Capítulo treze

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— Ô que vida difícil! Por que a gente sempre se ferra no final do dia? — O Marcos pergunta, limpando o box do banheiro com o detergente azul da cozinha

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— Ô que vida difícil! Por que a gente sempre se ferra no final do dia? — O Marcos pergunta, limpando o box do banheiro com o detergente azul da cozinha.

Mamãe colocou nós quatro de castigo depois que ela descobriu a bagunça que causamos na praça. O nosso castigo é arrumar toda a casa hoje, e deixar o banheiro, cheio de vômito do Antônio, brilhando até o final do dia.

— Eu odeio aquela Heloísa! Sério. Vocês viram? No final ela se fez de vítima e fingiu que nada aconteceu. Quem ela pensa que é? — Reclamo esfregando a privada.

Luiz paira atrás de mim e prende o meu cabelo em um coque ao perceber que ele está caindo em cima dos meus olhos. Luiz mal chegou em Minas e já está de castigo! Que péssimo dia pra ele.

— A única coisa boa nisso tudo é que nós estamos de férias. — Marcos abre um sorriso.

— E que agora você tem um chifre na cabeça e eu posso te zoar. — Antônio diz, deitado ao lado da pia com seus olhos quase se fechando. Deus, ele  ainda está muito bêbado.

— Na verdade, dois! — Concluo e recebo um olhar de indignação do Marcos. Eu sempre fui a irmã mais imparcial entre nós, mas agora eu estou defendendo o time do "Marcos chifrudo" — Desculpa, não tem mais como te defender, Marcos!

Antônio gargalha alto e em seguida  fecha os olhos, ele vai dormir.

Luiz pega uma caneta preta em seu bolso e senta ao lado do Antônio para desenhar em seu rosto. Meus irmãos não tem limites mesmo!

— EU TE AMO, LUIZ! — O Marcos gargalha dentro box, e no final acaba escorregando. O dia de hoje está me rendendo boas risadas e memórias.

Luiz desenhou um bigode terrível no rosto do Antônio, e juntou as duas sobrancelhas dele.

— Dá para vocês pararem e me ajudarem a arrumar o banheiro? A Mãezinha vai matar a gente quando descobrir que nós ainda estamos limpando o banheiro. — Aumento o meu tom de voz, meus irmãos se assustam e em seguida os três me obedecem em silêncio.

— Marcos não pode porque o chifre dele está pesado demais. — Antônio acorda do nada, cortando o silêncio e fazendo eu e o Luiz nos contorcermos de rir.

— Tenho uma melhor! — Luiz tenta falar, mas a sua risada não deixa. Ele busca fôlego para conseguir dizer.

— Diz logo, Luiz! — Peço, ainda gargalhando.

— Chifre não existe, isso é coisa que colocaram na sua cabeça. — Ele ri da própria piada, e eu e o Antônio o acompanhamos.

— Levanta a cabeça princesa, senão o chifre cai! — Digo, e todos voltam a gargalhar, menos o Marcos.

— Vocês são os piores irmãos que eu poderia ter! — Ele revira os olhos e continua limpando o box enquanto tenta segurar a gargalhada.

— Todos nós sabemos que você quer gargalhar, Marcos! — Antônio sorri.

365 dias para se apaixonarWhere stories live. Discover now