Meu Nome é Aria

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Um enorme nó na garganta. Era isso o que Aria Vane estava sentindo naquele momento. Ela estava parada na ciclovia de uma ponte, observando o por do sol, preocupada com seu próximo passo. Sentia o vento gelado em seu rosto, mas estava preocupada demais para se importar com o frio. Só sabia de uma coisa: precisava chegar até Steve Rogers o mais rápido possível. Ele era o único que podia ajudá-la nesse momento.

Aria continuou sua caminhada depois do por do sol. Flashes de seu passado insistiam em vir à sua mente. Ela caminhava, mas não via a estrada. Ela via uma sala cheia de máquinas, amarras a prendendo, vários médicos com seringas apontadas para ela, e uma dor insuportável que não a deixava em paz. Era como um pesadelo. A única diferença era que aquilo tudo foi real.

Há alguns anos, Aria foi usada como um experimento de uma organização soviética chamada HIDRA. Eles a capturaram e a submeteram ao tratamento da lavagem cerebral, causando um grande dano às suas memórias. Depois de vários anos sendo usada como uma arma, ela conseguiu fugir graças à um defeito em seu chip rastreador. Agora ela vivia como uma fugitiva, tentando se lembrar de seu passado e reconstituir sua vida.

Depois de muita pesquisa, muitas delas precisando invadir lugares, Aria conseguiu algumas informações sobre sua vida. Ela foi capturada pela HIDRA quando tinha apenas dezenove anos. O experimento no qual ela foi usada era chamado Projeto Sentinela Vermelha. Aria foi a única cobaia usada no processo. Não que outras cobaias não sobreviveram, nem nada disso. Ela foi a única cobaia porque ela já nasceu projetada para isso. Seu pai trabalhava para a HIDRA e projetou a própria filha para se submeter a um experimento. Foi um choque e tanto quando ela descobriu.

O Projeto Sentinela Vermelha era constituído por dois elementos. O primeiro era a lavagem cerebral, que foi utilizado nela pela maneira tradicional dos choques elétricos. O segundo era um soro vermelho brilhante, criado por cientistas da HIDRA, especialmente para ser usado em Aria. O soro continha propriedades que a deixavam mais rápida e mais forte. Ela também ficava completamente submissa a qualquer ordem dada por quem aplicou o soro. O único defeito do soro era sua curta duração. Geralmente durava uma hora, duas no máximo. O soro também deixava traços diferentes na garota, como por exemplo, os olhos se tornavam vermelhos quando estava sob influência dele. E os cabelos dela, depois de muito tempo sendo injetada com o soro, de castanhos passaram a ser ruivos.

Durante os três anos desde sua fuga da HIDRA, Aria vem coletando cada vez mais informações sobre seu passado. Havia apenas uma lembrança que o soro vermelho não conseguiu apagar. Seu parceiro de missões, o Soldado Invernal. Seus fragmentos de memórias tinham várias coisas relacionadas a ele. A HIDRA sempre mandava os dois juntos nas missões mais perigosas, assim o risco de falhas diminuía. Juntos, o Soldado Invernal e a Sentinela Vermelha eram as armas perfeitas para qualquer desafio. E ai de quem estivesse no caminho deles.

Sua relação com o Soldado era muito discreta. Eles não trocavam muitas palavras. Apenas cumpriam as missões e voltavam para a hibernação. Sim, assim como ele, Aria também era mantida em estado criogênico, para manter sua juventude. Em resultado disso, ela envelheceu apenas poucos anos. Mas, apesar de sua relação pouco íntima com o Soldado, ela sentia que ele cuidava dela durante as missões. Quando seu cérebro não estava ocupado demais concentrado em matar os inimigos, ela conseguia sentir que ele a protegia muito.

A maior lembrança que ela tem foi de uma missão em que o Soldado salvou sua vida. Ela estava prestes a cair de um abismo. O Soldado podia simplesmente ter deixado, mas ele optou por salvá-la. E ela sabia que a programação dele jamais o obrigaria a fazer isso. Agora, durante seus anos como fugitiva, ela conseguiu descobrir a verdadeira identidade dele. Seu nome era James Buchanan Barnes, mais conhecido como Bucky Barnes. Aria também descobriu que ele era, na verdade, um soldado da Segunda Guerra Mundial, capturado pela HIDRA em 1944. Aria foi capturada em 2001, então ela fez parte de apenas ¼ das missões do Soldado Invernal. Mesmo assim, aquele momento no abismo a fez criar uma ligação especial com ele. Ela precisava salvá-lo e tirá-lo daquele pesadelo.

O único problema foi que ele estava desaparecido. Seu corpo não estava em estado criogênico e ele não estava morto. Simplesmente estava solto pelo mundo. Ela tentou achá-lo sozinha por muito tempo, mas nunca conseguiu. Então ela se lembrou da única pista que tinha. Bucky tinha um amigo chamado Steve Rogers, o Capitão América, que também estava vivo. E ela sabia onde encontrá-lo.

*~*

Steve estava voltando para casa após outra missão bem sucedida. Para ele, foi apenas outro dia normal, combatendo bandidos e levando os relatórios para a S.H.I.E.L.D, como sempre fazia. Porém, ele teve uma surpresa quando entrou no apartamento. Uma garota, usando um gorro e um casaco grosso que tapava parcialmente seu rosto, estava sentada em sua sala de estar. Ela parecia estar esperando por ele, pois a mesma não esboçou nenhuma reação quando o viu. Ele rapidamente pegou seu escudo e o empunhou.

—Quem é você e o que está fazendo aqui? – Steve perguntou, nervoso.

—Você é o Steve Rogers? – A garota perguntou, com a voz abafada pelo casaco, se levantando do sofá.

—Sou, agora responda a minha pergunta! – Exclamou Steve, em um tom mais enérgico.

A garota retirou o gorro e abriu o casaco, soltando os cabelos ruivos e revelando seu rosto.

—Meu nome é Aria Vane. Bem, pelo menos é esse o nome nos meus arquivos. – Respondeu a garota. – Não se preocupe, eu não sou uma ameaça. Não sou mais.

Steve abaixou o escudo. Ele olhou fundo nos olhos de Aria e viu o olhar de uma pessoa sincera. Ela estava falando a verdade, não estava ali para machucá-lo.

—Desculpe por isso, é apenas que não é normal alguém invadir a sua casa. – Disse Steve. – Mas me diga, por que você invadiu a minha?

Aria olhou para os lados, nervosa. Ela tinha imaginado esse momento tantas vezes, e agora que estava se tornando real, ela não sabia mais o que dizer.

—Esse lugar é seguro? – Perguntou Aria, olhando alternadamente para os lados e para Steve.

—É sim. Quer dizer, já tive problemas no passado aqui, mas agora é seguro sim. – Respondeu Steve.

Aria caminhou até a janela e fechou as cortinas do apartamento. Ela também apagou quase todas as luzes, deixando apenas um abajur aceso perto de onde ela e Steve estavam.

—É um assunto secreto, muito sigiloso. – Disse Aria, com a voz baixa. – Estou aqui porque só você pode me ajudar com isso.

Steve pareceu intrigado com aquilo. Se era um assunto que somente ele poderia ajudá-la, então poderia ser algo importante.

—Tem a ver com seu amigo, Bucky Barnes. – Disse Aria. – Se lembra dele, não?

Steve quase engasgou ao ouvir o nome de Bucky. Desde sua luta com ele no Triskelion, o paradeiro dele era desconhecido. Steve, junto com seu amigo Sam Wilson, estava atrás de Bucky desde então.

—Conhece o Bucky? Por favor, me diga onde ele está! Estou atrás dele há um bom tempo. – Respondeu Steve, alterando um pouco o tom de voz.

—Desculpe, Steve. Eu não sei onde ele está. Foi por isso que vim até aqui. Vim pedir sua ajuda para procurá-lo. – Respondeu Aria.

—Claro, qualquer coisa para trazê-lo de volta. – Disse Steve, entusiasmado. – Mas me diga, como você conhece o Bucky?

—Não o conheci por esse nome. Eu o conhecia apenas como o Soldado Invernal. É uma longa história. – Respondeu Aria, abaixando o olhar.

—Espere um segundo, eu preciso fazer uma coisa antes. – Disse Steve, pegando o telefone e ligando para Sam. Demorou um pouco, pois Steve ainda não havia se acostumado com algumas coisas do século XXI. Smartphones eram uma delas.

Alô, Steve? Qual a situação, outro vilão para a gente prender ou é só para a gente ir tomar umas geladas? — A voz de Sam disse, pelo telefone.

—Sam, se não estiver muito ocupado pode vir até o meu apartamento? Aconteceu algo que pode nos ajudar com aquele assunto. – Respondeu Steve.

Aquele assunto é? É muito importante? Por que se for não é melhor a gente chamar a Natasha também? — Perguntou Sam.

—Não, é meio cedo para contar isso pra ela. Nem eu sei o que é direito. Só sei que é importante. Pode vir? – Perguntou Steve.

Claro que posso! Estou aí em quinze minutos. — Respondeu Sam, desligando o telefone.

Steve olhou para Aria e viu que ela tinha uma expressão preocupada no rosto. Qual era a relação que aquela garota tinha com Bucky? E pior ainda, ela sabia que Bucky era o Soldado Invernal. Quem era ela e de onde ela veio? Assim que Sam chegasse, eles iriam descobrir.


Continua

𝐎 𝐒𝐎𝐋𝐃𝐀𝐃𝐎 𝐄 𝐀 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐄𝐋𝐀 | bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora