❍ catorce

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Como amigos
Que sempre fomos?

DIÁLOGO.

Conversa. Saberia que uma hora ou outra, não fugiria disso para sempre e não teria de evitar o que já estava predestinado, sendo sujeito a acontecer em qualquer momento.

Só não estava ciente de que aconteceria mais rápido do que o normal.

- Eu acho que já contém fotos nossas - sorriu divertida, mas a hipótese de que o argentino tenha apagado veio em mente e logo se arrependeu de dizer. - Mas bom, que assunto deseja?

O jogador a olhava com um mínimo sorriso no rosto. Era incrível a maneira de como tentava absorver as coisas, até mesmo a situação passada em que estavam desentendidos, ela não o ignorou ou o deixou sozinho naquela hora. Proferiu com naturalidade, não contendo nenhum clima estranho entre os dois. E isso era mais que plausível, admirável. Ele com certeza a elogiaria.

- O parque de diversões não está mais presente, porém tem um lugar que pode nos ajudar.

Kyara tentou fazer um esforço em sua memória com o objetivo de se lembrar qual seria esse local. Entretanto, assentiu, o acompanhando ao seu lado. Paulo não queria iniciar a conversa com o assunto principal logo de cara. Optou por coisas vagas, mas que amenizaria.

Antes de se afastar totalmente de onde estava minutos atrás, foi possível reconhecer a pequena cabeleira ruiva acenando para ela, que retribuiu o gesto de imediato. Ele que assistiu tudo, pensou em algo.

- Você se dá muito bem com crianças - começou, a fazendo o olhar rapidamente. - Já visitou instituições, sim?

- Sim - afirmou. - Muitas delas por sinal, Lori uma vez me convidou para participar por um dia no qual ela trabalha nas horas vagas. É bom estar perto delas. E você? Com certeza já esteve também em um.

- Vários, além de muitos hospitais também. Gosto da maneira que as crianças me vêem como um ídolo, e se quer estou perto de me tornar um. - comentou.

- Para elas você nem precisa fazer esforço, já atingiu esse patamar. - sorriu sincera. - Milhões de pessoas te admiram, Paulo. Quantas não queriam estar aqui? No meu lugar agora? Se a reposta for "milhões", parabéns você acertou!

Os dois gargalharam, por que de fato estava saindo como ele queria. Começar de um jeito descontraído e totalmente leve. E por algum motivo que a fez ficar confusa, o jogador entrou em uma pizzaria logo fazendo pedidos. Obviamente ela não iria ficar para trás, e iria questionar se esse era o tal lugar que havia mencionado, porém escutou o mesmo dizer que era pra viagem.

- Eu sei que você foi ao jogo - pagou, e ambos esperaram ficar pronta, em seguida se virando para a encarar e ouvir sua resposta.

- Que jogo?

- Juventus e Roma, aqui mesmo em casa, na Itália. - dessa vez o seu sorriso foi com total convicção. - E não adianta negar, tenho meus informantes.

- Wow, você tem uma agência secreta? Legal. - riu baixinho. - Bom, eu compareci sim à essa partida. Ótima vitória, sem nenhum gol do argentino... É uma pena. - fez um semblante de desapontamento.

- Não dá para todo jogo o argentino fazer gols, aposto que ele não deve ser uma máquina. - deu de ombros, na defensiva.

- Ah é, eu acho que me enganei nas comparações. Cristiano é chamado de máquina, o argentino é La Joya.

- E você prefere qual? - questionou, com uma certa curiosidade no assunto que se estendia.

- Os dois são bons. - foi a vez dela em dar de ombros. Nesse momento, estava sendo entregue à eles o que foi pedido. O cheiro magnífico da massa italiana era de deixar com água na boca. A lembrando que mesmo após o jantar, não conseguiria resistir e por isso não negou quando o mesmo pediu a encomenda.

ClandestinoWhere stories live. Discover now