A campainha da minha casa tocava insistentemente. Eu estava prestes à gritar para o ser humano que estava do lado de fora parar, quando uma onda de paz passou por mim e eu relaxei.
Eu precisava manter a calma.
Vou até o andar de baixo e abro a porta, me dando a bela visão de uma Júlia desesperada.
— Você vai me ajudar e vai ser agora mesmo. — ela diz rapidamente.
― O que aconteceu? ― pergunto preocupada — Por que está tão desesperada?
— Tudo bem, antes, que horas são? — ela me pergunta.
— Três da tarde. Agora me diz o que aconteceu ou eu te tranco no banheiro. — ameaço e puxo minha amiga para dentro de casa.
— Ok, não tira sarro. — ela pede, assim que sentamos no sofá — Um garoto me chamou para sair.
— Sério? — grito entusiasmada e bato palminhas — Que bom! — rio — Quem?
— Leonardo, o amigo do Diego. — ela diz rapidamente e eu começo a rir.
— Aquele bocó? — pergunto. — Ele te chamou para onde?
— Cinema. Está passando uma sessão terror, em comemoração ao Halloween. Legal, né? — ela pergunta, mexendo no celular e eu continuo a rir — O que foi? É tão estranho assim, um garoto me chamar para sair?
— Não. Claro que não. — digo — É só que me surpreende ele não ter feito isso antes. Ele está, tipo, muito, na sua. — respondo.
— Sério? — ela suspira — Vou falar com ele sobre isso, hoje.
— Você vai no encontro? — pergunto, estranhando.
— Não sei de nenhum plano para hoje, você sabe? — nego — Então pronto, não quero ficar em casa, mesmo. E outra, ele até que é bem gatinho.
— Júlia! — repreendo e ela ri — Ele vai tentar te beijar, e quem sabe até mesmo te levar para o quar...
— Ele não vai tentar fazer nada. — ela me interrompe, irritada — E outra, se ele me beijar, eu vou agradecer, porque eu estava quase virando a própria Samara que vive no fundo do poço.
— Você? — ela assente e eu rio irônica — Você quase nunca* está na fossa. Já eu, nem sou mais vela, virei candelabro.
— Porque quer. — ela diz e eu cruzo os braços.
— Não é não. É que tipo, do que interessa chover na minha horta, se a planta que eu quero, não gosta da minha terra? — pergunto e ela bate palmas, indignada.
— Olha só... Toda filosófica. — ela sorri — Lispector, Maria Eduarda. Mas afinal, qual "planta" você quer? — ela pergunta e eu dou de ombros.
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365 dias para se apaixonar
Teen FictionDatas comemorativas são feitas para serem comemoradas, certo? Ou quem sabe, encontrar algum novo, ou velho, amor? Segure firme, e, acompanhe um Carnaval eletrizante, uma doçura de Festa de Junina, um Halloween maluco, e um sonho de Natal, juntamen...