Clandestino

❍ veinticinco

❝ Quando menos se esperar. Tudo vai se acertar. ❞

CONFUSOS.

O dia anterior ocorreu extremamente exaustivo. Os dois realmente poderiam se considerar crianças que gastaram muita energia em brincadeiras.

E não passou despercebido pelas mulheres da casa.

Ambos decidiram passar a noite na residência da família do jogador. Além do que ela ficaria sem graça em ficar no apartamento apenas com ela e ele juntos. Ainda mais agora, que as coisas pareciam estar começando a se entender e alinhar as pontas soltas mesmo que fosse águas passadas. Ou nem tanto.

A maneira em como estavam abraçados no móvel do sofá dormindo aconchegantes era de se admirar. Paulo ficou por baixo, envolvendo-a com seu braço na cintura dela, enquanto a garota se aninhou em seu peito, com uma de suas mãos no mesmo lugar. Sobretudo, com expressões adormecidas mas pacíficas mesmo que o dia anterior tenha sido um furacão.

- Mamãe, olha isso! - Eve havia descido para tomar café da manhã, e Alicia vinha atrás dela. Pensou o porque dos dois estarem assim, tão próximos e aparentemente unidos. Mas não deixou de comemorar em relação ao fato deles estarem juntinhos, mesmo que fosse apenas por puro cansaço. - O que eles andaram aprontando?

Alicia nem respondeu nada, continha um sorriso enorme estampado no rosto com a cena. As pressas, foi atrás do celular da filha para que pudesse registrar esse momento raríssimo.

Afinal, o que eles estão tendo com fotos?

Sem fazer muito barulho, Eve realmente tirou a foto dos dois.

Orgulhosas, por eles estarem próximos
Admiradas, com um momento incomun
E esperançosas, com o futuro deles.

- Você acha que eles voltaram? - Alicia sussurrou para a filha, que ainda estava surpresa com uma cara de admiração enquanto olhava eles dormirem calmamente. Na visão das duas, eles haviam tido algo sério tempos atrás. E até hoje afirmam isso, por isso citam o termo "voltar" com tamanha naturalidade. Mesmo que eles nunca estiveram juntos realmente.

- Eu os perdôo por não terem me contado - fingiu estar chorando e limpar uma lágrima imaginária da bochecha.

Sentaram na mesa um pouco distante da sala, que era aonde eles estavam. As duas não tiravam o olhar dos dois, nem mesmo o sorriso também.

- Eu acho que eles deveriam parar de fazerem drama - comentou Eve indignada. - São tão lindos juntos, não sei para quê toda essa dramatização.

- Sabemos - Alicia colocava o conteúdo na xícara. - Aliás, que história é essa de você estar acobertando a idéia dela com aquele fotógrafo parecido com o ator de se ela dança eu danço?

Eve engasgou-se, mas tentou usar seu talento ao seu favor.

- Verdade, até que parece mesmo né?

- Uma cópia falsificada por sinal. - disse, mas voltou ao assunto principal. - Evelyn!

- Eu não estou acobertando ninguém não, eu hein. - começou a cortar um pedaço do bolo. - Matthew nem deve estar na lista de pessoas que ela se relacionaria seriamente.

- Então tem uma lista?

A garota nem estava percebendo que só se complicava ainda mais. Se a sua mãe quisesse exercer uma profissão, com certeza daria uma ótima advogada. A forma que conseguiu contrariá-la foi impressionante. E não era a primeira vez.

- Que lista?

Paulo começou a se remexer mas com cuidado para não acordá-la. Escutando um pouco da conversa das duas acidentalmente, não as poupou de questionar e esclarecer sua dúvida. Porém, também tinham conseguido despertar o sono dela.