Capítulo catorze

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Bato na porta da Tia Carla pela segunda vez enquanto sinto minhas mãos tremerem

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Bato na porta da Tia Carla pela segunda vez enquanto sinto minhas mãos tremerem. Mamãe foi embora ontem e até agora não estou sabendo lidar com a situação. Eu preciso dela pra tudo, tipo, pra tudo mesmo. Não sei como o José e o Luiz conseguem morar longe dela.

A casa está uma bagunça. Antônio Carlos levou os porcos sujos para se alimentarem lá em casa alegando ter pena de deixá-los sozinhos. Os quatro porcos sujaram a casa todinha com a lama da fazenda e eu simplesmente explodi com os meus irmãos. Agora eles estão limpado a casa do jeitinho que eu mandei. Sinto que eu me tornei a pessoa que eu mais temia: A minha mãe.

— Oi! — Uma garotinha bem pequenininha abre a porta. Ela está usando um vestido rosa rodado, e os seus cabelos escuros estão presos em um rabo de cavalo. Ela me sorri, e eu sorrio de volta me contagiando com a sua felicidade.

— Oi! Sou a Maria Vitória, e vim falar com o Pedro.

— PEDRO, TEM GENTE NA PORTA TE ESPERANDO! — A garotinha grita tão alto que quase estoura os meus tímpanos.

Vejo o Pedro descer correndo as escadas. Ele usa uma calça moletom escura e uma blusa clara. Seu cabelo castanho está bagunçado e molhado assim como algumas partes do seu corpo. Consigo sentir o cheiro do seu perfume doce de longe. Ele deve ter acabado de sair do banho, dá para perceber pela toalha branca molhada em seu ombro.

— Oi! — Ele me sorri, e logo depois pega a toalha e passa por todo o seu cabelo de um jeito sexy. Oh Deus, me ajude a resistir à essa cena linda.

— Oi.

— O que está fazendo aqui?

— Eu vim resolver o trem da Festa Junina. Faltam só cinco dias e nós ainda não temos nada pronto.

— Ah, sim! Entra aí, vamos resolver logo agora. — Pedro abre espaço para eu entrar na casa. A garotinha ao seu lado corre para longe de nós.

Observo tudo detalhadamente. Fazem anos que eu não venho aqui. Bate até uma nostalgia. Lembro como se fosse ontem de quando nós éramos crianças e eu e os meus irmãos vínhamos aqui todos os finais de semana. Era muito divertido. A Heloísa ficava trancada sozinha no quarto brincando com as suas bonecas enquanto eu brincava junto com os meninos com aquelas arminhas que saia água. Lembro que eu sempre fui muito moleca. Eu não gostava de bonecas, nem de Barbies. Eu gostava mesmo era de aventura e futebol. Os meninos adoravam me zoar, principalmente o Pedro. Eu confesso que tinha uma paixonite por ele. Quando o Pedro e os meus irmãos descobriram eles ficaram me zoando dizendo que eu era criancinha demais para o Pedro. Fala sério! Eram só dois anos de diferença.

— Aquela é a Joana, minha irmã mais nova. É bem provável que você não a conheça. — Pedro explica.

— Ah, eu já imaginava! As nossas famílias não se veem há muito tempo. Por sorte as coisas melhoraram agora depois que todos fizeram às pazes.

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