Clandestino

❍ veinticuatro

❝ Não se importe com terceiros. Se importe com o seu coração. ❞

DEDICADO.

Poderia ser imaginação da sua cabeça, se não fosse tão verdade.

Os dois estavam mesmo fazendo isso?

Pareciam crianças na forma que corriam pelas avenidas de Turim em pleno fim de expediente, afinal, o horário se mantinha pela tarde chegando próximo do pôr do sol.

Eu quero seguí-la para onde ela for
Penso nela e ela sabe disso

Se quer soltaria a mão dela para nada. Na medida que continham uma velocidade que, na dele era bem maior do que a ela, teria de arrastá-la mas sem deixá-la para trás. E a garota se perguntou em como ele tinha tanto fôlego para aguentar tantos quarteirões, daí se lembrou que Paulo Dybala era nada mais que um jogador que corria com bastante frequência seja pelos jogos ou treinos, o importante era que ele se mantinha firme e forte.

Ao contrário dela.

Só não caiu desastrosa pela calçada por que ele depositava toda confiança nela; confiança essa, que não passava de uma suposição de que a modelo aguentaria normalmente, pois até então, se foram muitos minutos da correria de ambos.

Paradas para ver detalhes de produtos em alguma loja, mas a brasileira se recusava a comprar e deixá-lo comprar por que se já estava morrendo com os passos apressados, imagine com sacolas e mais sacolas.

Entretanto, não foi por falta de veículo.

O argentino fez questão de estacionar o seu automóvel no estacionamento do seu apartamento.

E como ela tinha se envolvido nisso?

Simples, ou nem tanto, fato de ter enganado a garota alegando dizer que apenas passaria em seu apartamento para pegar uma coisa. Ela nem se deu ao trabalho de subir, esperou no estacionamento mesmo. Quando ele voltou, afirmou que iriam a pé por que esqueceu as chaves lá em cima e não estaria disposto a retornar e pegar.

É óbvio que ela não acreditou nessa mentira sem cabimento.

— Paulo, por favor! — parou de correr sinalizando uma pausa e consequentemente que não voltaria tão em breve. Ele notou isso apenas em como havia colocado sua mão no peito para verificar a aceleração do seu coração; rapidamente. Sentou-se em uma pequena escadaria de apenas quatro degraus em uma casa qualquer, afim de regular sua respiração ofegante. — Não cansa?

— Não — respondeu pouco interessado. — E por que você já cansou?

— Eu não fico correndo por um campo inteiro frequentemente e nem tenho treinos assim. — se defendeu.

— Só o que eu vejo é o instastories de Kyara Goulart na academia. — cruzou os braços.

— E?

— E que você não pode ter cansado. — continuou, se voltando a prestar atenção na movimentação dos carros e por isso não prestou atenção quando ela revirou os olhos. — Se eu fosse você, agilizaria rápido.

O olhar do argentino foi de encontro com o de dois fotógrafos de plantão que praticamente registravam o momento cansativo que tinham, para que provavelmente soltasse isso em algum site de fofocas mais tarde.

— Cansaço? Quem disse? — fingindo estar renovada, se levantou imediatamente e dessa vez foi ela quem o arrastou pela mão. Kyara havia percebido o que se passava e não queria que as pessoas começasse a criar idéias erradas dos dois.