Capítulo trinta e nove

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Sinto o ar fresco bater forte em meus cabelos, e aperto o casaco em meu corpo

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Sinto o ar fresco bater forte em meus cabelos, e aperto o casaco em meu corpo. No banco de trás do carro, a Lorena e o Thiago estavam se beijando como se não houvesse amanhã. Esses dois não cansam de ficar com a língua enfiada na boca um do outro não? Nem param para respirar. Aja fôlego.

Estávamos indo de carro para a vila São Vicente, que pelo o que a Lorena me contou, fica a quase uma hora, da casa da tia Estela. E nessa vila acontece diversos tipos de exposição e interpretações artísticas durante o ano. Na semana do Natal e em outras épocas do ano. Parece que a Vila São Vicente, é uma cidade tombada, e que é muito utilizada para demonstrações artísticas.

Sinto um olhar pesar em mim, e olho de canto para o Rodrigo que estava no volante. Ele me olha intensamente e me lança um sorriso doce, me fazendo amolecer. Suspiro dentro de um sorriso, me lembrando da noite anterior. Acho que eu nunca beijei tanto na minha vida. Quer dizer... eu nunca tinha sequer beijado na vida né? Mas enfim, deu para entender. Aliais, ontem à noite foi tão incrível, eu fiz tantas coisas que eu nunca tinha feito antes. Beijado por exemplo. Rsrs. Ok. Parei. Ou então fiz coidas que não tinha feito a um bom tempo. Como, me divertir.

Foi uma noite incrível, inesquecível. Tirando, é claro, as fortes dores de cabeça, com uma mistura de náusea e refluxo. Que eu acordei hoje. Estava tudo ótimo. E lindo.

Estávamos apenas nós quatro, os gêmeos não quiseram vir. O Diogo estava de ressaca, e o Diego ainda está mergulhado na fossa interna dele. E a Mirela ficou em casa, porque a escola dela vai participar das apresentações durante o início da noite. E claro, que ela estava roendo as unhas de ansiedade.

Quando o carro estacionou na vila, eu faltei cair de cara no chão. Estava tudo tão bem ornamentado. Era como se eu estivesse me teletransportado para aqueles filmes antigos. De época. Daqueles que você senta na frente da televisão, com um balde de pipoca e nem pisca. Porque são tantas informações novas e tantas coisas diferentes as quais você está acostumada.

As ruas da vila São Vicente eram todas cheias de paralelepípedos.
A cada rua que passávamos, tinha um palco montado, onde já estavam acontecendo inúmeras apresentações. Cada palco mais lindo e bem arrumado do que o outro. Sem contar, nos diversos corais por onde passavamos. Com integrantes diversos, desde crianças à  adultos e idosos.

-Ual. É como se eu estivesse em um set de um filme na Broadway.- suspiro mais para mim mesma, mas claro que o Rods escuta e ri.

-Também não é para tanto, você é muito exagerada. - ele diz e me puxa, guiando todo o nosso grupo por uma das ruas principais, onde estavam montados os palcos maiores. E mais bem estruturados.
No meio do caminho pegamos alguns catálogos, com as programações e localizações de cada apresentação.

-Como é a sua primeira vez no festival, você escolhe a primeira peça que iremos assistir Malu.- Lorena diz animada e o Thiago e o Rodrigo balançam a cabeça concordando.

Abaixei a minha cabeça e cravei meus olhos no catalogo e minha atenção foi direto para um nome em especial. "Quebra nozes."

-Quebra nozes. – digo animada. E provavelmente com meus olhos brilhando.

-Ual, que original ein? - Thiago brinca e eu dou um tapa meio forte no braço dele. - Aí! Eu virei saco de pancada de vocês duas agora foi?

Ele resmunga, fazendo uma cara irritada e sai na frente fingindo estar todo bravinho. Nós três rimos e Lorena corre para alcança-lo. Ainda rindo do amigo, Rodrigo olha para mim e diz:

-Vamos princesa Clara? - para quem não sabe, fazendo uma referência à personagem principal do quebra nozes.

-Você adora um duplo sentido né? - perguntei rindo. E ele piscou o olho para mim dizendo:

-Você não imagina o quanto.

Sentamos em uma das arquibancadas montadas em área livre ao público, e logo a apresentação começou. Quando as cortinas se abriram, uma equipe mirim de balé abriu a peça com um número de dança, que me lembrou muito uma apresentação de balé contemporâneo que eu assisti a uns anos trás. Não lembro se eu já comentei, mas eu tenho um passado meio trágico no balé. Que começou, no momento em que eu quis aprender e frequentei algumas aulas, até o dia que eu percebi que eu não tinha o mínimo talento para aquilo.

365 dias para se apaixonarWhere stories live. Discover now