❝ O tempo não apaga a memória de forma alguma.❞
NATURALIDADE.
Kyara tinha sido informada que faria as fotos.
Com o jogador argentino, Paulo Dybala.
Adentrou na casa, que tinha sido reservada apenas para a sessão de fotos. Chegou um pouco atrasada por causa do trânsito na cidade novaiorquina, mas não prejudicou em nada. Fizeram uma maquiagem básica, e enquanto colocavam, pensou em como o destino estava brincando mais uma vez com ela.
Ou talvez não.
— E.... Ele já está aqui? — querendo ou não, ficou ansiosa. Já estava com a lingerie preta em seu corpo, com o fino roupão de seda também por cima.
— Paulo Dybala? Sim! — a mulher lhe respondeu, mas logo fez uma cara pensativa. — Engraçado, ele fez a mesma pergunta antes de você chegar...
Ela não respondeu, preferiu absorver aquilo para si. Era bom, saber que ele também tinha o mesmo interesse nela. Na verdade, era muito mais do que simplesmente bom.
Não sabia especificar qual adjetivo seria.
Mas tinha certeza, de que era algo além de bom.
— Kyara, já está pronta? Vamos começar agora! — a fotógrafa lhe avisa, que rapidamente se levanta.
Estava nervosa.
Não era comum isso, afinal, sempre tratou com naturalidade seu trabalho. Mas não, Paulo tinha que mexer com a garota.
A modelo subiu as escadas, já com a confirmação de que estava sendo filmada. Seus cabelos estavam em um coque frouxo, mas que ao decorrer dos passos, ela os dessamarava com suavidade.
Ainda coberta com o roupão de seda, chegou ao quarto da casa. As câmeras a rodeavam, mas parecia ser tão natural. Caminhou mais um pouco, abrindo a porta de vidro que dava para a varanda. Em baixo, na área externa, também tinham pessoas que registravam a cena.
Colocou suas mãos sob o vidro, que servia de apoio, e focou a sua frente. O fim de tarde era nítido, com o pôr do sol. Escolheram aquele horário justamente porque queriam registrar o monumento que se fazia no céu. Kyara, por um momento, sente mãos envolverem sua cintura e lábios em seu pescoço.
Sabia que era ele.
— Isso está sendo muito bom, amore mío.
Paulo sussurrou em espanhol, em seu ouvido, enquanto dessamarava o roupão de seda. Não fazia parte do ensaio, muito pelo contrário, disse apenas para que ela escutasse. A brasileira continuou sua visão a frente, reprimindo um sorriso, e notando que havia se arrepiado.
A peça foi ao chão, e com isso, ela se voltou para ele. O contato visual havia sido inevitável, ela o analisou vê-lo de social, antes de iniciarem um beijo nada calmo e com total vontade.
Os lábios dela estavam carregados de um batom vermelho escuro e seus cabelos meio ondulados. Kyara estava magnífica. Ao concluírem o gesto, percebeu que havia borrado a boca do argentino. Enquanto a frente dela, registravam a garota o abraçando pelo pescoço, atenta a câmera.
— Você não faz idéia do quanto.
Paulo a ergueu em seus braços, a pedido da fotógrafa, para que a levasse até a cozinha. A colocou em cima da mesa, ficando entre suas pernas. Ela passou suas mãos para a gravata que ele usava, e nem precisavam dizer que qualquer movimento era um clique diferente.
A modelo não entendeu o por quê de ter sido ele para ser seu "par" no ensaio, mas que ficou muito aliviada e ele também. Para ambos os lados, ele não iria ficar nada contente ao vê-la em uma revista fazendo tais cenas com outro e ela do mesmo jeito.
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Clandestino
FanfictionCLANDESTINO ✓ | Paulo e Kyara se conheceram inesperadamente às vésperas do ano novo, deixando que os sentimentos se aflorassem sem a possibilidade de um compromisso sério. No entanto, anos mais tarde eles acabam se reencontrando em um acaso familiar...