorri do corredor e some do meu campo de visão, desgraçada, maldita hora que fui foder essa piranha.
- Não Gabriel, eu me viro. Fecho a porta e encosta a Lee nela.
- Por favor, não vá, ela é passado.
- Semana passada não me parece tão distante assim Gabriel.
- Eu sei, isso foi um erro, estava sozinho e ela veio se oferecendo, e como o babaca que sou, não resisti.
- Então quer dizer que qualquer vagabunda que aparecer se oferendo você não resisti?
- Não foi isso que quis dizer. Eu passo as mãos pelo rosto, merda. - Semana passada eu estava mal porque você não me mandava mensagem, quando eu cheguei aqui ela já estava...
- Gabriel não termine de falar, você só está piorando. Passo minhas mãos pelos cabelos, nervoso.
- Lee, me ouça, ela não significa nada pra mim.
- Gabe, você não me deve satisfações, nós não temos nada e é por isso que não quero ter, não estou preparada para isso.
- Lee, me desculpe, eu não quero te magoar, eu te quero na minha vida, me da uma chance, por favor?
- Eu estava disposta a te dar uma chance Gabe, mas você acabou de arruinar.
- Não fala isso Lindsay. Sinto meu peito apertar e me faltar o ar.
- Eu quero ir embora, quero que me de um tempo, preciso disso, essas semanas não tem sido fáceis para mim.
- Eu sei, não queria ser o autor de mais uma decepção.
- Gabriel, eu sei que não temos nada, mas como já havia te dito, tenho sentimentos por você, eu não estou sabendo lidar com isso, se eu te falasse que essa cena não me magoou estaria mentindo, mas isso é bom, para eu aprender a seguir minhas regras.
- Lee, me desculpe, eu não queria que presenciasse isso, nem sabia que essa louca viria aqui. Ela não parece se importar com nada que eu fale. - Já havia te dito antes que não sou santo, nunca tive nada sério com nenhuma mulher, mas quero muito, ter com você.
- O que isso quer dizer?
- Que eu quero que seja minha namorada? Ela arregala os olhos.
- Desculpa Gabe, mas não confio em você para isso.
- Eu te entendo, não ia te pedir em namoro agora, estava deixando você me conhecer melhor para isso.
- Parece que não deu muito certo.
- Lindsay, eu não vou dizer que agi corretamente em ter transado com ela na semana passada, mas eu te prometo que não haverá outra mulher na minha vida.
- Gabe, você não me deve fidelidade e nem eu a você, só me doeu você ter saído com ela enquanto você me cobrava coisas que eu sequer tinha feito, ou te devia satisfações, sendo que você tinha transado com outra.
- Eu sei. Falo cabisbaixo, sei que ela tem razão, mas sou egoísta.
- Quero ir para casa Gabe.
- Tudo bem, mas deixa eu te levar tudo bem?
- Ok.
Pego as chaves do carro e nos direcionamos para o estacionamento em silencio, mais que merda, estava indo tudo tão bem. Quando estaciono em frente ao seu prédio ela mal olha para mim e sai do carro, me apresso em alcança-la antes que passe pela entrada.
- Lee. Ela me olha nos olhos e o que vejo é muita tristeza, merda.
- Agora não Gabe. Sua voz sai quase inaudível. Levo minha mão até seu rosto e acaricio.
- Me desculpe mais uma vez.
Eu me aproximo do seu rosto e como vejo que não se afastou, lhe dou um beijo calmo, tento transmitir toda minha paixão. Quando nossos lábios se separam, seus olhos estão cheios d'agua. Eu sou um cretino mesmo.
- Boa noite Gabe. Ela acaricia meu rosto e se vai.
Eu entro no carro e fico pensando em toda essa merda, de onde aquela cretina surgiu? E por que o porteiro a deixou subir? E a melhor das perguntas, por que não levei a Lindsay para minha casa? Ela não é uma das cachorras com quem tenho costume de sair. Mil vezes merda. Exausto com minhas perguntas sem resposta, eu vou até o bar do Jerry.
- Oi Gabe. Cumprimenta ele.
- Olá Jerry, tudo bem?
- Comigo sim, já você, não parece estar bem.
- Não estou mesmo.
- Olá bonitão.
- Oi Sam, tudo bem?
- O que houve com você?
- Longa historia. Eu abaixo a cabeça. - Eu vou me sentar naquela mesa, você poderia me trazer uma garrafa de uísque?
- Claro. Sam fala sorrindo.
Eu me encaminho à mesa e espero Sam me trazer a garrafa de uísque, ela não demora muito, trouxe também um copo com gelo. O ambiente está tranquilo, hoje é quarta-feira não tem muitas pessoas, a musica está baixa e toca um clássico do rock, Black in Black do ACDC, uma das minhas bandas favoritas. Minha cabeça está um turbilhão, não sei mais o que pensar, há uns meses atrás eu estava comendo varias cachorras, agora eu estou aqui, em um bar deprimido porque uma única mulher resolveu invadir minha vida e não sair mais. Aquela bruxa me jogou um feitiço só pode ser isso. Amanhã irei procurar Melissa e ter uma conversinha com aquela cretina, quem ela pensa que é para invadir minha vida assim? Deveria ter cortado o mal pela raiz na semana anterior. Quando minha garrafa já estava pela metade, meu amigo Dylan senta-se ao meu lado.
- Cara o que houve com você? - Está horrível.
- Era tudo que precisava ouvir seu bastardo.
- Me desculpe, mas você está péssimo.
- O que você esta fazendo aqui? Pergunto esvaziando meu copo e enchendo novamente.
- A Sam achou que você não estava bem e me ligou.
- Que ótimo, eu não posso nem sofrer sozinho.
- O que esta acontecendo Brow?
- Eu saí com a Lindsay hoje e quando fomos para o meu apartamento a Melissa apareceu lá e estragou tudo.
- Putz!
- Exatamente, agora a Lee está magoada comigo.
- Calma cara, vai ficar tudo bem, você tem alguma coisa com a Melissa?
- Não, claro que não, comi aquela cachorra na semana passada, e a filha da puta fez questão de contar isso para a Lindsay. Ele bate na própria testa. - Melissa e eu nunca tivemos nada além de sexo, ela é meio pegajosa, mas é gostosa, por isso a comi tantas vezes.
- Mas vocês estão namorando? - Quero dizer, você e a Lindsay.
- Não Dylan, mas a Lindsay passou por uma situação ruim a alguns anos, ela está muito magoada com a mãe, e um monte merda, eu só piorei, a mulher já não gosta da palavra compromisso, agora então.
- É complicado.
- Sim muito. Esvazio meu copo mais uma vez.
- Chega de beber por hoje Gabe, vem, eu vou te levar para casa.
- Não precisa Dylan, eu pego um taxi.
- Nada disso, eu vim de taxi e te levo com seu carro.
- Tudo bem.
Vencido pelo cansaço, físico e mental, eu deixo que meu amigo me acompanhe até em casa. Na manhã seguinte eu acordo com uma puta ressaca, e com apenas uns flashes da noite anterior. Na minha cabeceira tem dois comprimidos e um copo com água, tomo os comprimidos e me dirijo ao banheiro para um longo banho. Depois de uns vinte minutos debaixo do chuveiro eu decido sair e me vestir para ir ao escritório.
- Bom dia Bah.
- Bom dia meu menino, você está bem?
- Não, mas vou ficar.
- Quer conversar querido?
- Não Bah, obrigado por se preocupar, mas vai ficar tudo bem.
- Se precisar estarei sempre aqui.
- Eu sei. Eu deposito um beijo em sua testa e me sirvo de café.
- Quer comer algo?
- Não, eu já estou de saída.
- Você tem que se alimentar querido, saco vazio não para em pé.
- Eu sei Bah, é que bebi além da conta ontem, meu estomago está embrulhado.
- Tudo bem, mas quando chegar ao escritório peça para sua secretaria comprar algo.
- Pode deixar.
Quando estava a caminho do escritório meu telefone toca, encosto o carro e atendo.
- Alô.
- Oi Gabe tudo bem?
- Oi Henry, tudo sim e você?
- Empurrando com a barriga como diz meu pai.
- Por que Brow?
- Jenna, mas não liguei para falar dela, estou ligando para confirmar nossa reunião de amanhã?
- Caralho, eu havia me esquecido completamente, pode confirmar sim.
- Beleza, eu irei avisar os caras.
- Ótimo, até amanhã então.
- Até Gabe.
Encero a ligação e coloco o carro em movimento novamente. Como eu posso ter esquecido da nossa reunião mensal, cara, eu realmente estou perdido aqui, e para completar, eu tenho aquele julgamento amanhã, será uma sexta-feira bem agitada, espero dar conta.
Lindsay não sai dos meus pensamentos, meu humor não está dos melhores, e quem está pagando por isso é a senhorita Cortez, que hoje tirou o dia para me atormentar, não sei se sou eu ou ela esta fazendo tudo errado. Eu a pedi um processo e ela me trouxe outro, pedi café puro e ela me trouxe com leite, eu devo estar transmitindo minha frustação.
- Gabe? Ethan entra em minha sala sem ao menos bater.
- O que você quer Eth?
- Saber com você está?
- Estou péssimo, satisfeito?
- Claro que não, por que estaria?
- Desculpa cara, estou de cabeça cheia, foi mal, você não tem nada haver com isso.
- Tudo bem Gabe, mas você precisa colocar tudo isso para fora, senão você vai explodir.
- Eu vou ficar bem, só preciso dar o tempo que a Lindsay pediu a mim.
- Certo, caso você precise de algo, estarei aqui.
-Eu sei, obrigado. Eu me levanto e dou um abraço no meu amigo.
Após o Ethan sair da minha sala eu pego meu telefone e disco o numero da Melissa, chama umas três vezes e ela finalmente atende.
- Oi querido.
- Querido é caralho, o que você acha que esta fazendo?
- Eu não fiz nada. Sonsa.
- Eu não estou para brincadeira, o que você foi fazer no meu apartamento ontem?
- Eu só queria repetir a dose da semana passada, eu não sabia que estaria acompanhado.
- E mesmo depois de ver que estava, você fez questão de falar o que não deveria, não é?
- Não pensei que ela fosse ficar ofendida, afinal todas nós sabemos, que não somos exclusivas.
- Ela é.
- O quê?
- Isso ai Melissa, ela é exclusiva e eu não quero te ver nunca mais, está me entendo?
- Nossa... Quem diria, que Gabriel Clark iria se apaixonar não é?
- Isso não é da sua conta.
- Não é mesmo, irei te deixar em paz Gabe, mas quando se cansar da sem sal, sabe onde me encontrar.
- Não fale assim dela, e mesmo que ela não me queira nunca mais, não será você quem eu procurarei.
- Nossa, seu grosso.
- Estamos conversados.
Eu encerro a ligação, como eu deixei chegar a esse ponto? Melissa era uma das melhores fodas que havia tido, mas deixei isso ir longe demais, ela estava se sentindo muito íntima, eu não me importava, eu não tinha ninguém e uma boa foda sempre fora bem vinda, mas agora isso pode ter arruinado meu lance com a Lindsay. Cortez me tira dos meus devaneios avisando que tenho uma ligação.
- Alô.
- Senhor Clark, aqui é Alberto Quintana mais uma vez, eu realmente preciso falar com o senhor...
- Eu não te pedi para não me procurar mais?
- Sim, mas o que tenho para falar é urgente.
- O que pode ser tão urgente?
- Seu avô está morrendo. Aquela noticia me atingiu de um jeito que eu não esperava, depois de um tempo assimilando essa noticia, o senhor Quintana me puxa novamente para a realidade.
- Senhor Clark, ainda está aí?
- Sim. Eu me recomponho. - E o que eu tenho a ver com isso?
- Seu avô gostaria de falar com você.
- O que ele teria para falar depois de tantos anos?
- Somente ele poderá lhe responder senhor.
- Irei pensar no assunto senhor Quintana.
- Tudo bem, em breve eu entrarei em contato, ele não tem muito tempo.
- Ok.
Desligo o telefone ainda em choque, por mais que eu esteja há anos distante dele, eu não o desejo mal algum. Por mais que eu tente ser forte as lágrimas teimam em cair por meu rosto, ele é meu único parente vivo. De repente sinto uma necessidade enorme de falar com a Lindsay, mas eu não posso, ela precisa de um tempo longe de mim, quem sabe assim ela percebe que precisa de mim tanto quanto eu preciso dela.
Minha quinta-feira passou como um borrão, enfim a sexta chegou, eu estou no tribunal concentrado, precisamos levar mais este caso. Nós conseguimos provar que a amante do Doutor Muniz estava mentindo, ele é inocente, nunca houve estupro, foi tudo consensual. Ethan está eufórico, porque esse caso estava na mídia e nossos nomes aparecerão em tudo que é jornal. Eu estou feliz, mas não consigo transmitir isso.
- Qual é Gabe, acabamos de ganhar um dos melhores casos que já tivemos e você fica ai com esta cara de que morreu alguém.
- Desculpe, mas não estou entusiasmado, acabei de receber uma noticia ruim e ainda tem a Lindsay, não estou para comemorações. Ele fica sério.
- Quer conversar sobre isso?
- Agora não, eu não quero estragar seu dia, à noite nós conversaremos sobre tudo.
- Se você prefere assim, podemos ao menos almoçar? Pergunta ele esperançoso.
- Claro.
O restante do dia passou devagar, eu pedi para Bah arrumar tudo para receber meus amigos, à noite chegou e eu me encaminhei para casa, preciso de um banho e umas bebidas para esquecer um pouco tudo que esta acontecendo comigo. Meus amigos também estão passando por alguns problemas, hoje vamos falar sobre tudo e tentar expulsar esses demônios. De banho tomado e com uma cerveja nas mãos, ouço a campainha tocar.
- Fala aí Gabe, tudo bem?
- Oi Brian, tudo indo e você?
- Bem.
- E aí Henry?
- Tranquilo, os caras ainda não chegaram?
- Não, vocês são os primeiros. Eu fecho aporta. - O que vão beber?
- Cerveja. Eles falam Juntos.
- Então pode ficar a vontade.
- Valeu. Henry vai até o bar e pega três cervejas e se junta a nós na mesa.
- Cara, eu estou ficando maluco. Brian fala puxando os cabelos.
- É a história da Bella ainda? Pergunto.
- Sim, ela simplesmente desapareceu.
- Quando você menos esperar ela aparece.
- Assim eu espero Gabe, mas e você com a Lindsay?
- Ah cara, nem me fala, eu estava com ela na quarta-feira e a Melissa apareceu no meu AP.
- Deu merda?
- Claro que deu Henry, o que você acha?
- Brow, você está de bolas amarradas mesmo.
- Estou, mas não diferente de você não é?
- Eu estou mudando meus conceitos Gabe, a Jenna está me deixando maluco mesmo depois de terminamos, eu não sei mais o que fazer com ela.
- Manda ir se foder Henry.
- Não é assim Brian, se eu pudesse já haveria mandado.
- Mas o que te prende? Pergunto.
- Ela acha que esta gravida, mas o Brian acha que não é verdade e se for pode não ser meu.
- Caralho, o negócio é pior do eu pensava.
- Exatamente. A campainha toca e Dylan e Ethan entram na sala.
- Ei, vocês já começaram a festa sem nós?
- Que festa Brow, estamos falando de nossos problemas isso sim. Comenta Brian.
- Não me venham com essas merdas, ainda não. Fala Ethan indo para o bar.
- Cara, senão desabafar com vocês que são meus Brothers, com quem eu irei falar?
- Calma Gabe, eu disse agora não, vamos jogar um pouco e tomar umas cervejas, depois colocamos os problemas na mesa ok?
- Se preferi assim Ethan, vamos jogar.
- Vamos ao Pôquer. Todos nós falamos juntos.
Passar um tempo com meus amigos não tem preço, todos estávamos precisando de distração e juntos sempre conseguimos. Depois de tirar uma boa grana desses bastardos, resolvemos trazer os problemas à tona, estamos todos em uma enrascada, precisamos nos juntar para tentar achar uma solução aos problemas. E que cinco cabeças pensem melhor que uma, mesmo sendo cabeças de idiotas.

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now