Capítulo quatro

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Já eram nove horas da manhã e estávamos todos acordados, menos o Luís que dormia feito uma pedra

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Já eram nove horas da manhã e estávamos todos acordados, menos o Luís que dormia feito uma pedra.

— E se a gente jogar um balde de água nele? — Gabriel sugeriu sorrindo maléficamente.

— Que maldade! Adorei, vamos fazer logo. — Léo falou dando um sorriso.

— Estamos esperando o que? — José perguntou.

— Vamos logo com isso, gente! — Eu disse, começando a ficar irritado.

Fomos em direção à lavanderia e enchemos quatro baldes com água, um para cada um, fomos em direção ao quarto do Luís e entramos silenciosamente, contei nos dedos e no três jogamos a água nele.

— VÉII! O QUE É ISTO?! — Luís acordou no susto gritando, enquanto eu e os meninos só sabíamos rir da reação dele.

— PEGADINHA! — Gabriel falou saindo do quarto e dando altas gargalhadas.

(...)

Já era de tarde quando recebi uma mensagem da Mafe que perguntava se eu queria ir na praia, eu respondi que sim, já que eu e os meninos estávamos assistindo um filme de terror que nem dava medo, mas que o Gabriel levava susto a cada minuto. Ela falou que iria com as suas amigas, e que era pra eu levar os garotos junto.

Avisei à eles, e é claro que os quatro concordaram. Fomos colocar nossas bermudas. Mafe disse que encontraria a gente na praia da Barra.

— Cheguei, cambada! — Luís falou gritando e se jogando na areia.

Mafe estava com Carol e Ana Vitória, a outra garota que eu não sabia o nome não estava.

— Cadê a outra garota que estava com vocês e venceu de mim? — O José perguntou parecendo ler os meus pensamentos.

— A Giovana foi para a casa do namorado dela curtir um pouco. — A Mafe falou enquanto bebericava a sua coca e fazia uma cara maliciosa.

(...)

Curtimos a praia e depois ficamos conversando um pouco sobre tudo, até que Luís soltou uma de suas pérolas:

— E você Carol...tem namorado?

— Por que você quer saber? — Carol perguntou revirando os olhos.

— Pra saber se tenho chance! — Luís falou na lata.

— É...chance você não tem! — Carol respondeu.

— Como assim? Sou um cara muito lindo, charmoso e sexy — Luís falou indignado.

— Gosto de garotas, Luís! Se eu gostasse de garotos aí sim você teria alguma chance. — Carol tomou o resto da bebida que ainda tinha em seu copo com um sorriso no rosto.

Luís estava com a sua boca em um "O" perfeito e eu e os garotos nos olhávamos perguntando mentalmente "O que deu nele?", mas a pergunta logo foi respondida pelo mesmo:

— Gente, to chocado! Sempre quis ter uma amiga lésbica. — Eu não me segurei e soltei uma risada, e logo em seguida todos começaram a rir também.

—Acho que ser sua amiga eu posso ser sim! — Carol falou tentando parar de rir e levantando seu copo em um brinde

(...)

Estava eu e os meninos no carro esperando o Léo sair da casa, iríamos ao lugar onde Ivete Sangalo faria o seu show no trio elétrico, no ano passado Luís ficou todo triste que ela não foi já que estava grávida. Resolvemos sair mais cedo de casa para acharmos um lugar para estacionar e curtir o carnaval até o dia raiar. A Mafe falou que iria porque sua amiga Ana Vitória era uma super fã da Ivete.

Fomos o percusso todo gritando e fazendo piadas, com toda certeza esse iria ser o melhor carnaval da minha vida. Às vezes eu posso querer matar esses meninos, mas eu não sei o que seria de mim sem eles e sem as suas piadas. Eles são os melhores amigos que alguém poderia ter e eu agradeço muito por isso.

Quando chegamos Gabriel quis parar em um estacionamento, já que segundo ele o seu carro era precioso demais para ser roubado, como eu disse, Gabriel é o amigo rico. O pai dele é dono de uma loja de colchões que chama "Jair, o rei dos seus sonhos", e é claro que quando eu soube eu ri pra caramba, afinal, esse nome é hilário. Luís e José eu conheço desde pequenino, o Gabriel a gente conheceu no colegial, e o Léo eu conheci na faculdade e acabei levando ele para o meu grupo de amigos. Foi assim que nos tornamos melhores amigos.

Quando começamos a ir em direção a rua principal percebemos uma muvuca tremenda, mas não ligamos porque carnaval é isso, nos enfiamos no meio do povo e começamos a pular que nem loucos com a banda que tocava antes da Ivete subir no trio. Depois de um tempo suando que nem porcos resolvemos ir pegar algo para beber. Cada dia a gente troca quem está dirigindo para todos beberem e curtirem o carnaval, mas com segurança e responsabilidade, dessa vez seria Léo o motorista da vez.

Ficamos parados por um tempo enquanto esperávamos as nossas bebidas chegarem, só que ouvimos uma menina falando "Não cara eu não quero" "Você é louco, véi" "Eu já disse que não", foi quando José chegou do lado dela e disse "Você não está ouvindo a menina dizer não?", José poderia ser o pegador que fosse, mas quando uma menina dizia "não" ele respeitava, o que deve ser feito, mas muitos caras não respeitam porque a nossa sociedade foi criada na base de conceitos machistas, então muitos falavam "Ela que tava pedindo", e eu ficava muito puto com isso, porque as mulheres tem sim que ser respeitadas e terem suas vozes ouvidas.

A ideia que todo mundo tem de que no carnaval vale tudo está errada! Acima de tudo as duas pessoas tem que ter noção do que está acontecendo, de preferencia sóbria se você for dar um passo à frente, e é claro, o consentimento das duas pessoas. Isso é o mais importante!

(...)

Confesso que eu não estava muito bem, já que eu tinha bebido duas latinhas de cerveja, uma caipirinha, e um corote, é... talvez eu tivesse bebido demais, e o pior de tudo é que eu tinha ficado com uma menina que vomitou no meu pé, e para completar, tinha me perdido dos meus amigos. Sim, eu estava definitivamente ferrado!

Como estávamos perto do mar, tinha algumas duchas, então fui lá lavar o meu pé, e também aproveitei para lavar o rosto, já que eu estava vendo tudo turvo.

— Véi, onde vocês estão? Eu não to achando vocês em lugar nenhum! — Falei quando o Léo atendeu a minha ligação, que por sinal era a quinta vez que ligava e o idiota não atendia.

— Estamos do lado do trio elétrico. — Léo falou. — Luís, você não pode subir aí! João, vem logo! — Foi a última coisa que ouvi quando a ligação caiu.

Segui em direção ao trio enquanto várias pessoas pulavam ao som de Tempo de Alegria, e claro que eu não fiquei parado e comecei a pular junto. Para mim uma das melhores épocas do ano é o carnaval, e logo depois o ano novo porque é sempre festa e tudo mais. A minha meta desse ano é passar o ano novo no Rio de Janeiro com os meus amigos.

Avistei uma pessoa tentando subir no trio e logo deduzi ser o Luís.

— ATÉ QUE ENFIM EU ACHEI VOCÊS! — Gritei quando cheguei do lado deles.

— OH MISERICÓRDIA NÃO CHEGA ASSIM! Eu acho que é assalto. — José falou enquanto colocava a mão na cabeça.

Depois que eu achei as pragas, avistamos algumas meninas conhecidas e acenamos para elas, logo Carol, Mafe e Ana vitória chegaram se espremendo entre as pessoas. Nós ficamos dançando e pulando igual crianças. Ana quase morreu quando Ivete acenou para ela. Mafe chegou do meu lado e me puxou para pular junto com ela enquanto me oferecia a sua bebida, como eu já não estava muito bem, acabei negando e ri quando ela fez uma careta e balançou os ombros em sinal de tanto faz.

(...)

Quando deu seis horas da manhã estávamos todos acabados, e por isso decidimos ir embora. Tínhamos ainda mais quatro dias de pura farra.

365 dias para se apaixonarWhere stories live. Discover now