❍ treinta y cuatro

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O tempo não apaga a memória de forma alguma.❞

NATURALIDADE.

Kyara tinha sido informada que faria as fotos.

Com o jogador argentino, Paulo Dybala.

Adentrou na casa, que tinha sido reservada apenas para a sessão de fotos. Chegou um pouco atrasada por causa do trânsito na cidade novaiorquina, mas não prejudicou em nada. Fizeram uma maquiagem básica, e enquanto colocavam, pensou em como o destino estava brincando mais uma vez com ela.

Ou talvez não.

E.... Ele já está aqui? — querendo ou não, ficou ansiosa. Já estava com a lingerie preta em seu corpo, com o fino roupão de seda também por cima.

Paulo Dybala? Sim! — a mulher lhe respondeu, mas logo fez uma cara pensativa. — Engraçado, ele fez a mesma pergunta antes de você chegar...

Ela não respondeu, preferiu absorver aquilo para si. Era bom, saber que ele também tinha o mesmo interesse nela. Na verdade, era muito mais do que simplesmente bom.

Não sabia especificar qual adjetivo seria.

Mas tinha certeza, de que era algo além de bom.

Kyara, já está pronta? Vamos começar agora! — a fotógrafa lhe avisa, que rapidamente se levanta.

Estava nervosa.

Não era comum isso, afinal, sempre tratou com naturalidade seu trabalho. Mas não, Paulo tinha que mexer com a garota.

A modelo subiu as escadas, já com a confirmação de que estava sendo filmada. Seus cabelos estavam em um coque frouxo, mas que ao decorrer dos passos, ela os dessamarava com suavidade.

Ainda coberta com o roupão de seda, chegou ao quarto da casa. As câmeras a rodeavam, mas parecia ser tão natural. Caminhou mais um pouco, abrindo a porta de vidro que dava para a varanda. Em baixo, na área externa, também tinham pessoas que registravam a cena.

Colocou suas mãos sob o vidro, que servia de apoio, e focou a sua frente. O fim de tarde era nítido, com o pôr do sol. Escolheram aquele horário justamente porque queriam registrar o monumento que se fazia no céu. Kyara, por um momento, sente mãos envolverem sua cintura e lábios em seu pescoço.

Sabia que era ele.

Isso está sendo muito bom, amore mío.

Paulo sussurrou em espanhol, em seu ouvido, enquanto dessamarava o roupão de seda. Não fazia parte do ensaio, muito pelo contrário, disse apenas para que ela escutasse. A brasileira continuou sua visão a frente, reprimindo um sorriso, e notando que havia se arrepiado.

A peça foi ao chão, e com isso, ela se voltou para ele. O contato visual havia sido inevitável, ela o analisou vê-lo de social, antes de iniciarem um beijo nada calmo e com total vontade.

Os lábios dela estavam carregados de um batom vermelho escuro e seus cabelos meio ondulados. Kyara estava magnífica. Ao concluírem o gesto, percebeu que havia borrado a boca do argentino. Enquanto a frente dela, registravam a garota o abraçando pelo pescoço, atenta a câmera.

Você não faz idéia do quanto.

Paulo a ergueu em seus braços, a pedido da fotógrafa, para que a levasse até a cozinha. A colocou em cima da mesa, ficando entre suas pernas. Ela passou suas mãos para a gravata que ele usava, e nem precisavam dizer que qualquer movimento era um clique diferente.

A modelo não entendeu o por quê de ter sido ele para ser seu "par" no ensaio, mas que ficou muito aliviada e ele também. Para ambos os lados, ele não iria ficar nada contente ao vê-la em uma revista fazendo tais cenas com outro e ela do mesmo jeito.

ClandestinoWhere stories live. Discover now