❍ quince

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o amor não é um jogo.
mas você se fez partida.

ILHA PARADISÍACA.

Estava tão maravilhada, apenas por estar em solo brasileiro. Sabia que não estaria tão longe de suas raízes, aonde a verdadeira menina não cansava de florescer dentro de si. Entretanto, havia chegado a hora de chamar uma velha conhecida de volta. Tão reconhecida, que instantemente recordou do seu eu não muito antigo, aonde no mesmo lugar em que está hoje, teria como objetivo ampliar sua carreira.

E com certeza antes do retorno aos seus trabalhos que a distanciaram novamente de suas origens, passaria uns dias perto de sua família a quem sente tanta saudades. Seu coração palpitava incontáveis vezes que não adiantaria ela se afastar também do argentino, pois assim como no primeiro acontecimento, ela acabou retornando à ele mesmo que suas expectativas não tenham sido alcançadas.

Tinha tamanha consciência de que se a garota insistisse, a sequência se repetiria tal como fez durante esse tempo recorrente. Terminaria o ano, sozinha.

Em tão pouco tempo

Teria se aproximado

O último dia do ano.

Já havia feito uma análise dos acontecimentos passados durante o ano todo. E não contaria que fosse surgir ainda mais para refletir. Bom, ao menos era o que pensava.

Porém, ainda se mantinha aérea com o que havia feito. Com o que os dois haviam feito.

- Está muito quieta, você não é assim - James não desistia em retirar de vez a máscara da felicidade que ela usava, mas agora nem com a própria não conseguia despistar sua infelicidade. - Não vai contar mesmo o que aconteceu?

Kyara fitava o quebrar das ondas nas rochas. Em pensar que essa ilha foi o ponto de partida, onde tudo começou. Jamais passou pela sua cabeça que quando voltassem novamente ao lugar, eles teriam acabado o que nem tinham começado direito. Era complicado, mais até do que o esperado.

Ela sempre dizia para si mesma, que não importava o quanto você criasse cenas na sua cabeça ou imaginasse das mais variadas situações. O universo sempre trataria de algum jeito fazer o que nunca havia pensado, criar um momento que jamais teria passado pela sua mente.

E de fato,

Ambos seguirem amigos

Não era uma opção pensada antes.

- Quer mesmo saber? - o olhou, suspirando e o vendo assentir em concordância. - É bom mesmo que fique ciente e tire a idéia de que eu e ele vamos dar certo algum dia.

- Como assim?

- Olhe, James - assim como ela, também buscou ver a mesma direção, parando para observar o quanto o casal estava feliz juntos correndo pela areia da praia. O jogador também a tinha levado ao paraíso, o que antes poderia ter achado um insulto, mas estava abalada demais para protestar. Além do que, já tinha perdido o direito de protesto há muito tempo e nas vezes em que fazia isso nunca acabava bem ou da melhor forma. - Ao meu redor diziam que ela era a errada da situação, mas na verdade eu quem fui. - respirou fundo novamente. - Eu... Eu achei que selando com o acordo seria o certo a se fazer, mas não percebi o quanto iria doer...

James a abraçou de lado, ouvindo sua voz falha e seu olhar manchado pelas recém formadas lágrimas. Ela não merecia isso. Quantas vezes a mesma desviava do assunto argentino, mas sempre ficando envergonhada? Em um tom rosado no rosto, e um leve sorriso que tentava esconder. Ficava desconfortável quando apenas ouvia o nome dele a ser pronunciado, mas gostando por dentro quando zoavam mencionando os dois juntos. Na atual situação, não veria mais isso.

ClandestinoWhere stories live. Discover now