Capitulo Onze

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Lindsay

Eu não posso acreditar que isso está acontecendo, eu sei que o Gabe tem um caminhão de mulheres no seu passado, mas nunca imaginei ter que dá de cara com uma delas. Eu estou tão vulnerável neste momento, com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Eu também sei que não tenho direito de ficar magoada, mas eu fiquei, acho que estou gostando do Gabriel mais do que gostaria. Depois de entrar no meu AP encontro Isa na sala lendo uns papeis, quando me vê, vem até mim.
- O que houve querida?
- Ah Isa. Eu me despenco a chorar.
- Ei psiu, não chora minha linda. Isa me abraça e nos sentamos no sofá, eu libero tudo que estou sentindo através do choro.
- Está mais calma?
- Um pouco. Digo enxugando o rosto.
- Quer me contar o que houve agora?
- O Gabriel.
- O que aquele bastardo fez?
- Na verdade nada.
- Como assim?
- Hoje como você sabe fui jantar com ele, depois fomos para o seu apartamento.
- E?
- E quando as coisas começaram a esquentar, uma mulher muito bonita chegou lá, o chamando de querido e toda saidinha.
- E ele fez o quê? Me pergunta ela com os olhos arregalados.
- Mandou que ela fosse embora, mas ele ficou com ela na semana passada e isso me desagradou muito.
- É por isso que está assim?
- Não sei, não gostei do fato de ele ter outras mulheres.
- Isso será impossível meu anjo, o homem é uma obra de arte, na verdade, vocês ainda não tem nenhum compromisso, então você não pode cobrar nada.
- Eu sei, mas isso me incomodou e eu agi como uma idiota.
- O que você fez?
- Ele me pediu em namoro e eu recusei.
- Não, você não fez isso?
- Fiz e ainda coloquei a culpa nele, disse que não confiava nele para dar esse passo, quando na verdade eu não estou pronta.
- Lee, eu já te disse, para de sabotar sua felicidade amiga.
- Eu não consigo, é mais forte que eu, quando dou por mim, eu já fiz a merda.
- Olha Lee, eu sei que você sofreu muito pelo que houve no passado, mas você precisa superar isso, eu não conheço o Gabriel ainda, mas tenho certeza que ele gosta de você, pelo que você me contou, o cara já teve um monte de mulheres, mas nunca namorou nenhuma delas, ele escolheu você em meio a tantas.
- Eu sou insegura.
- Eu não entendo por quê?
- Porque meu ex-namorado me trocou por outra.
- Nós sabemos que isso não é verdade, ele ainda te ama, aquela situação foi forjada.
- Eu sei, mas minha alta-estima ainda está baixa.
- Pois não deveria, você é linda.
- Você fala isso porque me ama.
- Não Lindsay, eu digo isso porque é verdade, você nem se da conta da beleza que tem, não é?
- Tudo bem Isa, eu vou tomar um banho e me deitar, prometo pensar em tudo que me disse.
- Ok, se precisar de mim é só gritar.
- Obrigada.
- Ei, não precisa agradecer.
Eu dou um abraço bem apertado na minha amiga e me retiro da sala, vou direto para o meu quarto. Eu sei que a Isa está certa, eu preciso mesmo trabalhar essa insegurança, eu já sou ciumenta e com minha insegurança isso só piora, eu acabo sendo imatura e isso não me agrada. De banho tomado eu me deito e tento dormir, o que é uma merda, porque não consigo, fico até umas três da madrugada pensando em tudo que está acontecendo na minha vida, quando foi que essa merda toda começou, estava tudo tão bem.
Na manhã seguinte estou um caco, quem diria não é, que Lindsay Willians passaria uma noite em claro, rolando de um lado para o outro? Pois é minha gente, eu tenho sono por umas três pessoas, mas esta noite foi uma merda, nada que um bom banho e um quilo de maquiagem não resolvam. De banho tomado eu me dirijo para cozinha.
- Bom dia.
- Nossa Lee, o que houve com você?
- Não dormi muito bem esta noite Hanna. Eu deposito um beijo em sua testa.
- Sua cara só não esta pior que a da Jesse. Fala Isa.
- O que você tem Jesse? Pergunto preocupa, minha amiga esta péssima.
- Aquele assunto.
- Mentira?
- Verdade.
- Parem de falar em códigos, queremos saber também, estamos boiando aqui. Fala Isa curiosa.
- Eu não posso contar o que não é meu. Digo levantando as mãos pedindo desculpas.
- Eu conto meninas, hoje à noite tudo bem? - De manhã eu sou uma merda.
- Tudo bem Jesse. Disseram juntas.
Depois de tomarmos café cada uma com a cabeça em outro mundo, saímos para nossos afazeres. Ao chegar a revista eu me deparo com Henrique me esperando na minha mesa, meu dia não começou nada bem, ele só vem até minha mesa para falar dos seus sentimentos, ele está se tornando um inconveniente.
- Bom dia Lee!
- Bom dia Henrique.
- Está tudo bem?
- Sim está.
- O que te fiz para me tratar com tanta frieza?
- Sem carência esta hora da manhã Henrique, eu não estou fria, só passando por uns problemas particulares, eu não quero falar sobre isso.
- Tudo bem, se precisar estarei sempre aqui.
- Obrigada.
Ele se retira e eu respiro aliviada, que bom que ele não veio com aquele papo furado para o meu lado, porque eu seria capaz de ser muito mal educada, não estou em um bom dia. Na volta do almoço com as meninas, Isa e Julie, eu me deparo com o Daniel na frente do prédio onde trabalho, merda. "Para de ser boba mulher, um homem lindo desses dando em cima de você e você fica se fazendo de difícil". Lá vem ele, quem te chamou hein meu querido? Meu subconsciente revira os olhos para mim, eu mereço.
- Oi Lee. Julie me olha sem entender, mas o cumprimenta com um aceno de cabeça e entra no prédio da revista, me deixando a sós com o Daniel.
- Oi Daniel.
- Eu gostaria de conversar com você.
- Agora eu não posso, estou voltando do almoço e já estou atrasada.
- Tudo bem, pode ser mais tarde?
- Pode.
- Podemos jantar enquanto conversamos? Pergunta ele meio sem jeito.
- Pode ser, hoje sairei mais tarde, você poderia passar aqui umas seis e meia, tudo bem?
- Perfeito, estarei aqui.
- Tchau.
- Tchau Lee.
Eu estou tão cansada dessa bagunça que se tornou minha vida, o que está acontecendo com as meninas e eu? Nós estamos passando uma fase complicada ao mesmo tempo, infelizmente não conseguimos ajudar umas as outras nesse turbilhão de emoções que estamos passando. Eu preciso resolver minha vida e logo, do jeito que está, não da para ficar. Eu me sento em minha mesa e coloco a cabeça em minhas mãos, eu só quero que essa fase passe logo e que as coisas voltem a ser como antes.
Minha tarde foi bem atarefada, graças aos céus tenho tanto trabalho que minha mesa está uma bagunça, eu demoro quase dez minutos procurando minha xicara, eu preciso de café, quando acho, me direciono a copa.
- Aí está a queridinha do Henrique. Uma moça morena que trabalha no setor administrativo da revista,  cochicha para sua amiga, o nome dela é Nora, eu acho.
- O que você disse?
- Não se faça de sonsa.
- Primeiro, eu não te conheço e não te dou o direito de me chamar assim,  segundo, se o Henrique não te quer a culpa não é minha querida. Falo com deboche, que garota petulante.
- Quem disse que estou afim do Henrique? Fala ficando nervosa.
- Está estampado na sua cara, se não estivesse você não estaria aqui me ofendendo. O clima está pesado, quando ela ia responder o Henrique entra na copa e ela se cala.
- O que está acontecendo aqui? Eu pego minha caneca de café e digo.
- Pergunte a sua amiga. Eu volto para minha mesa e em seguida o Henrique para ao meu lado, eu olho para ele e continuo fazendo meu trabalho.
- O que houve Lee?
- Nada que realmente importe.
- Claro que importa.
- Falo sério, não foi nada, agora me deixe trabalhar que eu tenho muita coisa para fazer e não quero sair tarde demais daqui.
- Não se preocupe, se você quiser, eu te levo em casa.
- Obrigada, mas eu tenho compromisso.
- Com aquele cara?
- Não que isso te interesse, não é com o Gabriel.
- Desculpe Lee, não quero ser invasivo, mas fica difícil quando gostamos de alguém.
- Está tudo bem Henrique, eu não quero acabar nossa amizade, eu gosto muito de você e quero que saiba que se precisar de mim estarei aqui, mas só como sua amiga.
- Tudo bem Lee, eu já entendi.
- Não fique magoado comigo, eu desejo que encontre uma mulher incrível e que ela te ame como você merece.
- Não estou magoado, eu só queria que essa mulher incrível fosse você.
- Eu sei querido, mas infelizmente não mandamos no coração e eu não fico com pessoas do meu trabalho. Pisco para ele que sorri.
- Eu sei.
- Agora vá para sua mesa e me deixe trabalhar homem.
- Estou indo.
Volto a fazer meu trabalho, quando me dou conta já são seis e quarenta, meu Deus, perdi a hora. Eu me levanto e junto minhas coisas bem rápido, saio correndo em direção ao elevador. Quando coloco meus pés na rua avisto Daniel encostado na parede do prédio, está simplesmente lindo, o homem tinha que ter ficado tão bonito? Ele me vê e sorri.
- Oi Daniel, me desculpe pelo atraso, tenho tanto trabalho que acabei sendo sugada para outro mundo. Ele sorri.
- Sem problemas, nem demorou tanto assim, podemos ir agora?
- Claro, aonde iremos?
- Você ainda come sanduiches?
- Claro que sim, o que acha que me tornei? Pergunto me fazendo de ofendida.
- Opa, não quis ofender. Diz sorrindo e que sorriso lindo.
- BK?
- Como antigamente? Seu sorriso se amplifica.
- Tem um perto da minha casa.
Ele me indica o caminho para chegarmos até seu carro, eu me pego observando cada movimento seu, conforme os anos passaram ele ficou mais bonito. Ele me pegou o olhando e sorriu, cachorro, ele sabe que me afeta, mas não deveria não é? Eu gosto do Gabe, mas o Daniel mexe comigo, o que eu faço. Oh céus. Quando chegamos ao Burger king, escolhemos nosso pedido e vamos nos sentar, eu adoro comer aqui, só não venho muito porque já tenho o péssimo abito de comer massa, eu sou apaixonada por coisas que engordam.
- Lee, eu sei que esse assunto machuca, porem precisamos conversa sobre isso e seguir nossa vida a partir daí, tudo bem?
- Tudo bem Dani.
- Você conversou com sua mãe?
- Sim, ela confirmou que o chantageou naquela época.
- E como você está em relação a isso?
- Para ser muito sincera eu não estou bem, ela é minha mãe, como pode ter feito isso comigo?
- Ela achou estar fazendo o melhor, eu sei que ela nunca quis me conhecer, eu fiquei muito mal no começo e odiando sua mãe, mas hoje, com mais maturidade, eu entendo que ela queria o melhor para você, apesar de não concordar com seus meios para isso.
- Eu sei que ela me ama e quer o meu bem, mas ela não entende, que o que é melhor para ela, pode não ser para mim.
- Eu sei Lee, eu não te contei isso para você ficar com magoa dela, eu só te disse, porque apesar de todos esses anos, eu nunca consegui te esquecer.
- Minha mãe foi errada sim, porém você poderia ter falado comigo e não fazer o que fez, aquilo me magoou muito, sabia?
- Eu peço desculpas Lee, nunca tive a intenção de te magoar, muito pelo contrario, nossos planos sempre foram passar o resto da vida juntos, você lembra?
- Claro que sim, foi por isso que eu não entendi sua reação no dia do baile e nem nos seguintes.
- Eu sei, eu fui um babaca e espero que você possa me perdoar por isso, você acha que consegue? Eu fico olhando bem dentro dos seus olhos e sorrio.
- Eu posso pensar no seu caso. Ele solta uma gargalhada.
- Você continua espirituosa.
- Mas me conta o que tem feito da vida?
- Eu me tornei médico como você já deve saber, agora eu estou morando Seattle, faço residência no maior hospital de lá, vim para Nova York para um congresso e para visitar um amigo, mas quando te vi, pedi uns dias de licença para ficar aqui e poder me entender contigo.
- Fico feliz em saber que conseguiu alcançar seu objeto, mas por que escolheu Washington?
- Porque meu pai era de lá, mais especificamente de Seattle, eu quero poder estar perto dele mesmo depois de sua morte, eu comprei a casa onde ele nascera e minha mãe vem me visitar de vez em quando, ela disse que preferi ficar na Filadélfia, que a vida dela toda está lá, eu não me opus, ela se casou novamente e está muito feliz, sei que meu pai aprovaria o Charlie, ele é um cara incrível, cuida da minha mãe, o que me deixa bem satisfeito.
- Que legal, ela merece, sempre gostei da sua mãe.
- E ela de você, ela ficou muito chateada quando disse que tínhamos terminado, mas só contei o motivo depois de anos, contei porque ela nunca se conformou com nosso termino.
- Nem eu tinha me conformado, na verdade semeava esse rancor todos os dias, de certa forma me sinto mais leve, apesar dos pesares.
- Mas e você Lee, além de ter se tornado uma ótima fotografa, o que tem feito?
- Nada de tão interessante, eu moro com a Isa e mais duas amigas, que conheci na época da faculdade, continuo tirando muitas fotos de tudo que acredito ser incrível.
- Ainda vendo o mundo pela lente da sua câmera? Ele pergunta levantando uma sobrancelha.
- Por que não? - É a melhor forma de ver esse mundão lindo.
- É realmente incrível, e as pessoas não se dão conta disso.
- Não é? - É o que sempre digo, existe tanto lugar bonito nesse mundo e as pessoas não param suas vidas para observar a beleza ao seu redor.
- Eu paro. Ele me encara e eu fico vermelha, droga, ele sempre fez isso comigo e sabe disse.
- Para Daniel, sabe que não gosto que me encarem.
- Você ainda fica vermelha, isso ainda é fofo. Agora minhas bochechas estão queimando.
- Eu ainda sou tímida.
- Mas não deveria, você é a mulher mais linda que eu já vi e fica ainda mais bonita porque não tem ciência disso.
- Você é exagerado, existem mulheres lindíssimas ai e eu nem chego perto.
- Não mesmo, você ultrapassa.
- Vamos para com essa conversa, preciso ir.
- Ok, mas você promete que sai comigo novamente antes de eu voltar para Seattle?
- Posso pensar. Ele coloca a mão no peito e faz cara de triste.
- Nossa Lee, isso também não mudou, você continua má.
- Ei, isso é injusto, sempre fui uma boa menina.
- Isso é relativo. Ele diz sorrindo.
- Ah é, eu posso saber por quê?
- Porque você sempre soube ser má quando queria, ai de mim se fizesse algo que você não gostasse, passava uma semana me maltratando.
- Isso não é verdade.
- Sério?
- Tá bom, eu sei que às vezes eu sou meio má, mas não é esse mal todo também.
- Eu sei boneca, você era delicada, carinhosa na maioria do tempo e isso só fazia com que eu me apaixonasse cada vez mais por você. Ele me chamou de boneca, era assim que ele me chamava quando namorávamos.
- E você continua fofo.
- Que bom que você acha isso. Ele segura minha mão e causa uma descarga de eletricidade entre nós. Eu retiro minha mão.
- Vamos embora Daniel.
- Não queria ir, mas se você precisa tudo bem, me empresta seu telefone.  Ele coloca seu número e eu coloco o meu no dele.
Nós nos levantamos e vamos para fora do restaurante, ele me ofereceu carona até minha casa, mas eu digo que não precisa, são apenas dois quarteirões, assim eu queimo as calorias do hambúrguer e das batatas fritas. Na hora em que eu vou me despedir dele, ele me beija e eu não posso mentir dizendo que não gostei, seu beijo está mais gostoso que antes, eu me perco um pouco no momento e quando me dou por mim o solto e vou embora sem nem olhar para trás. O que esta acontecendo comigo? "Você está deixando de ser besta e pegando geral? Agora só falta o bonitão do trabalho". E lá vem ele na hora impropria. "Ei querida, pare de me mandar embora e me desprezar, se me ouvisse seria mais feliz". Vai a merda, antes que eu me esqueça.
Depois da DR com meu subconsciente, eu fico me perguntando o que vou fazer? A um mês eu não tinha ninguém, agora me aparecem três. Um é meu amigo e eu não quero estragar nossa amizade, o outro é o Gabe, por quem me apaixonei, mas não sei se conseguirei aguentar a pressão de tantas mulheres no seu pé. "Querida até agora só apareceu uma, vamos parar com o drama?" Eu reviro os olhos para ele. E em terceiro, tem o Daniel, meu primeiro amor, meu sonho sempre foi acordar e perceber que tudo aquilo não tinha passado de um pesadelo, que ele não tinha partido meu coração em mil pedaços, agora que isso aconteceu, eu estou em uma encruzilhada, será que é possível gostar de dois caras ao mesmo tempo? Gente, eu sempre pensei que não caberia mais de uma pessoa em nosso coração, mas o Daniel voltou para minha vida e me deixou na merda, eu não queria gostar nem de um, quanto mais de dois.
Quando dou por mim já estou em frente ao meu prédio, nem percebi o trajeto. Está tarde e eu preciso de um banho, entro no apartamento e dou de cara com a Hanna na sala fazendo algum trabalho para faculdade, ela é tão focada.
- Oi meu anjo, ainda acordada?
- Sim, estou fazendo um projeto que é para ser entregue amanhã, mas já está quase pronto.
- Já jantou?
- Comi com as meninas, mas elas já foram se deitar, estavam cansadas.
- Tudo bem, está tarde,  eu também estou exausta e precisando de um banho, nos falamos amanhã. Eu deposito um beijo em seus cabelos e me retiro da sala para ir ao meu quarto, no corredor ouço a porta da Isa se abrir e ela colocar a cabeça para fora.
- Você demorou.
- Verdade, é que o papo estava agradável.
- Só por isso?
- Por que mais seria?
- Para cima de mim não Lee.
- Tudo bem, ninguém consegue esconder nada de você, não é? - Deveria ser detetive.
- Você não, eu te conheço melhor que a mim mesma.
- Verdade.
- Você vai me contar ou terei que te torturar para isso?
- Sem torturas, por favor. Rimos e vamos em direção ao meu quarto.
- Você pode se deitar na minha cama, eu vou tomar um banho e já volto.
- Não precisa falar duas vezes. Isa se joga na minha cama como se fosse dela, abusada.
Depois de um banho delicioso e de passar meu creme com cheirinho de frutas vermelhas, eu escovo meus dentes e me dirijo até minha cama onde minha amiga está me esperando ansiosa para saber da minha conversa com o Daniel, ela tinha me intimado a contar tudo quando chegasse, quando liguei para ela mais cedo avisando que iria jantar com ele.
- Anda logo amiga, quero saber de tudo.
- Eu não tenho muito que contar.
- Ah você tem sim, pelo menos me diga por que desse brilho nos olhos?
- Que brilho? - Você está vendo coisas.
- Pode parar agora mesmo.
- Tá legal, você venceu, ele me beijou.
- Ai caralho, você gostou?
- Sim, isso é um problema, estou tão confusa Isa.
- Não é para menos, três homens lindíssimos atrás de você.
- O Henrique não me interessa, você sabe disso Isa.
- Eu sei, mas e o Gabriel?
- Esse me interessa muito, mas tenho medo de ter uma relação com ele.
- Eu não irei permitir que você faça-se infeliz porque esta tentando sabotar sua própria felicidade Lindsay, você tem que para com isso, se quiser ficar com Daniel, fique, desde que seja porque o que você sente por ele é maior do que o que você sente pelo Gabriel, e não por medo, isso eu não aceito.
- Eu sei Isa, você sabe que nunca mais me relacionei com um homem de verdade, aí quando um que realmente me interessa aparece, o Daniel volta e eu descubro que ele não foi tão babaca assim.
- Certo, o que você realmente está sentindo pelo Daniel?
- Não sei. Coloco minhas mãos cobrindo o rosto e fico ali pensando sobre tudo.
- E sobre o Gabriel?
- Eu estou apaixonada por ele, penso nele o dia inteiro e sinto sua falta, ele me deixa sem ar.
- Uau, qual é a dúvida então?
- Mas quando estou com o Daniel, eu não me recordo que o Gabe existe.
- Agora deu ruim.
- Pois é, o que eu faço?
- Só tem uma coisa a fazer, que é seguir seu coração, só ele terá essa resposta.
- Oh dúvida cruel.
- Você está em uma sinuca de bico, como diria seu pai. Rimos ao lembrar os ditos de papai.
- Isa, dormi aqui hoje?
- Claro meu anjo, todas as vezes que precisar.
- Obrigada, então vamos dormir, estou exausta.
- Somos duas, meu dia não foi nada fácil.
- Posso saber por quê?
- Pode ser amanhã?
- Claro, aí eu vou para o seu quarto, combinado?
- Combinadíssimo.
- Ótimo! Boa noite.
- Boa noite.
Como sempre ficamos deitadas uma de frente para a outra até pegarmos no sono. Enfim a sexta-feira chegou, eu só quero que o dia acabe para ficar á noite com minhas amigas, bebendo vinho e comendo besteiras.
Minha sexta-feira passou voando graças a Deus, acho que pedi tanto passar rápido, que voou. Na revista tem umas pessoas me olhando de cara amarrada, mais que o normal, eu sei que estão assim por causa da tal Nora, ela tem muitas amigas aqui e eu só tenho a Julie e o Henrique, que é a causa por todas as mulheres desse lugar me odiarem tanto. Eu não tenho culpa se o homem se interessou por mim e não por elas, eu nem quero nada com ele e elas me odeiam. Para falar a verdade eu nem ligo, quase não tenho contato com ninguém aqui dentro, eu faço meu trabalho e pronto.
De banho tomado e com meu pijama mais confortável, eu me jogo no sofá onde minhas lindas amigas estão tomando vinho, vendo um filme enquanto esperam a pizza e eu chegar.
- Oi.
- Você estava encardida? Pergunta Jesse.
- Eu não, por quê? Pergunto confusa.
- Demorou horrores.
- Para de drama Jesse, você estava babando no Johnny Depp e nem se lembrou da Lee. Fala Hanna e todas nós rimos.
- Fala sério, o cara é incrível em todos os aspectos.
- Tenho concordar, minha nossa senhora, o homem é sensacional. Isa se abana enquanto fala.
- Estamos todas de acordo, mas assim que a pizza chegar nós vamos ver Magic Mike XXL, estou louca para ver o Channing Tatum dançar como só ele sabe.
- Claro Lee, quem não quer ver aquele ser humano abençoado por Deus, só de cueca e rebolando.
- Você é uma tarada Jesse, credo. Hanna fala assustada e nós rimos.
- Eu sou realista meu bem.
- Tenho que concordar com a Jesse gente, o cara é uma perdição.
- Concordo com vocês. Fala Isa.
- Então fechou, Channing Tatum é um Deus e acabou.
- Nisso eu também concordo. Fala Hanna. Quem em sã consciência não concordaria com isso?
- Mas enquanto as pizzas não chegam, eu quero saber como está a vida de cada uma de vocês, quem vai começar? Pergunto. Elas se entreolham e Jesse começa.
- Bom, o cara não me procurou mais e eu estou cada dia mais interessada, parece que ele me jogou uma macumba, eu o vejo em vários lugares e quando presto bem atenção, ele não está mais lá, eu só posso estar ficando maluca.
- Você quer dizer mais do que o habitual, certo? Pergunta Isa. Jesse faz careta.
- Exatamente.
- Nossa Jesse será que o cara te laçou?
- Não sei Lee, eu nunca me apaixonei antes e eu era feliz assim, agora esse homem lindo, cheiroso, gostoso...
- Tudo bem, já entendemos.
- Droga Hanna, você não me deixa nem sonhar acordada.
- Foi mal, mas vindo de você tenho medo dos próximos adjetivos.
- Nossa Hanna, você é muito certinha amiga, tem se soltar mais.
- Jesse, deixe a Hanna quieta, esse é o jeitinho dela e está tudo certo, ela só vai mudar se ela assim desejar, não porque alguém não concorda com sua forma de ser.
- Calma Lee, você esta falando como se eu quisesse desvirtuar a menina.
- E não é?
- Mais ou menos. Risos
- Não se preocupe Lee, eu sou quem eu sou e ninguém vai mudar isso, caso eu mude um dia, que eu acho bem difícil, será por mim mesma.
- Fico feliz minha linda, mas agora você, me conta como está aquela situação na faculdade?
- Eu fiz o que você me aconselhou.
- O que você aconselhou? Pergunta Isa
- Que ela falasse para aquela aspirante a malévola, que se ela não parece de persegui-la, ela iria ficar com o tal de Liam.
- Mas e ai, o que ela disse? Quis saber Jesse.
- Disse que eu não tinha coragem, ai eu fiquei com ele e gostei.
- Mentira? Ficamos todas de boca aberta.
- É sério Jesse, eu cumpri minha promessa.
- Você ficou com ele? Perguntei ainda incrédula.
- Fiquei e não me arrependo.
- Quando foi isso? Pergunta Isa.
- Hoje depois da aula.
- Foi bom mesmo? Pergunta Jesse empolgada.
- Sim e marcamos de sair amanhã.
- Uau, está de parabéns hein.
- Obrigada Lee, mas e você Isa?
- Gente, o que eu teria para falar?
- Sobre seu antigo amor que resolveu ressurgir das cincas como uma fênix?
- Não quero falar desse babaca Hanna.
- Isa, nós não queremos que fale dele e sim como você está se sentindo após seu aparecimento. Quando Isa ia abrir à boca as pizzas chegam, nós arrumamos tudo em cima da mesinha de centro e então retomamos o assunto.
- Agora fala. Incentiva Jesse com a boca cheia de pizza.
- Eu não sei me expressar quando se refere ao Brian.
- Então é esse o nome dele?
- É Hanna, é esse.
- Mas você não vai mesmo dar uma oportunidade do cara se explicar? Pergunta Jesse.
- Não acho que ele tenha uma explicação para o que eu vi.
- Às vezes nós vemos coisas e nem sempre é o parece ser Isa.
- Eu sei Jesse, mas essa história ainda mexe muito comigo.
- Eu sei disso, por isso não disse nada, mas eu acho que você tem que dar uma oportunidade para o Brian se explicar.
- Eu vou pensar no assunto e você Lee, como está?
- Eu estou na mesma dúvida e não sei o que farei da minha vida.
- Se fosse eu, daria para os três.
- Não tenho dúvida Jesse. Risos
- Agora vamos ver o Channing sensualizar? Pergunta Isa.
- Opa, só se for agora. Fala Jesse.
Hanna pega o controle e procura pelo filme. E assim foi nossa sexta-feira á noite, regada de conversas e filmes com homens lindos e talentosos para ver se nos esquecemos da nossa vida lá fora. Depois de dois filmes e muitas garrafas de vinho, decidimos ir dormir e como prometido fui me deitar na cama da Isa.
Na manhã de sábado eu acordo com uma necessidade enorme de falar com o Gabriel, não sei explicar, mas como eu pedi um tempo a ele, certamente ele não entrará em contato comigo, então enfio meu rabinho entre as pernas e ligo, não estou nem aí se ele me achou infantil ou se está magoado por eu ter me comportado como uma idiota, mas o fato é que estou com saudade e quero vê-lo. Isa tem toda razão, não posso dispensar o Gabriel por medo, preciso saber de quem realmente gosto e no momento quem está me fazendo muita falta é o Gabe, eu tenho mesmo que falar com ele, depois do telefone tocar umas cinco vezes, ele finalmente atente e eu êxito um pouco, será que deveria ter ligado.
- Lindsay? Deveria sim, a voz dele me acalma a alma, eu preciso tanto dele.
- Oi Gabe, tudo bem?
- Melhor agora ouvindo sua voz.
- Fico feliz em saber que não está bravo comigo.
- Por que eu estaria?
- Porque eu agi como uma idiota na ultima vez que nos vimos.
- A culpa não foi sua Lee, aquilo não era para ter acontecido, eu estava querendo falar com você, mas como me pediu para te dar um tempo, eu respeitei.
- Eu agradeço por isso.
- Podemos nos ver hoje?
- Eu liguei justamente para pedir isso, estou sentindo sua falta.
- E eu a sua. Ai meu Deus, esse homem existe?
- Que bom.
- Podemos almoçar juntos?
- Claro.
- Ótimo, eu passo aí para te pegar a uma da tarde, pode ser?
- Tudo bem então, eu estarei te esperando.
- Até já Lee.
- Até.
Desligo o celular e vejo que são onze horas, eu tenho que correr. Eu arrumo meu quarto rapidinho e vou tomar banho. Com uma toalha enrolada no corpo procuro uma roupa casual, mas sexy, escolho calça jeans, regata de seda preta, Blazer branco e uma sandália preta aberta só nos dedos. Estou elegante, mas de um jeito básico, passo o secador pelos cabelos e faço um coque para passar um pouco de maquiagem, quando estou aplicando a maquiagem a Hanna entra no meu quarto.
- Lee?
- Aqui no banheiro.
- Você está linda, aonde vai?
- Obrigada, sair com o Gabe, eu estava com saudade dele e resolvi ligar, ele me convidou para almoçar.
- Que bom, eu estou saindo também, o Liam está vindo me buscar.
- Você também está muito linda.
- Obrigada. O celular dela apita avisando que chegou uma mensagem.
- Ele chegou, nós nos falamos depois?
- Claro meu anjo, tome cuidado sim?
- Pode deixar. Ela me abraça e deposita um beijo no meu rosto.
Eu continuo a me arrumar, quando estou colocando a sandália o interfone toca, é o porteiro avisando que o Gabe chegou. Aviso as meninas que estou saindo com ele e peço para que não me esperem. Quando chego ao saguão, avisto ele encostado no carro, lindo, imponente, meu coração perde uma batida, minha nossa senhora dos corações em chamas, daí me forças, que homem é esse?

Inesperada PaixãoWhere stories live. Discover now