A morte de Aria Vane

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Os Vingadores mal tiveram tempo de sair do quinjet e já foram praticamente soterrados por vários agentes da HIDRA. Porém, não antes de verem o que estava acontecendo ali. Enquanto aterrissavam, viram algo estranho em cima da cabeça da Estátua da Liberdade. Aquela máquina que Tony e Sam viram no porão. Contudo, foi só quando desceram que a luz azul e brilhante subiu para o céu, abrindo um buraco luminoso. E a silhueta dela foi vista, agonizando. Aria.

—Precisamos parar aquela máquina, antes que o procedimento se complete! – Steve gritou, enquanto enfrentava uma pilha de agentes da HIDRA.

—Isso vai ser meio difícil! – Natasha respondeu, usando suas manobras para surrar outra pilha de agentes da HIDRA.

—Difícil, mas não impossível! – Tony respondeu, acertando alguns com sua armadura. – Ei, Banner! Está na hora de liberar o monstro!

Nem cinco segundos depois, já podia-se ouvir o grito de raiva do Hulk. Ele era mais eficaz, derrubava o dobro do número de agentes que os outros. Mesmo assim, não era o suficiente. Eram realmente muitos agentes. E pareciam estar dispostos a não deixar ninguém se aproximar de Aria. Mesmo se tivessem que pagar com a própria vida.

—Se ficarmos aqui, aquela coisa vai matar a Aria! – Natasha gritou. – Alguém precisa tirá-la de lá!

—Eu vou. Distraiam esses imbecis! – Bucky gritou, usando seu braço metálico para tirar o máximo de agentes de sua frente.

—Espere aí, pelo chão vai demorar muito! – Sam disse, abaixando sua altitude de voo. – Segure aí, eu te dou uma carona!

Estava extremamente difícil passar pelo emaranhado de agentes, e foi mais difícil ainda para Bucky agarrar a perna de Sam e ser levado para o alto. E muito mais difícil para o Falcão carregar o Soldado até a cabeça da Estátua da Liberdade. Mesmo assim, nem chegaram perto, pois foram derrubados por algo bem familiar.

—Sinceramente, estou achando que vocês gostam de apanhar. – A voz de Pietro disse, com sarcasmo.

Aquilo foi o suficiente para deixar Bucky completamente irritado. Não, de novo não. Dessa vez não iria ficar assim. Nenhum pirralho platinado ficaria entre ele e sua garota.

—Sai do caminho, filho. Isso não tem a ver com você! – Sam tentou argumentar.

—Eu sei que não tem. Só estou aqui porque eu gosto de derrotar vocês! – Pietro respondeu, arrogantemente, partindo para usar sua supervelocidade.

Como Bucky estava muito irritado, Pietro não conseguiu correr muito antes de tomar um soco fortíssimo do braço de metal do Soldado Invernal, sendo arremessado para longe. Nesse momento, gritos mais altos ecoavam pelo céu. Aria estava gritando mais alto. Ela já estaria de joelhos se não estivesse presa pelos pés.

As luzes começaram a piscar, o que significava que Aria não tinha muito tempo. Porém, bem nessa hora, barulhos de trovão começaram a se misturar com os gritos dela. Outro feixe de luz se formou, dessa vez, atingindo o chão e arremessando alguns agentes para longe. Contudo, se apagou logo em seguida, revelando a figura de Thor.

—Quase perdeu a diversão, Barbie! – Em plena batalha, Tony fez outra de suas piadinhas.

—Preciso levar o Tesseract de volta antes que aconteça algo mais grave! Vocês humanos não sabem lidar com poderes maiores do que vocês! – Thor gritou, rodando seu martelo contra alguns agentes.

—Então ande logo, porque a desmemoriada está prestes a morrer e não há quem consiga chegar perto dela! – Tony respondeu, atirando outro jato de sua armadura.

Thor olhou para cima e viu toda a situação em que Aria se encontrava. O Tesseract já tinha sugado parte da vida dela, logo ela não teria mais forças para gritar. Aquilo era algo muito sério. Alguém tinha que parar aquilo, e rápido.

—Eu vou tentar dar um jeito nisso, mas é melhor vocês saírem do chão! – Thor avisou, antes de empunhar o Mjolnir e acertar o chão em cheio, fazendo todos os agentes caírem com o impacto, e até mesmo, rachar as paredes da Estátua da Liberdade. Até o grande Hulk sentiu o impacto.

—Da próxima vez, seja mais delicado! Eu vou ficar com dor na coluna por uma semana! – Tony reclamou.

—Vamos tirar a Aria daquela coisa, antes que algo pior aconteça! – Steve disse, correndo para mais perto da Estátua da Liberdade, sendo seguido pelos outros.

Com os agentes fora do caminho, foi mais fácil chegar até o prédio. Os voadores carregaram os outros até lá em cima. Quando todos chegaram, cada um tentou desligar a máquina de um jeito diferente. Porém, era impossível.

A armadura de Tony, o escudo de Steve, o martelo de Thor, o braço de Bucky, as pulseiras de Natasha, as bombas de Sam, nada funcionava. Ninguém estava entendendo o porquê. Pelo menos o escudo de Steve ou o martelo de Thor deveriam funcionar. Era como se Aria estivesse grudada na máquina como um chiclete gruda no sapato.

Pior que isso era o estado em que a Sentinela se encontrava. Estava muito mais branca que o normal, seus olhos estavam fundos, estava completamente fraca e... algumas de suas madeixas vermelhas estavam se tornando platinadas, quase brancas. A cada minuto, aquela máquina sugava cada vez mais sua energia de vida. E logo não restaria mais nada.

Bucky era o mais desesperado, o mais frustrado entre todos. Ele estava ao ponto de quebrar a máquina com suas próprias mãos, mas estava com medo que algo de pior acontecesse.

—Essa coisa não quebra, vamos tentar soltar essas amarras com isso funcionando mesmo! – Natasha sugeriu.

—Pode ser perigoso, o Tesseract está operando! – Thor respondeu.

—Ou é isso ou vamos deixar essa garota morrer! – Natasha retrucou.

Bucky nem esperou Natasha responder outra vez, já foi colocando as mãos em Aria para tentar soltá-la, mas houve um efeito defensor e um raio azul saiu, o jogando para trás. E quando pensavam que tudo não poderia ficar pior...

—Nesse estágio não adianta fazer mais nada. – Strucker, o demônio pessoal dos Vingadores subiu até ali para atormentá-los. – Dentro de alguns minutos a Sentinela Vermelha estará morta, e o Caveira Vermelha retornará!

—Desgraçado! – Bucky praticamente voou em cima de Strucker, socando-o diversas vezes, até deixar seu rosto coberto de sangue. Os outros não fizeram nada para impedir porque, no fundo, a vontade era a mesma.

Bucky só parou quando sentiu algo o forçando a sair de cima de Strucker. Uma força telecinética. Era Wanda, usando seus poderes para afastar o Soldado de seu líder.

—Wanda... – Strucker a chamou, com uma voz fraca devido a sua recente surra. – Que bom que está aqui. Vai testemunhar a ressurreição de um líder!

Wanda ignorou o grupo de heróis ali presentes, se fossem apenas eles, ela não estaria nem aí. Ainda mais com sua rixa com Stark, assunto para um outro arco. Mas ela mirou Aria, em suas últimas forças. Mesmo tentando escapar, Aria foi uma das únicas pessoas a, pelo menos, tentar tratar Wanda bem. E Wanda sentiu uma conexão com ela. Novamente, o lado humano da Feiticeira falou mais alto.

Ela começou a usar seus poderes outra vez, mas ao contrário do que todos pensavam, ela usou para apagar Strucker. Depois disso, ela se concentrou o máximo que podia e começou a usar seus poderes no nível máximo, na máquina, em Aria e no Tesseract. Wanda gastou muita energia tentando parar o processo, e estava quase desistindo. Porém, quando ela ia desistir, a máquina fez um barulho estranho, como se estivesse estragando, parou de funcionar e a luz azul se desfez. Wanda caiu de joelhos, cansada.

Aria estava quase desmaiando, mas conseguiu abrir os olhos após a máquina parar. Porém, não deu nem tempo de ela entender o que estava acontecendo. Suas amarras se soltaram sozinhas e o vento fez com que ela caísse para trás.

Tudo aconteceu muito rápido. Mas ao mesmo tempo, foi tudo tão devagar. Ela caiu, ouviu algo que parecia ser alguém a chamando. Seus olhos marejados olhavam para cima, para todas aquelas pessoas. Todos eles estavam ali para resgatá-la. E ela não conseguia se lembrar do rosto de nenhum deles. Exceto um. Ele. Ele quem a salvou de cair em um abismo. Ele que foi o primeiro a chamá-la pelo nome.

Ela sabia que a queda poderia matá-la, e não demoraria muito. Dizem que quando estamos perto da morte, nossa vida passa diante de nossos olhos. Mas a dela simplesmente era um emaranhado de pontas soltas e perdidas. Nada fazia sentido. Nada exceto ele. Enquanto caía, ela viu a expressão desesperada em seu rosto, como se estivesse prestes a pular atrás dela. Contudo, outro alguém veio atrás dela. Mas infelizmente não chegou a tempo de impedir que ela afundasse na água gelada da madrugada.

*~*

Tony a tirou da água e carregou seu corpo até a margem. De acordo com J.A.R.V.I.S., Aria estava por um fio. Os outros desceram e foram ao encontro de Tony. Bruce já havia voltado ao seu estado normal, e por incrível que pareça, Wanda foi junto. Porém, ela estava mais interessada em encontrar seu irmão.

—Tony, ela está...? – Steve foi interrompido.

—J.A.R.V.I.S.? – Tony chamou seu assistente, que já sabia o que fazer. Alguns segundos depois, obtiveram a resposta.

Lamento, Sr. Stark. Receio que a senhorita Vane esteja sem pulso. — J.A.R.V.I.S. respondeu, com pesar.

Aquelas palavras foram o suficiente para fazer Bucky desabar. O coração dele se partiu em mil pedaços. Aria estava ali, deitada no chão, com os olhos fechados. E nunca mais iria abri-los. Ela nunca mais iria mirá-lo com os olhos cheios de desejo e carinho. Nunca mais iria abraçá-lo a noite, para protegê-lo do mal dos pesadelos. Nunca mais iria tocá-lo com toda sua paixão.

Os outros também não estavam sabendo lidar com aquilo. Sam e Steve não faziam força para esconder as lágrimas que caíam sobre seus rostos. Natasha e Bruce não escondiam suas expressões de dor. Até Thor, que era quem conhecia Aria há menos tempo, estava triste. Tony era o único que tentava disfarçar qualquer coisa que estivesse sentindo. Mas apesar de estar escondendo, por dentro, ele estava abalado.

Aria tinha uma história com todos ali, por mais curta que fosse. Sua amizade com Steve e Sam, sua pequena rivalidade com Natasha, e até as suas picuinhas com Tony eram boas lembranças. Mas era sua história de amor com Bucky que fora mais afetada com tudo isso. Ninguém se conformava que esse tenha realmente sido o seu fim. Ela não merecia. Não assim. Assim que Stark se afastou, Bucky se aproximou do corpo dela e a segurou forte nos braços.

—Aria... de tudo o que enfrentamos até agora... eu nunca pensei que iria chegar a esse ponto. – A voz de Bucky estava magoada, e ele soluçava, tentando parar de chorar. Vê-la assim o machucava muito. – Você... você não pode me deixar desse jeito! Nós não passamos por tantos problemas para tudo acabar agora! Por favor, você é a minha fonte de felicidade nesse mundo cruel! Você é o meu tudo!

Aria estava molhada e gelada. Sua pele estava indo de extremamente branca, para azul. Porém, o que mais estava diferente nela era definitivamente o cabelo. Aquela máquina tinha feito alguma coisa. Seus cabelos ruivos haviam clareado até se tornarem loiros. A verdadeira representação da vida que lhe foi tirada.

Os outros se afastaram para dar privacidade a Bucky. Todos estavam sofrendo com aquele momento, mas sabiam que quem estava sofrendo mais era Bucky. Era ele quem deveria ter esse momento com ela, sozinho.

—Eles nunca conseguiram nos separar, não deixe que consigam agora! Por favor, não me deixe assim! Isso dói mais do que todas as torturas que eles já me aplicaram! – Bucky estava cada vez mais frágil. – Quando eu estava no laboratório, com aquela coisa no peito me sufocando, você pensou que eu estava desacordado. A verdade, é que eu não estava. Eu ouvi tudo. Eu ouvi cada palavra que você disse. E você estava lá, me falando coisas tão bonitas e eu estava fraco demais para sequer responder! E eu me sinto tão culpado de não ter dito nada enquanto eu ainda podia...

Bucky abraçou Aria mais forte, na esperança de que algum milagre fosse acontecer. Mas ela ainda estava lá, imóvel.

—Eu me lembro. O dia da ponte, eu me lembro. Você me falou tanto disso que a memória acabou voltando. – Bucky acariciou o rosto dela, tirando uma mecha do rosto. – O que você me disse no laboratório também me ajudou a lembrar. Aria... eu também amo você. E não posso perder você! Volte para mim, meu amor!

Bucky largou o corpo de Aria e começou a fazer um procedimento de ressuscitação. Ele impulsionava o peito dela com as duas mãos, e fazia respiração boca-a-boca, alternadamente. Cada vez mais forte, mais rápido e mais intenso. Ele não iria parar até que ela voltasse. Ele fez aquilo, repetidas vezes, por vários minutos. Os outros já estavam indo até ele, dizendo para parar, que era tarde demais. Até que surtiu efeito e Aria voltou, tossindo água e sugando o ar com toda a força possível.

—Aria? – Bucky a chamou, não acreditando que aquilo estava acontecendo.

—Bucky... – Ela respondeu, com a voz muito fraca. Bucky a segurou nos braços novamente.

—Aria! – Ele a abraçou. – Você voltou para mim! Você lembrou de mim...

—Lembrei... eu tive um tipo de epifania, sei lá... eu explico mais tarde. – Ela respondeu, ainda fraca. Os olhos dela começaram a abrir mais. – Por que está tão chateado? Eles te fizeram alguma coisa? Porque se fizeram eu vou ter... eu vou ter que quebrar a cara de todos eles!

—Não, não! Fizeram, mas não importa mais. Você voltou para mim. – Bucky se abaixou para beijar os lábios dela. Ele estava muito desesperado, então foi um pouco mais bruto do que ela podia aguentar no momento, fazendo-a soltar um suspiro de desconforto. – Desculpe. Você vai ficar bem.

Os outros logo perceberam o que estava acontecendo e foram na direção do Soldado. A maioria das lágrimas foi substituída por sorrisos. As únicas lágrimas restantes eram de alegria. Mas claro, Tony só dava, no máximo, sorrisinhos de canto.

—Aria, você voltou! – Steve se abaixou, ficando perto dela. – Deu um susto enorme em nós!

—Oi, Steve. – Aria o cumprimentou, com a voz fraca. – Desculpe o transtorno, não foi hoje que conseguiram me colocar em um saco preto...

Steve e alguns outros riram. Aria era praticamente uma versão feminina de Tony, nem na mais funda fossa conseguia parar de fazer gracinhas.

—Nem hoje e nem nunca, não é? – Nat perguntou, se aproximando. – Olhe só isso. Parece que a HIDRA é especialista em tratamento capilar. Finalmente vão parar de confundir nós duas, pestinha!

—Mas o que? – Aria perguntou, pegando em algumas de suas madeixas, notando a coloração totalmente diferente.

—Vou te chamar de Britney a partir de agora. – Nat brincou.

—Não... prefiro a Christina. – Aria respondeu, também brincando. Sam começou a se aproximar.

—Caramba, eu nem sei o que dizer... pensei que iria perder minha parceirinha de rir da cara do Steve. – Sam disse. Aria deu uma pequena risada, o suficiente para não machucar.

—Não se preocupe, Sam... eu ainda vou te ajudar a encher o saco dele mais um tempinho. – Aria respondeu, fazendo Sam rir.

—Pessoal, nós temos que meter o pé. – Tony disse. – Eu vi uns helicópteros voando faz um tempinho e, bem, lá vamos nós Vingadores sermos expostos pela TV outra vez. Fora que a desmemoriada tá precisando de atendimentos médicos, tipo uma cama de hospital e um belo soro na veia.

—Não. Soro nunca mais! – Aria reclamou, causando risadas nos outros novamente.

Tony estava certo, eles precisavam sair dali. Se algum canal de notícias havia filmado o que tinha acontecido ali, provavelmente já sairia nos jornais da manhã e milhares de pessoas iriam pessoalmente ao local para ver o estrago. Ainda não tinha amanhecido, mas era hora de ir. Bucky fez questão de carregar Aria até o quinjet.

No caminho, eles passaram pelos gêmeos. Wanda estava com Pietro, ajudando-o a se recuperar. Pietro fez menção de atacá-los, mas Wanda o impediu. Ela olhava diretamente para Aria, como se fosse uma despedida. E certamente era. Aria acenou com a cabeça para ela, como forma de agradecimento.

Apesar de tudo, Aria se preocupou com o que aconteceria com Wanda depois disso. Afinal, ela e o irmão ainda estavam envolvidos com a HIDRA e Strucker não estava morto. Porém, o olhar de Wanda dizia que o que for que aconteça, Aria não iria mais sofrer por suas mãos. Algum dia, iremos nos ver outra vez. Mas dessa vez, estaremos do mesmo lado. Aria pensou.

*~*

O dia estava começando a clarear. Todos estavam muito cansados, e alguns feridos. Aria principalmente. Bruce a pôs em um quarto com equipamentos de hospital, onde ela poderia se recuperar até ficar forte outra vez. Bucky não a deixou sozinha nem por um minuto. Quando ela dormiu, ele a vigiou até ele mesmo pegar no sono, em uma cadeira ao lado da cama.

Thor havia partido para Asgard outra vez, para levar o Tesseract e trancá-lo a sete chaves, como ele disse. E também para dar mais puxões de orelha em Loki. Steve, Natasha, Sam e Tony estavam assistindo ao noticiário da manhã, que realmente estava mostrando os acontecimentos da noite passada, como Tony havia previsto.

"Esta noite, presenciamos um ataque terrorista na Estátua da Liberdade, causado pela organização soviética chamada HIDRA, que todos nós pensamos ter sido encerrada no ano passado. Graças aos Vingadores, que pararam o ataque antes que algo pior acontecesse, não houve feridos e nem mortos" Disse a jornalista.

—Sem feridos? E todos os agentes que nós apagamos? – Sam perguntou.

—Vai ver a bruxinha tirou todos de lá antes que a polícia aparecesse. –Tony respondeu. – Sinceramente, eu não entendo nem um pouco aquela garota. Uma hora ela quer nos ferrar, outra hora quer nos ajudar!

—Ela não queria nos ajudar. Ela queria ajudar a Aria. – Nat respondeu, sarcasticamente.

—Ela vai ficar muito decepcionada se descobrir que a desmemoriada não joga nesse time... – Tony respondeu.

—Você é um pervertido mesmo! – Nat jogou uma almofada nele. – Já ouviu falar em "amizade", "empatia" e "compaixão"? Nem tudo precisa estar relacionado a desejo carnal!

—Eu só estou preocupado com o que a TV pegou. Aria e Bucky são assassinos fugitivos, se descobrirem que eles estavam envolvidos, eles serão caçados e presos. – Steve disse.

—Já vi que vou ter que subornar muita gente para "apagar umas memórias"... – Tony respondeu.

*~*

No quarto, Aria começava a despertar. Ela olhou para o lado e viu Bucky adormecido na cadeira. Ele devia estar muito cansado, talvez até mais do que ela. Afinal, ele estava recém-operado. Era incrível que não tinha esgotado todas as suas forças ainda. Ela teve pesar em acordá-lo, mas não podia deixá-lo continuar dormindo em uma cadeira desconfortável.

—Ei... – Ela o chamou, baixinho. Não tendo resposta, ela estendeu seu braço, até alcançar a mão dele. – Bucky, acorde...

Bucky deu um suspiro, assustado. Mas logo se acalmou quando se viu no quarto... com a mão de Aria sobre a sua. Ela estava tão diferente. Ele ainda não tinha se acostumado a vê-la loira. Ela sempre seria linda para ele, é claro. Mas ele iria demorar a se acostumar a não ter mais sua ruiva.

—Eu estou com saudade... – Ela sussurrou. – Vem se deitar comigo...

—Você ainda está fraca, Aria. – Ele respondeu. – Não sei se faria bem...

—Você está dormindo sentado depois de uma operação! – Ela respondeu, nervosa. – Além do mais, eu disse "deitar"! Não precisamos fazer "esforços" agora.

Bucky ficou surpreso com a atitude dela. Ele nunca a havia visto assim, tão... mandona. Aquilo era um bom ou mau sinal? Sem responder outra vez, ele foi até o outro lado da cama, tirou os sapatos e se aconchegou ao lado dela, abraçando-a pela cintura. Em resposta, ela o abraçou um pouco mais forte, o suficiente para que não machucasse nenhum dos dois. Aria estava com uma simples camisola branca de seda fina, e seus seios estavam prensados em Bucky. Ele teve que se controlar muito para não fazer nada. Em resposta, ele pensou em mudar de assunto.

—Aria, você não disse como foi que se lembrou de mim. – Bucky disse, fazendo-a levantar o rosto e encará-lo.

—Naquela hora, enquanto eu estava caindo, eu meio que comecei a sonhar acordada. Eu vi o seu rosto lá em cima, e foi como se eu tivesse me transportado para outro universo. Foi uma explosão de flashes de memória nossos. Eu simplesmente tinha me lembrado de tudo... – Aria respondeu. – Não sei como aconteceu, não sei se foi a máquina que causou isso, ou o Tesseract, ou os poderes da Wanda. Só sei que minhas memórias voltaram.

—E você apagou depois disso. Quer dizer, só acordou quando eu trouxe você de volta. – Bucky sugeriu.

—Mais ou menos. Eu pensei ter ouvido algo, mas acho que eu estava delirando. – Aria respondeu. – Pensei ter ouvido você falando que se lembrava do que aconteceu naquele dia na ponte.

Bucky começou a acariciar o cabelo dela. Aquilo significava que ela tinha ouvido o que ele disse? Nem que tenha sido só uma parte?

—E você ouviu mais alguma coisa? – Bucky perguntou. Aria negou com a cabeça. – Você não delirou, eu disse isso mesmo. Eu me lembro da ponte. Você me fez lembrar.

Aria sorriu levemente ao ouvir aquilo. Então, sua lembrança mais nítida e mais querida em relação a ele, agora era dele também?

—E sabe o que eu disse depois? – Ele perguntou, aproximando seu rosto do dela. – Eu disse, com todo o meu coração... eu...amo... você.

E tomou seus lábios em um beijo calmo no início. Depois, foi começando a ficar desesperador e urgente. Ambos estavam fracos e machucados, e não podiam abusar muito. Mas o amor que incendiava seus corações falava mais alto. Aria ficou por cima de Bucky, enquanto desgrudava suas bocas.

—Eu também te amo. – Ela disse, olhando fundo nos olhos dele. Droga. Ele não devia, mas fez mesmo assim. No segundo depois que ela disse isso, ele subiu as mãos pelo corpo dela, tirando sua camisola.


Continua

𝐎 𝐒𝐎𝐋𝐃𝐀𝐃𝐎 𝐄 𝐀 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐄𝐋𝐀 | bucky barnesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant