Capítulo onze

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Pedro Carlos Henrique é o tipo de garoto que só atualiza a sua foto de perfil no Facebook a cada um ano

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Pedro Carlos Henrique é o tipo de garoto que só atualiza a sua foto de perfil no Facebook a cada um ano. O estilo da foto sempre é a mesma: A blusa quadriculada manchada de ketchup, um pastel na mão, o seu chapéu de palha típico de festa junina torto, e um sorriso de ponta a ponta por estar vivenciando a melhor época da sua vida.

À época de festa junina é com toda certeza uma das melhores épocas do ano, principalmente para os mineiros. Nós gostamos de reunir a vizinhança de tarde, dançar quadrilha, beber os caldos da vovó, comer maçã do amor e pão de queijo, fazer brincadeiras super divertidas, desenhar várias pintinhas no rosto, e sorrir até o sol raiar. Aqui no meu pequeno bairro a festa junina é uma desculpa para nos reunirmos e restabelecermos a paz. Mas, pena que toda essa diversão acabou há alguns anos.

Era 2011. Estávamos no meio de uma típica festa junina do meu bairro. As pessoas dançavam, se divertiam, e conversavam como se fosse o dia mais precioso de suas vidas. Mas, a diversão acabou quando eu, Maria Vitória Da Silva, resolvi brigar com Pedro Carlos Henrique. Só restava uma maçã do amor na tenda e nós dois estávamos brigando por ela.

Deixa eu explicar melhor: A minha família e a família do Pedro Carlos eram muito unidas. A minha mãe e a mãe dele eram praticamente irmãs, e os nossos pais eram melhores amigos. Nós éramos obrigados a ficar juntos vinte e quatro horas por dia, assim como os nossos irmãos.

Mas, voltando a história principal, eu e o Pedro continuamos brigando pela maçã do amor (que de amor não tinha era nada), e eu me estressei mais do que uma garota de oito anos deveria se estressar, então eu o empurrei, e Pedro caiu na fogueira da festa. A sua roupa começou a pegar fogo e todos ficaram desesperados. No final, ele ficou bem e ganhou quatro maçãs do amor da mãe dele de presente. As nossas famílias se afastaram e as festas juninas do nosso bairro nunca mais aconteceram depois do incidente, já que quem coordenava tudo eram as nossas mães, e elas não eram mais amigas.

Mas, por incrível que pareça tudo mudou esse ano, para ser mais exata, na semana passada, quando a nossa família descobriu que o Marcos Da Silva, meu irmão, está saindo com a Heloísa Maria, a irmã mais nova do Pedro.

— UAI, MARCOS! OCÊ TÁ MALUCO DE ME CAUSAR PROBLEMA. — A minha mãe gritou com um chinelo velho na sua mão. Ela estava muito brava, por isso correu atrás do meu irmão mais velho pela casa toda para dar uns tapas na bunda dele, e acabou que ela conseguiu. A minha mãe tem uma mira muito boa.

Eu tenho quatro irmãos. Zé é o mais velho, e atualmente está trabalhando no Rio de Janeiro como garçom para ganhar mais dinheiro. Luiz é o meu segundo irmão mais velho, e está trabalhando no Maranhão com a minha tia Inara. Tenho parentes por todo o canto do Brasil, primos de primeiro, segundo, terceiro e quarto grau que nem conheço, mas sei quem são, já que a vovó sempre fala deles.

Marcos é o meu terceiro irmão mais velho, e é o mais safadinho. Uai, só porque ele tem um bigode acha que pode conquistar qualquer garota da cidade, o que não é verdade. Ele e o Antônio Carlos, o meu quarto irmão mais velho, são os únicos irmãos que moram comigo até hoje. Eu não sei o que eu faria se eles inventassem de se mudar pra outro estado. Mainha com certeza daria uma chinelada nos dois assim como fez com o Zé e com o Luiz quando foram embora.

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