— Ô que vida difícil! Por que a gente sempre se ferra no final do dia? — O Marcos pergunta, limpando o box do banheiro com o detergente azul da cozinha.
Mamãe colocou nós quatro de castigo depois que ela descobriu a bagunça que causamos na praça. O nosso castigo é arrumar toda a casa hoje, e deixar o banheiro, cheio de vômito do Antônio, brilhando até o final do dia.
— Eu odeio aquela Heloísa! Sério. Vocês viram? No final ela se fez de vítima e fingiu que nada aconteceu. Quem ela pensa que é? — Reclamo esfregando a privada.
Luiz paira atrás de mim e prende o meu cabelo em um coque ao perceber que ele está caindo em cima dos meus olhos. Luiz mal chegou em Minas e já está de castigo! Que péssimo dia pra ele.
— A única coisa boa nisso tudo é que nós estamos de férias. — Marcos abre um sorriso.
— E que agora você tem um chifre na cabeça e eu posso te zoar. — Antônio diz, deitado ao lado da pia com seus olhos quase se fechando. Deus, ele ainda está muito bêbado.
— Na verdade, dois! — Concluo e recebo um olhar de indignação do Marcos. Eu sempre fui a irmã mais imparcial entre nós, mas agora eu estou defendendo o time do "Marcos chifrudo" — Desculpa, não tem mais como te defender, Marcos!
Antônio gargalha alto e em seguida fecha os olhos, ele vai dormir.
Luiz pega uma caneta preta em seu bolso e senta ao lado do Antônio para desenhar em seu rosto. Meus irmãos não tem limites mesmo!
— EU TE AMO, LUIZ! — O Marcos gargalha dentro box, e no final acaba escorregando. O dia de hoje está me rendendo boas risadas e memórias.
Luiz desenhou um bigode terrível no rosto do Antônio, e juntou as duas sobrancelhas dele.
— Dá para vocês pararem e me ajudarem a arrumar o banheiro? A Mãezinha vai matar a gente quando descobrir que nós ainda estamos limpando o banheiro. — Aumento o meu tom de voz, meus irmãos se assustam e em seguida os três me obedecem em silêncio.
— Marcos não pode porque o chifre dele está pesado demais. — Antônio acorda do nada, cortando o silêncio e fazendo eu e o Luiz nos contorcermos de rir.
— Tenho uma melhor! — Luiz tenta falar, mas a sua risada não deixa. Ele busca fôlego para conseguir dizer.
— Diz logo, Luiz! — Peço, ainda gargalhando.
— Chifre não existe, isso é coisa que colocaram na sua cabeça. — Ele ri da própria piada, e eu e o Antônio o acompanhamos.
— Levanta a cabeça princesa, senão o chifre cai! — Digo, e todos voltam a gargalhar, menos o Marcos.
— Vocês são os piores irmãos que eu poderia ter! — Ele revira os olhos e continua limpando o box enquanto tenta segurar a gargalhada.
— Todos nós sabemos que você quer gargalhar, Marcos! — Antônio sorri.
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365 dias para se apaixonar
Teen FictionDatas comemorativas são feitas para serem comemoradas, certo? Ou quem sabe, encontrar algum novo, ou velho, amor? Segure firme, e, acompanhe um Carnaval eletrizante, uma doçura de Festa de Junina, um Halloween maluco, e um sonho de Natal, juntamen...