❍ treinta y dois

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Não foi por falta de aviso.

AGITAÇÕES.

Literalmente, ela tinha que voar.

Despertaram muito cedo, para que pudesse se despedir da família e Paulo levá-la ao aeroporto. Ele mesmo fez questão.

Chegou até mesmo a oferecer em deixá-la na própria New York.

Mas, segundo ela, não iria atrapalhar e tirá-lo fora de seu trajeto que mais tarde seria a Itália.

- Me prometa que irá para Turim. - disse, após terminar de beijá-la com ambos ainda adentro de seu automóvel.

- Ainda nem cheguei em New York. - esboçou um leve riso, o fazendo sorrir também pela frase que havia dito.

- E? Já estou sentindo sua falta. - a beijou novamente, não dando tempo para que a mesma respondesse.

- Paulo... Os...

- Não é possível ver através do vidro ao lado de fora, se é essa a sua preocupação, mi amor. - usando sua mania de colocar as mechas de fios dos cabelos dela para trás, a tranquilizou.

- Certo, mas você não vai sair daqui. - o lembrou, deixando o argentino confuso. - Eu desço, pego a mala e fim de conversa.

- Kyara. - olhou em volta. - Não tem ninguém que possa tirar uma foto ou enfim... - notou a face de duvidosa nela em seguida.

- Você que pensa. - suspirou. - Bom, eu não posso me atrasar. - arrumou sua bolsa que se estava em seu colo.

- Tem certeza que não precisa de ajuda?

- Absoluta.

- Kyara, você se preocupa demais com a mídia. - começou, a fazendo quase revirar os olhos em cansaço. Mesmo que o assunto tivesse acabado de iniciar.

- Não é, Paulo. É que sempre tem alguém para registrar momentos por mais cotidianos que seja e não estamos oficialmente juntos.

- Então é isso? Não tem problema eu lhe peço agora mesmo em namoro.

- Paulo Dybala. - respirou fundo.

- Kyara.

- Não vamos discutir, por favor. - pediu docemente. Por um momento pensou em como seria se realmente tivessem firmado o que tinham, pois se já estavam assim sem terem, imagina se tivessem. Com isso ficou quieta por uns segundos, atraindo a atenção do argentino.

- Nós vamos melhorar, entendeu? - como se adivinhasse seus pensamentos, segurou sua mão.

- Como sabe?

- Porque o ciúmes ou a proteção, ambas fazem parte quando se ama alguém. - tocou em seu rosto. A garota novamente ficava mais calma com suas palavras.

Ela o abraça.

O beija.

E finaliza:

- Eu prometo.


Foi como um passe de mágica.

Assistia a um filme, com Fluffy deitado em suas pernas apenas para sentir o carinho da garota em meio o frio do ambiente. Por vezes se embolava no edredom e ela o retirava de volta.

A modelo havia passado poucas horas desde do retorno ao seu apartamento na cidade novaiorquina. Mas foi o suficiente para o seu mau estar.

Deixou o cachorrinho de lado e se levantou as pressas para chegar até o banheiro de seu quarto. Começou a colocar para fora o que tinha comido o dia todo, em questão de segundos.

A bola de pelos até pulou da cama, mesmo que fosse alta demais para a sua altura pequena o levando a se esparramar no chão, correu para o cômodo e começou a latir. Kyara, incrédula, se observou no enorme espelho antes de iniciar sua escovação dentária.

Vasculhou em suas memórias o que poderia ter ingerido que tivesse levado a deixá-la naquele estado.

E não obtinha resposta.

Pelo menos por enquanto.

Realizou uma chamada para Lais, pois sabia que ela já tinha voltado de suas idas e vindas ao Brasil. Na ligação, pediu para que comprasse alguns remédios pois como era difícil ficar com imunidade baixa, não se lembrou de reabastecer os medicamentos específicos para esse tipo de situação.

Quinze minutos foram suficientes para ouvir sua amiga do outro lado da porta. Fluffy foi primeiro, latindo incansavelmente antes da brasileira atender.

- Kyara! - a abraçou, o que lhe fez resmungar pelo gesto um pouco forte demais. - Garota, o que você fez?

Lais fechou a porta, enquanto a outra caminhava para a mesa e ficava a sua espera. Ela colocou os remédios em cima, e se sentou a frente.

- Antes de tudo, o que você fez? - reforçou a pergunta que antes, ficara em aberto.

- Algum alimento ruim, eu acho...

- Ou...

- Não.

- Mas eu nem comecei...

- E eu estou cortando logo. - justificou. - Não e não.

- Mas...

- Lais! - exclamou com uma leve irritação.

- Me deixa terminar! - insistiu. Kyara respirou profundamente antes de colocar sua mão na boca, como forma de prestar atenção em suas palavras. - Você foi para o Brasil, Copa América... E mesmo que tenha acontecido algo lá, seria meio tarde para ser uma gravidez pois você só vomitou hoje.

- Eu não estou grávida, Lais Ribeiro!

- Depois, voou para a Argentina. Uma aproximação sem fim com o argentino ao ponto de revelar isso no grupo das meninas e abrir caixa de perguntas no Instagram. - ela observou a garota fazer um semblante de quem não fazia idéia da existência desse assunto. - Hmm, sabia que não era você, nunca que chegaria nos contando sem enrolar. - recebeu um tapa de Kyara em seu braço, a fazendo murmurar. - Certo, continuando, você só voltou hoje, vomitou hoje, então...

- Isso está fora de cogitação, Lais. Não adianta, eu não estou.

- Certeza?

- Certeza.

- Absoluta?

- Sim.

- Então vocês não tiveram nenhum tipo de relação sexual esse tempo todo?

- Bom... - engoliu em seco.

- Bingo! - comemorou. - Só não tem problema se tiverem se prevenido todas às vezes, porque eu sei que não foi só uma. - Kyara novamente bateu em seu braço, pela audácia da garota. - Para de me bater!

- Para de falar essas coisas! - protestou, a vendo logo em seguinda começar a rir.

- Então...?

- Uma vez... - se recordou do aniversário de James, que havia sido um ponto bastante significativo se tratando desse assunto. - Só uma vez que não, apenas.

- Hmm, é recente?

- Não muito.

Lais começou a mexer na sacola, procurando por algo. A outra observava atenta, alheia em o que ela retiraria de conteúdo.

- Aqui. - disse, com já em mãos. Kyara se assustou ao vê-la entregar o teste de gravidez.

- Lais, eu não...

- É melhor ter certeza. - se levantou e a abraçou. Pegou o pequeno que anteriormente estava quieto, sentado, ao lado da cadeira dela. - Que eu e o seu filhinho Fluffy estaremos aguardando.

A modelo beijou o menor, antes de seguir para o banheiro com um leve nervosismo que havia lhe atingido repentinamente.

Kyara fez o teste.

E obteve a resposta.

ClandestinoWhere stories live. Discover now