Capítulo trinta

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O carro para de andar

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O carro para de andar. Havíamos chegado. Diego é o primeiro a descer. Bateu a porta com delicadeza, mas mesmo assim, eu pude sentir a raiva em seus olhos. Thalita desceu depois. Pagou o motorista, agradeceu, e desceu. Abro a porta para descer também.

— Ei, garota. — o motorista me chama, antes que eu pudesse descer.

— O que aconteceu? — decido permanecer no carro, mas com a porta aberta. Vai que eu tinha esquecido alguma coisa, sei lá.

— Eu vi que aquele garoto ficou muito bravo com o que disse. — ele comenta e eu abaixo os olhos.

— É, ele ficou. — digo e suspiro.

— Você disse que nunca teriam nada, se meus ouvidos não falham. — ele comenta e eu assinto pelo retrovisor.

Agora que e eu havia parado para observa-lo melhor, o mesmo era grisalho, usava um chapéu marrom e usava um óculos na ponta do nariz.

— Sim, eu disse.

— Você queria ter dito? — penso. Eu queria ter magoado Diego? Eu queria ter feito aquilo? Eu queria que ele se afastasse de mim agora?

— Não, de jeito nenhum.

— Por experiência própria, eu te dou um conselho. — ele suspira e sorri — Na minha adolescência, eu perdi a garota que eu amava, por ter comido bola. — ele começa e eu presto atenção, mesmo que, o que eu menos quisesse, no momento, eram conselhos amorosos — E então, ela começou a namorar um outro garoto.

— Ela não te dava bola?

— Não, eu que sempre admiti que não gostava dela. Sempre admiti que seríamos sempre, apenas melhores amigos de infância. Mas ela gostava de mim. Eu escutava diversas vezes de diversas pessoas que ela gostava de mim.

Droga, eu estava me identificando demais.

— E ela tentou me mostrar, de todas as formas possíveis, que gostava. — ele continua — Ela me chamava para conversar, ela me admirava de uma forma diferente e fazia de tudo para eu sorrir. Eu sou velho agora, mas eu já fui bem bonitão. — rio fraco.

Eu estava confiando num motorista para me ajudar. Ele poderia muito bem, me levar para um lugar desconhecido, assim que eu continuasse naquele carro. Mas ele não levou.

E era por isso que eu continuei ali. Ele só queria me ajudar, e falar, novamente, o que já deveria ser óbvio para mim. Pessoas mais velhas tem esse costume, de sempre saberem o que falam.

— Mas um dia, ela desistiu. E quando ela desistiu, foi que eu havia começado a tentar. Foi só quando ela partiu para outro, que eu percebi que gostava dela. E como gostava.

— Eu sinto muito. — abaixo o olhar.

— Não sinta, faça. — ele pede e eu estreito os olhos, confusa — Você pode achar isso só mais um "conselho de um motorista velho de Uber", mas se estiver disposta à ouvir, eu te diria que aquele garoto, gosta muito de você. — prenso os lábios.

365 dias para se apaixonarWhere stories live. Discover now