Minha casa estava com velas e lanternas. Milhares delas. Pelo menos, o breu havia passado, e agora, tudo estava mais claro de se enxergar, mesmo com o forte cheiro da parafina sendo derretida, subindo aos nossos narizes.
Estávamos todos sentados numa rodinha, com uma garrafa PET com água dentro, e com uma lanterna, no meio dela.
— Eu odeio esse jogo. — Arthur põe as mãos na cintura e fecha a cara.
— Qual é, só por que você teve que ligar para a sua mãe, bêbado, ano passado? — pergunto.
— Você teve mesmo que fazer isso? — Marcelo pergunta rindo, e Arthur me mostra o dedo do meio, por ter contado o seu "desafio", feito na festa de aniversário de Charlie, um colega da nossa sala, no ano passado — O que você falou para ela?
— Não lembro. Agora será que podemos começar? — ele pergunta.
— Eu lemb...— começo, e Arthur me olha com um olhar assustadoramente reprovador, me fazendo colocar a vontade de explanar meu amigo, para dentro — Quer dizer, vamos começar de uma vez.
— Pergunta. — Marcelo aponta para a tampa da garrafa — Responde. — aponta para a "bunda" da garrafa.
— Não tem bebida, Maria? Para quem não quiser cumprir os desafios? — João pergunta.
— Não. — ele suspira — Alcoólico.
— Tem na minha casa. — Diego alega, e eu pude ver o brilho nos olhos de João. — Posso ir buscar umas cervejas, meus pais e minha irmã saíram.
— Pode mesmo? Não vai fazer falta? — Arthur pergunta e ele nega — Por mim, é mais que apoiado.
— Por mim também. — João e Pedro dizem em uníssono — Pelo o resto também, você pode ir pegar? — João completa, apressado e Diego, levanta.
Meu amigo era, mais apaixonado por cerveja, que por Laís.
— Posso, mas alguém precisa ir comigo. — ele diz e cruza os braços — Maria Eduarda, você vem?
— Por que eu? — pergunto manhosa — Como vou deixar a minha casa nas mãos destes delinquentes? — completo.
— Primeiro: você conhece a minha casa como ninguém. Sabe muito bem onde fica cada coisa. — Diego começa.
— Eu não conheço? — Marcelo pergunta.
— Não tanto quanto ela, acredite. — o moreno bufa e eu apenas rio.
— E quanto à minha casa? — pergunto.
— Eu não sou delinquente, eu cuido para você. — Thalita responde e levanta — Pode ir.
— Ok...— assinto, no final — Mas vamos logo, não quero demorar. — digo de antemão e ele assente, me puxando para ficar de pé — Quebrem alguma coisa, seus panacas, e eu quebro vocês, um por um. — aviso meus amigos e eles me encaram assustados, assentindo.
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365 dias para se apaixonar
Teen FictionDatas comemorativas são feitas para serem comemoradas, certo? Ou quem sabe, encontrar algum novo, ou velho, amor? Segure firme, e, acompanhe um Carnaval eletrizante, uma doçura de Festa de Junina, um Halloween maluco, e um sonho de Natal, juntamen...