Clandestino

❍ ocho

❝ A vida é um verdadeiro filme, cujo você é a protagonista dele ❞

COMPARAÇÕES IGUAIS.

Sua cabeça estava criando uma fantasia, que poderia ser classificado como um verdadeiro conto de fadas.

O trânsito nas avenidas de Turim logo ao entardecer não era o dos melhores. Mas, precisava disso. Almejava uma concordância com o coração e com a razão. Mesmo que tivesse sido apenas em alguns minutos sozinha naquele automóvel, contribuiu para uma batalha interna, a fim de restabelecer as posições desorganizadas que haviam se instalado dentro da garota. Sensações que estavam adormecidas, vinham se despertando aos poucos nesse curto período na Itália.

E isso não é nada bom.

Havia evitado, lutado consigo mesma para trancá-los e jogar a chave fora. Só que de alguma forma, alguém teria encontrado essa chave e deixado entre aberta a porta que antes, a fechadura estava intacta.

Jamais deveria ter acontecido

Se quer chegado perto de acontecer.

Embora, ainda seja algo duvidoso. Não estava totalmente ciente de que seja capaz de ter, de sentir aquilo outra vez. Se acostumou a estar fora da zona de perigo, mas sem ao menos perceber acabou indo por esse caminho. Atraiu como uma luz no fim do túnel. Só que, nessa história, não era um túnel e sim talvez fosse um penhasco.

Muitas coisas poderiam serem incluídas no pacote caso seguisse a linha do seu coração. E dentre essas coisas, pudesse vir algo que não a agradasse. Mesmo o subconsciente gritasse dizendo que era algo impossível. " Você gosta de tudo dele".

Aprendeu que com o tempo, você acaba descobrindo coisas que a si própria se enganava. Achava que era isso, mas na verdade era aquilo. E só talvez, ela tenha se enganado em pontos fundamentais.

— Tem tanta coragem de sair sem roupas de frio. — uma voz bastante conhecida se juntava ao seu lado. Havia deixado o automóvel, e em seguida verificou alguns doces para degustar como um café da manhã.

— Eu sou bem esquecida, já é a segunda vez. — concordou, mas ainda prestando atenção nas comidas afim de escolher alguma delas.

— Tem essa torta, por que não tenta ela? Pelo o que eu me lembre você gostava.

Parou com o que estava fazendo, e ela acaba tendo total atenção da modelo. Era Yasmin, que a dias atrás lhe prometia através de uma vídeo chamada que iria até a sua casa. E dessa vez, ela teve de vir até a ela.

— Dios mio, Yasmin! — ficou totalmente surpresa pela sua presença, e ainda mais com a naturalidade que ela agiu há segundos atrás. Acabou sorrindo, pois já fazia um tempo em que não se viam. A abraçou, e a mesma retribui risonha.

— Você achou mesmo que iria escapar de mim? — disse, com as mãos na cintura. — Foi eu quem vim até aqui, que gastei horas em um avião, que...

— Já entendi que foi você, meus parabéns! — revirou os olhos, e a amiga acerta um tapa em seu braço. — Ah, mas quem deixou?

— Não preciso da sua permissão, obrigada, de nada. — sorriu convicta. Escolheram o que iriam comer e se sentaram em uma mesa, aguardando os pedidos. Ela contou sobre o que vinha fazendo durante esse tempo, e que agora estava oficialmente trabalhando para o seleção brasileira em fins médicos. Suspeitou que estava muito sorridente enquanto contava, a deixando mais curiosa ainda.

— O que aconteceu com você lá? Digo, algum motivo especial para esses sorrisos todos?

— Claro que sim, não é todo dia que eu sou chamada para trabalhar com a seleção brasileira né. — respondeu, como se fosse óbvio.