Capítulo Trinta e Um

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Gente... Eu consegui postar ebaaaa...
Eu quero avisar a vocês que neste capítulo terá cenas de agressão, quero deixar claro que abomino qualquer tipo de violência, ainda mais contra mulheres, mas eu tinha que colocar essa parte no livro para ficar mais autêntico.

Espero que gostem...

Lindsay

Há minha semana não poderia ter sido pior, essa história de bancar a forte só funciona de dia, isso quando aquele filho da puta não está me ligando ou tentando falar comigo através das minhas amigas. Na hora do trabalho é quando tenho um momento de paz, porque ele me ocupa a maior parte do tempo e não fico pensando besteiras, mas quando estou sozinha em meu quarto é que meu dia vira um verdadeiro inferno. As lembranças do Gabe beijando aquela mulher não tem ajudado em nada a minha miserável vida nos últimos dias de merda.
Hoje é minha exposição e eu prometi para mim mesma que ficarei bem, que irei curtir a noite e depois eu vou comemorar com meus amigos e familiares, o Gabe hoje não terá espaço, ele não roubará a cena, não hoje. Assim que cheguei à galeria fiquei encantada, minhas fotos espalhadas pelo ambiente de forma estratégica com a luz batendo nos lugares certos, ah como está tudo lindo.
- Ei minha diva. Jack se aproxima de mim com seu jeito espalhafatoso que eu aprendi a amar.
- Oi querido, está tuto tão lindo. Ele me abraça e deposita um beijo em cada lado do meu rosto.
- O mérito é todo seu my haney.
Eu ando pelo espaço de braços dados com o Jack admirando minha própria arte, eu tenho que concordar com eles, meu trabalho é bom e eu preciso me valorizar mais. Alguns convidados foram chegando e preenchendo o ambiente, eu não caibo em mim de tanta felicidade, ao menos uma alegria no meio a tanta tristeza. Eu converso com duas clientes que acabaram de comprar três das minhas obras, elas estão maravilhadas com meu trabalho e eu eufórica e encantada com tudo que está acontecendo. Eu ergo meus olhos quando eu sinto estar sendo observada e meu olhar cruza com o dele, o que ele faz aqui? Eu não imaginei que ele teria coragem para aparecer, mas eu me enganei, eu me enganei também quando achei que ele não roubaria a cena, porque agora eu só tenho olhos para ele, assim que as senhoras com quem eu conversava retiram-se, eu vou até ele.
- Oi. Ele me cumprimenta um tanto encabulado.
- O que você faz aqui Gabriel? Eu o quero aqui, mas não darei o prazer a ele de saber dessa informação. 
- Eu vim ver sua exposição e saber como você está. Eu estou péssima e você é o culpado seu idiota.
- Eu estou ótima não vê? Eu sou mais ríspida do que gostaria, mas que saber? Ele merece, meus dias tem sido o verdadeiro inferno e o culpado de tudo é ele.
- Não me trate assim Lee. Um sorriso amargo toma conta dos meus lábios.
- Você quer que eu o trate como? Eu pendo o pescoço para o lado aguardando sua resposta e muito ansiosa para ouvi-la.
- Eu sei que não sou digno do seu amor, eu lhe pedi que tivesse paciência comigo, eu sempre soube que faria merda, sei que essa foi das grandes, mas me perdoe, eu não sei mais viver sem você. Eu engulo em seco, eu não espera por essa declaração, ele acabou me desarmando, afinal me avisou que faria muitas merdas ainda assim eu aceitei, eu o amo tanto que chega a doer, mas não posso ser boazinha, assim ele pensará duas vezes antes de me aprontar outra.
- Aqui não é lugar para falarmos disso. Eu olho ao redor para ver se alguém nos ouve, estamos em um lugar publico e eu não quero uma cena.
- Isso quer dizer que podemos conversar depois daqui? Seus olhos brilham como se fosse uma criança na manhã de natal indo até a árvore e descobrindo que lá há presentes.
- Não foi isso que eu disse. Ele fica triste e meu coração se contrai no peito, por que ele me afeta tanto? Até quando ele não merece, eu sofro por sua dor.
- Me dá mais uma chance Lee, eu prometo ser o melhor dos homens. Seus olhos me passam tanta verdade, ele me olha exatamente do mesmo jeito de quando fez amor comigo por tantas e tantas vezes.
- Quando a exposição acabar conversamos ok? Seu olhar esperançoso me da vontade de alisar seu rosto lindo e beijar essa boca que estou sentido tanta falta.
- Certo. Ele concorda de imediato e eu sou chamada para conversar com mais um cliente que quer me conhecer, hoje meu dia está ficando maravilhoso.
Minhas amigas, meu primo e meus pais chegaram para melhorar meu humor, que por causa de um homem lindíssimo já estava muito melhor. Henry me parabeniza pelo trabalho, eu achei muito fofo de sua parte comparecer, até o Daniel veio, ele leu em um jornal sobre a exposição e veio me fazer uma surpresa, e eu amei claro, ele sempre será importante na minha vida.
A Isa saiu para atender um telefonema, no meio da nossa conversa com o Daniel, eles estavam me zoando, lembrando como eu gritava no colegial, alias, a Isa estava zombando de mim, o Daniel disse que me achava espontânea e isso o conquistou, eu quase derreti no meio da galeria. Logo em seguida a Isa me liga e pedi que eu a encontre nos fundos.
- Isa. Eu não a vejo em lugar nenhum. - Isabella eu não estou achando engraçado. Nada dela.
Eu cruzo os braços na altura dos seios mostrando o quanto isso me aborrece, eu não estou achando a menor graça dessa brincadeira. Um furgão preto para em minha frente, dois homens me pegam pelos braços e me jogam dentro do carro ao lado da minha amiga que está amarrada e amortiçada, que merda está acontecendo aqui? Eu começo a me debater, um dos homens coloca um lenço branco em meu nariz com um cheiro muito forte e eu apago.
Minha cabeça dói, eu não consigo abrir meus olhos, eles estão pesados, é como se tivesse chumbo, eu forço e não os consigo abrir, meu corpo está dolorido, onde eu estou? Eu sinto cheiro de urina e sangue, isso está me dando nauseias, por mais que eu tente me sentar eu não consigo, meus braços estão presos para trás e seja lá o que está o mantendo preso machuca minha pele. O piso embaixo de mim é rustico e gelado, eu forço mais uma vez e enfim consigo abrir meus olhos, minha visão está turva e onde eu estou é escuro, tento focar em algum ponto, aos poucos minha visão vai clareando, eu consigo ver uma mesa no centro da sala, há uma vidraça que permite que a luz da lua entre no ambiente gélido e úmido, de onde eu estou vejo uma pessoa sentada mais ao canto, então um flash me vem à mente, a galeria, o furgão, os homens encapuçados, Isa...
- Isa? Eu a chamo e escuto ela resmungar. - Isa? Chamo mais uma vez.
- Lee? Seu choro baixo me deixa alarmada.
- Sou eu, o que está acontecendo aqui? Antes que ela possa me responder, passos se aproximam, eu ouço uma tranca sendo aberta e três homens adentram a sala fétida e mal iluminada.
- A bela adormecida acordou John. A voz do homem é carregada de deboche. - Acho que você exagerou na dose de clorofórmio.
- Quem é você e o quer? Ele solta uma gargalhada que arrepia todos os pelos do meu corpo, eu não consigo ver seu rosto, mas este homem me causa calafrios.
- A vadia do Clark é falante não é? Um dos homens se aproxima de mim e me pega pelo braço me fazendo sentar.
- Ela é muito gostosa, chefe. Eu sinto asco do homem ao meu lado, mesmo que ele não tenha me tocado em nenhuma outra parte do corpo além do meu braço, o terceiro homem fica próximo à porta e não parece gostar do que está vendo.
- E então, você quer saber por que está aqui? O tal chefe me pergunta, ele vai até a mesa no centro da sala e acende uma lâmpada que clareia metade da sala, quando eu coloco meus olhos na Isa me coração se comprime, ela tem seu rosto machucado, tem sangue em sua boca e um corte perto da sobrancelha. - Eu vou te contar... Ele pega uma cadeira no canto da sala e se senta em minha frente. - O seu namorado é um filho da puta egoísta, sabia? Ele tem algo contra o Gabe? - Ele abandou meu caso como se eu fosse um cachorro sarnento. Ele vocifera em minha cara.
- Algo de errado você fez. Ele pega meu queixo entre seu polegar e o indicador e o aperta com muita força.
- Mesmo que eu tivesse feito, todos tem direito a uma defesa.
- Ele não é obrigado a pegar um caso que ele não queira. Ele solta meu rosto e me da uma bofetada que me deixa tonta, mesmo eu estando sentada.
- Vadia, só poderia ser namorada daquele merdinha, eu não terei dó alguma ao te matar. Meus olhos se arregalam e meu sangue gela, ele disse matar? Ele pega meus cabelos com força e coloca seu rosto bem próximo ao meu, eu sinto seu hálito fedendo a cigarro e meu estomago embrulha. - O que você acha que ele vai sentir quando souber que você está morta? Ele não me deixa falar e emenda uma pergunta na outra. - Você acha que ele está desesperado? Eu não sei como ele está, mas eu estou apavorada, nunca na minha vida tinha pensado em como iria morrer, mas uma coisa eu garanto, eu não quero morrer assim.
- Ele não deve estar preocupado, afinal,  nós não somos mais namorados. Ele puxa mais meu cabelo forcando meu pescoço para encará-lo.
- Você acha mesmo que isso importa? Sua saliva espirra no meu rosto me causando nojo. - Se ele não se importasse seus seguranças não estariam andando atrás de você como uma sombra vinte e quatro horas por dia. Ele tem a porra de um ponto, será que ele estava me seguindo? - Eu daria tudo para ver a cara dele agora. Sua risada é horripilante, ele solta meu cabelo bruscamente e minhas costas betem com força no chão.
- Então seu intuito é nos matar, mas por que você pegou minha amiga se sua raiva é do Gabriel? Ela não tem nada haver com ele. O tal de John me senta novamente no concreto duro, mas eu confesso que essa posição é melhor do que jogada de qualquer jeito no chão.
- Sua amiga não te contou? Seu sarcasmo escorre em cada palavra proferida por ele. -Essa piranha aqui. Ele se levanta e se aproxima da Isa que se encolhe, merda. - Foi ela quem me fodeu nos tribunais. Ele dá um chute nas suas pernas e ela geme.
- A deixe em paz seu filho da puta. Ele se vira para mim e sorri de uma forma assustadora, o homem em si é assustador, ele é alto e magro demais, seus olhos são castanhos e suas olheiras estão pretas, deixando seu rosto com o aspecto de morto.
- Olha isso Ben, a princesinha sabe falar palavrão. O rapaz que até agora não disse uma palavra, balança a cabeça em negativa, agora eu não sei dizer se é por que eu falo palavrão ou por que não está contente de estar aqui.
- Vai se foder. Eu continuo a provoca-lo para que ele esqueça a Isa, ela já está muito machucada.
- Olha boca sua cretina. Mais uma vez sua mão vem de encontro ao meu rosto dolorido.
- Chega pai, ela já entendeu o recado. O tal Ben é filho desse cretino.
- Se você não está gostando pode sair, porque aqui as coisas só irão piorar. Ele olha para mim e sorri com os dentes amarelados. - Eu vou trazer uma companhia para vocês. Ele gesticula com as mãos para o John e ele se retira da sala voltando logo em seguida com um homem, ele está acorrentado, o John coloca as correntes presas ao teto o deixando em pé, preso pelos próprios braços. - Diz um oi para as meninas Ethan.
- Ethan? Meu sangue gela na hora, ele está muito machucado.
- Lee. Sua voz sai quase inaudível.
- Por que o sequestrou? Pergunto incrédula.
- Ele é sócio do seu namoradinho, ele também se negou a me defender nos tribunais, agora irá pagar com a vida. Uma lagrima escorre por meu rosto, ver o Ethan assim me quebra, ele sempre foi o mais animado e sorridente entre eles.
- Não faça isso, você já está livre não é, para que isso tudo? Seu riso é amargurado.
- Livre? Eu fugi do presidio, nunca mais serei livre. Suas palavras saem cheias de ódio - E a culpa disso tudo é do seu namorado, da vadia ali e do Ethan, esse moleque, eu o vi crescer e quando eu precisei, me virou as costas. Essa história só piora.
- Você estuprou uma garota seu filho da puta. Ethan fala com dificuldade, o homem se aproxima dele e o pega pelos cabelos.
- É mentira daquela piranha. Com a mão livre ele atinge o rosto do Ethan, eu fecho meus olhos, não tenho estomago para ver isso.
- Nós encontramos provas irrevogáveis contra você Munhoz, não me venha com essa. Ouço mais um estrondo da mão do tal Munhoz no rosto do Eth e um grunhido de dor, a Isa está tão quieta que eu acho que ela desmaiou.
- Eu não vou tentar te provar nada seu merda, você vai pagar com a vida e seu amigo vai viver para saber que ele é o responsável por sua morte e dessa vadia. Ele aponta para mim. - Mas antes, ele vai ficar esperançoso de tira-los daqui, é por isso que ainda estão vivos, para tortura-lo, antes da jogada final. - Vamos rapazes, mais tarde voltamos para brincar um pouco mais. Assim que eles saem eu tento me levantar para ir até minha amiga, demoro um pouco mais eu consigo
- Isa, você está bem? Eu me agacho ao seu lado.
- Não, acho que eles quebraram minha costela, não consigo respirar direito. Minhas lagrimas rolam livremente. - Lee? Ela sussurra.
- Oi. Agora eu entendo porque ela está tão calada.
- A Melissa está com eles. Aquela piranha tinha que está metida nisso, eu me levanto e vou até o Ethan.
- E você como está? - Eu quero dizer fora todos esses hematomas visíveis. Ele tenta sorri da minha falta de jeito, ele acaba tossindo e reclamando de dor, tadinho, seu rosto está muito inchado, mal dá para reconhecê-lo.
- Eu vou ficar bem, tenho certeza que o Gabe irá nos encontrar. Eu respiro fundo e peço aos céus que ele tenha razão.
- Tomara que você esteja certo.
Eu volto para o canto onde eu estava e fico ali olhando para a minha amiga que mal se mexe por causa da dor, Ethan tenta se mostrar forte, mas da para ver em seu rosto que ele não se aguenta mais em pé, e eu só posso rezar, pedir a Deus que nos ajude e nos proteja, que o Gabe realmente nos ache e que ele chame a policia, eu fico divagando até que pego no sono.
- Acorda vadia. Eu ouço a voz do tal Munhoz e seu pé me chuta nas pernas. - Vamos ligar para o seu namorado. Eu olho ao redor e a Isa permanece no mesmo lugar, a sala está mais clara mostrando que é de manhã.
- Olá senhor Clark, como tem passado? Ele usa de uma calma que na verdade não possui, seus olhos mostram o tamanho do ódio que está sentindo, o Gabe diz algo que o faz gargalhar.
- Quanta hostilidade, tem alguém aqui querendo falar com você. Ele me olha com desprezo. - Mas agora não sei se farei essa gentileza. Ele começa a andar de um lado para o outro, coçando sua nuca como se estivesse pensando na possibilidade de me deixar falar com ele, logo em seguida ele coloca o telefone no meu ouvido.
- Gabe... Eu tento parecer forte, mas um nó se forma em minha garganta.
- Lee meu amor, você está bem? - Eles te machucaram? Eu começo a chorar assim que sua voz preenche meus ouvidos.
- Eu estou bem, mas eles vão nos matar Gabe, nos ajude. Ele tira o telefone do meu ouvido e me dá uma bofetada. - Ai. Eu grito com o impacto da sua mão no meu rosto já dolorido, ele escuta com atenção o que o Gabe fala.
- Ficou nervosinho é? Ele gargalha mais uma vez. - Seu amigo também está estressado aqui, mas ele não pode fazer nada. Ele olha para o Eth desacordado. - Não é mesmo Ethan? Ele encerra a ligação.
- Você vai pagar muito caro por isso, seu imbecil. Ele sorri e não diz absolutamente nada, saindo da sala e trancando a porta.
Eu quero ir ao banheiro, estou com fome e com sede, mas eu duvido muito que eles me darão comida e água, ou me levariam até o banheiro, eu me levanto e me sento ao lado da Isa, ela está adormecida e o Ethan também. Ontem quando eu estava me arrumando para a minha exposição, não me passou pela cabeça que eu seria sequestrada por um louco que se juntou a vadia da Melissa para me fazer mal, na verdade, esse louco quer atingir o Gabe, por mais que eu esteja chateada pelo o que ele me fez, eu sei que ele tem um coração enorme e jamais recusaria um caso se tivesse certeza da inocência do acusado.
Se passam minutos, horas e nada de alguém vir até nós, eu durmo, eu acordo e nada, estou entediada, mas pensando bem é melhor assim,  por que todas as vezes que alguém vem até aqui é para nos torturar e eu estou exausta, não tenho forças para discutir ou servi de saco de pancadas de ninguém. Meus braços estão dormentes, por estar na mesma posição por tantas horas, minha perna está doendo onde fui chutada e minha barriga ronca, por falta de comida.
Eu ouço tiros e meu medo se multiplica, a Isa acorda assustada e se encolhe, eu acredito que seja pela dor em sua costela, Ethan está tão debilitado que nem se mexe, eu acho que ele desmaiou, eu tento ajudar a Isa a se levantar e ir para o canto da sala.
- Anda Isa, se esforça só um pouco amiga, não podemos ficar assim tão expostas. Ela se contorce, mas não sai do lugar.
- Eu estou tentando Lee. Nós paramos de se mexer assim que passos de salto se aproximam.
- É agora ou nunca Isa, levanta. Ela faz uma força sobre-humana, se apoiando em mim ela consegue se levantar, nesse exato momento a porta é aberta e eu a coloco para trás de mim, os tiros continuam lá fora, o que será que está acontecendo?
- Hora, hora, hora, senão é a piranha do Gabe? Eu odeio quando ela o chama assim, Melissa fecha a porta atrás de si e me aponta um revolver. - Você não me parece bem querida. Ela é puro sarcasmo.
- Melissa. Minha voz detona todo meu desprezo por essa mulher maquiavélica.
- Gostando da estadia? Ela sorri mostrando seus dentes brancos e perfeitos.
- Poderia estar melhor, por que não me solta para podermos conversar? Como eu quero encher essa vadia de pancada, até esse rosto bonito estar desfigurado. Eu sinto a tensão que amena da Isa, ela está com medo, eu também estou, mas se eu pudesse arrebentar essa piranha, mesmo que essa fosse a ultima coisa que eu fizesse, eu faria.
- Hoje não querida. Os tiros estão ficando cada vez mais perto e até a melissa está com medo do que pode vir a seguir. - Finalmente eu terei o Gabe só para mim. Ela sorri mais uma vez mostrando seu total descontrole.
- Ele nunca será seu, porque ele nunca te amou como ele me ama. Ela engole em seco e seus olhos mostram o quanto ela me odeia.
- Lee não a provoque. A Isa abre a boca depois desse tempo todo em silencio, eu entendo que ela esteja com medo dela atirar em mim, mas eu tenho que mantê-la falando, por que senão é ai que ela vai atirar e eu tenho esperanças que esses tiros sejam da policia contra esses filhos da puta.
- Fica tranquila Isa. Ela aperta minha cintura.
- Ele me amava até você aparecer e estragar tudo. Uma lagrima solitária rola por seu rosto.
- Se ele te amasse, ele ficaria com você e não comigo. Ela balança a cabeça com força chacoalhando seus cabelos de um lado para o outro.
- NÃO! Ela esbraveja furiosa, acho que fui longe demais. - Ele será meu. A porta é aberta de supetão e ela vira apontando a arma na cara do Gabe.
- Melissa não faz isso. Ele me olha tentando ver se estou bem. - Solta essa arma.
- Por quê? Ela passa sua mão com a arma na testa limpando seu suor. Você quer salvar ela? Mais uma vez ela aponta sua arma para mim.
- Não Melissa, eu não estou aqui por ela, eu estou aqui por você, se você a matar, nós não ficaremos juntos. Eu franzo meu cenho sem entender o que esse idiota está tentando fazer.
- Você não vai me querer se eu a matar? Ela pergunta confusa.
- Não é isso, eu não me importo se você mata-la, mas ai você irá presa e não poderá ficar comigo. Eu sei o que ele está tentando fazer, garoto esperto. - Deixe-os ir Melissa, vamos embora comigo antes que a policia chegue. Ela parece baixar a guarda.
- Solte-os. Ela pede, mas não para de apontar sua arma para mim. - Ela por ultimo.
- Claro. Ele vai até o Ethan e o libera, seu urro de dor é de cortar o coração, o Gabe o coloca na cadeira e ele segura suas costelas, acredito que tenha quebrado alguma também, ele vem em nossa direção me olhando nos olhos, ele vai até a Isa e solta suas mãos. - Isa você consegui sair daqui com o ele? Ela assente e a Melissa não se opõe, Isa se apoia no Ethan do jeito que dá e os dois saem em direção à porta. - Agora eu vou solta-la ok?
- Faça isso rápido. A arma continua apontada para mim, o Gabe vai até minhas costas e me solta, meus braços parecem pesar a porra de uma tonelada, mas eu estou aliviada, eu me viro e o Gabe sussurra.
- Vai ficar tudo bem. Meus olhos se enchem de lagrimas e minha única vontade é pular em seus braços e dizer o quanto eu o amo.
- Eu acho que mudei de ideia. Ela cospe as palavras.
- Por que Melissa? Gabe dá dois passos em sua direção. - E o nosso combinado?
- Você nunca me olhou como olha para ela. Ela me aponta com a cabeça, por que suas duas mãos estão segurando a arma.
- Eu não olho para ela diferente Mel.
- Não minta para mim Gabe, não faça isso. Ela começa a chorar e quase, eu disse quase sinto pena dela. - Eu te amei desde o primeiro dia. Ela funga. - Você com esse sorriso fácil e esse jeito de menino maroto me encantou, você é apaixonante Gabe, eu sei que nunca me prometeu amor eterno, mas eu sempre tive esperança de te conquistar com o tempo, ai essa piranha chegou e estragou meus planos. Ok, eu estava realmente tocada, por que é muito fácil se apaixonar por ele, mas ai ela me ofende, ah tenha dó minha filha.
- Abaixa a arma Melissa. Eu tiro coragem sabe se Deus de onde e me ponho na frente do Gabe.
- Acaba logo com isso Melissa, assim você vai presa e nem eu nem você fica com ele. Ele me olha feio, que foi? Só você pode tentar negociar pela minha vida?
- Não escuta ela Melissa, não faça isso.
- Ela tem razão, chega dessa merda. Eu escuto a porta sendo aberta mais uma vez, dois tiros são disparados e um grito.
- Não! Gabe entra na minha frente e se joga em cima de mim, nós dois caímos e eu sinto meu braço bater no chão e osso se quebrando. 
- Ai. Eu grito de dor, o Gabe está em cima de mim e não se mexe. - Gabe levanta, meu braço. Ele continua parado e é ai que a ficha cai, o Gabe foi atingido.
- Senhorita Williams está tudo bem? Logan pergunta.
- Não, o Gabe foi atingido, chame uma ambulância depressa. Ele pega seu telefone e faz o que pedi, nesse momento eu esqueço meu braço e não ouço mais nada que as pessoas falavam. Eu vejo quando o Black, Peter e Logan o tiram de cima de mim, mas eu me arrasto até ele.
- Gabe fala comigo, pelo amor de Deus homem, fala comigo. Minhas lagrimas dessem sem freio por meus olhos, minha vista fica embaçada e meu coração parece estar sendo esmagado, a sua camisa tem tanto sangue que está completamente encharcada, meu Deus, não permita que meu Gabe se vá, traga ele de volta pra mim.
- Senhorita Williams. Uma voz ao longe me chama, mas eu não dou importância, eu continuo alisando o rosto dele que está cada vez mais pálido. - Lindsay. Price me pega pela cintura. - Deixe os médicos fazerem seu trabalho. Eu o abraço com o braço bom e choro, choro até não ter mais forças, um paramédico se aproxima para ver meu estado, que em minha opinião deve estar uma merda.
- Senhorita Williams, eu vou colocar essa tipoia no seu braço. Ao tocar em meu braço eu sinto uma dor insuportável. - Nós precisamos ir ao hospital, seu braço está muito inchado, precisamos fazer uma tomografia e ver se precisará de cirurgia. Era só o que me faltava.
- Tudo bem, mas eu quero ir com ele. Aponto para a maca onde o Gabe está sendo levado, ao olhar para i chão perto da porta eu vejo um corpo estendido com um lençol por cima, Melissa, ela está morta? Eu olho para o Price e ele acena confirmando minhas suspeitas, eu coloco minha mão na boca sem acreditar em tudo que aconteceu em um curto período de tempo.
- Vamos. Price me acompanha para a saída e tudo que vejo pelo percurso me aterroriza, há vários corpos espalhados pelo chão, muitos policiais e paramédicos, os seguranças do Gabe respondem as perguntas e eu me encolho ainda mais nos braços do meu segurança, eu sabia que essa história não acabaria bem, mas não imaginei que seria dessa forma. Assim que passamos pela porta do galpão a luz do dia me atinge, eu fecho meus olhos automaticamente, a claridade me incomoda um pouco. Com muita dificuldade eu consigo ver a Isa em uma das muitas ambulâncias que estão paradas no meio fio, Ethan está em outra que está com a sirene ligada e já vai seguir seu caminho até o hospital.
Eu consigo ir na mesma ambulância que o Gabe, tudo bem que eu quase causei a terceira guerra mundial, eles alegam que eu também preciso de cuidados, mas quem liga? Eu quero ficar com meu namorado que está correndo risco de morte, essa palavra me dá arrepios.
Quando nós chegamos ao hospital o Gabe foi levado às pressas para sala de cirurgia, eu não quero fazer meus exames, enquanto eu não souber do estado dele. Mas para não fazer um grande escândalo no hospital eu fui sedada e quando acordo o Gabe ainda está na sala de cirurgia sendo operado,  há espera está me matando. Graças a Deus meu braço só trincou o osso, eu terei que ficar com ele engessado por uns dois meses, ainda bem que não foi nada mais grave. Meus pais chegaram aqui tens uns quinze minutos, minha mãe como sempre não para de falar me deixando mais nervosa do que eu estou, será que ela não se toca?
- Eu vou ver como a Isa está. Eu me levanto e sinto minha perna doer, meu sangue esfriou e a adrenalina passou, tudo em mim dói.
- Não querida, eu cabei de voltar de lá e ela está bem, com dor nas costelas, mas bem. Eu respiro fundo para não ser grosseira com a minha mãe, eu sei que ela está preocupada comigo, que eu sou sua única filha, mas vamos ter senso?
- Débora assim você não está ajudando, você não está vendo como a menina está aflita? Meu pai como sempre intercede por mim. - O namorado dela levou um tiro para salva-la, você fica a enchendo de perguntas, se eu fosse ela já teria saída desse quarto há muito tempo. Ela bufa insatisfeita.
- Tudo bem, mas eu ainda acho que ela não deveria sai por ai assim toda machucada, se não fosse por ele, ela não teria passado por isso.
- CHEGA! Meus olhos se enchem d’água, minha mãe parece que não tem coração às vezes, ela me olha assustada, eu não tenho o habito de gritar com ela, mas ela passou dos limites.
- Nossa, como eu sou injustiçada nessa família. Uma enfermeira entra no meu quarto.
- O que houve, por que a gritaria? Eu respiro e espiro, a minha paciência não está das melhores.
- Nada não, me desculpe por isso.
- Lembre-se que você está em um hospital. Ela me olha feio e eu seguro minha vontade de revirar os olhos.
- Não irá se repetir. Ela se retira e meu pai e eu olhamos feio para minha mãe.
- Eu não fiz nada. Meu pai se levanta vindo até mim.
- Fique calma querida. Ele me abraça com carinho. - Eu vou te levar para ver a Isa. Eu agradeço e me sento na cadeira de rodas, agradeço aos céus por não ter que andar, minha perna esquerda está inchada e dolorida, o gesso pesa e é incomodo.
Depois de ver a Isa e passar no quarto do Ethan, eu volto para o meu, mas antes passo na recepção para saber se a cirurgia do Gabe acabou, até agora nada. Minhas amigas vieram me ver, o Andrew e o Daniel também, mas eu não consigo estar aqui de verdade, a única coisa que eu quero é saber se o Gabe está bem e que ele vai voltar para mim. Minha mãe odiou a presença do Dani, mas ele já está vacinado contra ela, o Tate vem me ver e eu acho muito fofo da parte dele largar tudo e vir ao meu encontro, como não amar esse grandão? Os rapazes passaram por aqui na companhia da Mariza e do Gustavo Collins, vieram ver como estou e agora todos ocupam a sala de espera, eles estão tão agoniados tanto quanto eu aguardando noticias. A Bah veio me dar um beijo e seu abatimento é notável, sei que o Gabe é sua única família agora, o vovô nem sabe o que está acontecendo, eu pedi para a Bah não falar nada até termos uma noticia concreta.
Sete horas e meia, esse é exatamente o tempo em que o Gabe está lá dentro e ninguém vem nos falar absolutamente nada, minha mãe foi ficar com a Isa, eu estou no quarto com meu pai, se minha perna não tivesse fodida eu estaria andando de um lado para outro, mas nem isso eu posso, merda de espera.
- Pai eu quero ir para sala de espera ficar com todos. Ele se levanta e me ajuda a sentar na cadeira.
- Você sabe que vamos levar bronca não é? Eu assinto e ele sorri. - Tudo bem então. Nós saímos do quarto e assim que chegamos à sala de espera o medico se aproxima.
- E ai doutor? Eu pergunto ansiosa por noticias, seu semblante não denuncia nada além de cansaço.
- Boa noite a todos. Ninguém ousa responde-lo, estamos todos na expectativa. - A cirurgia foi um sucesso. Nós respiramos aliviados. – Porém ele está em coma e passará essa noite na UTI.
- O quê? Pergunto alarmada e o murmúrio começa.
- Se acalmem, por favor. Nós fazemos silencio. - A bala estava alojada ao lado do coração, a quatro centímetros para ser mais exato. Ele respira fundo e continua. - Sua cirurgia foi muito ariscada, quase o perdemos duas vezes, por isso a demora. Meu coração perde uma batida com essa informação, eu poderia ter perdido ele para sempre? Eu não gosto nem de pensar. - As primeiras vinte quatro horas são cruciais, por isso eu o induzi ao coma. Nós respiramos um pouco mais aliviados.
- Doutor, ele ainda corre risco de morte? Mariza pergunta o que todos queremos saber.
- Vamos esperar e ver como ele irá reagir durante essas vinte quatro horas, após esse período se tudo estiver correndo bem e seu corpo estiver estabilizado, ele vai para o quarto. Nós ouvimos com muita atenção cada palavra proferida pelo medico. - Ele não pode ter nenhum tipo de emoção nos próximos dias, por isso eu manterei o sedativo, mas assim que ele der sinais de que seu organismo está forte o suficiente, nós tiraremos o medicamento.
- Então ele ficará bem? Dylan pergunta esperançoso.
- Ele é jovem e muito forte, logo, logo ele estará pronto para outra.
- Deus me livre. Mariza esbraveja fazendo o sinal da cruz e nos sorrimos.
- Obrigado doutor. Gustavo aperta a mão do médico.
- Eu posso vê-lo? Minha cara deve ser de pidona porque ele me olha com pena.
- Somente através do vidro.
- Tudo bem, eu quero. Ele assente e meu pai me ajuda a seguir o medico pelos corredores até uma ala restrita, meu pai não pode entrar e o medico me ajuda com a cadeira até o vidro onde dá para ver o Gabe.
- Você não pode demorar muito. Eu assinto e olho para ele naquela cama, cheio de fios ligado ao seu corpo, lagrimas rolam por meu rosto e eu as deixo cair livremente.
- Ah meu amor, quem diria que estaríamos nessa situação? Eu enxugo meu rosto e fungo, tentando colocar meus pensamentos em ordem. - Eu estava tão brava com você, aquela cena não sai da minha cabeça, mas pensar em te perder para sempre me mostrou o quanto aquilo foi insignificante. Eu sei que ele não pode me ouvir, nem se eu tivesse ao seu lado, muito menos a essa distancia, mas eu preciso falar, meu coração pede isso. - Você se atirou na frente de uma bala por mim. As lembranças do ocorrido naquele galpão fervilham em minha cabeça, eu ouço os tiros e o vejo caindo várias e várias vezes e em todas às vezes meu coração sangra, como se ele estivesse sendo atingido mais uma vez.
- Você precisa ir agora. Uma enfermeira de media estatura e cabelos encaracolados coloca sua mão em meu ombro.
- Tudo bem. Eu olho para ela que sorri de um jeito terno. - Tchau Gabe. Eu espalmo minha mão no vidro e o olho mais uma vez, a única resposta que eu recebo é o bipe da maquina que controla seus batimentos.
Depois de voltar para ao quarto na companhia do meu pai que me aguardava exatamente no mesmo lugar onde eu o deixei, meu medico vem e nos dá uma bronca,  por eu estar passeando pelo hospital sem autorização, ele me passou um calmante e alguns relaxantes musculares, eu estou realmente um caco.
Jesse me ajudou a tomar banho e me colocou na cama, minha mãe e a Hanna estão no quarto da Isa, o Brian não arredou o pé de lá desde que chegamos ao hospital, eu fico feliz em saber que eles estão mais próximos, mesmo que uma tragédia como essa teve que acontecer para isso.
Meus olhos estão pesados por causa do calmante, eu gostaria de dormir e ao acordar descobrir que tudo não passou de um pesadelo de muito mau gosto. A Jesse fica me contando suas histórias malucas sobre as tatuagens e os caras malucos que frequentam seu estúdio, a cada palavra que ela diz minhas pálpebras vai se fechando, por mais que eu queira ouvir sobre seus relatos  os meus olhos não permitem, até que completamente vencida pelo cansaço eu adormeço, mas não antes de ouvi-la dizer que eu vou fazer minha tatoo em breve, essa minha maluquinha não perdi a piada nem em momentos tão difíceis.
- Bonequinha? Ouço a voz do meu pai bem ao fundo, quando abro meus olhos ele está me olhando com um sorriso lindo nos lábios. -Bom dia!
- Bom dia papai! Eu tento me sentar, mas meu corpo reclama.
- Eu te ajudo. Ele arruma meu travesseiro. - Assim está melhor?
- Cadê a mamãe? Faço uma careta tentando achar uma posição mais confortável, assim que encontro eu relaxo.
- Ela e a Jesse foram até a lanchonete.
- Que horas são? Ele olha em seu relógio de pulso.
- Hora de ir para casa. Seu sorriso é contagiante.
- Como assim? Pergunto sorrindo também.
- O medico passou aqui mais cedo e te liberou, disse para você continuar com os analgésicos e manter esse braço paradinho. Ele alisa meu rosto com o indicador. - Eu quis te acordar, mas ele disse não ser necessário, falou que só te manteve aqui no hospital porque você estava muito nervosa, seus exames ficaram prontos ontem e não tem nada de errado. Menos mal.
- Que bom, assim eu posso ficar com o Gabe. Ele fecha a cara.
- Eu sei que você o ama e que ele vai gostar de ter você por perto, mas você precisa ir até sua casa tomar banho e descansar um pouco. Eu amo meu pai e o respeito mais que tudo nessa vida, mas não tem quem me faça sair desse hospital sem que ele esteja de alta.
- Desculpe papai, mas pela primeira vez eu terei que ir contra seu desejo.
E assim eu faço, coloco minhas roupas e vou de encontro ao medico que atendeu o Gabe, eu preciso saber se seu quadro está evoluindo, faltam algumas horas para completar as benditas vinte quatro horas. Meu pai fica contrariado, mas não se opôs, me ajudou com tudo e me levou até a ala do Gabe, eu conversei como  medico e ele me disse que está tudo encaminhado para sua ida para o quarto, meu coração está tranquilo e eu quero acreditar que essa fase passará logo.
Como faltam algumas horas para o Gabe ir para o quarto, o meu pai acabou me convencendo a ir a minha casa para um banho e para pegar umas coisas que serão necessárias para minha estadia aqui. Quando eu volto para o hospital eu sigo para o quarto da Isa, passo um tempo conversando com ela e o Brian, eles ficam lindos juntos, por mais abalada que ela esteja, seu semblante parece tranquilo. O Brian é tão fofo que pediu uns dias de licença do trabalho para se dedicar somente a ela, eu espero que minha amiga não sabote mais sua felicidade, depois de tudo que ela já passou nessa vida, ela merece ser muito feliz.
- Boa noite! Digo a enfermeira de plantão na UTI.
- Boa noite querida em que posso lhe ajudar? Seu olhar recai em meu rosto cheio de hematomas e meu braço com o gesso. - Está tudo bem? Ela parece preocupada.
- Ah isso? - Agora está. Eu lhe dou meu melhor sorriso e ela retribui. - Eu quero saber sobre um paciente.
- Oh, sim querida, qual é o nome dele?
- Gabriel Clark. Ela digita rápido em seu computador e enquanto ela faz isso eu a observo, ela é baixa e rechonchuda, seus cabelos loiros vão até o ombro, seus olhos castanhos e sua pela clara, é doce na forma de falar, ela deve ser uma pessoa excepcional.
- Achei, ele acabou de sair da UTI e está no quarto 512, no quinto andar. Meus olhos se enchem e meu rosto se rasga em um sorriso verdadeiro.
- Obrigada senhora.
- Imagina.
Eu saio de lá quase correndo, só não o faço porque a merda da minha perna ainda dói muito, ainda assim eu ando o mais rápido que eu posso, aperto o botão do elevador e ele demora mais do que eu gostaria, assim que as portas se abrem eu entro e aperto o quinto andar, eu espero outra eternidade e finalmente elas voltam a abrir, quase correndo eu vou até o quarto indicado por aquela senhora adorável e assim que eu abro a porta meu coração se enche de felicidade.
- Ai está você senhorita Williams. O medico me cumprimenta, mas não tira seus olhos da prancheta.
- Olá doutor, como ele está? Eu entro devagar e encaro o homem que faz meu coração bater descompassado, ele parece dormir tranquilo.
- Ele está evoluindo muito rápido, seu namorado é forte. Ele levanta seu olhar para o meu e sorri. - Se ele continuar assim amanhã mesmo eu suspendo o sedativo.
- Que excelente noticia doutor. Meus olhos mais uma vez estão marejados, ultimamente eu só choro, eu devo estar desidratada.
- Eu também acho. Ele sorri e eu o acompanho. - Agora eu preciso visitar outros pacientes, tente não forçar muito essa perna, eu vou pedir para uma enfermeira trazer uma cadeira para você coloca em cima. Ele larga a prancheta nos pés da cama e se retira.
Eu coloco minha bolsa na poltrona bege ao lado da cama dele e me aproximo, aliso seu belo rosto e deposito um beijo em seus lábios macios, eu senti tanto falta da sua boca, do seu cheiro, eu senti falta dele inteirinho, das suas mãos me tocando e me causando arrepios por onde ela passa, do seu abraço que me aquece a alma e da forma como ele me olha, como se eu fosse à única mulher existente no universo.
Eu me sento e fico velando seu sono, converso com ele, ligo a TV para me distrair, leio e ouço música, hora ou outra uma enfermeira vem ver como ele está e ministrar seus medicamentos. Eu só saio para comer quando alguém chega, os meninos vieram às duas noites em que ele está no quarto, o médico me disse que retirou os medicamentos e que a qualquer hora ele pode acordar, com essa noticia eu não sai mais de perto da sua cama, eu chego a ter medo de ir ao banheiro e eu não estar aqui quando isso acontecer. Eu estou cansada e meus olhos estão pesados, como nas outras noites e lhe deposito um beijo e me sento na cadeira apoiando minha cabeça na cama, seguro sua mão e adormeço. Eu sinto um aperto na minha mão e acho que estou sonhando, mas mais uma vez minha mão é apertada, eu levanto minha cabeça e olho para ele, seus olhos estão fechados e sua mão permanece igual, quando eu ia encostar minha cabeça no colchão mais uma vez.
- Lee... Meu coração perde uma batida com sua voz rouca chamando meu nome.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora